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Programa de Pós-Graduação em Comunicação e
              Informação - UFRGS




     Agroflorestas Possíveis –
  a experiência de apropriação de
informações por assentados de MT
         Gisele Souza Neuls
Objetivo Geral

Compreender como assentados
 da Amazônia mato-grossense
 se apropriam de informações
 sobre técnicas produtivas de
 baixo impacto ecossistêmico.
Objetivos específicos

Verificar quais são as fontes de informações sobre
 sistemas agroflorestais que chegam até os
 assentados do Entre Rios;
Examinar qual é o conteúdo das informações sobre
 sistemas agroflorestais acessadas pelos assentados;
Analisar como os assentados interagem, armazenam e
 recuperam essas informações;
Observar como são os fluxos e processos de
 comunicação existentes no assentamento;
Observar como se dá a apropriação dessas informações
 pelos assentados
Compreendendo a apropriação

Partimos da Filosofia da Informação para
 compreender como os agricultores selecionam
 informações que lhes são relevantes, dentro
 do conjunto de dados que lhes chegam.


E buscamos suporte na Sociologia da Ação
 para compreender porque os agricultores
 fazem as escolhas que fazem.
Caminhos metodológicos

Experiência etnográfica   1) Ser assentamento da reforma agrária
                             situado na Amazônia mato-
                             grossense;
Pesquisa exploratória
                          2) Ter um grupo envolvido com projetos
Observação                   de implantação de técnicas de baixo
                             impacto ecossistêmico;
 participante
                          3) Estar na área de influência da
Diário de campo              rodovia do Plano BR-163
                             Sustentável;
Entrevistas em            4) Não ser foco direto de nenhum
                             projeto da organização não
 profundidade                governamental em que trabalhei;
                          5) Haver contato prévio com lideranças
                             locais.
A escolha dos informantes




1ª Visita: Julho de 2009 (1 semana)
2ª Visita: Março de 2010 (2 semanas)
3ª Visita: Outubro de 2010 (4 semanas)
Caracterização dos Informantes
Informantes-chave:        Informantes-padrão:
  coordenadores do          beneficiários do
  projeto                   projeto
Informantes-especialistas: viveirista, agrônoma
Fontes de informação sobre
          agroflorestas
Viveirista e diretores da associação
Publicações internas (jornal, folhetos)
Publicações socioambientais (via redes sociais)
Apostilas técnicas diversas (ex.: Senar)
Cursos e suas apostilas
Intercâmbios
Internet

Menos relevantes
Televisão (Globo Rural)
Rádio (Rádio Nacional da Amazônia)
Fluxos de comunicação no
           assentamento
Dependente das interações face a face
Agrovila como ponto de referência
Telefonia fixa só na agrovila
Telefonia móvel em poucos pontos
Rádio do assentamento instável, rádio comercial em
 poucos pontos
Televisão parabólica (sem sinal local)
Internet na agrovila
   É preciso sair do assentamento para saber o que
  acontece fora, ou falar com quem saiu recentemente.
O conteúdo sobre agroflorestas

Experiências vistas in loco
Vídeos mostrando casos de sucesso
Apostilas técnicas didáticas
Quadros e tabelas com exemplos de consórcios
Guias de plantas e manuais de plantio
Impressos armazenados
Apostilas
A diferença que faz a diferença

É razoável supor que qualquer dado que se
    relacione com agricultura provoca uma
perturbação na atenção dos indivíduos, por
 relacionar-se com o contexto mais geral em
             que estão inseridos.
Sua avaliação mais detalhada, e consequente
  seleção das informações, vai depender do
  grau de perturbação provocado, ou seja, do
 quanto esse dado encontra ressonância com
          o contexto dos indivíduos.
Critérios de seleção

      Acervo de              Disponibilidade            Adaptabilidade
      experiências               material             O café aqui precisa de
 Beatriz costuma plantar   O certo era limpar com a     sombra, é muito
   batata doce, quiabo e     roçadeira antes de         quente, judia das
   abóbora nas ileiras,      dar semente, em vez        plantas. Em São
   onde diz que vem          de passar veneno.          Paulo também se
   melhor e os pés           Mas quem tem               planta mais
   carregam bem.             dinheiro pra comprar       adensado. Aqui a
                             uma roçadeira?             gente fez nesse
                                                        espaçamento para
Índice de Sucesso              Preferências             poder plantar mais
Em vez de a gente          Se agrofloresta só fosse     coisas Potencial
                                                               junto.
  plantar e perder, nós      árvores nativas, a                econômico
  preferimos plantar em      gente não se                 Se eu tivesse hoje 20
  muda e ter menos           interessaria muito.            caixas com abelha,
  possibilidade de           Lógico que a gente ia          não teria para quem
  perder.                    plantar, tem árvores              vender o mel.
                             que a gente gosta,
                             como ipê, a gente
                             sempre ia procurar
Considerações a partir do
           observado
É a partir de uma avaliação multi-criterial que
 se dá a apropriação, com critérios baseados
 em aspectos objetivos e subjetivos.
Por isso, ao evento de um dado que adquire
 status de informação para um agricultor, não
 se segue, de forma linear, a adoção da técnica
 contida nessa informação.
E, também por isso, não se pode dizer que a
 não-adoção da técnica se dá por que o
 agricultor não a compreendeu.
Considerações a partir do
        observado
  Compreender a complexidade deste
 processo e as razões válidas porque os
agricultores fazem as escolhas que fazem
 só é possível quando o comunicador ou
  extensionista deixa de ver o agricultor
    como alguém cujas condutas são
        indesejáveis e precisam ser
transformadas, ou seja, quando supera a
   barreira intelectual que impede de
  estabelecer um diálogo verdadeiro.
Reforma agrária?
          Em área de floresta?
Sem assistência         Uma comunicação dialógica e
                             comprometida com a
Sem infraestrutura         transformação de nossa
                             relação com o mundo
Sem crédito                   poderá ajudar essas
Sem comercialização      populações a conhecerem e
                          conviverem melhor com o
                          ambiente à sua volta, mas
                         não será capaz de nenhuma
    O modelo de          transformação significativa
 desenvolvimento está           enquanto não for
     equivocado.             acompanhada por um
                         modelo de desenvolvimento
                          que reconheça os limites
                                ecossistêmicos.

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Agloflorestas Possíveis

  • 1. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação - UFRGS Agroflorestas Possíveis – a experiência de apropriação de informações por assentados de MT Gisele Souza Neuls
  • 2. Objetivo Geral Compreender como assentados da Amazônia mato-grossense se apropriam de informações sobre técnicas produtivas de baixo impacto ecossistêmico.
  • 3. Objetivos específicos Verificar quais são as fontes de informações sobre sistemas agroflorestais que chegam até os assentados do Entre Rios; Examinar qual é o conteúdo das informações sobre sistemas agroflorestais acessadas pelos assentados; Analisar como os assentados interagem, armazenam e recuperam essas informações; Observar como são os fluxos e processos de comunicação existentes no assentamento; Observar como se dá a apropriação dessas informações pelos assentados
  • 4. Compreendendo a apropriação Partimos da Filosofia da Informação para compreender como os agricultores selecionam informações que lhes são relevantes, dentro do conjunto de dados que lhes chegam. E buscamos suporte na Sociologia da Ação para compreender porque os agricultores fazem as escolhas que fazem.
  • 5. Caminhos metodológicos Experiência etnográfica 1) Ser assentamento da reforma agrária situado na Amazônia mato- grossense; Pesquisa exploratória 2) Ter um grupo envolvido com projetos Observação de implantação de técnicas de baixo impacto ecossistêmico; participante 3) Estar na área de influência da Diário de campo rodovia do Plano BR-163 Sustentável; Entrevistas em 4) Não ser foco direto de nenhum projeto da organização não profundidade governamental em que trabalhei; 5) Haver contato prévio com lideranças locais.
  • 6. A escolha dos informantes 1ª Visita: Julho de 2009 (1 semana) 2ª Visita: Março de 2010 (2 semanas) 3ª Visita: Outubro de 2010 (4 semanas)
  • 7. Caracterização dos Informantes Informantes-chave: Informantes-padrão: coordenadores do beneficiários do projeto projeto Informantes-especialistas: viveirista, agrônoma
  • 8. Fontes de informação sobre agroflorestas Viveirista e diretores da associação Publicações internas (jornal, folhetos) Publicações socioambientais (via redes sociais) Apostilas técnicas diversas (ex.: Senar) Cursos e suas apostilas Intercâmbios Internet Menos relevantes Televisão (Globo Rural) Rádio (Rádio Nacional da Amazônia)
  • 9. Fluxos de comunicação no assentamento Dependente das interações face a face Agrovila como ponto de referência Telefonia fixa só na agrovila Telefonia móvel em poucos pontos Rádio do assentamento instável, rádio comercial em poucos pontos Televisão parabólica (sem sinal local) Internet na agrovila É preciso sair do assentamento para saber o que acontece fora, ou falar com quem saiu recentemente.
  • 10. O conteúdo sobre agroflorestas Experiências vistas in loco Vídeos mostrando casos de sucesso Apostilas técnicas didáticas Quadros e tabelas com exemplos de consórcios Guias de plantas e manuais de plantio
  • 13. A diferença que faz a diferença É razoável supor que qualquer dado que se relacione com agricultura provoca uma perturbação na atenção dos indivíduos, por relacionar-se com o contexto mais geral em que estão inseridos. Sua avaliação mais detalhada, e consequente seleção das informações, vai depender do grau de perturbação provocado, ou seja, do quanto esse dado encontra ressonância com o contexto dos indivíduos.
  • 14. Critérios de seleção Acervo de Disponibilidade Adaptabilidade experiências material O café aqui precisa de Beatriz costuma plantar O certo era limpar com a sombra, é muito batata doce, quiabo e roçadeira antes de quente, judia das abóbora nas ileiras, dar semente, em vez plantas. Em São onde diz que vem de passar veneno. Paulo também se melhor e os pés Mas quem tem planta mais carregam bem. dinheiro pra comprar adensado. Aqui a uma roçadeira? gente fez nesse espaçamento para Índice de Sucesso Preferências poder plantar mais Em vez de a gente Se agrofloresta só fosse coisas Potencial junto. plantar e perder, nós árvores nativas, a econômico preferimos plantar em gente não se Se eu tivesse hoje 20 muda e ter menos interessaria muito. caixas com abelha, possibilidade de Lógico que a gente ia não teria para quem perder. plantar, tem árvores vender o mel. que a gente gosta, como ipê, a gente sempre ia procurar
  • 15. Considerações a partir do observado É a partir de uma avaliação multi-criterial que se dá a apropriação, com critérios baseados em aspectos objetivos e subjetivos. Por isso, ao evento de um dado que adquire status de informação para um agricultor, não se segue, de forma linear, a adoção da técnica contida nessa informação. E, também por isso, não se pode dizer que a não-adoção da técnica se dá por que o agricultor não a compreendeu.
  • 16. Considerações a partir do observado Compreender a complexidade deste processo e as razões válidas porque os agricultores fazem as escolhas que fazem só é possível quando o comunicador ou extensionista deixa de ver o agricultor como alguém cujas condutas são indesejáveis e precisam ser transformadas, ou seja, quando supera a barreira intelectual que impede de estabelecer um diálogo verdadeiro.
  • 17. Reforma agrária? Em área de floresta? Sem assistência Uma comunicação dialógica e comprometida com a Sem infraestrutura transformação de nossa relação com o mundo Sem crédito poderá ajudar essas Sem comercialização populações a conhecerem e conviverem melhor com o ambiente à sua volta, mas não será capaz de nenhuma O modelo de transformação significativa desenvolvimento está enquanto não for equivocado. acompanhada por um modelo de desenvolvimento que reconheça os limites ecossistêmicos.