Soja 2006 - Produção de soja em função de programas nutricionais
Tecnologia Kimberlit na cultura de algodão
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15. Fabiano Andrei Bender da Cruz
Pesquisador Fertilidade do Solo e Nutrição Mineral de Plantas
fabianobender@fundacaochapadao.com.br
www.fundacaochapadao.com.br
Rod. MS 306, km 105. Cx.P. 39. CEP 79560-000.
Chapadão do Sul, MS.
Tecnologia Kimberlit na cultura de algodão.
Experimento científico em parceria com Kimberlit.
Objetivos
Avaliar os componentes de produção, estado nutricional de plantas e o
rendimento de algodão em caroço em função de diferentes tecnologias
Kimberlit®.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Município de Chapadão do Sul
(MS), na área experimental da Fundação Chapadão, cujas coordenadas
geográficas são 18º46’78’’ latitude Sul e 52º38’68’’ longitude Oeste, com
altitude de 815 m. O clima da Região é classificado como Awa (Köppen,
1948), e o solo como LATOSSOLO VERMELHO Distrófico (EMBRAPA, 1999),
cujos atributos químicos e físicos são apresentados no Quadro 1. A área
experimental recebeu calagem em superfície através da aplicação de 0,3 t/ha
de calcário (109,7% PN; 90,88% RE e 99,7% PRNT) e 0,4 t/ha de gesso. Os
tratamentos (Quadro 2) foram caracterizados por diferentes fontes e níveis
de nitrogênio e fósforo, tratamento de sementes e tratamento foliar na
cultura de algodão. Sementes do cultivar Delta Opal tratadas com 0,6 L +
0,2 kg + 0,2 L + 0,6 kg.100 kg-1 de sementes com Gaucho, Euparen, Baytan
e Monceren, respectivamente, foram semeadas em 11/01/06 utilizando-se
como adubação de semeadura as fontes e doses descritas no Quadro 2.
Como adubação de cobertura aplicaram-se também as fontes de nitrogênio
(Quadro 2) e duas vezes com 130 kg.ha-1 de KCl aos 25 e 45 dias após a
emergência. As parcelas foram constituídas por 4 linhas de semeadura com 6
16. m de comprimento, espaçadas em 0,9 m, compreendendo uma área de 21,6
m2, considerando-se como área útil apenas 4,0 m centrais das duas linhas
internas. O delineamento estatístico utilizado foi o blocos casualizados,
composto por 7 tratamentos (Tabela 2) e 5 repetições. No estádio de pleno
florescimento amostras de folhas foram coletadas para fins de avaliação do
estado nutricional de plantas. Avaliaram-se por ocasião da colheita
(01/08/06) a alturas de plantas (m), número de capulhos por planta, massa
de 10 capulhos do terço médio da planta (g) e o rendimento de algodão em
caroço (kg e @.ha-1). Os dados obtidos foram submetidos às análises de
variância e as médias submetidas ao Teste de Skott Knott (5%).
550
500
450
400
350
300
mm
PP
250
200
150
100
50
0
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
2005/2006
Figura 1. Precipitação pluviométrica no período de Nov./05 a Jul./06
(Fundação Chapadão, 2006).
Quadro 1. Atributos químicos e físicos na profundidade de 0 a 20 cm (Agosto
2005).
Ident. pH MO P-res. S K Ca Mg Al H+Al SB CTCe
CaCl2 g.dm-3 mg.dm-3 mmolc.dm-3
0-20 cm 4,9 48 7 5 1,5 17 6 1 40 24,5 25,5
CTC V m B Cu Fe Mn Zn Areia Silte Argila
mmolc.dm-3 % mg.dm-3 g.kg-1 3
0-20 cm 64,5 38 4 0,4 0,3 37 6,5 1,8 410 100 490
17. Quadro 2. Descrição dos tratamentos utilizados no experimento, safra
2005/2006.
Resultados e Discussão
As variáveis analisadas e apresentadas no Quadro 3 não foram
influenciadas significativamente pelos tratamentos, exceto para os teores
foliares de K, Mg, S, B, Cu e Mn. Obtiveram-se valores médios de 1,22, 7,94,
53,51 e 3423,00 para as variáveis altura de plantas (m), número de
capulhos.planta-1, massa de 10 capulhos e rendimento de algodão em
caroço, respectivamente. A variável altura de plantas variou de 1,18 m (T4 e
T6) a 1,24 m (T5), porém sem significância estatística. Já para o número
capulhos.planta-1 obteve-se média de 7,94 variando entre 6,20 e 9,60. Para
a massa de 10 capulhos do terço médio da planta os valores obtidos
situaram-se no intervalo de 51,4 g (Tratamento 3) e 55,17 g para o
tratamento 4. Os teores dos macronutrientes N, P, Ca e dos micronutrientes
Fe e Zn também não foram influenciados significativamente pelos
tratamentos. Para os nutrientes N, P e B os teores obtidos
independentemente dos tratamentos foram considerados como “baixo”,
segundo SILVA et al. (1995). Os teores de Mg nos tratamentos 1, 2 e 7
18. classificaram-se como “baixo” sendo para os demais tratamentos
considerados como “adequado”. Os teores de K, Ca, Fe e Mn obtidos em
todos os tratamentos foram considerados como adequados. O rendimento de
algodão em caroço não foi influenciado pelos tratamentos Kimberlit, ou seja,
a redução de 50% no fornecimento de nitrogênio e fósforo não provocou
redução no rendimento de algodão em caroço, o qual se manteve na média
de 3423,00 kg.ha-1 (228,20 @.ha-1). O maior incremento de produtividade
(3,64%, 9,03 @.ha-1) se obteve quando do uso do tratamento 3, apesar de
não ser este estatisticamente significativo.
Quadro 2. Tratamentos, altura de plantas (AP, m), número de
capulhos.planta-1 (NC), peso de 10 capulhos do terço médio da
planta (P10C, g) e rendimento de algodão em caroço (kg e
@.ha-1).
Tratamento AP NC.Planta-1 M10C Rendimento
m g kg.ha-1 @.ha-1 ∆
1 1,24 a 8,20 a1 53,09 a 3191,55 a 212,77 100
2 1,25 a 7,40 a 54,65 a 3378,30 a 225,22 106
3 1,23 a 9,20 a 51,40 a 3471,60 a 231,44 109
4 1,18 a 7,60 a 55,17 a 3388,35 a 225,89 106
5 1,24 a 9,60 a 52,22 a 3495,00 a 233,00 109
6 1,18 a 7,40 a 54,96 a 3581,70 a 238,78 112
7 1,20 a 6,20 a 53,09 a 3454,95 a 230,33 108
x 1,22 7,94 53,51 3423,00 228,20 108
CV (%) 11,24 14,17 9,85 8,54
1
Dados apresentados como originais e transformados em x + 0,5 quando submetidos para análise estatística.
Obs.: Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente pelo Teste de Skott Knott ao nível de 5%
de probabilidade.
19. Quadro 4. Teores de macronutrientes em tecido foliar de algodoeiro para os
diferentes tratamentos.
Tratamento N P K Ca Mg S
g.kg-1
1 33,96 a 2,06 a 22,24 a 21,04 a 2,50 b 3,06 b
2 33,70 a 2,06 a 22,78 a 20,32 a 2,48 b 2,78 b
3 32,86 a 2,04 a 20,72 a 22,08 a 3,22 a 3,52 a
4 32,22 a 2,00 a 17,54 b 21,58 a 3,08 a 3,84 a
5 34,08 a 1,94 a 17,96 b 20,74 a 3,24 a 3,74 a
6 32,74 a 1,96 a 19,32 b 22,34 a 3,16 a 4,04 a
7 31,82 a 2,02 a 19,68 b 21,62 a 2,88 a 3,90 a
x 33,05 2,01 20,03 21,38 2,93 3,55
CV (%) 5,99 4,45 11,80 5,62 13,99 8,06
Obs.: Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente pelo Teste de Skott Knott ao nível de 5%
de probabilidade.
Quadro 5. Teores de micronutrientes em tecido foliar de algodoeiro para os
diferentes tratamentos.
Tratamento B Cu Fe Mn Zn
mg.kg-1
1 16,74 b 5,20 a 107,00 a 43,00 a 25,80 a
2 20,12 a 5,10 a 102,00 a 38,00 b 27,40 a
3 16,42 b 4,30 b 135,00 a 38,00 b 23,90 a
4 16,68 b 4,30 b 101,00 a 38,00 b 24,40 a
5 14,98 b 4,50 b 107,00 a 38,00 b 24,40 a
6 15,86 b 4,40 b 99,00 a 37,00 b 25,90 a
7 18,66 a 5,50 a 99,00 a 43,00 a 24,50 a
x 17,06 4,76 107,14 39,28 25,18
CV (%) 9,50 8,40 29,79 10,05 8,19
1
Dados apresentados como originais e transformados em x + 0,5 quando submetidos para análise estatística.
Obs.: Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente pelo Teste de Skott Knott ao nível de 5%
de probabilidade.
Conclusão
A redução de 50% no fornecimento de nitrogênio e fósforo para a
cultura de algodão não influenciou o rendimento de algodão em caroço,
tampouco os teores desses nutrientes em tecido foliar nas condições em que
se realizou tal estudo. Há necessidade de novos estudos para se avaliar a
disponibilidade de fósforo existente no solo após o uso adubação reduzida
em anos sucessivos.