2. 2
“A Umbanda não é calor e sol.
Umbanda tem chuva e tem frio. Filho de
Umbanda tem sacrifício. Pisa na mata
molhada. Não é Umbanda de fita. Umbanda
cá é de fato.”
(Cabocla Araci)
Pontos Cantados
Mãe da Casa: Cristina Misael
Pai Pequeno: Gustavo Bondioli
3. 3
Parte I – Giras
1. Defumação
Durante a defumação, os seguintes pontos são puxados:
Defuma com as ervas da Jurema.
Defuma com arruda e guiné.
Defuma com as ervas da Jurema.
Defuma com arruda e guiné.
Benjoim, alecrim e alfazema...
Vamos defumar filhos de fé.
Nossa Senhora incensou a Jesus Cristo
Jesus Cristo incensou aos filhos seus
Eu incenso, eu incenso essa casa
Na fé de Oxóssi, de Ogum e Oxalá
Eu incenso, eu incenso essa casa
Na fé de Oxóssi, de Ogum e Oxalá
Estou incensando, estou defumando
A casa do Bom Jesus da Lapa
Estou incensando, estou defumando
A casa do Bom Jesus da Lapa
Sete folhas da Jurema, cheirou guiné.
Defuma nossa Umbanda, filhos de fé.(2x)
Oi salve a pemba
Também salve a toalha (2x)
Salve a coroa é de nosso Zambi maior (2x)
Corre Gira Pai Ogum, filho quer se defumar.
Umbanda tem fundamento, é preciso preparar.
Com incenso, benjoim, alecrim e alfazema.
Defumai filhos de fé, com as ervas da Jurema.
Eu abro a nossa gira com Deus e Nossa Senhora
Eu abro a nossa gira, samborê, pemba de Angola
Já abri a nossa gira com Deus e Nossa Senhora
Já abri a nossa gira, samborê, pemba de Angola
4. 4
2. Bate cabeça
Neste momento são cantados os seguintes pontos:
Vai, vai, vai
Aos pés de Nosso Senhor
Vai bater cabeça meus filhos, Oxalá mandou.
Bate cabeça, filho de Umbanda.
Salve Oxalá, salve a nossa Banda.
3. Abertura do Trabalho
Vou abrir minha Jurema
vou abrir meu Juremá
Com licença de Mamãe Iansã
E nosso Pai Oxalá.
É feita a oração pelo pai ou mãe da casa, seguido pela oração “Pai Nosso”.
Cantamos novamente:
Já abri minha Jurema
Já abri meu Juremá
Com licença de Mamãe Iansã
E nosso Pai Oxalá.
3.1. Pontos Pós-Abertura do Trabalho
Após aberta a Jurema, cantamos o Hino dos Orixás, o Hino de Oxalá, o ponto do
Caboclo Gira Mundo e a saudação ao Povo da Esquerda.
Penso no dia que logo vai nascer
E o meu peito se enche de emoção
A esperança invade o meu ser
Eu sou feliz e gosto de viver.
Pela beleza dos raios da manhã
Eu te saúdo Mamãe Iansã
Pela grandeza das ondas do mar
Me abençoe Mamãe Iemanjá
A mata virgem tem seu semeador
Ele é Oxóssi Okê Okê Arô!
Na cachoeira eu vou me refazer
Nas águas claras de Oxum ai eio
Se a injustiça faz guerra de poder
Valha-me a espada de Ogum, Ogunhê
5. 5
Não há doença que venha me vencer
Sou protegido de Obaluaê
Eu sou da paz
Mas sou um lutador
A minha lei quem dita é Xangô
A alegria já tem inspiração
Na inocência de Cosme e Damião
Não tenho medo
Vou ter medo de que?
Tenho ao meu lado Nanã Boruque
E essa luz que vem de Oxalá
Tenho certeza vai me iluminar...
Vou caminhando nas estradas desta vida
E me protegem sete luzes de Orixás
Filhos de Umbanda
Minha fé é o que me guia (BIS)
Nos caminhos de Aruanda
Sob a paz de Oxalá
Oxalá é paz
Oxalá é o rei
Divino pai
Divina força que me encanta (BIS)
Nos caminhos de Aruanda
sua luz é minha lei
Ai me Deus lá nas alturas (BIS)
O meu pai é o caboclo Gira Mundo
Bumba-rasqui Bumba-rasqui Bumbauê (BIS)
Meus inimigos não podem vencer
No clarão da lua (BIS)
Exu chegou caminhando na rua
Exu, Exu
Os seus caminhos são de paz e de amor
Exu, Exu
Os meus caminhos quem protege é Tranca Ruas
6. 6
4. Chamada dos Caboclos
Cabocla Araci (Cristina)
Mãe d’água rainha das ondas, sereia do mar
Mãe d’água seu canto é bonito quando tem luar
Iê Iemanjá (2x)
Rainha das ondas, sereia do mar (2x)
É bonito o canto de Iemanjá
Sempre faz um pescador chorar
Quem escuta a mãe d'água cantar
Vai com ela pro fundo do mar (BIS)
Caboclo Sete Flechas (Gustavo)
Foi numa tarde serena
lá na mata da Jurema
Ouvi o caboclo bradar
Kiô, kiô, kiô, kiô, kiera
Sua mata está em festa (BIS)
Saravá seu Sete Flechas
Ele é rei da floresta
Caboclo Mata Virgem (Pablo)
Caboclo roxo da cor morena (BIS)
É Seu Oxossi, caçador lá da Jurema
Ele jurou. Ele jurará. Pelos conselhos que a Jurema vem lhe dar
Ele jurou. Ele jurará. Pelos conselhos que a Jurema vem lhe dar
Caboclo Guaraci (Lucília)
Ele atirou, ele atirou e ninguém viu
Que seu Oxóssi passava, aonde a flecha caiu
Caboclas Aitapoarã e Amanancy (Célia e Flávia)
Olha que o céu clareou, quando o dia raiou
Fez o filho pensar
A mãe do tempo mandou, a nova era chegou
Agora vamos plantar
Do Humaitá Ogum bradou
Senhor Oxóssi atinou, Iansã vai chegar
O ogã já firmou, o atabaque afinou, agora vamos cantar
A eparrei, ela é Oyá, ela é Oyá
A eparrei, é Iansã, é Iansã
A eparrei, quando Iansã vai pra batalha
Todos cavaleiros param só pra ver ela passar
7. 7
Cabocla Guaraciaba (Cintia)
Iemanjá sereia
Iemanjá rainha do mar (2x)
Ie e e manjá Ie e e sereia do mar
Ô segura o ponto rainha do mar
A subida dos Caboclos auxiliada pelos seguintes pontos:
Caboclo apanhe a sua flecha
Pegue o seu bodoque, o galo já cantou
O galo já cantou na Aruanda
Oxalá lhe chama para a sua banda (2x)
A sua mata é longe e eles vão embora
E vão beirando o rio azul
Adeus Umbanda, os Caboclos vão embora
E vão beirando o rio azul.
(Após a subida dos Caboclos)
A sua mata é longe, eles foram embora
Foram beirando o rio azul
Adeus Umbanda, os Caboclos foram embora
Foram beirando o rio azul
Para a subida dos Caboclos do comando
Adeus Umbanda onde canta o juriti (2x)
O caboclo vai embora, seu cavalo fica aqui (2x)
É madrugada, assoviou a seriema (2x)
A cabocla vai embora (2x)
Pra cidade da Jurema
Ela vai orar, Oxalá mandou (2x)
8. 8
5. Pretos Velhos das Almas
Pai Antônio (Cristina)
Santo Antônio de Pemba caminhou sete anos
A procura de um anjo, foi até que encontrou
Caminhou, caminhou. Ai como caminhou
Ai como caminhou, Santo Antônio de Pemba
Ai como caminhou
Auê, auê quem manda na terra auê
Pai Martim (Gustavo)
Meu São Benedito
Olha sua coroa (BIS)
Não deixe pelo amor de Deus
Oh meu pai, seus filhos caírem à toa
Chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
No tempo da escravidão
Quando o senhor me batia
Eu gritava por Nossa Senhora
Meu Deus, como a pancada doía
Oi corre ronda meu Deus do céu, oi corre ronda
Oi corre ronda meu pai, por caridade
A gente pede pras almas
As almas pedem aos santos
Os santos pedem à Deus a caridade
Vovó não quer
Casca de coco no terreiro
Por que faz lembrar dos tempos do cativeiro
Quando a lua lá no céu surgiu
Clareou os caminhos da Umbanda
E na terra filhos de pemba pediu
Preto velho ouviu
Como é linda a nossa Umbanda
O navio negreiro chegou
Carregado de preto nagô
Navio atracou na beira do mar
Vamos sarava nossa mãe lemanjá
9. 9
São Cipriano é quem manda nos pretos velhos
São Cipriano manda os pretos velhos trabalhar
Orai meu pai orai
Oi venham ver os pretos trabalhar
Meu cachimbo está no toco
Manda muleque buscar
No alto da derrubada
Meu cachimbo ficou lá
Que arruda tão bonita
Que vovó mandou apanhar
Mas não chore meu netinho
Que vovó manda plantar
Aonde é que preto velho mora
Aonde é que preto velho gira
Ele mora na beira do rio
Onde o galo não canta e a cobra não pia
Pretos velhos chegaram
Aqui neste congá
Vieram com ordens para trabalhar
Pretos velhos trabalham
Para os filhos seus
E vencem demandas em nome de Deus
Nega cambinda que fala nagô
Oi nega da costa mina
Filhos de babaaô
E na Aruanda e e
E na Aruanda e a
Nego pula, nego dança
Na batida do tambor
Nego toma sua marafa
Saravá velho nagô
Cambindas mamãe e
Cambindas mamãe a
Segura cambindas que eu quero ver
Filhos de Umbanda não tem querer
Congo rei congo
Cadê o preto velho
Vamos saravá
O terreiro de congo
10. 10
Pai José vem de longe, aos pés de nosso senhor (BIS)
Preto morreu num palanque, ai meu Deus
Chorando lágrimas de dor
Quando o caboclo traz a folha da Jurema
E o preto velho traz arruda e guiné
Ele vem trabalhar na lei da umbanda
Tem licença de Aruanda pra salvar a quem tem fé
Para a subida dos Pretos Velhos, cantamos os seguintes pontos:
Lá vai o preto velho
Subindo pro céu
E Nossa Senhora
Cobrindo com o véu
Preto velho, vai vai embora
Vai com Deus e Nossa Senhora
Quando o atabaque soa, filho de Umbanda chora
Quando o atabaque soa, filho de Umbanda chora
Adeus, adeus meus filhos... O Pai Martim vai embora
Adeus, adeus meus filhos... O Pai Martim vai embora
Quando o atabaque soa, filho de Umbanda chora
Quando o atabaque soa, filho de Umbanda chora
Adeus, adeus meus filhos... O Pai Antônio vai embora
Adeus, adeus meus filhos... O Pai Antônio vai embora
11. 11
6. Baianos
Maria Redonda (Cristina)
Baiana saia rendada
Tabuleiro desceu ajé
A baiana vem requebrando
Quando dança o candomblé
E Bahia, Bahia do Nosso Senhor do Bonfim
E Bahia, peça a Oxalá por mim
Jailton (Gustavo)
Bahia, oh África, venha nos ajudar
Bahia, oh África, venha nos ajudar
Força baiana, força africana, força divina
Vem cá, vem cá
Força baiana, força africana, força divina
Vem cá, vem cá
Genivaldo e Pedro de Alencar (Pablo e Lucília)
Com seu chapéu de couro, por Deus abençoado
Ao chegar pede licença pra entrar nesse reinado
Ele é da Bahia, esse baiano vale ouro
Ele é da Bahia, salve seu chapéu de couro
Jetruá, Jetruá Minha corda é de laçar
Jetruá, Jetruá Corda de laçar meu boi
Na Bahia tem, eu vou mandar buscar
Lampião de vidro, oi Sadona para clarear
Bahia é terra de dois
E terra dois irmãos
Governador na Bahia
É Cosme e São Damião
Oi na Bahia, ninguém pode com baiano
Quebra coco, arrebenta sapucaia, vamos todos saravá
Baiano bom, baiano bom
Baiano bom é que sabe trabalhar
Baiano bom é o que sobe no coqueiro, tira o coco, bebe a água e põe o coco no lugar
12. 12
Para a subida dos baianos são cantados os seguintes pontos:
Adeus minha pemba
Adeus minha guia
Minha terra é muito longe
Meu congá é na Bahia
Maria Redonda (Cristina)
Eu já lhe dei boa noite Sadona
E boa noite eu já lhe dei Sadona
Neste mundo não há Sadona
Um coração igual ao seu Sadona
13. 13
7. Pretos velhos de Calunga
Vó Mariana (Cristina)
Já plantei mandioca a formiga comeu
Já plantei não planto mais (Bis)
Zig, zig, zig, zig, zig zá
Minha zinfiá cade seu patuá
Pai Ezequiel (Gustavo)
Entrei na sala, sai na cozinha
Macumba de velho ninguém adivinha
Cobra piou eu também quero piar (3x)
Salve o povo de Calunga. Salve o reino de Oxalá
Quem gosta de ti não cai calunga. Foi o poder que Deus lhe deu calunga
Neste mundo não há calunga um coração igual ao seu Calunga
Esse calungue, esse calunga
Calunga veio em terra, pra filho de terra salvar
Calunga tem, calunga dá, Calunga dá
Pra quem sabe aproveitar
Para a subida dos Pretos Velhos de Calunga, é cantado o seguinte ponto:
Zum, zum,zum
É macumba de velho
Zum, zum, zum
É macumba de preto
14. 14
8. Caboclos
No dia em que temos gira de caboclos, antes da chegada dos Caboclos da casa,
fazemos uma saudação aos Caboclos do Sr. Demétrio Domingues, Dona Lourdes
(esposa do Sr. Demétrio), Sr. João Misael e dona Ida Misael. Pessoas responsáveis pelo
desenvolvimento da mãe da casa. Além de homenagear o Caboclo Pena Verde.
Nesta homenagem, cantamos os seguintes pontos:
Caboclo da mata trabalha
Com São Cipriano e Jacó
A noite é com a Lua
De dia é com Sol
Salve o Caboclo Pena Verde
Gaio n’água eu vi (BIS)
Gaio n’água Pena Verde
Seus caboclos vêm ai (BIS)
Caboclo velho que sabe dominar
Caboclo velho que sabe demandar
Oi caboclo velho, ele é o dono do conga (BIS)
Salve o Caboclo Acarajé
A estrela brilhou no céu
E as mata estremeceu
Aonde estão os capangueiros da Jurema
Que até agora não apareceu
E aonde está o caboclo Acarajé?
Que até agora ainda não desceu
Ele é caboclo da mata fechada
Ele é caboclo em qualquer lugar
Mas não apanhe as folhas da Jurema Sem ordem suprema de pai Oxalá
Salve o Caboclo Pena Dourada
Seu Ogum Beira Mar
É quem manda no mar
Quando ele vem, beirando a areia
Traz no braço direito o rosário de Mamãe Sereia
Salve o Caboclo Zimbata Flecha Vermelha
Beira mar auê beira mar (BIS)
Estava na minha banda. Estava no meu congá
Estava lá na calunga, vamos todos saravá
Beira mar auê beira mar (BIS)
Ogum já jurou bandeira
Nos campos do Humaitá
Ogum já venceu demanda
Vamos todos saravá
São cantados os seguintes pontos para a subida dos caboclos:
15. 15
Caboclo apanhe a sua flecha
Pegue o seu bodoque, o galo já cantou
O galo já cantou na Aruanda
Oxalá lhe chama para a sua banda
O galo já cantou na Aruanda
Oxalá lhe chama para a sua banda
A sua mata é longe e eles vão embora
E vão beirando o rio azul
Adeus Umbanda, os Caboclos vão embora
E vão beirando o rio azul.
(Após a subida dos Caboclos)
A sua mata é longe, eles foram embora
Foram beirando o rio azul
Adeus Umbanda, os Caboclos foram embora
Foram beirando o rio azul
Para a subida dos Caboclos do comando
Quando o atabaque soa
Filhos de Umbanda chora
Adeus, adeus meus filhos
A cabocla Araci vai embora
Quando o atabaque soa
Filhos de Umbanda chora
Adeus, adeus meus filhos
O caboclo Sete Flechas vai embora
16. 16
9. Gira de Esquerda
A gira de esquerda é iniciada pela defumação da assistência e médiuns e todos devem
cantar o seguinte ponto:
Oi corre gira Pai Ogum
Filhos quer se defumar
Umbanda tem fundamento e é preciso preparar
Com incenso e benjoim
Alecrim e alfazema
Oi defumai filhos de fé
Com as ervas da Jurema
Ogum, Exu pede licença pro seu povo arriar (OGUM)
Mas ele é um Exu guerreiro
Vem trazendo forças
Pra esse terreiro
De vermelho e negro
Vestida a noite o mistério traz
De colar de contas, brinco dourados
A promessa faz
Se é preciso ir, você pode ir
Peça o que quiser
Mas cuidado amigo
Ela é bonita, ela é mulher
E no canto da rua
zombando, zombando, zombando está
Ela é moça bonita
girando, girando, girando lá
Oi girando laroyê
Oi girando laroyá
Vinha caminhando a pé, para ver se encontrava
A minha cigana de fé
Parou e leu a minha mão
E disse-me toda a verdade
Só queria saber
Aonde mora
Pomba gira cigana
Ganhei uma barraca velha
Pomba Gira quem me deu
O que é meu é da Pomba Gira
O que é dela não é meu
17. 17
O sino da igrejinha faz
Belém, blém blom (Bis)
Deu meia noite o galo já cantou,
Seu Tranca Rua que é o dono da gira
Oi corre gira que Ogum mandou
Exu fez uma casa
Sem porteira e sem janela
Ainda não achou
Morador pra morar nela
Olha o toco no caminho
Alevanta o pé
O mato está bulindo
Manda ver quem é
Rosa (Cristina)
Boa noite pra quem é da noite
Bom dia pra quem é do dia
Eu sou Maria
Sou a Padilha
Padilha da macumbaria
Padilha da feiticeira
Eu sou Maria, Sou a Padilha
Eu sou Maria a pomba gira
Gira na roda mulata faceira
Gira, gira a noite inteira
Como é lindo o seu bailar
Quando ela chega o povo se levanta
Pra saudar quem vem de Ganda
Padilha, exu mulher
Moça bonita, que comanda a encruzilhada
Solta a sua gargalhada e consegue o que quer
Olha gira gire
Pomba gira não anda sozinha Pomba gira não anda só
Ela anda com sete exus, a navalha e os sete nós
Desamarra, desamarra, desamarra, desamarra
Se não vou cortar, desamarra
Estou sentindo falta de um sorriso, que falta está fazendo aquele olhar
São belezas de uma pomba gira, encantadora que tem nome de menina
Oh pomba gira! Você é a mais bela flor
Trazendo da sua encruzilhada, a magia que liberta o amor
18. 18
Pomba Gira Sete Saias, mulher de sete maridos
Carrega sete navalhas na barra do seu vestido
Xô xô xô Sete Saias chegou
Oh Dama da Noite
Oh minha donzela
Cadê Dama da Noite
Eu quero falar com ela
Olha ela ai, olha ela ai
Oh Dama da Noite, a mulher de Tiriri
Quando passar na porta do cemitério moço
Oi não se esqueça de olhar pra trás
Você vai ver, uma moça vestida de negro, moço
Ela é Maria, Mariá (2x)
A sua casa não tem porta e nem janela
É lá que o vento vai, é lá que o vento leva (2x)
Ôhh ôhh ôhh a dona da casa chegou(2x)
Quem é essa mulher na porta do cabaré
Cabaré cabaré, quem é essa mulher (2x)
Joguei no rei parei no às (2x)
Eu quero ver você fazer o que a Padilha faz (2x)
É uma casa de pombo ôh,
É de pombo gira (2x)
AUÊ, AUÊ, AUÊ
AUÊ AUÊ, AUÁ
Pomba Gira é Mojubá (2x)
Abre essa cova eu quero ver tremer
Abre essa cova quero ver balancear (2x)
Maria Padilha das almas
O cemitério é o seu lugar
É no Buraco que a Padilha mora
É na Calunga que a Padilha vai girar (2x)
Maria Quitéria comeu ponta de agulha
Quem mexer com ela vai pra sepultura (2X)
Ofereci uma champanhe pra ela
Com 7 rosas e 7 velas (2x)
Faz tanto tempo eu nem me lembro mais
Aonde é a sepultura dela (2x)
19. 19
Dói, dói, dói, dói, dói
Um amor faz sofrer
Dois amores fazem chorar (2x)
Te dei amor
Te dei carinhos
Te dei uma rosa
E tirei os espinhos (2x)
Dói, dói, dói
Após os atendimentos, as pombas giras se preparam para ir embora. Nesse momento, são
cantados os seguintes pontos:
Pomba Gira girou, girou e curiou
Pemba branca, pemba preta
Pemba encarnada
Pomba gira trabalhou
Vai pra encruzilhada
Pé pelo pé a encruzilhada já lhe chama
Pé pelo pé encruzilhada lhe chamou
Para a chegada dos exus são puxados os seguintes pontos:
Seu João (Cristina)
No clarão da lua
Exu chegou caminhando na rua
Exu, exu, os seus caminhos
São de paz e de amor
Exu, exu, os meus caminhos
Quem protege é Tranca Ruas
Zulu (Gustavo)
Era meia noite quando seu Sete chegou
Era meia noite quando seu Sete chegou
Corre gira, Corre gira
Vai chegar a madrugada
Salve Exu, Salve Exu
Das 7 encruzilhadas
Portão de ferro cadeado de madeira
Quem manda no cemitério
É o Exu Caveira
20. 20
Ele vem vindo por detrás da bananeira
Saravá senhor exu, Exu Tata Caveira
Ventou no canavial, um trovão lá no céu ecoou (2x)
Salve Iansã e Xangô
Salve a coroa do Exu Marabô
Eu andava pelo mundo, sem ter nada pra comer
Fui pedir as santas almas para vir me socorrer
Abre a porta do céu São Pedro
Deixa as almas trabalhar
No meu caminho ele quebra demanda
Porém no cemitério ele é Seu Sete Campas
Eu o conheço por amigo leal (Bis)
Porém no cemitério ele é Seu Sete Campas
O garfo do exu é forte
A capa do exu que nos rodeia
A meia noite na encruzilhada
Dando a sua gargalhada
Exu Pimenta não bambeia
Não bambeia, não bambeia
Exu Pimenta é o exu que não bambeia
Exu da meia noite, Exu da madrugada
Salve o povo da encruza, sem Exu não se faz nada
Senhor Exu Dono da Encruzilhada
Nós vos chamamos para trabalhar
Queremos ouvir sua risada, queremos sua ajuda
Venha nos guardar
Se pedirmos o senhor sempre vem. Nos ampara e nos da seu axé
É o senhor o instrumento da lei, a defender filhos de fé
Senhor Exu Omojubá
Senhor Exu LAROYÊ
Ele é o Exu do nosso congá
É o guardião que vem nos proteger
Seu Tranca Ruas, dá uma volta lá fora (BIS)
Quem for bom traga pra dentro
E quem não for, deixa lá fora
21. 21
Quando o sol aqui não mais brilhar
Quando a lua o seu clarão refletir
É sinal que está na hora
É ele quem chega agora, já deu meia-noite
Tranca-Ruas quem chega aqui.
Jurou amar alguém na encruzilhada
Jurou fazer o bem de madrugada
E hoje com fé
Companheiro e amigo leal
Quebra feitiço e também desfaz o mal
E toda vez que na rua eu caminhar.
E ouvir de longe sua voz a ecoar.
Tenho certeza que agora eu não ando sozinho
Seu Tranca-Ruas é o dono do meu Caminho!
Auê Exu Brasa
Auê ê a
Auê Exu Brasa
Auê ê a
Ele vem lá da encruza
Pra seu ponto firmar
Ele vem lá da encruza
Pra seu ponto firmar
Ele é faceiro no andar
Auê Exu Brasa
Bota o caldeirão pra ferver
E a brasa queimar
E no seu caminhar
Ele vem me valer
Quem nunca viu venha ver, caldeirão sem fundo ferver
Exu Brasa no terreiro, agora que eu quero ver
Quem nunca viu venha ver, caldeirão sem fundo ferver
Exu Brasa no terreiro, agora que eu quero ver
Oh Luar, Oh Luar Oh Luar
Mas ele é o Dono da Rua
Oh Luar
Oh Luar, Oh Luar Oh Luar
Mas ele é o Dono da Rua
Oh Luar
Quem cometeu as suas faltas
Peça perdão a Tranca Rua (2x)
22. 22
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exú Caveira! (x2)
Quando o galo canta é madrugada,
Foi Exu na encruzilhada, batizado com dendê.
Rezo uma oração de traz pra frente,
Eu queimo fogo e a chama ardente aquece Exú , Laroyê.
Eu ouço a gargalhada do Diabo,
É Caveira, o enviado do Príncipe Lúcifer.
É ele quem comanda o cemitério,
Catacumba tem mistério, seu feitiço tem axé. Ê Caveira!
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exu Caveira! (x2)
Na Calunga, quando ele aparece,
Credo e cruz, eu rezo prece pra Exu, dono da rua.
Sinto a força deste momento,
E firmo o meu pensamento nos quatros cantos da rua.
E peço a ele que me proteja,
Onde quer que eu esteja ao longo desta caminhada.
Confio em sua ajuda verdadeira,
Ele é Exu Caveira, Senhor das Encruzilhadas. Ê Caveira !
Ninguém pode comigo
Eu posso com tudo
Na encruzilhada, eu sou Exu Veludo
Após os atendimentos, os exus se preparam para ir embora. Nesse momento, são
cantados os seguintes pontos:
Exu saravou, Exu curiou
Exu vai embora que Zambi mandou
Pemba branca, pemba preta
Pemba encarnada
Exu já trabalhou
Vai pra encruzilhada
Pé pelo pé a encruzilhada já lhe chama
Pé pelo pé encruzilhada lhe chamou
Vai se embora exu, não tropeça no caminho
Pisa no quintal dos outros, mas não mexa com o vizinho
23. 23
10. Gira de Malandros e Molambos
A gira de Malandros e Mulambos é iniciada pela defumação da assistência e médiuns e
todos devem cantar o seguinte ponto:
Oi corre gira Pai Ogum
Filhos quer se defumar
Umbanda tem fundamento e é preciso preparar
Com incenso e benjoim
Alecrim e alfazema
Oi defumai filhos de fé
Com as ervas da Jurema
Após a defumação, será feita a chamada dos guias e cantaremos os seguintes pontos:
Ô boa noite pra quem é de boa noite
Bom dia pra quem é de bom dia
A bênção, meu papai a bênção
Seu Zé Pelintra é o rei da boemia
Seu Zé Pelintra, onde é que o Senhor mora?
Seu Zé Pelintra, onde é sua morada?
Eu não posso lhe dizer
Porque você não vai me compreender
Eu nasci no Juremá
Minha morada é bem pertinho de Oxalá
Seu Zé, ele é mestre na Aruanda
Saravá a sua banda, vem chegando devagar (2x)
Quando ele chega, chega sempre sorridente
Com cigarro entre os dentes
De branco pra amenizar
O desamor que existe nessa terra
Sabe nos livrar da guerra
E sem mais quer nos levar
Não há demanda que possa lhe derrubar
Ele é cabeça feita, tem um nome a zelar
Mas desaforo não aceita, nunca se deixa levar
Ele sempre ajuda quem nele tem fé
Saravá Seu Zé
É na palma da mão e cantando com fé
Saravá Seu Zé
Oh Saravá Seu Zé
Saravá Seu Zé (2x)
Ele sempre ajuda a quem nele tem fé
Ô Zé quando vem lá da lagoa, toma cuidado com o balanço da Canoa (2x)
Oi Zé faça tudo o que quiser, só não maltrate o coração dessa mulher
24. 24
É Seu Zé que tá chegando
Zé Pelintra aqui chegou
Eita Zé que é arretado Oxalá quem te mandou (2X)
Pai Ogum é seu amigo, pela esquerda ele andou
Bebeu cachaça com Exu, com Pomba Gira ele dançou
É Seu Zé que tá chegando
Zé Pelintra aqui chegou
Eita Zé que é arretado Oxalá quem te mandou (2X)
Ele quebra a demanda
Catimbó despedaçou
Eita seu Zé quem é mulherengo
Seu Zé Pelintra é do amor
É Seu Zé que tá chegando
Zé Pelintra aqui chegou
Eita Zé que é arretado Oxalá quem te mandou (2X)
Com seu terno branco
E sua bengala
Na encruzilhada, quá quá quá
Exu deu risada
Para a chegada das Mulambos, cantamos:
Olha a saia dela lelê
É mulambo só
Sua saia tem sete metros
Sete metros é farrapo só
Vem ver tremer
A Maria Mulambo vai chegar
E o caldeirão vai ferver
Maria Mulambo, vem fumar e vem beber
Que a sua capa eu já mandei fazer (2x)
Ela foi cruzada no azeite de dendê
Não é capa de exu é de Maria Malambê (2x)
Lá vem ela oh
Caminhando pela rua
Lá vem a Maria Molambo com Tiriri, Marabô e Tranca Rua (2x)
Oh que noite tão bonita, como brilha o luar
Abram alas minha gente que a Molambo vai chegar
Canta um ponto bem bonito, que a Molambo vai dançar
O trabalho dessa moça, faz a Umbanda admirar
Lá vem ela oh
Caminhando pela rua
Lá vem a Maria Molambo com Tiriri, Marabô e Tranca Rua (2x)
25. 25
A lua brilhava
Tiriri bebia
Tranca Rua cantava, Marabô sorria
São todos exus de fama, são todos exus de fé
Saravá Maria Molambo e a todo Exu que aqui vier
Para a partida das Mulambos podemos cantar os mesmo pontos de partida de Pombas Giras.
26. 26
9. Gira de Marinheiros
A gira de Marinheiros é iniciada pela defumação da assistência e médiuns e todos
devem cantar os seguintes pontos de defumação normalmente.
Depois vamos chamar os marinheiros. Segue abaixo os pontos:
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
Eu não sou daqui, marinheiro só
Eu não tenho amor, marinheiro só
Eu sou da Bahia, marinheiro só
De São Salvador, marinheiro só
Ô, marinheiro, marinheiro
Marinheiro só
Ô, quem te ensinou a nadar, marinheiro só
Ou foi o tombo do navio, marinheiro só
Ou foi o balanço do mar, marinheiro só
Lá vem, lá vem, marinheiro só
Ele vem faceiro, marinheiro só
Todo de branco, marinheiro só
Com seu bonezinho, marinheiro só
Seu Marinheiro é hora
É hora de vir trabalhar
É céu é mar é terra
Oh marinheiro no balanço do mar
Quem te ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar
Após o atendimento da assistência, os marinheiros se despedem e cantamos os pontos
de subida.
Seu marinheiro sua morada é o mar (2x)
Eu vou, eu vou remando
Remando para o mar
Seu marinheiro que balanço é esse? (2x)
É seu barquinho que vai para o mar
Levando flores belas pra mãe Iemanjá
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10. PONTOS DE ORIXÁS
Ogum
Se meu pai é Ogum
Vencedor de demanda
Ele vem de aruanda pra salvar filhos de Umbanda (Bis)
Ogum, Ogum Iara (Bis)
Salve os campos de batalha, salve a sereia do mar
Ogum, Ogum Iara (Bis)
Lá vem Ogum em seu cavalo, com sua espada e sua lança na mão
Mas como corre, deixa correr
Vamos sarava Ogum Megê
Ogum olha sua bandeira. É branca, é encarnada
Ogum nos campos de batalha
Ele venceu a guerra sem perder soldados
Salve Ogum Megê, Ogum Rompe Mato, Ogum Beira Mar
Ele trabalha na areia, ele trabalha no mar
A sua espada é de ouro, seu capacete é de rei
Quando ele vem de aruanda, eu sou filho de Umbanda
Ogunhê
Pisa na linha de Umbanda, que eu quero ver
Ogum 7 ondas
Pisa na linha de Umbanda, que eu quero ver
Ogum beira mar
Pisa na linha de Umbanda, que eu quero ver
Ogum Iara, Ogum Mege
Olha a banda aruê
Ogum meu pai. Quem é da linha de Umbanda não cai
Firma ponto no terreiro, firma ponto meu irmão
Quem é da linha de Umbanda tem sempre a pemba na mão
Ogum
Ogum em seu cavalo corre e a sua espada reluz
Ogum, Ogum Mege
Sua bandeira cobre os filhos de Jesus, Ogunhê
28. 28
Estava sentado na praia
Vi 7 ondas rolar
Abre a porta ó gente
Que ai vem Ogum
Com a lança e a espada na mão
Ele vem sarava
Nesta casa de guerreiro (Ogum)
Vim de longe pra rezar (Ogum)
Rogo a Deus pelos doentes (Ogum)
Na fé de Obatalá (Ogum)
Ogum salve a casa santa (Ogum)
Os presentes e os ausentes (Ogum)
Salve nossas esperanças (Ogum)
Salve velhos e crianças (Ogum)
Nego velho ensinou (Ogum)
Na cartilha de aruanda (Ogum)
E Ogum não esqueceu (Ogum)
Como vencer a demanda (Ogum)
A tristeza foi embora (Ogum)
Na espada de um guerreiro (Ogum)
E a luz do romper da aurora (Ogum)
Vai brilhar neste terreiro (Ogum)
Ogum
Cavaleiro de Umbanda
Vencedor de demandas
Não deixa filho tombar (2x)
No luar ele chama a sereia
Risca o ponto na areia
Unindo as forças com o mar
E quando ele chega na aldeia
As estrelas clareiam pra ver Ogum trabalhar (2x)
29. 29
Oxóssi
Salve Oxóssi, oi salve Oxóssi meu pai
Salve Oxóssi, quem é da linha de Umbanda não cai
Oxóssi é rei das matas, Oxóssi é caçador
Por isso no demanda Oxóssi é vencedor
Oi salve Oxóssi
Quem manda nas matas é Oxóssi
Oxóssi é caçador, Oxóssi é caçador
Eu vi meu pai assoviar, eu mando chamar
É na Aruanda e, é na Aruanda
Oi seu Pena Verde é de Umbanda
É na aruanda e
Eu vi chover, eu vi relampear
Mas mesmo assim o céu estava azul
Samborê pemba folha de Jurema
Oxóssi reina de Norte a Sul
Oxóssi lá da Jurema, manda forças cá pra nós
Caboclo bom e e, manda força cá pra nós
Ele atirou, ele atirou e ninguém viu
Que seu Oxóssi passava aonde a flecha caiu
Ele atirou
Se meu pai é Oxóssi, quero ver balancear
Arreia, arreia os caboclos da Jurema
Oi Jurema
As matas estava escura
Os anjos a iluminou
No centro da mata virgem
Foi seu Oxóssi quem chegou
Mas ele é rei, ele é rei, ele é rei
Mas ele é rei da Umbanda ele é rei
Sou filho do guerreiro de uma flecha só
Sou filho de Oxóssi caçador
E todo bom guerreiro não anda só
Tem sempre um irmão merecedor
O Rei das matas, o meu protetor
O Rei das Matas, o meu protetor
30. 30
Saravá meu pai Oxóssi
Sua bênção meu senhor 4x
Oke Arô
Okê Arô (4x)
Sou filho do guerreiro de uma flecha só
Sou filho de Oxóssi caçador
Ele é mensageiro do Pai maior
E cumpre sua missão com muito amor
O Rei das Matas, o meu protetor
O Rei das Matas, o meu protetor
Sarava meu pai Oxóssi
Sua bênção meu senhor 4x
Oke Arô
Okê Arô (4x)
31. 31
Iemanjá
Saravá sereia linda, saravá Mãe lemanjá (2x)
Que ao chegar das 7 ondas, sua benção vem nos dar
Mãe lemanjá, Mãe lemanjá
É a luz da estrela guia
Que se estende sobre o mar
Eram duas ventarolas
Duas ventarolas, que vinham sobre o mar
Uma era Iansã eparrei
A outra era Iemanjá, odocia
Iemanjá a Sereia
Iemanjá a Rainha do Mar
le e e Iemanjá
le e e Sereia do Mar
Oi segura o ponto Rainha do Mar
Hoje eu vou cantar, hoje eu vou cantar
Vou louvar na areia em lua cheia minha mãe Iemanjá
Ie ie
Rosa do mar, minha estrela do céu azul
Não é história de um pescador que meu amor eu vou lhe entregar
Ie ie
Deixa, deixa as ondas do mar passar, ouça o canto da bela Odoyá.
Oxalá quem mandou um grande amor do fundo do mar
Ie ie
Eu pedi um abraço e ela me deu
Eu pedi amor e ela não negou
Iemanjá olhai pelo filho seu
Iemanjá cuida do seu Iaô
Quando a vida era só tristeza
Pelos caminhos pedras e rancor
Eu fui na praia falar com Iemanjá
E a rainha do mar minha vida mudou
Ela me dá motivos pra sorrir
Mesmo o mundo me fazendo chorar
Se com ela a vida anda difícil
Sem ela eu sei que não posso caminhar
Suas ondas eram meu refúgio
O meu castelo era o fundo do mar
Cada estrela era testemunha do meu amor por mamãe Iemanjá
32. 32
Iansã
Iansã tem seu leque de pena, pra abanar dia de calor
Iansã mora nas pedreiras, eu quero ver meu pai Xangô
Olha que o céu clareou, quando o dia raiou
Fez o filho pensar
A mãe do tempo mandou, a nova era chegou
Agora vamos plantar
Do Humaitá Ogum bradou, Senhor Oxóssi atinou
Iansã vai chegar
O ogã já firmou, o atabaque afinou, agora vamos cantar
A eparrei, ela é oyá, ela é oyá
A eparrei, é Iansã, é Iansã
A eparrei
Quando Iansã vai pra batalha
Todos cavaleiros param só pra ver ela passar
Me protegi, nos bambuzais de Iansã
Das demandas que jogaram em mim
Ela é do vento, que traz toda a bondade
E com seu raio destrói toda maldade
Eparrei ô bela Oyá, virou o tempo, foi pra ela guerrear
Eparrei ô bela Oyá, na nossa Umbanda ela é grande Orixá
Ô Iansã menina seu jeito me fascina
É de arrepiar
Ô Iansã guerreira não há barreiras
Pra lhe segurar
Ela chegou! Bem devagar
E observou em cada canto desse mundo
E a fez pensar
A luz brilhou em seu Jacutá
E anunciou
Prepare que a Guerreira agora vai reinar
Ô Iansã Menina seu jeito me fascina
É de arrepiar
Ô Iansã guerreira não há barreiras
Pra lhe segurar
O tempo mudou! Fez o céu brilhar
O Sol e a lua irradiam energia
Para renovar
Que renasça o amor e fortaleça a fé
Pois Iansã está soprando pelo mundo
Um vendaval de Axé
Ô Iansã Menina seu jeito me fascina
É de arrepiar
Ô Iansã guerreira não há barreiras
Pra lhe segurar
33. 33
Oxum
Eu vi Mamãe Oxum na cachoeira, sentada na beira do rio
Colhendo o lírio, lírio, ê
Colhendo o lírio, lírio, a
Colhendo o lírio pra enfeitar nosso congá
Sou filho do amor, o maior bem do mundo
Sou filho do sol, que clareia onde é escuro
Sou filho da lua, da cachoeira e do mar ( e do mar )
Sou filho da terra, das estrelas e do ar
Sou filho de Oxum e levo o meu axé
Sou filho de Oxum e Jesus de Nazaré
Sou filho da noite, sou filho do dia
Se eu choro de noite, tenho fé no outro dia
Sou filho de Oxum e Jesus de Nazaré (2x)
O rio é de Oxum, aiê êo
O lago é de Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Água da cachoeira, aiê êo
Força da cachoeira, aiê êo
Água cristalina, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
O rio passa na mata, aiê êo
Na pedra uma cascata, aiê êo
Oxóssi e Xangô, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
O vento na campina, aiê êo
O rio corta a campina, aiê êo
Iansã e Ogum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
O rio encontra o mar, aiê êo
Nos braços de Iemanjá, aiê êo
Mãe de Oxalá, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Eu vi mamãe Oxum cantando na cachoeira
Dançando toda faceira, tão linda como ela faz
E quando ela canta Xangô senta na pedreira, Oxóssi lá na ribeira
Nem vento não venta mais
Aiê êo, minha mãe
Aiê êo, Mamãe Oxum
Aiê êo moça bonita, demais
Canta Oxum, alivia meu coração
Me tira da solidão, me traz paz
34. 34
Xangô
Xangô é curisco, nasceu nas trovoadas
Ele mora nas pedreiras, oi levanta de madrugada
Pedra rolou pai Xangô, lá nas pedreiras
Segura o ponto meu pai, na cachoeira
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Segura ponto meus filhos
Pai de cabeça chegou
Xangô meu pai
Deixa essa pedreira ai
Umbanda está lhe chamando
Deixa essa pedreira ai
Quenguele Quenguele Xangô
Ele é filho da cobra coral
Olha preto está trabalhando
Olha branco não está olhando
Ele bradou na Aldeia, bradou na cachoeira
Em noite de luar
No alto da Pedreira vai fazer justiça pra nos ajudar
Ele bradou na Aldeia
Kaô Kaô
E aqui vai bradar
Kaô Kaô
Ele é Xangô da Pedreira, ele nasceu na cachoeira
Lá no Juremá
Chamei meu pai Xangô ô ô ô ô
Pra ele vir me ajudar
Ele é meu protetor ô ô ô ô
Mal nenhum vai me pegar
Chamei meu pai Xangô
Porque senti uma carga densa incomodar
Meu corpo arrepiou
Essa demanda não vai me derrubar
Meu pai Xangô bradou e o seu brado ecoou pelo ar
O céu relampejou
E um raio anunciou que Iansã vem guerrear
Meu pai Xangô bradou e o seu brado ecoou pelo ar
Quando ecoou na encruza
Marabô e a Padilha respondeu com a gargalhada
35. 35
Jurema
Oh Juremê, oh Jurema
Sua fecha caiu serena Jurema dentro deste congá
Salve São Jorge Guerreiro, Salve São Sebastião
Saravá todos os caboclos, salve a sua proteção
Jurema onde está a sua flecha
Jurema ficou lá no Jurema
Salve São Jorge guerreiro
Saravá todos caboclos, sarava o seu terreiro
Bota fogo nas matas Chama, chama que ele vem
É o caboclo da Jurema
Juremê do Juremá
Oxalá mandou (Bis)
E já mandou buscar, os caboclos da Jurema, lá no Jurema
Pai Oxalá é o rei do mundo inteiro
Manda ordem da Jurema, para seus capangueiros
Mandai, mandai, minha cabocla Jurema
Ao seu guerreiro essa ordem, essa ordem é suprema
Oxalá mandou
Nanã
É Nanã, é Nanã auê
É Nanã, é Nanã Boruquê
É Nanã, é Nanã auê
É Nanã, é Nanã Boruquê
Na barra da sua saia, manda forças pra nossa banda
Pros filhos que tanto lhe pedem, Nanã corta toda mironga
Na barra da sua saia, carrega filhos de umbanda
Com suas águas sagradas descarrega nossa banda
É Nanã, é Nanã auê
É Nanã, é Nanã Boruquê (BIS)
36. 36
Obaluaê
Meu Pai Oxalá
É o rei, venha me valer
O velho Omulu
Atotô Obaluaê
Atotô Obaluaê
Atotô babá
Atotô Obaluaê
Atotô é Orixá
Força sagrada que eu quero ver,
Força sagrada de Obaluaê,
A sua casa é de pedra, toda coberta de sapê,
Onde mora as andorinhas, é a Casa de Obaluaê!
Tem magia, tem mistério, tem mironga e tem poder!
E as paredes tem pipoca e nos campos tem dendê, essa casa é de Obaluaê.
37. 37
ANEXO 1: HINOS
Juntamente com o Hino da Umbanda, os hinos e homenagens são pontos cantados em
ocasiões específicas, principalmente em dias de festas.
O hino da Umbanda deve ser cantado em pé e com a mão direita colocada acima do
peito, na altura do coração.
Hino de Umbanda
Refletiu a luz divina
Com todo seu esplendor
Vem do Reino de Oxalá
Aonde há paz e amor
Luz que refletiu na terra
Luz que refletiu no ar
Luz que veio de Aruanda
Para nos iluminar
A Umbanda é paz e amor
É um Mundo cheio de luz
É a força que nos da vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levando ao Mundo inteiro
A bandeira de Oxalá
Hoje é noite de alegria
Quando o galinho cantou
Salve sambas e cambones
Orixás, babalaôs
Hoje é dia de nossa Senhora
De nossa Mãe lemanjá
Calunga e e e
Calunga a a a
Brilha as estrelas do céu
Também brilha os peixinhos no mar
Calunga e e e Calunga a a a
38. 38
ANEXO 2: HOMENAGEM AOS PRETOS VELHOS
Porque tantos desamores
Contra os feiticeiros Negros
Que só querem levar Flores para Iemanjá
Rebater nos seus tambores
Os açoites da vida
E com a alma redimida
Fazer festa no Mar
Iemanjá sobá, miregum yabá
Senhora das candeias, Odoyá
Porque tantas palavras contra os feiticeiros negros
Que só querem liberdade
Para saudar Xangô
Relembrar nos seus tambores
A história perdida
E com alma redimida Cantar em seu louvor
Xangô Agodô
É justiça e amor
Xangô Agodô
kaô kaô
Porque tantos preconceitos
Contra os feiticeiros negros
Se a cultura do amor
Não discrimina a cor
O navio negreiro já miscigenou
E em cada negro tem um branco que a princesa libertou
É hora de dançar para o rei nagô
É hora de cantar o que Zumbi ensinou
Ojú Obá ô Zaze ê
O Zaze ê Ojú Obá, Ojú Obá ô Zaze ê
39. 39
ANEXO 3: PONTOS DE CRIANÇAS
Criança feliz, feliz a cantar
Alegre a embalar seu sonho infantil
Oh! meu bom Jesus, que a todos conduz
Olhai as crianças
Do nosso Brasil
Crianças com alegria
Qual um bando de andorinhas
Viram Jesus que dizia
Vinde a mim as criancinhas
Hoje no céu um aceno
Os anjos dizem amém
Porque Jesus nazareno
Foi criancinha também
Eu era criança e tinha esperança
De ser um dia feliz
Fiz uma promessa
E dei doce à beça
Para os anjinhos guris
Mamãe que fazia os doces pediu
Que eu lhe fizesse um favor
Pedisse aos anjinhos que meu papaizinho
Desse a ela um grande amor
Cosme, Damião, Doum
Doces e mais doces eu dei
Cosme, Damião, Doum
As promessas que fiz já paguei
Cosme, Damião, Doum
Nesta data feliz eu me lembro
Cosme, Damião, Doum Doum
Vinte e sete de setembro
Eu do um, eu do um
Eu do um, quem merecer
Eu vou contar pra vovó
Que as crianças chegou
Papai me mande um balão (Bis)
Com todas as crianças
Que tem lá no céu
Tem doce papai (Bis)
Tem doce papai
Tem doce lá no jardim
Cosme e Damião
Sua festa já chegou
Veio do fundo do mar
Santa Bárbara quem mandou
40. 40
Dois, dois Sereia do Mar (Bis)
Dois, dois Mamãe Iemanjá
Cosme e Damião
Damião cadê Doum
Doum foi passear
No cavalo de Ogum
Ponto de subida das crianças:
Andorinha que voa, voa andorinha
Leva esse anjo pro céu andorinha
41. 41
ANEXO 4: PONTOS DO ORIENTE E CIGANOS
Quando ele vem lá do Oriente, ele vem com ordens de Oxalá
Sua missão é muito grande, é espalhar a caridade
E abençoar os filhos seus
Eu sarava mamãe Oxum, eu sarava papai Oxalá
Eu sarava São João Batista
Que é um grande rei e dono deste Jacutá
Na noite escura
Luz da fogueira
Pra iluminar os corações
A fogueira tem o dom
De transformar
Tudo de ruim, ela vai levar
Salve, salve Santa Sara
E a estrela guia
Salve o amor
Que nos contagia
ANEXO 5: PONTO DE COMEMORAÇÃO
Um abraço dado de bom coração
É mais que uma benção
É uma benção, uma benção