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O CONSUMO DO FUNK COMO FATOR DE APROXIMAÇÃO ENTRE O MORRO E O ASFALTO: DO FUNK CARIOCA AO FUNK DE APARTAMENTO Lucina Reitenbach Viana – UTP - PR
HISTÓRICO BRASILEIRO (VICENTE, 1996):  histórico da indústria fonográfica dividido em quatro fases, de acordo com a disponibilidade tecnológica O ápice foi na virada do século, onde “as gravadoras finalmente haviam aperfeiçoado o processo de fabricação de arrasa-quarteirões e agora seus departamentos de marketing podiam prever e, mais que isso, criar demanda com precisão científica” (ANDERSON, 2006, p. 29).
CENÁRIO ATUAL Proposição: Quinta fase:  em rede Anos 90, novo ciclo de evolução tecnológica, a partir do desenvolvimento da internet. Inserção do CONSUMIDOR na produção e distribuição musical através da mediação por computador
ORIGENS DO FUNK Resgate do termo: FUNK como gíria dos negros americanos para designar o odor do corpo durante as relações sexuais Por volta de 1968 perdeu o significado pejorativo e passou a significar algo como “orgulho negro” “tudo pode ser funky: uma roupa, um bairro da cidade, o jeito de andar e uma forma de tocar música que ficou conhecida como funk” (VIANNA, 1988, p. 20).
ORIGENS DO FUNK Primeiros bailes brasileiros em 1970 na zona sul Tomada do Canecao pela MPB – migração do funk para a periferia – bailes da pesada Profissionalização dos produtores – formação das “equipes” – totalmente independente Em 1976 a imprensa descobre o funk Industria fonográfica também – mas não agrada Período de ostracismo na era disco os bailes chamados de “Bailes da Pesada”, produzidos por Big Boy e Ademir Lemos foram transferidos para o subúrbio, e passaram a acontecer a “cada fim de semana num bairro diferente” (VIANNA, 1988, p. 24)
NACIONALIZAÇÃO DO FUNK 1980 – Repertório internacional e primeira incursão brasileira com as “melôs” Mudança de cenário com Fernando Luís Mattos da Matta - o DJ Marlboro Lança o primeiro disco – Funk Brasil em 1989 ( versões das musicas americas e samples 1994 – repertório 100% nacional “uma primeira forma de apropriação criativa, que resulta num produto obviamente híbrido: músicas americanas tocadas em versões instrumentais com refrões gritados pelo público dos bailes em português” (SÁ, 2009, p. 6).
HISTÓRIA ENTRE 1990 E 2000 Após a nacionalização, o funk entrou com força total na televisão no programa Xuxa Park Entre 1994 e 1995 – perseguição da mídia Associação com a violência e facções criminosas Primeira onda de aproximação entre jovens do morro e do asfalto. 1997 – a paradinha funk da Viradouro na Marquês de Sapucaí. 2000 – regulamentação dos bailes.
O ARRASTÃO E A VIOLÊNCIA 1992 – arrastão na praia do arpoador  Estigmatização do “funkeiro” como sendo “pivete”, ladrão. Após retorno do consumo entre 1994 e 1995, nova onda de crimes ligados ao funk – chacina no morro do Turano, em Vigário Geral
 PRECONCEITO COMO DEFESA Preconceito como barreira de defesa que permitiu que o funk maturasse antes de ser descoberto pela imprensa internacional Alternância entre visibilidade e ostracismo permitindo a união interna do movimento  Funk considerado como a verdadeira música eletrônica brasileira
HISTÓRIA RECENTE Ano 2001 e o retorno do funk com o movimento dos bondes Formados pela geração que cresceu nos bailes Letras com forte conotação sexual e duplo sentido  Utilização do “tamborzão” desperta atencão de artistas como Caetano Veloso
FUNK DE APARTAMENTO Ampla utilização da tecnologia por parte da juventude  Produtores e consumidores na mesma plataforma de interação ( redes sociais) “funk de apartamento”, fazendo uma referência direta à forma como este é construído, nas salas e quartos da classe média brasileira que possui acesso à internet e tempo livre para empenhar na produção musical
TRAJETÓRIA DO FUNK Momentos da trajetória do Funk no Brasil Filho, Herschmann e Paiva (2004)
TRAJETÓRIA DO FUNK
 NOMENCLATURAS DO FUNK
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, Z. (2008). Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor. CANEVACCI, M. (2005). Culturas Extremas. Rio de Janeiro: DP&A. CETIC.br. (março de 2009). TIC Domicilios 2008 - Pesquisa sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicaçao no Brasil. Acesso em abril de 2009, disponível em CETIC.: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/analise-tic-domicilios2008.pdf DIAS, M. T. (2000). Os Donos da Voz. Indústria Fonográfica Brasileira e Mundialização da Cultura. São Paulo: Boitempo. ENDRES, F. (4 de junho de 2009). Influênicas gerais e o Funk em sua História. (L. R. VIANA, Entrevistador) ESSINGER, S. (2005). Batidão. Uma História do Funk. Rio de Janeiro: Record. FACINA, A. (1 de Janeiro de 2009 ). O funk no contexto da criminalização da pobreza. Acesso em 12 de junho de 2009, disponível em Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-funk-no-contexto-da-criminalizacao-da-pobreza FILHO, J. F., & HERSCHMANN, M. (agosto-dezembro de 2003). Funk Carioca: Entre a Condenação e a Aclamação da Mídia. Revista ECO- Pós , pp. 60-72. FILHO, J. F., HERSCHMANN, M., & PAIVA, R. (dezembro de 2004). Rio de Janeiro: Estereótipos e Representações Midiáticas. Revista e-Compós . GOFFMAN, E. ([1975] 2008). A representaçõa do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes. GOFFMAN, E. ([1963] 1982). Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: LTC- Gen. HERSCHMANN, M. (2000). O Funk e o Hip-Hop Invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ. IFPI. (jan de 2009). IFPI - Digital Music Report.Acesso em 14 de maio de 2009, disponível em http://www.ifpi.org/content/library/DMR2009.pdf MACEDO, S. (2003). DJ Marlboro na Terra do Funk. Bailes, Bondes, Galeras e MC´s. Rio de janeiro: Dantes. MATTA, F. L. (21 de maio de 2009). O Funk no Brasil. (L. R. VIANA, Entrevistador) MEDEIROS, J. (2006). Funk Carioca: crime ou cultura? São Paulo: Terceiro Nome. SÁ, S. P. (2007). Funk Carioca: música eletronica popular brasileira?! e-compós . SÁ, S. P. (2009). Som de preto, de proibidão e tchuchucas: o Rio de Janeiro nas pistas do funk carioca. In: A. PRYSTON, & P. CUNHA, Ecos Urbanos - As Cidades e suas Articulações Midiáticas. Porto Alegre: Sulina. SALLES, L., & MARLBORO. (1996). DJ Marlboro por ele mesmo. Rio de Janeiro: Mauad. VIANNA, H. (1987). O Baile FUnk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos. Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado não Publicada, UFRJ. VIANNA, H. (2006). O Funk Como Símbolo da Violência Carioca. In: G. VELHO, & M. ALVITO, Cidadania e Violência . Rio de Janeiro: Editora FGV. VIANNA, H. (1988). O mundo Funk Carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. VICENTE, E. (1996). A música Popular e as Novas Tecnologias de Produçaõ Digital. Dissertação de Mestrado não Publicada. Campinas: IFGH/UNICAMP.

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Apresentação Juventude E Consumo 09

  • 1. O CONSUMO DO FUNK COMO FATOR DE APROXIMAÇÃO ENTRE O MORRO E O ASFALTO: DO FUNK CARIOCA AO FUNK DE APARTAMENTO Lucina Reitenbach Viana – UTP - PR
  • 2. HISTÓRICO BRASILEIRO (VICENTE, 1996): histórico da indústria fonográfica dividido em quatro fases, de acordo com a disponibilidade tecnológica O ápice foi na virada do século, onde “as gravadoras finalmente haviam aperfeiçoado o processo de fabricação de arrasa-quarteirões e agora seus departamentos de marketing podiam prever e, mais que isso, criar demanda com precisão científica” (ANDERSON, 2006, p. 29).
  • 3. CENÁRIO ATUAL Proposição: Quinta fase: em rede Anos 90, novo ciclo de evolução tecnológica, a partir do desenvolvimento da internet. Inserção do CONSUMIDOR na produção e distribuição musical através da mediação por computador
  • 4. ORIGENS DO FUNK Resgate do termo: FUNK como gíria dos negros americanos para designar o odor do corpo durante as relações sexuais Por volta de 1968 perdeu o significado pejorativo e passou a significar algo como “orgulho negro” “tudo pode ser funky: uma roupa, um bairro da cidade, o jeito de andar e uma forma de tocar música que ficou conhecida como funk” (VIANNA, 1988, p. 20).
  • 5. ORIGENS DO FUNK Primeiros bailes brasileiros em 1970 na zona sul Tomada do Canecao pela MPB – migração do funk para a periferia – bailes da pesada Profissionalização dos produtores – formação das “equipes” – totalmente independente Em 1976 a imprensa descobre o funk Industria fonográfica também – mas não agrada Período de ostracismo na era disco os bailes chamados de “Bailes da Pesada”, produzidos por Big Boy e Ademir Lemos foram transferidos para o subúrbio, e passaram a acontecer a “cada fim de semana num bairro diferente” (VIANNA, 1988, p. 24)
  • 6. NACIONALIZAÇÃO DO FUNK 1980 – Repertório internacional e primeira incursão brasileira com as “melôs” Mudança de cenário com Fernando Luís Mattos da Matta - o DJ Marlboro Lança o primeiro disco – Funk Brasil em 1989 ( versões das musicas americas e samples 1994 – repertório 100% nacional “uma primeira forma de apropriação criativa, que resulta num produto obviamente híbrido: músicas americanas tocadas em versões instrumentais com refrões gritados pelo público dos bailes em português” (SÁ, 2009, p. 6).
  • 7. HISTÓRIA ENTRE 1990 E 2000 Após a nacionalização, o funk entrou com força total na televisão no programa Xuxa Park Entre 1994 e 1995 – perseguição da mídia Associação com a violência e facções criminosas Primeira onda de aproximação entre jovens do morro e do asfalto. 1997 – a paradinha funk da Viradouro na Marquês de Sapucaí. 2000 – regulamentação dos bailes.
  • 8. O ARRASTÃO E A VIOLÊNCIA 1992 – arrastão na praia do arpoador Estigmatização do “funkeiro” como sendo “pivete”, ladrão. Após retorno do consumo entre 1994 e 1995, nova onda de crimes ligados ao funk – chacina no morro do Turano, em Vigário Geral
  • 9. PRECONCEITO COMO DEFESA Preconceito como barreira de defesa que permitiu que o funk maturasse antes de ser descoberto pela imprensa internacional Alternância entre visibilidade e ostracismo permitindo a união interna do movimento Funk considerado como a verdadeira música eletrônica brasileira
  • 10. HISTÓRIA RECENTE Ano 2001 e o retorno do funk com o movimento dos bondes Formados pela geração que cresceu nos bailes Letras com forte conotação sexual e duplo sentido Utilização do “tamborzão” desperta atencão de artistas como Caetano Veloso
  • 11. FUNK DE APARTAMENTO Ampla utilização da tecnologia por parte da juventude Produtores e consumidores na mesma plataforma de interação ( redes sociais) “funk de apartamento”, fazendo uma referência direta à forma como este é construído, nas salas e quartos da classe média brasileira que possui acesso à internet e tempo livre para empenhar na produção musical
  • 12. TRAJETÓRIA DO FUNK Momentos da trajetória do Funk no Brasil Filho, Herschmann e Paiva (2004)
  • 15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, Z. (2008). Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor. CANEVACCI, M. (2005). Culturas Extremas. Rio de Janeiro: DP&A. CETIC.br. (março de 2009). TIC Domicilios 2008 - Pesquisa sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicaçao no Brasil. Acesso em abril de 2009, disponível em CETIC.: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2008/analise-tic-domicilios2008.pdf DIAS, M. T. (2000). Os Donos da Voz. Indústria Fonográfica Brasileira e Mundialização da Cultura. São Paulo: Boitempo. ENDRES, F. (4 de junho de 2009). Influênicas gerais e o Funk em sua História. (L. R. VIANA, Entrevistador) ESSINGER, S. (2005). Batidão. Uma História do Funk. Rio de Janeiro: Record. FACINA, A. (1 de Janeiro de 2009 ). O funk no contexto da criminalização da pobreza. Acesso em 12 de junho de 2009, disponível em Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-funk-no-contexto-da-criminalizacao-da-pobreza FILHO, J. F., & HERSCHMANN, M. (agosto-dezembro de 2003). Funk Carioca: Entre a Condenação e a Aclamação da Mídia. Revista ECO- Pós , pp. 60-72. FILHO, J. F., HERSCHMANN, M., & PAIVA, R. (dezembro de 2004). Rio de Janeiro: Estereótipos e Representações Midiáticas. Revista e-Compós . GOFFMAN, E. ([1975] 2008). A representaçõa do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes. GOFFMAN, E. ([1963] 1982). Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: LTC- Gen. HERSCHMANN, M. (2000). O Funk e o Hip-Hop Invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ. IFPI. (jan de 2009). IFPI - Digital Music Report.Acesso em 14 de maio de 2009, disponível em http://www.ifpi.org/content/library/DMR2009.pdf MACEDO, S. (2003). DJ Marlboro na Terra do Funk. Bailes, Bondes, Galeras e MC´s. Rio de janeiro: Dantes. MATTA, F. L. (21 de maio de 2009). O Funk no Brasil. (L. R. VIANA, Entrevistador) MEDEIROS, J. (2006). Funk Carioca: crime ou cultura? São Paulo: Terceiro Nome. SÁ, S. P. (2007). Funk Carioca: música eletronica popular brasileira?! e-compós . SÁ, S. P. (2009). Som de preto, de proibidão e tchuchucas: o Rio de Janeiro nas pistas do funk carioca. In: A. PRYSTON, & P. CUNHA, Ecos Urbanos - As Cidades e suas Articulações Midiáticas. Porto Alegre: Sulina. SALLES, L., & MARLBORO. (1996). DJ Marlboro por ele mesmo. Rio de Janeiro: Mauad. VIANNA, H. (1987). O Baile FUnk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos. Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado não Publicada, UFRJ. VIANNA, H. (2006). O Funk Como Símbolo da Violência Carioca. In: G. VELHO, & M. ALVITO, Cidadania e Violência . Rio de Janeiro: Editora FGV. VIANNA, H. (1988). O mundo Funk Carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. VICENTE, E. (1996). A música Popular e as Novas Tecnologias de Produçaõ Digital. Dissertação de Mestrado não Publicada. Campinas: IFGH/UNICAMP.