O documento resume um estudo sobre animais silvestres atropelados na rodovia BR-277 próxima ao Parque Nacional do Iguaçu no Paraná. De outubro de 2001 a maio de 2002, foram encontrados 165 animais atropelados, sendo 45% mamíferos, 38% aves, 16% répteis e 1% anfíbios. A espécie mais atropelada foi o teiú, com 21 exemplares. Os trechos com maior número de atropelamentos ficam entre os quilômetros 634-635 e 639-640.
Riqueza de formigas de solo na Praia da Pedreira, Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, Brasil.
ELENA DIEHL, FRANCIELE SACCHETT, EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Programa de Pós Graduação em Biologia.
Artigo Científico. Revista Brasileira de Entomologia 49(4): 552-556, dezembro 2005
O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Rivulídeos Ameaçados de Extinção – PAN Rivulideos, tem como objetivo Estabelecer mecanismos de proteção aos rivulídeos deste PAN e anular a perda de hábitat das espécies focais em cinco anos.
O PAN é composto por um objetivo geral, 4 (quatro) objetivos específicos e 55 (cinqüenta e cinco) ações, cujo coordenação caberá ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais – CEPTA.
Fonte: http://www.icmbio.gov.br
Visite: http://www.aquaa3.com.br
RELATÓRIO FINAL – MONITORAMENTO DA PESCA, ESTUDO DOS ASPECTOS REPRODUTIVOS E BIOMASSA DO ROBALO-FLECHA Centropomus undecimalis (Bloch 1972) NA ILHA DAS CANÁRIAS
Tipos fitofisionômicos e florística da restinga da APA de Guadalupe, Pernambu...James Cantarelli
Diante do processo acelerado de erradicação das áreas de restinga no litoral pernambucano e a necessidade de informações sobre a flora dessas poucas áreas remanescentes, o presente estudo teve como objetivo descrever os tipos fitofisionômicos e listar a flora de uma restinga no litoral sul de Pernambuco. A área estudada possui cerca de 55ha e está localizada no município de Sirinhaém, praia de Guadalupe. Viagens mensais, no período de setembro de 2001 a setembro de 2002, foram realizadas para a coleta de material botânico e descrição dos tipos fitofisionômicos. A área apresentou três tipos fisionômicos: o fruticeto não inundável, o fruticeto inundável e o campo não inundável. Foram identificadas 124 espécies, 105 gêneros e 57 famílias. As famílias mais representativas foram: Myrtaceae (11 spp), Fabaceae (10), Cyperaceae (6), Rubiaceae (6), Euphorbiaceae (5), Malpighiaceae (5), Poaceae (5), Orchidaceae (4), Solanaceae (4), Asteraceae (3), Humiriaceae (3), Lauraceae (3) e Melastomataceae (3). Os tipos fisionômicos apresentaram diferenças florísticas e de riqueza de espécies influenciadas por fatores como a variação de fertilidade do solo e regime de inundação. Em outras restingas do litoral sul de Pernambuco, esses fatores também preponderam sobre a composição florística. Da mesma forma que outras restingas do nordeste brasileiro, a restinga de Guadalupe está submetida a intensa pressão antrópica, necessitando, portanto, de ações de conservação diante da riqueza de espécies vegetais registradas na área.
Ofídios do Parque Estadual Sumaúma, Manaus - AmazonasAndré Girão
Existia apenas um estudo sobre ofídios no Parque Estadual Sumaúma, mostrando-se necessário uma pesquisa um pouco mais aprofundada das espécies de ofídios existentes no parque, este sendo o principal objetivo deste estudo. Registrosde ofídios, com ou sem capturas e solturasforam feitos percorrendo as trilhas do parque,de dia e de noite. No total foram feitas noveregistros de cinco espécies de ofídios, um número superior de espécies encontradas em relação ao número de espécies encontradas no estudo anterior. Fatores como, poluição e falta de estrutura dificultam o trabalho de pesquisa científica no parque, o que precisa ser melhorado com urgência, para que mais trabalhos de pesquisa possam ser feitos no local. As espécies encontradas são conhecidas em áreas com perturbação antrópica, fragmentos florestas e áreas rurais.
Palavras-Chave: Serpentes; PAREST, fragmentos florestais, parque urbano, fauna Neotropical.
Riqueza de formigas de solo na Praia da Pedreira, Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, Brasil.
ELENA DIEHL, FRANCIELE SACCHETT, EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Programa de Pós Graduação em Biologia.
Artigo Científico. Revista Brasileira de Entomologia 49(4): 552-556, dezembro 2005
O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Rivulídeos Ameaçados de Extinção – PAN Rivulideos, tem como objetivo Estabelecer mecanismos de proteção aos rivulídeos deste PAN e anular a perda de hábitat das espécies focais em cinco anos.
O PAN é composto por um objetivo geral, 4 (quatro) objetivos específicos e 55 (cinqüenta e cinco) ações, cujo coordenação caberá ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais – CEPTA.
Fonte: http://www.icmbio.gov.br
Visite: http://www.aquaa3.com.br
RELATÓRIO FINAL – MONITORAMENTO DA PESCA, ESTUDO DOS ASPECTOS REPRODUTIVOS E BIOMASSA DO ROBALO-FLECHA Centropomus undecimalis (Bloch 1972) NA ILHA DAS CANÁRIAS
Tipos fitofisionômicos e florística da restinga da APA de Guadalupe, Pernambu...James Cantarelli
Diante do processo acelerado de erradicação das áreas de restinga no litoral pernambucano e a necessidade de informações sobre a flora dessas poucas áreas remanescentes, o presente estudo teve como objetivo descrever os tipos fitofisionômicos e listar a flora de uma restinga no litoral sul de Pernambuco. A área estudada possui cerca de 55ha e está localizada no município de Sirinhaém, praia de Guadalupe. Viagens mensais, no período de setembro de 2001 a setembro de 2002, foram realizadas para a coleta de material botânico e descrição dos tipos fitofisionômicos. A área apresentou três tipos fisionômicos: o fruticeto não inundável, o fruticeto inundável e o campo não inundável. Foram identificadas 124 espécies, 105 gêneros e 57 famílias. As famílias mais representativas foram: Myrtaceae (11 spp), Fabaceae (10), Cyperaceae (6), Rubiaceae (6), Euphorbiaceae (5), Malpighiaceae (5), Poaceae (5), Orchidaceae (4), Solanaceae (4), Asteraceae (3), Humiriaceae (3), Lauraceae (3) e Melastomataceae (3). Os tipos fisionômicos apresentaram diferenças florísticas e de riqueza de espécies influenciadas por fatores como a variação de fertilidade do solo e regime de inundação. Em outras restingas do litoral sul de Pernambuco, esses fatores também preponderam sobre a composição florística. Da mesma forma que outras restingas do nordeste brasileiro, a restinga de Guadalupe está submetida a intensa pressão antrópica, necessitando, portanto, de ações de conservação diante da riqueza de espécies vegetais registradas na área.
Ofídios do Parque Estadual Sumaúma, Manaus - AmazonasAndré Girão
Existia apenas um estudo sobre ofídios no Parque Estadual Sumaúma, mostrando-se necessário uma pesquisa um pouco mais aprofundada das espécies de ofídios existentes no parque, este sendo o principal objetivo deste estudo. Registrosde ofídios, com ou sem capturas e solturasforam feitos percorrendo as trilhas do parque,de dia e de noite. No total foram feitas noveregistros de cinco espécies de ofídios, um número superior de espécies encontradas em relação ao número de espécies encontradas no estudo anterior. Fatores como, poluição e falta de estrutura dificultam o trabalho de pesquisa científica no parque, o que precisa ser melhorado com urgência, para que mais trabalhos de pesquisa possam ser feitos no local. As espécies encontradas são conhecidas em áreas com perturbação antrópica, fragmentos florestas e áreas rurais.
Palavras-Chave: Serpentes; PAREST, fragmentos florestais, parque urbano, fauna Neotropical.
Thysanoptera: plantas visitadas e hospedeiras no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, Brasil.
SILVIA M. J. PINENT, HELENA P. ROMANOWSKI, LUIZA R. REDAELLI, ADRIANO CAVALLERI
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências. Programa de Pós Graduação em Biologia Animal
Faculdade de Agronomia. Departamento de Fitossanidade
Artigo Científico. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 95(1):9-16, 30 de março de 2005
Expor as atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado;
Inventariar e monitorar as espécies de répteis, mamíferos e aves ocorrentes no
território do IFMT;
Sensibilização dos alunos do Instituto e escolas públicas e privadas do Município,
quanto à conservação e Educação Ambiental.
A coleta de informações sobre as áreas de herpetofauna e mastofauna foram o foco
das atividades do Projeto Fauna no Campus.
EAFC fundado em 17 de agosto de 1980.
Origem na Lei nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008;
Projeto Fauna no Campus - O uso de vertebrados terrestres como
ferramenta de ensino, pesquisa e extensão;
Edital 056/2016.
Na coleta de dados foram consideradas quatro paisagens 1- Cultivo de
Teca; 2- Fragmento de Mata Secundária; 3- Fragmento de Mata
Sub-bosque e lagoa temporária; 4- Campo inundável e lagoa
temporária.
Estrutura espacial e sazonal da avifauna e considerações sobre a conservação de aves aquáticas em uma área úmida do Rio Grande do Sul, Brasil.
IURY ALMEIDA ACCORDI
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Maria Hartz
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Ecologia
Dissertação. Porto Alegre, 2003
Herpetofauna da área do igarapé esperançaFabio Almeida
Resumo: A região do Alto Juruá localiza-se no estado do Acre (oeste da Amazônia brasileira) e é uma região
conhecida por apresentar uma alta diversidade e também considerada prioritária para inventariamento e conservação
da herpetofauna. Este trabalho foi realizado entre agosto de 2006 a junho de 2008 e apresenta a lista de espécies
de anfíbios e répteis da área do Igarapé Esperança na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Acre. Quatro
métodos amostrais foram empregados para inventariar a herpetofauna: procura limitada por tempo, armadilhas de
interceptação e queda, registros auditivos e encontros ocasionais. Foram registradas 162 espécies, sendo 83 de anfíbios
(80 anuros, dois gimnofionos e uma salamandra) e 79 de répteis (29 lagartos, 42 serpentes, um anfisbênio, quatro
quelônios e três jacarés). Dessas espécies, onze (Adelphobates quinquevittatus, Hyalinobatrachium munozorum,
Pristimantis academicus, P. aureolineatus, Syncope antenori, Alopoglossus buckleyi, Drymobius rhombifer,
Liophis dorsocorallinus, L. taeniogaster, Umbrivaga pygmaea e Micrurus remotus) foram registradas pela primeira
vez para o Acre, sendo que seis delas (H. munozorum, P. academicus, P. aureolineatus, S. antenori, A. buckleyi
e L. dorsocorallinus) consistem também os primeiros registros para o Brasil. Salienta-se aqui a importância
da forma do uso das florestas pelas populações tradicionais (indígenas, extrativistas e ribeirinhos) e das áreas
protegidas na conservação da alta biodiversidade encontrada no Alto Juruá e também a necessidade de estudos
sobre o uso de algumas espécies (especialmente de quelônios e crocodilianos) para analisar possíveis impactos
sobre as populações desses animais.
Análise das principais espécies de Scolytidae na Amazônia - Eli nunes
Animais atropelados em_rodovias
1. LEVANTAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES ATROPELADOS
NA BR-277 ÀS MARGENS DO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU:
SUBSÍDIOS AO PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PROTEÇÃO À FAUNA1
LIMA, Sérgio Ferreira*; OBARA, Ana Tiyomi**
*
Gerente de Meio Ambiente da Concessionária Rodovia das Cataratas – Cascavel (PR).
**
Professora do Departamento de Biologia – Universidade Estadual de Maringá – UEM.
RESUMO: Os impactos causados à fauna por atropelamentos nas estradas e rodovias têm
recebido a atenção de pesquisadores em vários países. Quando os atropelamentos ocorrem em
estradas e rodovias que se localizam no interior ou no entorno das Unidades de Conservação
(UCs), o problema é, ainda, mais grave, uma vez que, em muitas destas áreas existem espécimes
ameaçadas de extinção. O presente estudo teve como base as informações dos animais
atropelados na rodovia BR-277, nas proximidades do Parque Nacional do Iguaçu – PR, num
trecho de 32 Km de extensão. De outubro de 2001 a maio 2002, o total de animais atropelados foi
de 165 exemplares, sendo 45% de mamíferos, 38% de aves, 16% de répteis e 1% de anfíbios. O
teiú (Tupinambis sp) foi a espécie mais atropelada, com 21 exemplares, seguido pelo tatu-galinha
(Dasypus novemcinctus), com 18 exemplares atropelados. Os trechos que tiveram maior
freqüência de atropelamentos estão localizados entre os quilômetros 634 e 635, com onze
ocorrências, seguido dos trechos entre os quilômetros 639 e 640, 619 e 620 com dez casos. A
taxa de animais atropelados foi de 0,02 por quilômetros/dia. Estas informações são importantes e
podem subsidiar programas e ações que visem reduzir o número de atropelamentos na BR-277.
PALAVRAS-CHAVE: Animais atropelados, rodovia BR-277, Parque Nacional do Iguaçu.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os impactos causados à fauna por atropelamentos nas estradas e rodovias
têm recebido a atenção de pesquisadores nos vários países (Van der ZANDE et al., 1980;
KUIKEN, 1988; PHILCOX et al., 1999; TROMBULAK & FRISSEL, 2000). No Brasil, a
preocupação é mais recente e, quase sempre, associada às áreas de interesse de preservação
(FISHER, 1997; FARIA & MORENI, 2000; SCOSS & JUNIOR, 2000; CANDIDO-Jr et al.,
2002; RODRIGUES et al., 2002).
Os atropelamentos ocorrem em função de dois aspectos principais:
1º - A rodovia corta o habitat de determinado taxon, interferindo na faixa de deslocamento natural
da espécie, o mesmo acontecendo para uma rodovia estabelecida em área de migração.
1
Área temática da extensão: Meio Ambiente Área do conhecimento CNPq: Ciências Biológicas
2. 2º - A disponibilidade de alimentos ao longo das rodovias, que serve de atrativo para fauna.
Neste último caso, a presença de alimentos (grãos, sementes, frutas, plantas herbáceas,
entre outros) na pista ou próxima dela, atua como atrativo para os animais silvestres que tem este
hábito alimentar, podendo resultar no atropelamento do animal, cujo cadáver pode atrair a
presença de outros animais carnívoros, criando-se um ciclo de atropelamento (Figura 1).
FIGURA 1 Ciclo de atropelamentos de fauna na rodovia.
Grãos, frutos
Insetos
Roedores,
aves
Carnívoros
Fonte: DNER/IME (2001)
Quando os atropelamentos ocorrem em estradas e rodovias que se localizam no interior ou
no entorno de Unidades de Conservação (UCs), o problema é, ainda, mais grave, uma vez que,
em muitas destas áreas existem espécimes ameaçadas de extinção. Por exemplo, estudo realizado
na Estação Ecológica de Águas Emendadas, localizada ao norte do Distrito Federal, revelou que,
em média, 4,5 lobos-guarás morrem anualmente nas estradas que margeiam a área, valor
equivalente à metade dos filhotes nascidos ao ano (RODRIGUES et al., 2002).
O presente trabalho teve como objetivo identificar os pontos de maior incidência de
atropelamentos e as espécies mais afetadas, num trecho de 32 Km da BR-277, rodovia que
margeia o Parque Nacional do Iguaçu – PR. Estas informações vão subsidiar as pesquisas
existentes sobre a influência da BR-277 sobre a fauna presente na UC em questão, bem como, as
ações e estratégias, técnicas e educativas, a serem tomadas em conjunto pela concessionária
responsável pelo trecho (Concessionária Rodovia das Cataratas S.A.) e os demais órgãos e
instituições envolvidos (IBAMA e Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE) no
Programa de Estudos da Biologia dos Animais Silvestres Atropelados na BR-277.
MATERIAL E MÉTODOS
A rodovia BR-277 atravessa o Estado do Paraná, do município de Paranaguá, no litoral
paranaense, à Foz do Iguaçu, no extremo oeste do Estado. Esta rodovia é considerada a principal
via de transporte de produtos e de passageiros, no eixo litoral - Foz do Iguaçu.
3. Após passar pelo município de Cascavel, a rodovia margeia o Parque Nacional do Iguaçu
(25o 03’S, 53o 38’W) e o faz em sua porção norte por 32 Km (até 25o 11’S, 53o 53’W).
Na ocasião da proposta de duplicação da Rodovia BR-277, um dos compromissos da
Concessionária Rodovia das Cataratas S.A., responsável pelo trecho da rodovia que faz limite
com o Parque Nacional do Iguaçu, foi a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), com
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), na perspectiva de diagnosticar os possíveis
danos ambientais com a duplicação da mesma.
No presente estudo, o trecho da BR-277 a ser investigado tem 32 Km de extensão e está
localizado entre os municípios de Santa Tereza d’Oeste e Céu Azul.
A coleta dos animais atropelados foi executada pela equipe de inspeção da Concessionária,
que atua 24 horas em todos os dias da semana, passando pelos mesmos locais com uma
freqüência média de noventa minutos.
Esta equipe ao encontrar um espécime atropelado, recolhe o mesmo, acondicionando-o
num saco plástico, anotando em ficha e etiqueta específica o tipo do animal, a hora da coleta e a
localização. Em seguida, o material é encaminhado até uma unidade do IBAMA, no município
de Céu Azul, onde fica acondicionado em um freezer, para posterior análise no laboratório de
Zoologia da UNIOESTE. No laboratório, os animais são identificados, sexados, medidos e
examinados em busca de ectoparasitas (CANDIDO Jr. et al, 2002).
RESULTADOS
No período de outubro de 2001 a maio de 2002, nos 32 Km da BR-277, que margeia o
Parque Nacional do Iguaçu, a equipe da Concessionária Rodovia das Cataratas S.A. encontrou
165 animais vertebrados atropelados. Do total de animais atropelados, após identificação
constatou-se que 45% pertenciam a classe dos mamíferos, 38% das aves e os 17% restantes
estavam divididos entre anfíbios (1%) e répteis (16%) .
Ao analisarmos a Figura 2, é possível comparar a freqüência das espécies mais atropeladas
nos grupos e nas diferentes classes. Dentro do grupo de répteis, o Teiú (Tupinambis sp) foi a
espécie mais atropelada (21 exemplares). No grupo de mamíferos, o Tatu-galinha (Dasypus
novemcinctus), foi a espécie mais atropelada (18 exemplares), seguido pelo Gambá-de-orelhaspretas (Didelphis marsupialis), pelo Gambá-de-orelhas-brancas (Didelphis albiventris) e pelo
Ouriço Cacheiro (Coendou spinosus), todos com doze (12) ocorrências. No grupo das aves, os
4. animais mais afetados foram o Anu-preto (Crotophaga ani), com 12 exemplares atropelados; a
Suindara (Thyto alba), com 9 ocorrências e a Perdiz (Rynchothus rufescens), com 5 ocorrências.
Considerando a extensão investigada (quilômetro 611 a 642), o trecho que apresentou
maior número de atropelamentos está entre os quilômetros 634 e 635 com onze ocorrências,
seguido dos trechos entre os quilômetros 639 e 640, 619 e 620 com dez casos. Outros cincos
pontos identificados com oito animais atropelados estão entre os quilômetros 614 e 615, 620 e
621, 626 e 627, 628 e 629 e 641 e 642.
O número de animais silvestres mortos por atropelamentos representa uma taxa de 0,02
animais atropelados por quilômetros/dia.
FIGURA 2 Número de animais atropelados por tipo nos 32 Kms que margeia o Parque
Nacional do Iguaçu na BR-277.
do
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Número de Animais Atropelados por Tipo
Tipos de animais
DISCUSSÃO
O número de 165 vertebrados atropelados, em oito meses, pode ser considerado alto,
quando comparado à alguns números levantados em outros estudos. Por exemplo, um estudo feito
na rodovia SP-613, que corta o Parque Estadual do Morro do Diabo–SP, num monitoramento
feito durante 10 anos, contabilizou 182 animais mortos por atropelamento (FARIA & MORENI,
2000). Contudo, se comparamos com o número levantado nos 66 Km da rodovia que atravessa a
Estação Ecológica do Taim – RS, onde foram registrados 188 aves atropeladas em apenas 4
meses, sem considerar as outras classes de vertebrados (OLMOS, 1996), o número levantado
neste trabalho torna-se pouco expressivo.
5. Convém destacar que, o número de mortes por atropelamento na BR-277 pode ter sido
subestimado, considerando que outros espécimes podem ter sido atropelados e jogados para fora
da pista ou, ainda, se refugiado na mata, morrendo em seguida. Existe, ainda, a possibilidade de
alguns animais atropelados terem sido removido por urubus ou outro tipo de animal carnívoro,
como cachorros-do-mato e carcarás (RODRIGUES, et al., 2002).
CANDIDO Jr. et al.(2002) registraram 431 atropelamentos, em cinco meses, na mesma
rodovia (BR-277), num trecho de 132 km entre Cascavel e Foz do Iguaçu, num total de 62
espécies de vertebrados, o que resulta em 3,265 animais atropelados por quilômetro.
Com relação às diferenças nas freqüências de atropelamentos, nos diferentes trechos da
rodovia, estas podem ter várias origens. Uma hipótese seria que o tipo de paisagem presente na
borda ou no lado oposto ao parque (cultura de grãos, pastagem, mata natural,...), poderia atrair os
animais, que saem à procura de alimentos. Um outro aspecto seria a característica física da
rodovia. Segundo os especialistas, a maior incidência de atropelamentos ocorre em trechos de
declive, onde os veículos trafegam em alta velocidade.
CONCLUSÕES
Uma das estratégias para reduzir os atropelamentos, seria a criação de um grupo
multidisciplinar, envolvendo biólogos, técnicos ambientais, engenheiros de tráfego, incluindo as
instituições que já participam do levantamento dos animais atropelados, que trabalhariam na
perspectiva de estabelecer um conjunto de ações mitigadoras. Entre as ações previstas estariam:
a) o estudo da biologia/ecologia das espécies atropeladas (em andamento pela UNIOESTE); b) a
implantação de dispositivos e mecanismos que impeçam ou facilitem a passagem dos animais
pela rodovia de maneira segura (túneis, pontes, cercas, refletores, redutores de velocidade e
placas de sinalização); c) a criação de um Programa de Educação Ambiental direcionado à
comunidade que vive no entorno do parque e aos usuários da BR- 277, conscientizando-os das
implicações dos atropelamentos para a fauna local.
AGRADECIMENTOS
Ao coordenador do Programa de Estudos da Biologia dos Animais Silvestres Atropelados na BR277, Professor José Flávio Cândido Jr. e à sua equipe (UNIOESTE, IBAMA, Concessionária
Rodovia das Cataratas), por disponibilizar os dados de coleta e classificação das espécies
6. atropeladas. À Universidade Paranaense (UNIPAR) - Campus Guaíra – Programa de Pósgraduação em Gestão Ambiental, que possibilitou a elaboração do trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂNDIDO-JR., J. F.; MARGARIDO,
V. P.; PEGORARO,
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MADEIRA, W. D.; CASALE, V. C.; ANDRADE, L. Animais atropelados na rodovia que
margeia o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, Brasil, e seu aproveitamento para estudos da
biologia da conservação. In: III CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE
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DNER/IME – Projeto de Ampliação da Capacidade Rodoviária das ligações com os Países do
MERCOSUL BR 101 Florianópolis (SC) – Osório (RS). PROJETO BÁSICO AMBIENTALPBA, SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO À FAUNA. Julho de 2001. Disponível
em:http://www.dner.gov.br/download/pba/13.1%20de20%proteçao20a%
fauna.pdf.
Acesso:
maio/2002.
FARIA, H.H.; MORENI, P.D.C. Estradas em Unidades de Conservação: impactos e gestão no
Parque Estadual do Morro do Diabo, Teodoro Sampaio - SP. In: II CONGRESSO BRASILEIRO
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO,2., 2000, Campo Grande, MS. Anais... Vol. II Trabalhos
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para conservação da região do Pantanal, MS. 1997. 44f.il. Dissertação (Mestrado em Ciências
Biológicas/Ecologia), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 1997.
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valued landscapes: an Australian survey. Journal of Environmental Management, 6: 191-201,
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