1. PARA REFLETIR.
Uma analogia entre o padeiro e o professor,
Quem é bom? Quem é mau?
Prezados(as), inicio este texto fazendo uma indagação: qual é o melhor padeiro? Aquele que pega
todos ingredientes de uma receita de pão complicada. Lê a mesma com atenção, separa os ingredientes com
cuidado, faz as misturas de acordo com a receita... e depois começa o processo de sovar a massa, para que a
mesma fique homogênea e sua textura final seja agradável aos olhos dos outros, bem como as avaliações
externas de paladar e visual do produto acabado. Entretanto, tem muito padeiro por aí, que não tem nenhum
trabalho com a preparação, planejamento e envolvimento com o trabalho, pois sua tarefa é apenas colocar a
bandeja no forno para assar e depois retirá-la, cabe a este profissional o reconhecimento pelo conjunto da
obra? Acho que não, explico...
Falar que é bom professor, estar entre os melhores da cidade é muito fácil, porque trabalhar com
produto quase acabado é simples, justamente por não ser tão árdua a tarefa de se elaborar uma estratégia
que contemple todos alunas e alunas, este universo de pessoas é como uma receita pré-feita, só cabe ao
profissional a tarefa de lapidar o que já foi trabalhado, anteriormente, quando em estado bruto. Ser o melhor
assim é fácil, pois o único trabalho que resta é reconhecimento pelo sucesso da receita que outro começou.
Bom professor, sabe o que faz e tem paciência e consciência de que nem todos aqueles que passam por
suas mãos darão boas receitas, mas mesmo assim ele, bom professor, tenta melhorá-los, lapidando suas
limitações, abrindo seus horizontes e quantas vezes à frustração bate à porta ao percebermos que os
conhecimentos repassados foram em vão.
Bom professor não é aquele que trabalha com alunos que tenham bases familiares, fazem cursos de
inglês, moram no centro da cidade ou em bairros de classe média-alta, alunos que têm computadores, em
casa, em sua grande maioria. Alunos que têm acesso a canais de TV por assinatura e frequentam as mais
diversas rodas sociais, este tipo de profissional apenas termina o que outros começaram, não sendo digno de
reconhecimento algum.
Bom professor é aquele que encontra nas limitações de seus alunos e alunas a possibilidade do
crescimento pessoal, pois se consigo auxiliá-lo nesta árdua caminhada pela busca do saber, se consigo lhe
transmitir o interesse, se consigo ter paciência e não taxo aqueles com mais dificuldades como : BURROS,
estarei me tornando um bom professor.
Nossas escolas estão lotadas destes tipos de professores e professoras. Muitos trabalham realmente
com fatores extraclasse que influenciam no aprendizado e estes profissionais têm que se desdobrarem,
porque as clientelas problemáticas hoje são maioria, ma nem por isso, quando uma escola recebe alunos de
outra escola ou de determinado bairro tem o direito de esbravejar que são melhores , invejados e
perseguidos, justamente por serem melhores. Isto é um papo furado, pois na verdade estão agindo apenas
como auxiliares e o sucesso de suas receitas já havia sido iniciado por outro profissional. Entretanto, quando
se deparam com alunos e alunas que tiveram seus cursos de vida e aprendizados comprometidos: insinuam
que a culpa não é deles e sim dos outros, o fracasso não é deles. Já até ouvimos que os de lá são melhores
que os outros, em todos os aspectos: seja corpo discente, seja corpo docente, mas ser bom não é trabalhar
com produto semiacabado e sim ter a capacidade de conceber um ensino que aplaque todos e não apenas os
já previamente preparados, porque para estes chegarem ao sucesso só cabe um pequeno empurrão,
entretanto quero ver carregar no colo, parar para ouvir, ter paciência para ensinar e derrubar a arrogância
quando tem que reconhecer e entender que o ser humano é limitado e nem todos aprendem de forma igual.
A educação precisa de que nós professores, diretores tenhamos mais humildade e consciência de que
ninguém é melhor do que ninguém, principalmente quando esta afirmação é apenas de boca e não pautada
realmente em ações de mudança, seja no comportamento com nossos alunos e alunas, seja no nosso
relacionamento com os colegas de profissão. Quando começarmos esboçar este comportamento estaremos
dando o primeiro passo para agirmos não como auxiliares de padeiro apenas colocando a massa no forno;
mas como padeiros oficiais que preparam os ingredientes, sovam a massa e se preocupam com o resultado
final, mesmo sendo o resultado de uma receita que não foi ele que elaborou.
PENSEM NISSO.
PROFESSOR: ANTÔNIO FERNANDES NETO