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PÓS-GRADUAÇÃO EM
INFLUÊNCIA DIGITAL: CONTEÚDO E ESTRATÉGIA
A utilização de marketing de
conteúdo em ambientes digitais
para promover a saúde.
Case: Portal Drauzio Varella
ALUNO: Bruno Trindade
ORIENTADOR: Marcelo Fontoura
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
01
SUMÁRIO
1. Título 02
2. Resumo 03
3. Palavras-chave 03
4. Corpo do trabalho 04
4.1 Introdução 04
4.2 Desenvolvimento 05
4.2.1 Infodemia: informação vs desinformação 05
4.2.2 Influência x responsabilidade 08
4.2.3 Marketing aplicado na área da saúde 09
4.2.4 O papel do marketing de conteúdo 11
4.2.5 Buscadores, seo e critérios de qualidade do google 13
4.3 Descrição do case /estudo de estudo 15
4.4 Procedimentos metodológicos 16
4.5 Análise 17
4.6 Considerações Finais 27
5. Referências 28
Apêndice 30
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
02
A utilização de marketing de conteúdo em ambientes digitais para promover a
saúde. Case: Portal Drauzio Varella
Problema de pesquisa:
Como portal Drauzio Varella desenvolve uma estratégia consistente de
marketing de conteúdo na área de saúde?
Objetivos:
▪ Descrever o papel do marketing e comunicação na promoção da saúde;
▪ Analisar a utilização da estratégia de marketing de conteúdo do Dr.
Drauzio Varella.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
03
A facilidade de produzir e acessar informações trouxe alterações profundas no
comportamento das pessoas, com consequências positivas e negativas. Um
dos inúmeros desafios para nossa sociedade nessa era de abundância de
informações é como levar conteúdos de qualidade sobre saúde ao mesmo
tempo que combatemos a desinformação, desafio que ficou evidente em meio
ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. O médico Drauzio Varella tem
uma atuação longínqua e destacada de prestação de serviços a sociedade
promovendo a saúde através de uma presença ativa em meios de
comunicação, tendo sua atuação nos ambientes digitais amadurecido nos
últimos anos. O objetivo desse artigo é avaliar a utilização de uma estratégia
de marketing de conteúdo nos ambientes digitais para promoção de saúde
utilizada pelo profissional. Na analise foi possível perceber uma eficaz
“digitalização da marca Drauzio Varella” se apropriando da autoridade
construída em outros meios para destacar-se na busca pela valiosa atenção
das pessoas.
Marketing de Saúde; Desinformação, Fake News, Marketing de conteúdo;
Influência Digital; Drauzio Varella
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
04
A saúde é considerada o principal problema do Brasil por 18% dos
entrevistados no levantamento da Folha (G1, 2019). Somando os fatos das
dificuldades de acesso a rede de saúde e a relativa facilidade de buscar
informações na internet, resulta nos brasileiros liderando o aumento das
buscas por termos ligados a saúde nas plataformas do Google a nível mundial.
Segundo dados do Google (CAMBRICOLI, 2019), 35% dos brasileiros buscam
imediatamente cuidados médicos diante de um problema de saúde, enquanto
26% dos entrevistados afirmaram buscar primeiro informações na internet, o
popularmente chamado “Dr. Google”.
Vivemos hoje uma era de abundância de informações impulsionado,
principalmente, pela facilidade de acesso para consumo e de recursos para a
produção de conteúdo, o que permite que qualquer um, com um nível mínimo
de esforço e investimento, possa ser uma fonte de notícias e influenciar
pessoas.
Nesse contexto de abundância, temos dois fenômenos que têm sido
marcantes nos processos de comunicação de massa nos últimos anos: a “pós-
verdade” - onde fatos objetivos tem menos influência que apelos emocionais
ou crenças pessoais (OXFORD LANGUAGES, 2016) - e a disseminação de
notícias falsas, as “fake news”. Apesar da população ter um leque numeroso
de fontes para consultar nem todos agregam um valor positivo, e esse fato
tem se mostrado um grande inimigo na promoção da saúde.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
05
4.2.1 INFODEMIA: INFORMAÇÃO VS DESINFORMAÇÃO
O jornalista e pesquisador Carlos Castilho (2016) associa a pós-verdade à
avalanche de informações geradas pelas novas tecnologias de informação e
comunicação, que torna inevitável o surgimento de inúmeras versões do
mesmo fato e como consequência temos a relativização dos conceitos e
sentenças. Ainda segundo o autor, a pós verdade é talvez o maior desafio
para o jornalismo contemporâneo, pois afeta a relação de credibilidade entre
os jornalistas e o público.
No Brasil já é possível perceber consequências no nível de confiança das
pessoas em relação as notícias com uma queda de 59% em 2018 para 48%.
Está informação está presente no Digital Reports 2019 da Reuters Institute
(NEWMAN, 2019), que reúne opinião de consumidores de notícias on-line de
38 países avaliando – entre outros pontos – confiança e desinformação. A
queda é atribuida principalmente a atmosfera de polarização política das
eleições de 2018.
O aumento do acesso a internet cria um cenário que facilita a disseminação
notícias falsas que podem estar sendo usadas para encobrir e/ou descartar
informações legítimas, contribuindo para ampliar um clima de desconfiança.
Frias Filho (2018) destaca que o termo fake news não é questão de retórica
ou interpretação, o termo faz referência a toda informação que, sendo
comprovadamente falsa, seja capaz de prejudicar terceiros e tenha sido
forjada e/ou posta em circulação por negligência ou má-fé.
A questão da intencionalidade do ato é um critério fundamental para
entendermos o conceito de fake news e o fato de que não são um fenômeno
inofensivo ou espontâneo. Gelfert (2018) argumenta que esse termo deve ser
utilizado para alegações falsas e enganosas, deliberadamente produzidas
para parecem notícias. Sendo assim, seu surgimento e propagação não são
obras do acaso, e sim o resultado de uma ação de desinformação.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
06
As Fake News são um problema em todas as áreas, porém quando falamos
de saúde o problema ganha uma proporção ainda maior. Em meio a pandemia
de Covid-19, as informações falsas se espalham tão rápido quanto o
Coronavírus e, assim como o vírus, elas têm um incrível poder de se
multiplicar expandindo assim o seu alcance e impacto na sociedade.
O volume expressivo de informações falsas e verdadeiras que surgem e se
misturam com rapidez causa uma onda de desinformação e enfraquece os
esforços das autoridades de saúde no combate a pandemia. O fenômeno
alcançou um status de tamanha seriedade que ganhou um termo: infodemia.
O alerta foi dado em fevereiro pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
através de seu diretor geral, Tedros A. Ghebreyesus: “Não estamos apenas
lutando contra uma epidemia; estamos lutando contra uma infodemia. Notícias
falsas se espalham com mais rapidez e facilidade do que esse vírus e são
igualmente perigosas” (2020).
Sylvie Briand, uma das diretoras da OMS envolvidas no combate a infodemia,
explica que juntamente com um grande fluxo de informações vem
acompanhada a desinformação. Um fenômeno que acontece, segundo a
diretora, desde a idade média, porém o alcance e velocidade das mídias
sociais ampliaram os perigos: “[...] portanto, é um novo desafio [...] você
precisa ser mais rápido se quiser preencher o vazio ... O que está em jogo
durante um surto é garantir que as pessoas façam a coisa certa para controlar
a doença ou para mitigar seu impacto. Portanto, não é apenas informação para
garantir que as pessoas sejam informadas; também precisa garantir que as
pessoas sejam informadas a agir de maneira adequada” (ZAROCOSTAS,
2020).
De acordo com o factsheet da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAN),
361 milhões de vídeos foram carregados no YouTube em 30 dias com a
classificação “COVID-19” e “COVID 19”, e cerca de 19.200 artigos foram
publicados no Google Scholar desde o início da pandemia. No mês de março,
cerca de 550 milhões de tuítes continham os termos coronavirus, corona virus,
covid19, covid-19, covid_19 ou pandemic [pandemia] (2020).
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
07
Ainda segundo o informe da OPAN (2020), o grande volume de informações
dificulta que fontes idôneas e confiáveis possam ser encontras, propiciando
que a desinformação – informações erradas ou imprecisas - sejam absorvidas,
influenciando o comportamento das pessoas e possivelmente levando-as a
correr riscos maiores. O excesso de informação também tem consequências
emocionais, fazendo as pessoas sentirem-se ansiosas, deprimidas,
sobrecarregadas e exaustas.
Uma reportagem da BBC (SPRING, 2020) relatou diversas situações extremas
em todo o mundo estimuladas a partir de boatos e desinformação. Ocorrências
como envenenamento por produtos de limpeza (EUA) e Hidroxicloroquina
(NIG), ataques às torres de transmissão de celular (UK), agressões a
infectados (IND) e inúmeros incidentes ligados a curas alternativas. A
Organização de Medicina Legal do Irã relatou pelo menos 796 mortes
causadas por envenenamento por álcool após boatos sobre os supostos
efeitos terapêuticos. Segundo a autoridade, essas mortes foram causadas por
“notícias falsas em redes sociais”.
O estudo realizado pela Avaaz (2020) com usuários de redes sociais no Brasil,
Itália e Estados Unidos buscou entender a escala da crença na desinformação
sobre a Covid-19 e constatou o alto nível de exposição e crença dos brasileiros
em relação às fake news.
A pesquisa apresentava 9 informações sobre o Coronavírus, sendo 7 falsas.
O resultado mostrou que 94% dos brasileiros entrevistados afirmou ter visto
pelo menos 1 das informações falsas, contra 83% dos americanos e 95% dos
italianos. Além disso, 73% dos brasileiros afirmaram acreditar em pelo menos
1 dos fatos falsos, enquanto 65% dos estadunidenses e 59% dos italianos
afirmaram o mesmo. WhatsApp e Facebook foram os meios mais citados
como fontes de notícias falsas.
A desinformação pode ser causada por motivações ideológicas ou financeiras.
Para Richtel (2020), existem pessoas (ideólogos) que desconfiam da ciência e
de medidas comprovadas, como vacinas, assim como especuladores que
tentam capitalizar vendendo “curas” ou outros produtos que promoveriam o
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
08
bem-estar a partir da criação de uma atmosfera de medo.
Uma reação contrária à propagação de desinformação, talvez pela letalidade
e seriedade do assunto, é a busca por informações em veículos (tradicionais
ou digitais) tidos como confiáveis, trazendo o retorno de uma audiência que
vinha apresentando perdas ao longo dos últimos anos. Segundo o
levantamento do Datafolha (MARQUES, 2020), programas jornalísticos de TV
e jornais impressos estão entre os veículos mais confiáveis para 61% e 56%
dos 1558 entrevistados, seguidos por rádio e sites de notícias, 50% e 38%,
respectivamente. Na outra ponta, temos o alto índice de pessoas que dizem
não confiar em informações que viram no WhatsApp (58%) e no Facebook
(50%).
4.2.2 INFLUÊNCIA X RESPONSABILIDADE
Outro fenômeno contemporâneo a ser observado são os influenciadores
digitais. Pessoas que produzem conteúdos nas redes sociais e possuem
grande capacidade de influenciar suas audiências pessoais. De acordo com
a pesquisa do Instituto Qualibest (2019), 68% dos brasileiros seguem pelo
menos um influenciador digital, e a principal razão é utilizá-los com fonte de
informação.
A eficácia dos programas de educação em saúde depende, segundo Moreira,
Nóbrega e Silva (2003), da correta comunicação da mensagem, da base
científica dela, e deve estar relacionada com a credibilidade da fonte e com
uso de canais familiares, para alcance do público alvo. Ainda de acordo com
as autoras, comunicação em saúde é o uso de métodos para informar e
influenciar as decisões individuais e coletivas que melhoram a saúde. Diante
do exposto, podemos considerar que influenciadores digitais podem ser
agentes importantes na promoção da saúde.
O episódio 02 da série de vídeos Health & Wellness do Meio&Mensagem
(2019), tratou justamente do poder e das responsabilidades dos chamados
“influenciadores da saúde”. Nesse vídeo, o Dr. Drauzio Varella alerta para o
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
09
poder proporcionado pelas ferramentas digitais: “Vai ter que surgir uma nova
ética. O médico que tem um canal no Youtube é como se tivesse uma emissora
de televisão dele, só que sem nenhum crivo, ele fala o que quer. Eu mesmo
vejo médicos que falam absurdos”.
Todos os profissionais, independentemente de sua área de atuação, devem
trabalhar com responsabilidade sobre seus atos, porém, quando o profissional
tem seu alcance de sua mensagem ampliada pelos meios de comunicação,
ele amplia também seu poder de influência sobre as pessoas. Quando o
assunto em questão é a saúde, temos uma implicação ainda maior, pois
podem influenciar negativamente e levar as pessoas a tomarem decisões
equivocadas, e a até mesmo mortais, sobre sua saúde ou de outras pessoas.
4.2.3 MARKETING APLICADO NA ÁREA DA SAÚDE
Marketing é definido como um “processo social por meio do qual pessoas e
grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a
criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços com outros”
(KOTLER, 2000, P. 30). Kotler também apresenta uma descrição mais
sucinta: atender as necessidades de forma lucrativa.
Entretanto, quando levamos em consideração a relação comercial na área da
saúde, é preciso atentar para uma série de aspectos peculiares da área, entre
eles o fato de ser um dos setores mais regulamentados em termos de
comunicação, já que lida com um bem de valor imensurável: a vida das
pessoas.
Por se tratar de um serviço, a saúde apresenta quatro características distintas
que o planejamento de marketing precisa levar em consideração:
inseparabilidade, variabilidade, perecibilidade e intangibilidade (KOTLER,
2010).
A questão da intangibilidade traz um grande desafio para a comunicação, já
que se faz necessário construir uma imagem de benefícios concretos – valor
percebido - para um serviço intangível. Nesse sentido, o marketing na saúde
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
010
deve atuar para criar, comunicar e fornecer valor para a marca, seja da
instituição ou do profissional.
O propósito do marketing na área de saúde passa ter menos peso da visão
transacional (focada na venda) e mais da visão de satisfação e construção do
relacionamento com o cliente, ou paciente.
Em um sentindo mais amplo, Kotler (2010) destaca a mudança do “velho
marketing” para o “novo marketing”, onde a função seria criar um
relacionamento de longo prazo, de confiança e de valor com os clientes. Ainda
segundo o autor, as atividades de comunicação devem contribuir para criar
consciência de marca, vinculando as associações corretas à imagem da marca
na memória dos consumidores, evocando sentimentos ou opiniões positivas
em relação à marca e todos os esforços de marketing devem transmitir uma
mensagem coerente para atingir o posicionamento estratégico.
O marketing, na visão de Godin (2019), pode ajudar os outros a tornarem quem
almejam se tornar, através de histórias honestas que repercutem e se
difundem, oferecendo soluções e oportunidades para que os humanos
resolvam seus problemas
Percepção, um conceito intrínseco no processo de marketing e comunicação,
é citada por Kotler (2010) como um dos 04 fatores psicológicos que influenciam
a resposta do consumidor em relação aos estímulos do marketing. Dentro do
conceito, é importante destacar o Modelo de Crenças em Saúde (HBM)
desenvolvido por psicólogos sociais nos anos 1950 nos Estados Unidos, que
afirma que um indivíduo que agiu ao perceber uma ameaça à saúde,
provavelmente:
1.Percebeu a probabilidade de uma condição negativa de saúde;
2. Percebeu a seriedade;
3.Percebeu os benefícios de agir;
4. Percebeu barreiras à ação;
5. Recebeu dicas para agir;
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
011
6. Percebeu a eficácia.
4.2.4 O PAPEL DO MARKETING DE CONTEÚDO
A grande pergunta, e desafio, para o trabalho de marketing na saúde é: Como
alcançar as pessoas e levar informações de qualidade em um cenário em que
somos bombardeados com diversas mensagens a todo o momento tornando
a atenção um bem escasso?
Adotar uma estratégia baseada em marketing de conteúdo mostra-se um
caminho frutífero para construir uma audiência relevante. Marketing de
conteúdo é uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar
conteúdo que seja interessante, relevante e último para um público claramente
definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse assunto (KOTLER,
2017).
Kotler argumenta que essa é uma abordagem eficiente para criar conexões
entre as marcas e o “novo consumidor”, porém o autor chama atenção para
uma diferença clara entre a propaganda.
O conteúdo é o novo anúncio. Mas os dois são totalmente
diferentes. Um anúncio contém a informação que as marcas
querem transmitir para ajudar a vender seus produtos e
serviços. O conteúdo, por outro lado, contém informações
que os consumidores possam usar para alcançar seus
objetivos pessoais e profissionais (KOTLER, 2017, P.150).
Anand (2018) cita as narrativas de persuasão e da informação, em abordagens
nomeadas por ele de publicidade persuasiva – que estimula os clientes a
comprarem um produto à revelia de sua vontade – e a publicidade informativa
– que influencia alguns consumidores a comprar os produtos certos.
Certamente podemos considerar a publicidade informativa seria uma outra
nomeação para o marketing de conteúdo. Entretanto, Anand completa
afirmando que nas duas versões, o efeito é o mesmo: a compra do produto.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
012
Fazendo a relação com o marketing de saúde, a “compra” do produto seria a
atenção das pessoas para a mensagem pretendida. Esse é o papel da
estratégia de marketing de conteúdo, favorecer uma transição para uma
abordagem baseada em um discurso para o diálogo, conforme argumenta Rez
(2016), onde há uma troca entre quem lança o conteúdo e quem consome.
Segundo o autor, fazer marketing de conteúdo “é compreender que os
consumidores nunca foram nem estão preocupados ou interessados em sua
marca”. Rez defende que se for oferecido as pessoas o que ela precisa para
alcançar estes desejos, ele pode dedicar a prestar atenção ao que sua marca
está falando.
A atenção é decorrência de uma relação de confiança e permissão, conforme
argumenta Godin (2013, P. 81).
Em um mercado que está aberto a quase todo mundo, as
únicas pessoas que ouvimos são aquelas que escolhemos
ouvir. A mídia é barata, claro, mas a atenção é filtrada, e é
praticamente impossível ser ouvido, a não ser que o
consumidor nos dê ouvidos. Quanto mais valiosa for a
atenção de alguém, mais difícil é ganhar. Escolhemos ouvir
aqueles em quem confiamos.
O marketing de conteúdo, segundo Kotler (2017) envolve produção e
distribuição de conteúdo. No que diz respeito a distribuição, o autor destaca
que “conteúdo de alta qualidade é inútil se não atingir o público pretendido”.
Sendo assim, é necessário assegurar que, por meio de uma distribuição
adequada, o conteúdo possa ser descoberto pelo público.
FIGURA 01 – MARKETING DE CONTEÚDO PASSO A PASSO
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
013
FONTE – KOTLER (2017)
Entre inúmeras possibilidades de distribuição de conteúdo, é indiscutível a
“democratização” que a internet proporcionou para produtores de conteúdo de
diversas naturezas e tamanhos. Ferramentas como propaganda e eventos, por
exemplo, sempre foram pouco acessíveis para pequenos negócios ou
profissionais liberais que hoje encontram nos ambientes digitais um poderoso
aliado para alcançar seus públicos de interesse.
4.2.5 BUSCADORES, SEO E CRITÉRIOS DE QUALIDADE DO GOOGLE
Apesar de sua aparente natureza democrática, a internet é um território liderado
por algumas poucas empresas que construíram negócios gigantes, e entre
essas empresas temos o Google. Em um mundo de negócios digitais, ter um
bom posicionamento nos resultados de busca do Google tornou-se um
importante diferencial competitivo.
A “Era da Busca”, conceito enfatizado por Gabriel (2009), faz referência a
utilização de mecanismos de busca, mercado de hegemonia do Google, por
parte dos usuários para “navegar” a multiplicidade de conteúdos presentes na
web. O fenômeno dos buscadores está diretamente ligado ao que a autora
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
014
considera como a “inversão do vetor de marketing”, onde o consumidor na
origem de ações de relacionamento com as marcas.
Nesse sentido, temos conjunto de táticas denominado de Search Engine
Optmizacion (SEO) que objetivam destacar nos resultados exibidos pelos
buscadores.
O Google utiliza um poderoso algoritmo para definir posicionamentos dos sites
nos resultados de busca. Os fatores considerados não são explicitados pela
ferramenta de busca, mas estima-se que são avaliados mais de 200 fatores de
ranqueamento, que vão desde critérios mensuaráveis – como velocidade de
carregamento e otimização para celular – a avaliações mais subjetivas - como
a qualidade do conteúdo.
Apesar de não revelar o funcionamento do seu algoritmo, o Google
disponibilizou em 2015 – com algumas atualizações posteriores - o documento
intitulado Search Quality Guidelines, que reúne orientações para que os
profissionais avaliem a “qualidade da página” a partir da visão do buscador.
O documento traz três conceitos importantes para orientar a produção de
conteúdo na internet, em especial para sites que atuam na área de saúde:
Finalidade benéfica, YMYL e E-A-T.
1. Finalidade benéfica – Para ser bem avaliado pelo Google, os sites devem
oferecer a “melhor experiência possível para o usuário. McCoy (2019)
explica que conceito de finalidade benéfica passou a ser enfatizado a
partir da atualização das diretrizes do Google em 2018, destacando que
“sites e páginas devem ser criados para ajudar os usuários”. Uma página
criada com a finalidade de ganhar dinheiro e sem nenhuma tentativa de
ajudar os usuários seria considerada uma página de baixa qualidade.
2. YMYL - Acrônimo para "Your Money or Your Life" (Seu dinheiro ou sua
vida), uma classificação de qualidade para sites que trazem informações
com potencial de impactar negativamente “felicidade, saúde ou riqueza”
dos usuários, por esse motivo, o buscador exige um alto padrão para sites
classificados como YMYL. São eles: Notícias e eventos atuais sobre
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
015
temas como negócios, ciência, política e tecnologia; Tópicos relacionados
ao governo, direito e assuntos cívicos (votação, serviços sociais,
questões legais, órgãos governamentais, etc.); Assessoria financeira em
impostos, aposentadoria, investimentos, empréstimos, etc; Informações
de compras; Informações sobre pessoas de uma etnia, raça, religião,
nacionalidade, sexualidade, etc; Aconselhamento médico , informações
sobre medicamentos, hospitais, emergências, etc.
Slegg (2015) explica que quando se trata de saúde, questões financeiras
e segurança, o Google não deseja exibir links para páginas que
compartilham conselhos, opiniões ou sites potencialmente fraudulentos,
sem instrução.
E-A-T - O Google quer ter a maior certeza possível de que está
recomendando sites que exibem um alto nível de expertise, autoridade e
confiabilidade (Expertise, Authoritativeness e Trustworthiness). Esse é
um critério bem subjetivo, mas de maneira geral, o Google busca
conteúdos cujo autor (ou marca) apresente conhecimento e
reconhecimento sobre o tema principal do site.
Drauzio Varella é um médico oncologista, com um vasto e reconhecido trabalho
levando informações sobre saúde para um grande público através dos veículos
de comunicação. Considerado um dos pioneiros no tratamento da AIDS no
Brasil, contribuiu ativamente para o combate da doença abordando o tema nas
rádios Jovem Pan e 89FM em 1986, levando esclarecimento sobre o vírus HIV
e à prevenção da AIDS. Segundo ele, essa iniciativa junto à mídia foi alvo de
críticas de profissionais de saúde na época
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
016
O médico demonstra versatilidade para levar informações sobre saúde e
comportamento de maneira objetiva e acessível para diversos públicos através
de diferentes meios de comunicação, seja rádio, TV, artigos ou livros – tendo
um de seus livros, Estação Carandiru, inspirado um filme (Carandiru) que
mostra seu trabalho junto a detentos do presídio Carandiru nos anos 90.
Como não poderia deixar de ser, o Dr. Drauzio também tem uma forte presença
ativa na internet. O site www.drauziovarella.com.br foi lançado em 2002 e trazia
artigos, matérias e entrevistas com o médico e outros convidados especialistas.
Em 2012 a “marca digital” do médico passa a ser gerenciado pela agência de
conteúdo Uzumaki que trouxe um olhar mais jornalístico para produção de
conteúdo, além de uma maior diversificação dos formatos, incluindo vídeos e
podcasts, para entrevistas, reportagens e hard news em saúde, além da
presença nas redes sociais (Facebook, Twitter, Youtube, Instagram e Spotify).
FIGURA 02 – EVOLUÇÃO DO SITE 2002X2020
FONTE: WAYBACK MACHINE (https://archive.org/web/)
Segundo Vergara (2000) dois critérios são utilizados para definir o tipo de
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
017
pesquisa: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins esse estudo
se desenvolveu na forma de uma pesquisa exploratório-descritiva e quanto aos
meios se caracterizou como um estudo de caso.
A pesquisa exploratória, segundo Mattar (1996), é muito útil quando se tem
uma vaga noção do problema de pesquisa. Dentre os vários objetivos em que
a pesquisa exploratória pode ser usada, o que mais se enquadra a este estudo
em particular, seria o de familiarizar e elevar o conhecimento e a compreensão
de um problema de pesquisa em perspectiva.
O estudo de caso, foi escolhido para esse artigo por ser bastante utilizado em
pesquisas exploratórias, já que possui profundidade e uma pequena
amplitude, estudando detalhadamente um único exemplo, possibilitando o
conhecimento sobre um tema ainda não estudado (MATTAR, 1996).
O levantamento de informações foi feito através de entrevista com Tainah
Medeiros, gerente de mídia sociais da agência Uzumaki, análise de
performance digital do site através das ferramentas Similarweb, Ubersuggest
e Google Trends.
Tainah Medeiros (APENDICE 01,2020), gerente de mídias sociais da Uzumaki,
explica que o objetivo do site do Dr. Drauizo Varella é fornecer informações
para que os indivíduos possam tomar decisões saudáveis.
O maior objetivo que temos hoje é trabalhar de forma ampla
o conceito de saúde proposto pela OMS, que diz “saúde é
um estado de completo bem-estar físico, mental e social e
não somente ausência de afecções e enfermidades”. Tendo
isso em vista, nosso propósito é iniciar conversas com a
nossa audiência em todos esses pilares, fornecendo
ferramentas para que cada indivíduo possa tomar decisões
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
018
saudáveis para suas vidas.
Temos como prioridade, também, falar sobre causas sociais
poucas abordadas dentro do jornalismo de saúde, como
homofobia, aborto, violência doméstica, uso adulto da
maconha, redução de danos, o sistema carcerário, saúde
mental e sexualidade. Queremos puxar o olhar das pessoas
também para essas discussões, que ao mesmo tempo em
que são tão latentes são também sequencialmente
ignoradas por muitos veículos. Ainda, entendemos que para
iniciar essas conversas é preciso compreender as demandas
que a sociedade tem, com uma visão ampla da realidade que
cada um está inserido e, claro, livres de tabus.
Em 2018 o site iniciou uma parceria com o UOL, que resultou em maior
visibilidade para o projeto. Segundo Medeiros, o site tinha uma média de 3
milhões de acessos mensais e hoje alcança mais de 7 milhões. O portal
também apresenta uma audiência expressiva de seguidores nas redes sociais
(3,2 milhões no Facebook, 2,37 milhões no Youtube, 1,1 milhões no Instagram
e 300 mil no Twitter). O trabalho realizado no site é bastante reconhecido, fato
comprovado por algumas premiações especializadas:
▪ Prêmio Influenciadores Digitais 2016 (Saúde e Fitness, votos Técnico e
Popular)
▪ Prêmio Digital 2016 na categoria Melhor YouTuber
▪ Prêmio RioWeb Fest 2016 na categoria melhor não-ficção com o Drauzio
Comenta
▪ 2º e 3º lugar no II Prêmio SBR/Pfizer de Jornalismo/ Doenças reumáticas
- categoria mídia online (2016)
Diante do exposto, podemos considerar que a estratégia de marketing de
conteúdo tem se mostrado assertiva para alcançar os objetivos definidos para
atuação do site do Dr. Drauzio, destacados por Medeiros: iniciar conversas
com a audiência e fornecer ferramentas que possibilitem tomar decisões
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
019
saudáveis.
A abordagem de conteúdo também é utilizada nas parcerias com as marcas,
conforme explica Medeiros:
Não fazemos propaganda de nenhum produto. Nos
limitamos a fazer parcerias para levar conteúdos sobre
saúde, de maneira isenta da opinião dos parceiros e sem
mencionar qualquer produto. Essas parcerias só são
firmadas se forem coerentes com o que acreditamos.
Dessa forma, uma farmacêutica jamais terá um
medicamento citado nos materiais do Portal, mas ele poderá
patrocinar conteúdos informativos relacionados a sua área
de atuação. Existem também projetos produzidos pela
UZMK que não resultam em conteúdo para as redes Drauzio
Varella, mas sim para uso e veiculação interna dos clientes.
O cuidado com a “qualidade” técnica da informação sobre saúde parece ser
uma preocupação recorrente para o Dr. Drauzio. O médico ressalta as
facilidades trazidas pela internet, ao mesmo tempo que destaca a necessidade
de cuidado com as informações (VARELLA E CESCHIN, 2014, P105).
Em matéria de saúde, a internet é um enorme avanço. Para
os médicos, nem se fala. Você põe duas palavras em um site
de busca e ele te dá acesso a uma literatura que, de outra
forma, não estaria ao seu alcance. Existem sites atualizados
que lhe entregam o que existe de melhor naquela área.
Então o médico tem uma quantidade inacreditável de
informação disponível e os pacientes também.
O problema da internet é que a informação não passa por
nenhum tipo de crivo. Pode-se encontrar uma orientação, por
exemplo, do melhor tratamento possível que existe para
angina. O doente tem dor no peito procura um site de
cardiologia de confiança e fica sabendo quais são as
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
020
características da doença, a conduta a adotar, o tipo de ajuda
que deve procurar. Ao lado disso, vai ler que chá de berinjela
é bom para o colesterol e protege o coração – uma
informação que veio ninguém sabe onde e que corre pela
internet. Essas informações aleatórias confundem as
pessoas, que ficam perdidas com tantos dados. Isso mais
atrapalha do que ajuda.
Conforme já foi dito, o portal Drauzio Varella dispõe de uma audiência
expressiva nas principais redes sociais, onde distribui conteúdos (através de
postagens com links para o site) e inicia conversas com seus públicos.
Medeiros comenta sobre como a imagem de Drauzio Varella é apresentada e
construída em cada rede social.
O Facebook hoje tem relevância menor para nós, projetamos
que a rede em si está em declínio. O YouTube, o Instagram
e o Twitter são nossas redes com mais entrega. Para cada
uma delas, limitamos qual faceta do Drauzio estará presente
- por mais que a gente assine como equipe em todas elas.
Dentro do Instagram, trabalhamos o lado médico, somado ao
do escritor e corredor. No Twitter, trabalhamos o lado das
questões sociais. No YouTube, temos o Drauzio de fato
conversando com a audiência. Todas essas redes reforçam
as inúmeras habilidades que existem dentro do dr. Drauzio
Varella e toda a sua potência como comunicador, buscando
sempre que possível usá-las para levar o público ao site.
FIGURA 03 – OVERVIEW SOCIAL
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
021
FONTE - SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP)
Apesar da importância da presença nas redes sociais, 89% do tráfego é
originado de mecanismos de busca, resultado de uma preocupação de seguir
boas práticas de SEO e da imagem de autoridade do médico.
FIGURA 04 – MARKETING CHANNEL
FONTE: SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP)
Uma vantagem do trabalho de marketing de conteúdo, e um ponto chave para
gerar resultado, é a facilidade de “reagir” ao aumento de buscas para
determinado conteúdo, a exemplo da pandemia de Coronavírus. Os primeiros
casos no Brasil começaram em meados de fevereiro e março de 2020,
despertando o interesse contínuo dos brasileiros, seja nos meios tradicionais
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
022
de comunicação ou na internet, levando os veículos de notícias a produzirem
conteúdos e projetos especiais para atender ao interesse dos usuários.
Dr. Drauzio protagonizou participações em diversos veículos para falar sobre
o assunto e também foram produzidos um grande volume conteúdo para o site
– reunidos na ladingpage https://drauziovarella.uol.com.br/coronavirus/ - e
redes sociais, adotando formatos diversos, com destaque para 49 vídeos
curtos (até 5 minutos) reunidos em uma playlist no canal do Youtube, que mais
de 30 mil visualizações (até 14/06/2020).
A matéria “Quanto tempo demora para aparecer os sintomas do Coronavírus”
(FUJITA JR, 2020) alcançou 277 mil visualizações (de 16/03 a 22/05), sendo
o segundo conteúdo mais acessado na história do site.
FIGURA 05 – BUSCAS POR “CORONAVÍRUS” NO GOOGLE
FONTE: GOOGLE TRENDS
Utilizando a ferramenta Google Trends, é possível perceber o aumento brusco
em torno do nome do médico nos últimos meses. Importante destacar que o
pico está relacionado a uma matéria polêmica do médico entrevistando uma
presidiária transgênero, porém a ferramenta do Google aponta a relação das
buscas do nome do médico com o Coronavírus.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
023
FIGURA 06 – TENDÊNCIA DE BUSCA
FONTE: GOOGLE TRENDS
O fato de Dr. Drauzio ser uma figura frequente em diversos veículos de mídia
contribui para alavancar os conteúdos nos meios digitais. Medeiros comenta
que é perceptível o aumento de tráfego no site após aparição em programas
de grande audiência, como o Fantástico (TV Globo) ou o Roda Viva (TV
Cultura), demonstrando o efeito da convergência de mídias. Jenkins (2008)
refere-se à convergência como o fluxo de conteúdos através de múltiplas
plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao
comportamento migratória dos públicos dos meios de comunicação, que se
movimentam em busca do que desejam.
Cialdini (2012) discorre sobre mecanismos, nomeado por ele como as “armas
da persuasão”, que estimulam nas pessoas um tipo de reação automática –
um “clique” que desencadearia uma sequência de comportamentos. O autor
argumenta que esse é uma forma eficiente e econômica de comportamento.
Para viver no ambiente complexo e dinâmico dos dias de
hoje, precisamos de atalhos. Não se pode querer reconhecer
e analisar todos os aspectos em cada pessoa,
acontecimento e situação com que deparamos, mesmo num
único dia. Não dispomos de tempo, energia ou capacidade
para tal. Em vez disso, temos muitas vezes que usar nossos
estereótipos – nossas regras gerais – para classificar as
coisas de acordo com umas poucas características-chave e
depois passar a reagir sem pensar quando uma ou outra
dessas características desencadeadoras estiver presente
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
024
(CIALDINI, 2012, P. 19).
Uma dessas armas da persuasão, de acordo com o autor, seria a autoridade,
fazendo valer a regra de atalho “se um especialista disse isso, deve ser
verdade”, onde aceitamos as afirmações de indivíduos pelo fato serem
“experts” no assunto, poupando tempo, energia e capacidade mental de
racionalizar sobre o fato. Cialdini (2012) cita a área da saúde, onde médicos,
dotados de grandes conhecimentos e influência nessa área vital, estão na
posição de autoridades respeitadas.
Mesmo diante das mudanças influenciadas pela “era das buscas”, pós verdade
e fake news, a imagem de autoridade de médico e especialista em saúde do
Dr. Drauzio é um importante diferencial para sua presença digital em relação
a outros sites e portais voltados para conteúdo de saúde, como o
tuasaude.com, minhavida.com.br e minutosaudavel.com.br.
O portal de Drauzio Varella não tem a liderança dos sites da área da saúde em
termos de volume de acessos, porém Medeiros não considera como
concorrentes diretos, já que esses sites têm um produzem conteúdos ligados
a dietas e beleza, temas com bastante volume de busca e apelos ao público,
alavancando os acessos.
Por outro lado, esses temas entram em áreas fora do nosso
interesse como identidade de marca. Nosso foco é produzir
conteúdo com respaldo científico e que se encaixe nos
pilares de discussões que temos, critério que raramente é
preenchido por categorias como as que são carro-chefe em
outros sites.
FIGURA 07 – AUDIÊNCIA DE SITES DE SAÚDE
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
025
FONTE: SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP)
Através da plataforma Ubersuggest é possível comparar as 10 páginas que
mais geraram tráfego para o site de Drauzio Varella e para o Tua Saúde. Na
figura 08 é possível perceber que três das principais páginas do Tua Saúde
estão ligadas a emagrecimento. A ideia não é diminuir a importância do
emagrecimento para uma vida saudável e sim destacar o maior potencial de
busca para esses temas, conforme Medeiros destacou anteriormente.
FIGURA 08 – PÁGINAS MAIS ACESSADAS TUA SAÚDE X DRAUZIO
VARELLA
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
026
FONTE: UBERSUGGEST
Na figura 08 fica clara a diferença do potencial tráfego de buscas: mais de 800
mil buscas para palavras ligadas a IMC (página mais acessada no Tua Busca)
x 114 mil buscas para termos ligados a hemorroida (página mais acessada no
site Drauzio Varella). Podemos dizer que a linha editorial traz limitações para
o volume de tráfego do site, mas contribui para diferenciar o propósito do
projeto.
FIGURA 09 – POTENCIAL DE BUSCA
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
027
FONTE: UBERSUGGEST
Ainda assim, as buscas no Google continuam sendo o principal canal de
tráfego para o site e as boas práticas de SEO se destacam com estratégia para
gerar resultados, conforme já abordado.
O nome do Dr. Drauzio certamente obtém uma boa avaliação do fator E-A-T,
sendo reconhecido e citado por diversas fontes de mídia (tradicional ou digital).
Booth (2019) argumenta que quando outros especialistas ou influenciadores
citam como fonte de informações ou quando o nome/marca se torna sinônimo
de conteúdos relevantes, pode-se se dizer que existe a autoridade no assunto.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
028
A atenção é um recurso cada vez mais valioso para todas as marcas,
independente do mercado de atuação, ainda mais para um projeto com uma
proposta diferenciada como o do Dr. Drauzio. A equipe responsável pela
gestão e produção de conteúdo da marca digital dele faz um trabalho
consistente baseado em uma abordagem de marketing de conteúdo, fazendo
uso ativo da presença dele em outros veículos através da convergência de
mídia para o digital.
O marketing de conteúdo mostra-se uma ferramenta com grande potencial
para conquistar uma audiência proprietária nos ambientes digitais,
comunicando-se diretamente com o target definido, algo que deveria ser um
dos objetivos de qualquer planejamento de marketing de empresas que
desejam manter-se competitivas.
A estratégia também traz ganhos à medida que contribui para fortalecer o
posicionamento e imagem da marca, construindo uma percepção de
autoridade nos temas ligados ao negócio.
Dr. Drauzio Varella “digitalizou” suas ações sem abandonar sua presença nos
veículos tradicionais, ampliando assim o alcance de suas mensagens. Esse
também é um ensinamento positivo para manter a relevância das marcas em
relação aos seus competidores.
Seus “concorrentes indiretos” no mercado de saúde, como os sites Tua Saúde
e Minha Vida, nasceram em ambientes digitais e têm menos tempo de atuação,
entretanto alcançam um número maior de pessoas com seus conteúdos. Uma
análise mais completa de suas estratégias pode ser objeto de estudos futuros
para gerar novos insights.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
029
BOOTH, Ian. E-A-T and SEO: How to Create Content That Google Wants. Moz, 2019.
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24/06/2020.
Série Health & Wellness | EP 2: Influenciador, uma autoridade da saúde. Meio&Mensagem,
2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1yuKwn3zhnQ. Acesso em:
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das informações falsas sobre a covid-19. BBC News Brasil, 2020. Disponível:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53054554. Acesso em 28/06/2020.
VARELLA, Drauzio; CESCHIN, Mauricio. A saúde dos planos de saúde: os desafios da
assistência privada no Brasil. São Paulo/SP: Editora Paralela, 2014.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3º edição.
São Paulo: Editora Atlas, 2000.
ZAROCOSTAS, Jonh. How to fight an infodemic. The Lancet, 2020. Disponível:
https://bit.ly/3gW3pvL Acesso em 11/07/2020.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
031
APÊNDICE A – ENTREVISTA COM TAINAH MEDEIROS, GERENTE DE
MÍDIAS SOCIAIS DA UZUMAKI
Entrevista realizada dia 22/05/2020
l. A Uzumaki é a empresa responsável pela presença digital do Dr Drauzio
Varella desde 2011. Eu gostaria de saber como começou essa parceria? Foi
a primeira iniciativa do Dr. Drauzio na internet?
TM - Dr. Drauzio já tinha um site antes da entrada da UZMK, gerenciado por
ele mesmo. Consistia essencialmente em verbetes sobre doenças e
entrevistas
com especialistas realizadas pelo próprio médico. Em 2010, Jefferson
Peixoto, hoje nosso diretor executivo, assumiu a gerência do Portal com um
olhar mais jornalístico, com a proposta de diversificar os conteúdos
produzidos, incluindo vídeos, reportagens e hard news em saúde.
2. Imagino que um dos motivadores para o Dr. Drauzio é buscar levar
informações de qualidade para a população, mas para além disso, quais os
outros objetivos desse projeto?
TM - O maior objetivo que temos hoje é trabalhar de forma ampla o conceito
de saúde proposto pela OMS, que diz “saúde é um estado de completo bem-
estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades”. Tendo isso em vista, nosso propósito é iniciar conversas com
a nossa audiência em todos esses pilares, fornecendo ferramentas para que
cada indivíduo possa tomar decisões saudáveis para suas vidas. Temos
como prioridade, também, falar sobre causas sociais pouco abordadas
dentro do jornalismo de saúde, como homofobia, aborto, violência
doméstica, uso adulto da maconha, redução de danos, o sistema carcerário,
saúde mental e sexualidade. Queremos puxar o olhar das pessoas também
para essas discussões, que ao mesmo tempo em que são tão latentes são
também sequencialmente ignoradas por muitos veículos.
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
032
Ainda, entendemos que para iniciar essas conversas é preciso compreender
as demandas que a sociedade tem, com uma visão ampla da realidade que
cada um está inserido e, claro, livres de tabus.
3.Do ponto de vista comercial, sei que existem projetos especiais em
parcerias com marcas e veiculação de peças display, mas gostaria de saber
mais sobre o funcionamento comercial do portal e as fontes de receita. Você
pode falar sobre isso?
TM - Talvez essa eu possa te ajudar pouco por não ter conhecimento
aprofundado nessa área. Mas, em geral, nosso ponto é: não fazemos
propaganda de nenhum produto. Nos limitamos a fazer parcerias para levar
conteúdos sobre saúde, de maneira isenta da opinião dos parceiros e sem
mencionar qualquer produto. Essas parcerias só são firmadas se forem
coerentes com o que acreditamos. Dessa forma, uma farmacêutica jamais
terá um medicamento citado nos materiais do Portal, mas ele poderá
patrocinar conteúdos informativos relacionados a sua área de atuação.
Existem também projetos produzidos pela UZMK que não resultam em
conteúdo para as redes Drauzio Varella, mas sim para uso e veiculação
interna do cliente.
4.Em 2018 iniciou-se uma parceria com o Uol. Como funciona essa
parceria? Teve ganhos de visibilidade e faturamento? Houve mudança na
operação? Tanto do ponto de vista comercial quanto na produção de
conteúdo?
TM - A parceria com o UOL é um grande marco para nós, pois ganhamos
ainda mais visibilidade e mais uma porta para fazer com que nossos
conteúdos ganhem mais visibilidade. Expandimos nossos acessos de 3
milhões/mês para 7 milhões em média. O UOL é um veículo de referência
na internet, que
acredita e investe em conteúdo de qualidade. Ano passado, em parceria
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
033
com eles e Médicos Sem Fronteiras, fomos ao Líbano para falar sobre a
situação dos refugiados. Tivemos suporte financeiro do UOL, que conseguiu
patrocinadores para esta série. Recebemos muita visibilidade porque o
conteúdo estreou a plataforma de vídeos da empresa, chamada MOV. Sobre
faturamento não irei abrir os dados por uma política da empresa, mas a
parceria abriu também receitas via banner, uma fonte que era importante no
início do site, ficou abandonada com o advento das redes sociais e retornou
com relevância a partir da parceria. Quanto à produção de conteúdo, o UOL
não interfere de maneira nenhuma e dá completa liberdade para que
continuemos trabalhando como sempre fizemos, sem qualquer restrição ou
indicação do que produzir.
5.Encontrei uma matéria anunciando a parceria que informava que o site
tinha algo em torno de 4 milhões de visitas por mês e identifiquei (no
Similarweb) que atualmente o esse número está em torno de 5,5 milhões -
um crescimento expressivo. Você atribui esse resultado a algum fator
específico?
TM -O crescimento foi maior, a média tem sido em torno de 7 milhões. Hoje,
89% dos nossos acessos vêm do Google. Nós sempre soubemos disso e
entendemos precocemente a importância de estruturar e elaborar muito bem
nosso SEO, o que nos ajudou a ter um bom ranqueamento dentro da
plataforma de busca.
Ainda, além da parceria com o UOL - que deu bastante visibilidade para o
site-, nosso trabalho e a construção da marca dentro das redes sociais,
principalmente dentro do YouTube - com definição específica de linguagem
e objetivos para cada rede - têm reflexos extremamente positivos para o site.
6. A pandemia de Covid-19 impactou muito no planejamento? Houve um
aumento nos acessos ao portal e nas redes sociais?
TM - Impactou na produção de conteúdo. Paralisamos alguns projetos para
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
034
nos dedicarmos à produção de conteúdo voltados ao tema. Em relação aos
acessos, tivemos aumento no início da pandemia, no mês de março, uma
queda expressiva em abril e a retomada a patamares acima da média em
maio.
O que notamos foi uma mudança no ranqueamento das matérias mais
acessadas de abril até este momento. Quanto tempo demora para
aparecerem os sintomas do novo Coronavírus é a segunda matéria com
mais acessos (277 mil visualizações de página). Ainda assim, ela fica abaixo
da Calculadora de IMC que temos dentro do site, que encabeça com 450 mil
visualizações de página.
7.Existe sites voltados a área de saúde com volume de acessos bem maior
que o Portal do Dr Drauzio. Vocês os consideram como concorrentes? E
como tenta diferenciar em relação a eles?
TM - Não entendemos como concorrentes porque alguns desses sites
abordam temas que não fazem parte do nosso editorial, como dietas e
beleza. Geralmente, esses assuntos são mais clicáveis e tendem alavancar
os acessos ao site.
Por outro lado, esses temas entram em áreas fora do nosso interesse como
identidade de marca. Nosso foco é produzir conteúdo com respaldo
científico e que se encaixe nos pilares de discussões que temos, critério que
raramente é preenchido por categorias como as que são carro-chefe em
outros sites.
8.Na série Health e Wellness, do Meio & Mensagem, o Jefferson Gorgulho
Peixoto falou sobre o papel dos influenciadores na área de saúde. O fato de
Dr Drauzio ser uma personalidade conhecida, ajuda a destacar o projeto? E
a presença dele nos veículos tradicionais tem impactos diretos nos acessos?
TM - Claro! A figura do Drauzio por si só já atrai público. O nosso papel foi
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
035
reforçar essa figura e mostrar as inúmeras facetas que ele tem. Seu lado
corredor, por exemplo, é pouco explorado nos trabalhos que realiza na TV.
Nosso trabalho é construído e pensado de acordo com as características
dele.
Notamos aumento do número de acessos ao site no domingo pós-
Fantástico, muitas vezes em temas abordados na série exibida no momento.
Também há aumento se ele aparece em outros veículos, como foi o caso do
último Roda Viva com ele.
9.Como funciona a produção de conteúdo? Sei que tem uma equipe
produzindo os conteúdos, mas também tem o apoio dos especialistas. Como
é decidido as pautas? E a decisão dos formatos? Se é um texto, entrevista,
podcast, vídeo etc.
TM -Nós temos reuniões mensais de planejamento, que incluem as
discussões sobre pautas. Aqui, dr. Drauzio não participa, mas a filha,
Mariana Varella, editora-chefe do Portal, participa e faz parte de todas as
discussões. Os formatos são decididos com base no recorte do público que
queremos atingir e contamos com a ajuda do olhar crítico de todos. Somos
uma equipe diversa, maioria mulher, e valorizamos muito essa diversidade
para poder construir um trabalho com um olhar mais expandido sobre
sociedade. Alguns dos fatores que contam para a escolha de pauta são
pertencer aos pilares comentados mais acima, diálogo com assuntos em
voga no momento e combate a fake news.
Para a concepção de formatos novos, fazemos constantemente brainstorm
com a equipe. Somos uma empresa com gestão parcialmente horizontal,
nós acreditamos e damos liberdade de criação para todos. Temos uma visão
ampla, contamos com referências de todos e temos comprometimento total
com oferecer conteúdo inovadores para o Portal, tanto em termos de pauta
como em formato. Tudo isso é essencial para que possamos elaborar
novidades. Foi assim com o desenvolvimento de uma equipe de vídeos de
alto nível a partir da percepção de que conteúdos audiovisuais na internet
não precisam ser tecnicamente amadores e também com o lançamento de
podcasts, plataforma que passou anos seguidos como “sensação do ano”,
Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia
036
mas que somente começou a vingar em 2019.
10.O portal tem uma audiência muito expressiva nas redes sociais,
principalmente no Facebook e Youtube. Qual a importância desses canais
na estratégia?
O Facebook hoje tem relevância menor para nós, projetamos que a rede em
si está em declínio. O YouTube, o Instagram e o Twitter são nossas redes
com mais entrega. Para cada uma delas, limitamos qual faceta do Drauzio
estará presente - por mais que em todas as redes a gente assine como
equipe.
Dentro do Instagram, trabalhamos o lado médico, somado ao do escritor e
corredor. No Twitter, trabalhamos o lado das questões sociais. No YouTube,
temos o Drauzio de fato conversando com a audiência. Todas essas redes
reforçam as inúmeras habilidades que existem dentro do dr. Drauzio Varella
e toda a sua potência como comunicador, buscando sempre que possível
usá-las para levar o público ao site.

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A utilização de marketing de conteúdo em ambientes digitais para promover a saúde. Case: Portal Drauzio Varella

  • 1. PÓS-GRADUAÇÃO EM INFLUÊNCIA DIGITAL: CONTEÚDO E ESTRATÉGIA A utilização de marketing de conteúdo em ambientes digitais para promover a saúde. Case: Portal Drauzio Varella ALUNO: Bruno Trindade ORIENTADOR: Marcelo Fontoura
  • 2. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 01 SUMÁRIO 1. Título 02 2. Resumo 03 3. Palavras-chave 03 4. Corpo do trabalho 04 4.1 Introdução 04 4.2 Desenvolvimento 05 4.2.1 Infodemia: informação vs desinformação 05 4.2.2 Influência x responsabilidade 08 4.2.3 Marketing aplicado na área da saúde 09 4.2.4 O papel do marketing de conteúdo 11 4.2.5 Buscadores, seo e critérios de qualidade do google 13 4.3 Descrição do case /estudo de estudo 15 4.4 Procedimentos metodológicos 16 4.5 Análise 17 4.6 Considerações Finais 27 5. Referências 28 Apêndice 30
  • 3. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 02 A utilização de marketing de conteúdo em ambientes digitais para promover a saúde. Case: Portal Drauzio Varella Problema de pesquisa: Como portal Drauzio Varella desenvolve uma estratégia consistente de marketing de conteúdo na área de saúde? Objetivos: ▪ Descrever o papel do marketing e comunicação na promoção da saúde; ▪ Analisar a utilização da estratégia de marketing de conteúdo do Dr. Drauzio Varella.
  • 4. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 03 A facilidade de produzir e acessar informações trouxe alterações profundas no comportamento das pessoas, com consequências positivas e negativas. Um dos inúmeros desafios para nossa sociedade nessa era de abundância de informações é como levar conteúdos de qualidade sobre saúde ao mesmo tempo que combatemos a desinformação, desafio que ficou evidente em meio ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. O médico Drauzio Varella tem uma atuação longínqua e destacada de prestação de serviços a sociedade promovendo a saúde através de uma presença ativa em meios de comunicação, tendo sua atuação nos ambientes digitais amadurecido nos últimos anos. O objetivo desse artigo é avaliar a utilização de uma estratégia de marketing de conteúdo nos ambientes digitais para promoção de saúde utilizada pelo profissional. Na analise foi possível perceber uma eficaz “digitalização da marca Drauzio Varella” se apropriando da autoridade construída em outros meios para destacar-se na busca pela valiosa atenção das pessoas. Marketing de Saúde; Desinformação, Fake News, Marketing de conteúdo; Influência Digital; Drauzio Varella
  • 5. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 04 A saúde é considerada o principal problema do Brasil por 18% dos entrevistados no levantamento da Folha (G1, 2019). Somando os fatos das dificuldades de acesso a rede de saúde e a relativa facilidade de buscar informações na internet, resulta nos brasileiros liderando o aumento das buscas por termos ligados a saúde nas plataformas do Google a nível mundial. Segundo dados do Google (CAMBRICOLI, 2019), 35% dos brasileiros buscam imediatamente cuidados médicos diante de um problema de saúde, enquanto 26% dos entrevistados afirmaram buscar primeiro informações na internet, o popularmente chamado “Dr. Google”. Vivemos hoje uma era de abundância de informações impulsionado, principalmente, pela facilidade de acesso para consumo e de recursos para a produção de conteúdo, o que permite que qualquer um, com um nível mínimo de esforço e investimento, possa ser uma fonte de notícias e influenciar pessoas. Nesse contexto de abundância, temos dois fenômenos que têm sido marcantes nos processos de comunicação de massa nos últimos anos: a “pós- verdade” - onde fatos objetivos tem menos influência que apelos emocionais ou crenças pessoais (OXFORD LANGUAGES, 2016) - e a disseminação de notícias falsas, as “fake news”. Apesar da população ter um leque numeroso de fontes para consultar nem todos agregam um valor positivo, e esse fato tem se mostrado um grande inimigo na promoção da saúde.
  • 6. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 05 4.2.1 INFODEMIA: INFORMAÇÃO VS DESINFORMAÇÃO O jornalista e pesquisador Carlos Castilho (2016) associa a pós-verdade à avalanche de informações geradas pelas novas tecnologias de informação e comunicação, que torna inevitável o surgimento de inúmeras versões do mesmo fato e como consequência temos a relativização dos conceitos e sentenças. Ainda segundo o autor, a pós verdade é talvez o maior desafio para o jornalismo contemporâneo, pois afeta a relação de credibilidade entre os jornalistas e o público. No Brasil já é possível perceber consequências no nível de confiança das pessoas em relação as notícias com uma queda de 59% em 2018 para 48%. Está informação está presente no Digital Reports 2019 da Reuters Institute (NEWMAN, 2019), que reúne opinião de consumidores de notícias on-line de 38 países avaliando – entre outros pontos – confiança e desinformação. A queda é atribuida principalmente a atmosfera de polarização política das eleições de 2018. O aumento do acesso a internet cria um cenário que facilita a disseminação notícias falsas que podem estar sendo usadas para encobrir e/ou descartar informações legítimas, contribuindo para ampliar um clima de desconfiança. Frias Filho (2018) destaca que o termo fake news não é questão de retórica ou interpretação, o termo faz referência a toda informação que, sendo comprovadamente falsa, seja capaz de prejudicar terceiros e tenha sido forjada e/ou posta em circulação por negligência ou má-fé. A questão da intencionalidade do ato é um critério fundamental para entendermos o conceito de fake news e o fato de que não são um fenômeno inofensivo ou espontâneo. Gelfert (2018) argumenta que esse termo deve ser utilizado para alegações falsas e enganosas, deliberadamente produzidas para parecem notícias. Sendo assim, seu surgimento e propagação não são obras do acaso, e sim o resultado de uma ação de desinformação.
  • 7. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 06 As Fake News são um problema em todas as áreas, porém quando falamos de saúde o problema ganha uma proporção ainda maior. Em meio a pandemia de Covid-19, as informações falsas se espalham tão rápido quanto o Coronavírus e, assim como o vírus, elas têm um incrível poder de se multiplicar expandindo assim o seu alcance e impacto na sociedade. O volume expressivo de informações falsas e verdadeiras que surgem e se misturam com rapidez causa uma onda de desinformação e enfraquece os esforços das autoridades de saúde no combate a pandemia. O fenômeno alcançou um status de tamanha seriedade que ganhou um termo: infodemia. O alerta foi dado em fevereiro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) através de seu diretor geral, Tedros A. Ghebreyesus: “Não estamos apenas lutando contra uma epidemia; estamos lutando contra uma infodemia. Notícias falsas se espalham com mais rapidez e facilidade do que esse vírus e são igualmente perigosas” (2020). Sylvie Briand, uma das diretoras da OMS envolvidas no combate a infodemia, explica que juntamente com um grande fluxo de informações vem acompanhada a desinformação. Um fenômeno que acontece, segundo a diretora, desde a idade média, porém o alcance e velocidade das mídias sociais ampliaram os perigos: “[...] portanto, é um novo desafio [...] você precisa ser mais rápido se quiser preencher o vazio ... O que está em jogo durante um surto é garantir que as pessoas façam a coisa certa para controlar a doença ou para mitigar seu impacto. Portanto, não é apenas informação para garantir que as pessoas sejam informadas; também precisa garantir que as pessoas sejam informadas a agir de maneira adequada” (ZAROCOSTAS, 2020). De acordo com o factsheet da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAN), 361 milhões de vídeos foram carregados no YouTube em 30 dias com a classificação “COVID-19” e “COVID 19”, e cerca de 19.200 artigos foram publicados no Google Scholar desde o início da pandemia. No mês de março, cerca de 550 milhões de tuítes continham os termos coronavirus, corona virus, covid19, covid-19, covid_19 ou pandemic [pandemia] (2020).
  • 8. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 07 Ainda segundo o informe da OPAN (2020), o grande volume de informações dificulta que fontes idôneas e confiáveis possam ser encontras, propiciando que a desinformação – informações erradas ou imprecisas - sejam absorvidas, influenciando o comportamento das pessoas e possivelmente levando-as a correr riscos maiores. O excesso de informação também tem consequências emocionais, fazendo as pessoas sentirem-se ansiosas, deprimidas, sobrecarregadas e exaustas. Uma reportagem da BBC (SPRING, 2020) relatou diversas situações extremas em todo o mundo estimuladas a partir de boatos e desinformação. Ocorrências como envenenamento por produtos de limpeza (EUA) e Hidroxicloroquina (NIG), ataques às torres de transmissão de celular (UK), agressões a infectados (IND) e inúmeros incidentes ligados a curas alternativas. A Organização de Medicina Legal do Irã relatou pelo menos 796 mortes causadas por envenenamento por álcool após boatos sobre os supostos efeitos terapêuticos. Segundo a autoridade, essas mortes foram causadas por “notícias falsas em redes sociais”. O estudo realizado pela Avaaz (2020) com usuários de redes sociais no Brasil, Itália e Estados Unidos buscou entender a escala da crença na desinformação sobre a Covid-19 e constatou o alto nível de exposição e crença dos brasileiros em relação às fake news. A pesquisa apresentava 9 informações sobre o Coronavírus, sendo 7 falsas. O resultado mostrou que 94% dos brasileiros entrevistados afirmou ter visto pelo menos 1 das informações falsas, contra 83% dos americanos e 95% dos italianos. Além disso, 73% dos brasileiros afirmaram acreditar em pelo menos 1 dos fatos falsos, enquanto 65% dos estadunidenses e 59% dos italianos afirmaram o mesmo. WhatsApp e Facebook foram os meios mais citados como fontes de notícias falsas. A desinformação pode ser causada por motivações ideológicas ou financeiras. Para Richtel (2020), existem pessoas (ideólogos) que desconfiam da ciência e de medidas comprovadas, como vacinas, assim como especuladores que tentam capitalizar vendendo “curas” ou outros produtos que promoveriam o
  • 9. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 08 bem-estar a partir da criação de uma atmosfera de medo. Uma reação contrária à propagação de desinformação, talvez pela letalidade e seriedade do assunto, é a busca por informações em veículos (tradicionais ou digitais) tidos como confiáveis, trazendo o retorno de uma audiência que vinha apresentando perdas ao longo dos últimos anos. Segundo o levantamento do Datafolha (MARQUES, 2020), programas jornalísticos de TV e jornais impressos estão entre os veículos mais confiáveis para 61% e 56% dos 1558 entrevistados, seguidos por rádio e sites de notícias, 50% e 38%, respectivamente. Na outra ponta, temos o alto índice de pessoas que dizem não confiar em informações que viram no WhatsApp (58%) e no Facebook (50%). 4.2.2 INFLUÊNCIA X RESPONSABILIDADE Outro fenômeno contemporâneo a ser observado são os influenciadores digitais. Pessoas que produzem conteúdos nas redes sociais e possuem grande capacidade de influenciar suas audiências pessoais. De acordo com a pesquisa do Instituto Qualibest (2019), 68% dos brasileiros seguem pelo menos um influenciador digital, e a principal razão é utilizá-los com fonte de informação. A eficácia dos programas de educação em saúde depende, segundo Moreira, Nóbrega e Silva (2003), da correta comunicação da mensagem, da base científica dela, e deve estar relacionada com a credibilidade da fonte e com uso de canais familiares, para alcance do público alvo. Ainda de acordo com as autoras, comunicação em saúde é o uso de métodos para informar e influenciar as decisões individuais e coletivas que melhoram a saúde. Diante do exposto, podemos considerar que influenciadores digitais podem ser agentes importantes na promoção da saúde. O episódio 02 da série de vídeos Health & Wellness do Meio&Mensagem (2019), tratou justamente do poder e das responsabilidades dos chamados “influenciadores da saúde”. Nesse vídeo, o Dr. Drauzio Varella alerta para o
  • 10. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 09 poder proporcionado pelas ferramentas digitais: “Vai ter que surgir uma nova ética. O médico que tem um canal no Youtube é como se tivesse uma emissora de televisão dele, só que sem nenhum crivo, ele fala o que quer. Eu mesmo vejo médicos que falam absurdos”. Todos os profissionais, independentemente de sua área de atuação, devem trabalhar com responsabilidade sobre seus atos, porém, quando o profissional tem seu alcance de sua mensagem ampliada pelos meios de comunicação, ele amplia também seu poder de influência sobre as pessoas. Quando o assunto em questão é a saúde, temos uma implicação ainda maior, pois podem influenciar negativamente e levar as pessoas a tomarem decisões equivocadas, e a até mesmo mortais, sobre sua saúde ou de outras pessoas. 4.2.3 MARKETING APLICADO NA ÁREA DA SAÚDE Marketing é definido como um “processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços com outros” (KOTLER, 2000, P. 30). Kotler também apresenta uma descrição mais sucinta: atender as necessidades de forma lucrativa. Entretanto, quando levamos em consideração a relação comercial na área da saúde, é preciso atentar para uma série de aspectos peculiares da área, entre eles o fato de ser um dos setores mais regulamentados em termos de comunicação, já que lida com um bem de valor imensurável: a vida das pessoas. Por se tratar de um serviço, a saúde apresenta quatro características distintas que o planejamento de marketing precisa levar em consideração: inseparabilidade, variabilidade, perecibilidade e intangibilidade (KOTLER, 2010). A questão da intangibilidade traz um grande desafio para a comunicação, já que se faz necessário construir uma imagem de benefícios concretos – valor percebido - para um serviço intangível. Nesse sentido, o marketing na saúde
  • 11. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 010 deve atuar para criar, comunicar e fornecer valor para a marca, seja da instituição ou do profissional. O propósito do marketing na área de saúde passa ter menos peso da visão transacional (focada na venda) e mais da visão de satisfação e construção do relacionamento com o cliente, ou paciente. Em um sentindo mais amplo, Kotler (2010) destaca a mudança do “velho marketing” para o “novo marketing”, onde a função seria criar um relacionamento de longo prazo, de confiança e de valor com os clientes. Ainda segundo o autor, as atividades de comunicação devem contribuir para criar consciência de marca, vinculando as associações corretas à imagem da marca na memória dos consumidores, evocando sentimentos ou opiniões positivas em relação à marca e todos os esforços de marketing devem transmitir uma mensagem coerente para atingir o posicionamento estratégico. O marketing, na visão de Godin (2019), pode ajudar os outros a tornarem quem almejam se tornar, através de histórias honestas que repercutem e se difundem, oferecendo soluções e oportunidades para que os humanos resolvam seus problemas Percepção, um conceito intrínseco no processo de marketing e comunicação, é citada por Kotler (2010) como um dos 04 fatores psicológicos que influenciam a resposta do consumidor em relação aos estímulos do marketing. Dentro do conceito, é importante destacar o Modelo de Crenças em Saúde (HBM) desenvolvido por psicólogos sociais nos anos 1950 nos Estados Unidos, que afirma que um indivíduo que agiu ao perceber uma ameaça à saúde, provavelmente: 1.Percebeu a probabilidade de uma condição negativa de saúde; 2. Percebeu a seriedade; 3.Percebeu os benefícios de agir; 4. Percebeu barreiras à ação; 5. Recebeu dicas para agir;
  • 12. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 011 6. Percebeu a eficácia. 4.2.4 O PAPEL DO MARKETING DE CONTEÚDO A grande pergunta, e desafio, para o trabalho de marketing na saúde é: Como alcançar as pessoas e levar informações de qualidade em um cenário em que somos bombardeados com diversas mensagens a todo o momento tornando a atenção um bem escasso? Adotar uma estratégia baseada em marketing de conteúdo mostra-se um caminho frutífero para construir uma audiência relevante. Marketing de conteúdo é uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e último para um público claramente definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse assunto (KOTLER, 2017). Kotler argumenta que essa é uma abordagem eficiente para criar conexões entre as marcas e o “novo consumidor”, porém o autor chama atenção para uma diferença clara entre a propaganda. O conteúdo é o novo anúncio. Mas os dois são totalmente diferentes. Um anúncio contém a informação que as marcas querem transmitir para ajudar a vender seus produtos e serviços. O conteúdo, por outro lado, contém informações que os consumidores possam usar para alcançar seus objetivos pessoais e profissionais (KOTLER, 2017, P.150). Anand (2018) cita as narrativas de persuasão e da informação, em abordagens nomeadas por ele de publicidade persuasiva – que estimula os clientes a comprarem um produto à revelia de sua vontade – e a publicidade informativa – que influencia alguns consumidores a comprar os produtos certos. Certamente podemos considerar a publicidade informativa seria uma outra nomeação para o marketing de conteúdo. Entretanto, Anand completa afirmando que nas duas versões, o efeito é o mesmo: a compra do produto.
  • 13. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 012 Fazendo a relação com o marketing de saúde, a “compra” do produto seria a atenção das pessoas para a mensagem pretendida. Esse é o papel da estratégia de marketing de conteúdo, favorecer uma transição para uma abordagem baseada em um discurso para o diálogo, conforme argumenta Rez (2016), onde há uma troca entre quem lança o conteúdo e quem consome. Segundo o autor, fazer marketing de conteúdo “é compreender que os consumidores nunca foram nem estão preocupados ou interessados em sua marca”. Rez defende que se for oferecido as pessoas o que ela precisa para alcançar estes desejos, ele pode dedicar a prestar atenção ao que sua marca está falando. A atenção é decorrência de uma relação de confiança e permissão, conforme argumenta Godin (2013, P. 81). Em um mercado que está aberto a quase todo mundo, as únicas pessoas que ouvimos são aquelas que escolhemos ouvir. A mídia é barata, claro, mas a atenção é filtrada, e é praticamente impossível ser ouvido, a não ser que o consumidor nos dê ouvidos. Quanto mais valiosa for a atenção de alguém, mais difícil é ganhar. Escolhemos ouvir aqueles em quem confiamos. O marketing de conteúdo, segundo Kotler (2017) envolve produção e distribuição de conteúdo. No que diz respeito a distribuição, o autor destaca que “conteúdo de alta qualidade é inútil se não atingir o público pretendido”. Sendo assim, é necessário assegurar que, por meio de uma distribuição adequada, o conteúdo possa ser descoberto pelo público. FIGURA 01 – MARKETING DE CONTEÚDO PASSO A PASSO
  • 14. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 013 FONTE – KOTLER (2017) Entre inúmeras possibilidades de distribuição de conteúdo, é indiscutível a “democratização” que a internet proporcionou para produtores de conteúdo de diversas naturezas e tamanhos. Ferramentas como propaganda e eventos, por exemplo, sempre foram pouco acessíveis para pequenos negócios ou profissionais liberais que hoje encontram nos ambientes digitais um poderoso aliado para alcançar seus públicos de interesse. 4.2.5 BUSCADORES, SEO E CRITÉRIOS DE QUALIDADE DO GOOGLE Apesar de sua aparente natureza democrática, a internet é um território liderado por algumas poucas empresas que construíram negócios gigantes, e entre essas empresas temos o Google. Em um mundo de negócios digitais, ter um bom posicionamento nos resultados de busca do Google tornou-se um importante diferencial competitivo. A “Era da Busca”, conceito enfatizado por Gabriel (2009), faz referência a utilização de mecanismos de busca, mercado de hegemonia do Google, por parte dos usuários para “navegar” a multiplicidade de conteúdos presentes na web. O fenômeno dos buscadores está diretamente ligado ao que a autora
  • 15. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 014 considera como a “inversão do vetor de marketing”, onde o consumidor na origem de ações de relacionamento com as marcas. Nesse sentido, temos conjunto de táticas denominado de Search Engine Optmizacion (SEO) que objetivam destacar nos resultados exibidos pelos buscadores. O Google utiliza um poderoso algoritmo para definir posicionamentos dos sites nos resultados de busca. Os fatores considerados não são explicitados pela ferramenta de busca, mas estima-se que são avaliados mais de 200 fatores de ranqueamento, que vão desde critérios mensuaráveis – como velocidade de carregamento e otimização para celular – a avaliações mais subjetivas - como a qualidade do conteúdo. Apesar de não revelar o funcionamento do seu algoritmo, o Google disponibilizou em 2015 – com algumas atualizações posteriores - o documento intitulado Search Quality Guidelines, que reúne orientações para que os profissionais avaliem a “qualidade da página” a partir da visão do buscador. O documento traz três conceitos importantes para orientar a produção de conteúdo na internet, em especial para sites que atuam na área de saúde: Finalidade benéfica, YMYL e E-A-T. 1. Finalidade benéfica – Para ser bem avaliado pelo Google, os sites devem oferecer a “melhor experiência possível para o usuário. McCoy (2019) explica que conceito de finalidade benéfica passou a ser enfatizado a partir da atualização das diretrizes do Google em 2018, destacando que “sites e páginas devem ser criados para ajudar os usuários”. Uma página criada com a finalidade de ganhar dinheiro e sem nenhuma tentativa de ajudar os usuários seria considerada uma página de baixa qualidade. 2. YMYL - Acrônimo para "Your Money or Your Life" (Seu dinheiro ou sua vida), uma classificação de qualidade para sites que trazem informações com potencial de impactar negativamente “felicidade, saúde ou riqueza” dos usuários, por esse motivo, o buscador exige um alto padrão para sites classificados como YMYL. São eles: Notícias e eventos atuais sobre
  • 16. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 015 temas como negócios, ciência, política e tecnologia; Tópicos relacionados ao governo, direito e assuntos cívicos (votação, serviços sociais, questões legais, órgãos governamentais, etc.); Assessoria financeira em impostos, aposentadoria, investimentos, empréstimos, etc; Informações de compras; Informações sobre pessoas de uma etnia, raça, religião, nacionalidade, sexualidade, etc; Aconselhamento médico , informações sobre medicamentos, hospitais, emergências, etc. Slegg (2015) explica que quando se trata de saúde, questões financeiras e segurança, o Google não deseja exibir links para páginas que compartilham conselhos, opiniões ou sites potencialmente fraudulentos, sem instrução. E-A-T - O Google quer ter a maior certeza possível de que está recomendando sites que exibem um alto nível de expertise, autoridade e confiabilidade (Expertise, Authoritativeness e Trustworthiness). Esse é um critério bem subjetivo, mas de maneira geral, o Google busca conteúdos cujo autor (ou marca) apresente conhecimento e reconhecimento sobre o tema principal do site. Drauzio Varella é um médico oncologista, com um vasto e reconhecido trabalho levando informações sobre saúde para um grande público através dos veículos de comunicação. Considerado um dos pioneiros no tratamento da AIDS no Brasil, contribuiu ativamente para o combate da doença abordando o tema nas rádios Jovem Pan e 89FM em 1986, levando esclarecimento sobre o vírus HIV e à prevenção da AIDS. Segundo ele, essa iniciativa junto à mídia foi alvo de críticas de profissionais de saúde na época
  • 17. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 016 O médico demonstra versatilidade para levar informações sobre saúde e comportamento de maneira objetiva e acessível para diversos públicos através de diferentes meios de comunicação, seja rádio, TV, artigos ou livros – tendo um de seus livros, Estação Carandiru, inspirado um filme (Carandiru) que mostra seu trabalho junto a detentos do presídio Carandiru nos anos 90. Como não poderia deixar de ser, o Dr. Drauzio também tem uma forte presença ativa na internet. O site www.drauziovarella.com.br foi lançado em 2002 e trazia artigos, matérias e entrevistas com o médico e outros convidados especialistas. Em 2012 a “marca digital” do médico passa a ser gerenciado pela agência de conteúdo Uzumaki que trouxe um olhar mais jornalístico para produção de conteúdo, além de uma maior diversificação dos formatos, incluindo vídeos e podcasts, para entrevistas, reportagens e hard news em saúde, além da presença nas redes sociais (Facebook, Twitter, Youtube, Instagram e Spotify). FIGURA 02 – EVOLUÇÃO DO SITE 2002X2020 FONTE: WAYBACK MACHINE (https://archive.org/web/) Segundo Vergara (2000) dois critérios são utilizados para definir o tipo de
  • 18. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 017 pesquisa: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins esse estudo se desenvolveu na forma de uma pesquisa exploratório-descritiva e quanto aos meios se caracterizou como um estudo de caso. A pesquisa exploratória, segundo Mattar (1996), é muito útil quando se tem uma vaga noção do problema de pesquisa. Dentre os vários objetivos em que a pesquisa exploratória pode ser usada, o que mais se enquadra a este estudo em particular, seria o de familiarizar e elevar o conhecimento e a compreensão de um problema de pesquisa em perspectiva. O estudo de caso, foi escolhido para esse artigo por ser bastante utilizado em pesquisas exploratórias, já que possui profundidade e uma pequena amplitude, estudando detalhadamente um único exemplo, possibilitando o conhecimento sobre um tema ainda não estudado (MATTAR, 1996). O levantamento de informações foi feito através de entrevista com Tainah Medeiros, gerente de mídia sociais da agência Uzumaki, análise de performance digital do site através das ferramentas Similarweb, Ubersuggest e Google Trends. Tainah Medeiros (APENDICE 01,2020), gerente de mídias sociais da Uzumaki, explica que o objetivo do site do Dr. Drauizo Varella é fornecer informações para que os indivíduos possam tomar decisões saudáveis. O maior objetivo que temos hoje é trabalhar de forma ampla o conceito de saúde proposto pela OMS, que diz “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Tendo isso em vista, nosso propósito é iniciar conversas com a nossa audiência em todos esses pilares, fornecendo ferramentas para que cada indivíduo possa tomar decisões
  • 19. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 018 saudáveis para suas vidas. Temos como prioridade, também, falar sobre causas sociais poucas abordadas dentro do jornalismo de saúde, como homofobia, aborto, violência doméstica, uso adulto da maconha, redução de danos, o sistema carcerário, saúde mental e sexualidade. Queremos puxar o olhar das pessoas também para essas discussões, que ao mesmo tempo em que são tão latentes são também sequencialmente ignoradas por muitos veículos. Ainda, entendemos que para iniciar essas conversas é preciso compreender as demandas que a sociedade tem, com uma visão ampla da realidade que cada um está inserido e, claro, livres de tabus. Em 2018 o site iniciou uma parceria com o UOL, que resultou em maior visibilidade para o projeto. Segundo Medeiros, o site tinha uma média de 3 milhões de acessos mensais e hoje alcança mais de 7 milhões. O portal também apresenta uma audiência expressiva de seguidores nas redes sociais (3,2 milhões no Facebook, 2,37 milhões no Youtube, 1,1 milhões no Instagram e 300 mil no Twitter). O trabalho realizado no site é bastante reconhecido, fato comprovado por algumas premiações especializadas: ▪ Prêmio Influenciadores Digitais 2016 (Saúde e Fitness, votos Técnico e Popular) ▪ Prêmio Digital 2016 na categoria Melhor YouTuber ▪ Prêmio RioWeb Fest 2016 na categoria melhor não-ficção com o Drauzio Comenta ▪ 2º e 3º lugar no II Prêmio SBR/Pfizer de Jornalismo/ Doenças reumáticas - categoria mídia online (2016) Diante do exposto, podemos considerar que a estratégia de marketing de conteúdo tem se mostrado assertiva para alcançar os objetivos definidos para atuação do site do Dr. Drauzio, destacados por Medeiros: iniciar conversas com a audiência e fornecer ferramentas que possibilitem tomar decisões
  • 20. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 019 saudáveis. A abordagem de conteúdo também é utilizada nas parcerias com as marcas, conforme explica Medeiros: Não fazemos propaganda de nenhum produto. Nos limitamos a fazer parcerias para levar conteúdos sobre saúde, de maneira isenta da opinião dos parceiros e sem mencionar qualquer produto. Essas parcerias só são firmadas se forem coerentes com o que acreditamos. Dessa forma, uma farmacêutica jamais terá um medicamento citado nos materiais do Portal, mas ele poderá patrocinar conteúdos informativos relacionados a sua área de atuação. Existem também projetos produzidos pela UZMK que não resultam em conteúdo para as redes Drauzio Varella, mas sim para uso e veiculação interna dos clientes. O cuidado com a “qualidade” técnica da informação sobre saúde parece ser uma preocupação recorrente para o Dr. Drauzio. O médico ressalta as facilidades trazidas pela internet, ao mesmo tempo que destaca a necessidade de cuidado com as informações (VARELLA E CESCHIN, 2014, P105). Em matéria de saúde, a internet é um enorme avanço. Para os médicos, nem se fala. Você põe duas palavras em um site de busca e ele te dá acesso a uma literatura que, de outra forma, não estaria ao seu alcance. Existem sites atualizados que lhe entregam o que existe de melhor naquela área. Então o médico tem uma quantidade inacreditável de informação disponível e os pacientes também. O problema da internet é que a informação não passa por nenhum tipo de crivo. Pode-se encontrar uma orientação, por exemplo, do melhor tratamento possível que existe para angina. O doente tem dor no peito procura um site de cardiologia de confiança e fica sabendo quais são as
  • 21. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 020 características da doença, a conduta a adotar, o tipo de ajuda que deve procurar. Ao lado disso, vai ler que chá de berinjela é bom para o colesterol e protege o coração – uma informação que veio ninguém sabe onde e que corre pela internet. Essas informações aleatórias confundem as pessoas, que ficam perdidas com tantos dados. Isso mais atrapalha do que ajuda. Conforme já foi dito, o portal Drauzio Varella dispõe de uma audiência expressiva nas principais redes sociais, onde distribui conteúdos (através de postagens com links para o site) e inicia conversas com seus públicos. Medeiros comenta sobre como a imagem de Drauzio Varella é apresentada e construída em cada rede social. O Facebook hoje tem relevância menor para nós, projetamos que a rede em si está em declínio. O YouTube, o Instagram e o Twitter são nossas redes com mais entrega. Para cada uma delas, limitamos qual faceta do Drauzio estará presente - por mais que a gente assine como equipe em todas elas. Dentro do Instagram, trabalhamos o lado médico, somado ao do escritor e corredor. No Twitter, trabalhamos o lado das questões sociais. No YouTube, temos o Drauzio de fato conversando com a audiência. Todas essas redes reforçam as inúmeras habilidades que existem dentro do dr. Drauzio Varella e toda a sua potência como comunicador, buscando sempre que possível usá-las para levar o público ao site. FIGURA 03 – OVERVIEW SOCIAL
  • 22. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 021 FONTE - SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP) Apesar da importância da presença nas redes sociais, 89% do tráfego é originado de mecanismos de busca, resultado de uma preocupação de seguir boas práticas de SEO e da imagem de autoridade do médico. FIGURA 04 – MARKETING CHANNEL FONTE: SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP) Uma vantagem do trabalho de marketing de conteúdo, e um ponto chave para gerar resultado, é a facilidade de “reagir” ao aumento de buscas para determinado conteúdo, a exemplo da pandemia de Coronavírus. Os primeiros casos no Brasil começaram em meados de fevereiro e março de 2020, despertando o interesse contínuo dos brasileiros, seja nos meios tradicionais
  • 23. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 022 de comunicação ou na internet, levando os veículos de notícias a produzirem conteúdos e projetos especiais para atender ao interesse dos usuários. Dr. Drauzio protagonizou participações em diversos veículos para falar sobre o assunto e também foram produzidos um grande volume conteúdo para o site – reunidos na ladingpage https://drauziovarella.uol.com.br/coronavirus/ - e redes sociais, adotando formatos diversos, com destaque para 49 vídeos curtos (até 5 minutos) reunidos em uma playlist no canal do Youtube, que mais de 30 mil visualizações (até 14/06/2020). A matéria “Quanto tempo demora para aparecer os sintomas do Coronavírus” (FUJITA JR, 2020) alcançou 277 mil visualizações (de 16/03 a 22/05), sendo o segundo conteúdo mais acessado na história do site. FIGURA 05 – BUSCAS POR “CORONAVÍRUS” NO GOOGLE FONTE: GOOGLE TRENDS Utilizando a ferramenta Google Trends, é possível perceber o aumento brusco em torno do nome do médico nos últimos meses. Importante destacar que o pico está relacionado a uma matéria polêmica do médico entrevistando uma presidiária transgênero, porém a ferramenta do Google aponta a relação das buscas do nome do médico com o Coronavírus.
  • 24. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 023 FIGURA 06 – TENDÊNCIA DE BUSCA FONTE: GOOGLE TRENDS O fato de Dr. Drauzio ser uma figura frequente em diversos veículos de mídia contribui para alavancar os conteúdos nos meios digitais. Medeiros comenta que é perceptível o aumento de tráfego no site após aparição em programas de grande audiência, como o Fantástico (TV Globo) ou o Roda Viva (TV Cultura), demonstrando o efeito da convergência de mídias. Jenkins (2008) refere-se à convergência como o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratória dos públicos dos meios de comunicação, que se movimentam em busca do que desejam. Cialdini (2012) discorre sobre mecanismos, nomeado por ele como as “armas da persuasão”, que estimulam nas pessoas um tipo de reação automática – um “clique” que desencadearia uma sequência de comportamentos. O autor argumenta que esse é uma forma eficiente e econômica de comportamento. Para viver no ambiente complexo e dinâmico dos dias de hoje, precisamos de atalhos. Não se pode querer reconhecer e analisar todos os aspectos em cada pessoa, acontecimento e situação com que deparamos, mesmo num único dia. Não dispomos de tempo, energia ou capacidade para tal. Em vez disso, temos muitas vezes que usar nossos estereótipos – nossas regras gerais – para classificar as coisas de acordo com umas poucas características-chave e depois passar a reagir sem pensar quando uma ou outra dessas características desencadeadoras estiver presente
  • 25. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 024 (CIALDINI, 2012, P. 19). Uma dessas armas da persuasão, de acordo com o autor, seria a autoridade, fazendo valer a regra de atalho “se um especialista disse isso, deve ser verdade”, onde aceitamos as afirmações de indivíduos pelo fato serem “experts” no assunto, poupando tempo, energia e capacidade mental de racionalizar sobre o fato. Cialdini (2012) cita a área da saúde, onde médicos, dotados de grandes conhecimentos e influência nessa área vital, estão na posição de autoridades respeitadas. Mesmo diante das mudanças influenciadas pela “era das buscas”, pós verdade e fake news, a imagem de autoridade de médico e especialista em saúde do Dr. Drauzio é um importante diferencial para sua presença digital em relação a outros sites e portais voltados para conteúdo de saúde, como o tuasaude.com, minhavida.com.br e minutosaudavel.com.br. O portal de Drauzio Varella não tem a liderança dos sites da área da saúde em termos de volume de acessos, porém Medeiros não considera como concorrentes diretos, já que esses sites têm um produzem conteúdos ligados a dietas e beleza, temas com bastante volume de busca e apelos ao público, alavancando os acessos. Por outro lado, esses temas entram em áreas fora do nosso interesse como identidade de marca. Nosso foco é produzir conteúdo com respaldo científico e que se encaixe nos pilares de discussões que temos, critério que raramente é preenchido por categorias como as que são carro-chefe em outros sites. FIGURA 07 – AUDIÊNCIA DE SITES DE SAÚDE
  • 26. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 025 FONTE: SIMILARWEB (MAR-MAIO 2020 – DESKTOP) Através da plataforma Ubersuggest é possível comparar as 10 páginas que mais geraram tráfego para o site de Drauzio Varella e para o Tua Saúde. Na figura 08 é possível perceber que três das principais páginas do Tua Saúde estão ligadas a emagrecimento. A ideia não é diminuir a importância do emagrecimento para uma vida saudável e sim destacar o maior potencial de busca para esses temas, conforme Medeiros destacou anteriormente. FIGURA 08 – PÁGINAS MAIS ACESSADAS TUA SAÚDE X DRAUZIO VARELLA
  • 27. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 026 FONTE: UBERSUGGEST Na figura 08 fica clara a diferença do potencial tráfego de buscas: mais de 800 mil buscas para palavras ligadas a IMC (página mais acessada no Tua Busca) x 114 mil buscas para termos ligados a hemorroida (página mais acessada no site Drauzio Varella). Podemos dizer que a linha editorial traz limitações para o volume de tráfego do site, mas contribui para diferenciar o propósito do projeto. FIGURA 09 – POTENCIAL DE BUSCA
  • 28. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 027 FONTE: UBERSUGGEST Ainda assim, as buscas no Google continuam sendo o principal canal de tráfego para o site e as boas práticas de SEO se destacam com estratégia para gerar resultados, conforme já abordado. O nome do Dr. Drauzio certamente obtém uma boa avaliação do fator E-A-T, sendo reconhecido e citado por diversas fontes de mídia (tradicional ou digital). Booth (2019) argumenta que quando outros especialistas ou influenciadores citam como fonte de informações ou quando o nome/marca se torna sinônimo de conteúdos relevantes, pode-se se dizer que existe a autoridade no assunto.
  • 29. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 028 A atenção é um recurso cada vez mais valioso para todas as marcas, independente do mercado de atuação, ainda mais para um projeto com uma proposta diferenciada como o do Dr. Drauzio. A equipe responsável pela gestão e produção de conteúdo da marca digital dele faz um trabalho consistente baseado em uma abordagem de marketing de conteúdo, fazendo uso ativo da presença dele em outros veículos através da convergência de mídia para o digital. O marketing de conteúdo mostra-se uma ferramenta com grande potencial para conquistar uma audiência proprietária nos ambientes digitais, comunicando-se diretamente com o target definido, algo que deveria ser um dos objetivos de qualquer planejamento de marketing de empresas que desejam manter-se competitivas. A estratégia também traz ganhos à medida que contribui para fortalecer o posicionamento e imagem da marca, construindo uma percepção de autoridade nos temas ligados ao negócio. Dr. Drauzio Varella “digitalizou” suas ações sem abandonar sua presença nos veículos tradicionais, ampliando assim o alcance de suas mensagens. Esse também é um ensinamento positivo para manter a relevância das marcas em relação aos seus competidores. Seus “concorrentes indiretos” no mercado de saúde, como os sites Tua Saúde e Minha Vida, nasceram em ambientes digitais e têm menos tempo de atuação, entretanto alcançam um número maior de pessoas com seus conteúdos. Uma análise mais completa de suas estratégias pode ser objeto de estudos futuros para gerar novos insights.
  • 30. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 029 BOOTH, Ian. E-A-T and SEO: How to Create Content That Google Wants. Moz, 2019. Disponível: https://moz.com/blog/google-e-a-t Acesso em: 24/06/2020. CAMBRICOLI, Fabiana. Brasil lidera aumento das pesquisas por temas de saúde no Google. Estadão, 2019. Disponível https://bit.ly/2NsGBa4 Acesso em: 02/05/2020 CASTILHO, Carlos. Apertem os cintos: estamos entrando na era da pós-verdade. Observatório da Imprensa. São Paulo, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2B6rhgR Acesso em: 24/05/2020. CIALDINI, Robert B. As armas da persuasão. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2012. Datafolha aponta que 18% dos brasileiros consideram saúde como principal problema no país. G1, 2019. Disponível https://glo.bo/3euN7cg. Acesso em: 02/05/2020. Entenda a infodemia e a desinformação na luta contra a Covid-19. Organização Pan- Americana da Saúde, 2020. Disponível https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/52054/Factsheet- Infodemic_por.pdf?sequence=14. Acesso em: 11/07/2020. FRIAS FILHO, Otávio. O que é falso sobre fake news. Revista USP, n. 116, p. 39-44, 29 maio 2018. Disponível https://bit.ly/380hKUD. Acesso em: 24/05/2020. FUJITA JR, Luiz. Quanto tempo demora para aparecerem os sintomas do novo Coronavírus. Drauzio Varella, 2020. Disponível https://bit.ly/2OvlRPL Acesso em: 31/05/2020. GABRIEL, Martha. SEM e SEO: dominando o marketing de busca. São Paulo/SP: Novatec Editora, 2009. GELFERT, Axel. Fake News: A Definition. Informal Logic 38, n. 1, 2018. Disponível: https://bit.ly/3gJNRuW. Acesso em 11/07/2020. GHEBREYESUS, Tedros Adhanom. Munich Security Conference. Word Health Organization, 2020. Disponível: https://bit.ly/301fhFT. Acesso em: 11/07/2020. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo, SP: Atlas, 1999. GODIN, Seth. Isso é marketing: para ser visto é preciso aprender a enxergar. Rio de Janeiro/RJ: Alta Books, 2019. _______. A ilusão de Ícaro: exemplos na vida e no trabalho de pessoas que ousaram voar mais alto. Rio de Janeiro/RJ: Elsevier, 2013. Influenciadores digitais: O poste é pago, e aí? Instituto Qualibest, 2019. Disponível: https://bit.ly/3fVCY8VAcesso em: 31/05/2020. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008. KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. ________. Marketing estratégico para área da saúde: a construção de um sistema de saúde voltado ao marketing. Porto Alegre: Bookman, 2010. ________. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro/RJ: Sextante, 2017 MARQUES, José. TVs e jornais lideram índice de confiança em informações sobre Coronavírus, Folha de S. Paulo, 2020. Disponível https://bit.ly/3iWWzba. Acesso em:
  • 31. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 030 02/05/2020. MCCOY, Julia. EAT, YMYL, & Beneficial Purpose: What Do Google’s Quality Standards Mean for Search?. SEMRush, 2019. Disponível: https://bit.ly/2CnB7ex Acesso em: 24/06/2020. MOREIRA, Maria de Fátima; NOBREGA, Maria Miriam Lima da; SILVA, Maria Iracema Tabosa da. Comunicação escrita: contribuição para a elaboração de material educativo em saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2003, vol.56, n.2. Disponível: https://bit.ly/31q4o2T Acesso em: 31/05/2020 NEWMAN, Nic; FLETCHER, Richard; KALOGEROPOULOS, Antonis, NIELSEN, Rasmus Kleis. Digital News Report 2019. Reuters Institute, 2019. Disponível http://www.digitalnewsreport.org/. Acesso em: 24/05/2020. O Brasil está sofrendo uma infodemia de Covid-19. AVAAZ, 2020. Disponível: https://bit.ly/38N7xeu. Acesso em: 31/05/2020. Post-truth: Word of the Year 2016. Oxford Languages, 2016. Disponível: https://languages.oup.com/word-of-the-year/2016/. Acesso em: 11/07/2020. REZ, Rafael. Marketing de conteúdo: a moeda do século XXI. São Paulo/SP: DVS Editora, 2016 RICHTEL, Matt. W.H.O. Fights a Pandemic Besides Coronavirus: An ‘Infodemic’. The New York Times, 2020. Disponível: https://nyti.ms/3iVAV7e. Acesso em 31/05/2020. Search Quality Guidelines, Google, 2015. Disponível: https://bit.ly/2YCarzq. Acesso em 24/06/2020. Série Health & Wellness | EP 2: Influenciador, uma autoridade da saúde. Meio&Mensagem, 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1yuKwn3zhnQ. Acesso em: 07/06/2020 SLEGG, Jennifer. 30+ Important Takeaways from Google's Search Quality Rater's Guidelines. Moz, 2015. Disponível: https://bit.ly/325AIs2. Acesso em: 24/06/2020. SPRING, Marianna. Coronavírus: o menino de 5 anos que ficou cego e outros efeitos trágicos das informações falsas sobre a covid-19. BBC News Brasil, 2020. Disponível: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53054554. Acesso em 28/06/2020. VARELLA, Drauzio; CESCHIN, Mauricio. A saúde dos planos de saúde: os desafios da assistência privada no Brasil. São Paulo/SP: Editora Paralela, 2014. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3º edição. São Paulo: Editora Atlas, 2000. ZAROCOSTAS, Jonh. How to fight an infodemic. The Lancet, 2020. Disponível: https://bit.ly/3gW3pvL Acesso em 11/07/2020.
  • 32. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 031 APÊNDICE A – ENTREVISTA COM TAINAH MEDEIROS, GERENTE DE MÍDIAS SOCIAIS DA UZUMAKI Entrevista realizada dia 22/05/2020 l. A Uzumaki é a empresa responsável pela presença digital do Dr Drauzio Varella desde 2011. Eu gostaria de saber como começou essa parceria? Foi a primeira iniciativa do Dr. Drauzio na internet? TM - Dr. Drauzio já tinha um site antes da entrada da UZMK, gerenciado por ele mesmo. Consistia essencialmente em verbetes sobre doenças e entrevistas com especialistas realizadas pelo próprio médico. Em 2010, Jefferson Peixoto, hoje nosso diretor executivo, assumiu a gerência do Portal com um olhar mais jornalístico, com a proposta de diversificar os conteúdos produzidos, incluindo vídeos, reportagens e hard news em saúde. 2. Imagino que um dos motivadores para o Dr. Drauzio é buscar levar informações de qualidade para a população, mas para além disso, quais os outros objetivos desse projeto? TM - O maior objetivo que temos hoje é trabalhar de forma ampla o conceito de saúde proposto pela OMS, que diz “saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Tendo isso em vista, nosso propósito é iniciar conversas com a nossa audiência em todos esses pilares, fornecendo ferramentas para que cada indivíduo possa tomar decisões saudáveis para suas vidas. Temos como prioridade, também, falar sobre causas sociais pouco abordadas dentro do jornalismo de saúde, como homofobia, aborto, violência doméstica, uso adulto da maconha, redução de danos, o sistema carcerário, saúde mental e sexualidade. Queremos puxar o olhar das pessoas também para essas discussões, que ao mesmo tempo em que são tão latentes são também sequencialmente ignoradas por muitos veículos.
  • 33. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 032 Ainda, entendemos que para iniciar essas conversas é preciso compreender as demandas que a sociedade tem, com uma visão ampla da realidade que cada um está inserido e, claro, livres de tabus. 3.Do ponto de vista comercial, sei que existem projetos especiais em parcerias com marcas e veiculação de peças display, mas gostaria de saber mais sobre o funcionamento comercial do portal e as fontes de receita. Você pode falar sobre isso? TM - Talvez essa eu possa te ajudar pouco por não ter conhecimento aprofundado nessa área. Mas, em geral, nosso ponto é: não fazemos propaganda de nenhum produto. Nos limitamos a fazer parcerias para levar conteúdos sobre saúde, de maneira isenta da opinião dos parceiros e sem mencionar qualquer produto. Essas parcerias só são firmadas se forem coerentes com o que acreditamos. Dessa forma, uma farmacêutica jamais terá um medicamento citado nos materiais do Portal, mas ele poderá patrocinar conteúdos informativos relacionados a sua área de atuação. Existem também projetos produzidos pela UZMK que não resultam em conteúdo para as redes Drauzio Varella, mas sim para uso e veiculação interna do cliente. 4.Em 2018 iniciou-se uma parceria com o Uol. Como funciona essa parceria? Teve ganhos de visibilidade e faturamento? Houve mudança na operação? Tanto do ponto de vista comercial quanto na produção de conteúdo? TM - A parceria com o UOL é um grande marco para nós, pois ganhamos ainda mais visibilidade e mais uma porta para fazer com que nossos conteúdos ganhem mais visibilidade. Expandimos nossos acessos de 3 milhões/mês para 7 milhões em média. O UOL é um veículo de referência na internet, que acredita e investe em conteúdo de qualidade. Ano passado, em parceria
  • 34. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 033 com eles e Médicos Sem Fronteiras, fomos ao Líbano para falar sobre a situação dos refugiados. Tivemos suporte financeiro do UOL, que conseguiu patrocinadores para esta série. Recebemos muita visibilidade porque o conteúdo estreou a plataforma de vídeos da empresa, chamada MOV. Sobre faturamento não irei abrir os dados por uma política da empresa, mas a parceria abriu também receitas via banner, uma fonte que era importante no início do site, ficou abandonada com o advento das redes sociais e retornou com relevância a partir da parceria. Quanto à produção de conteúdo, o UOL não interfere de maneira nenhuma e dá completa liberdade para que continuemos trabalhando como sempre fizemos, sem qualquer restrição ou indicação do que produzir. 5.Encontrei uma matéria anunciando a parceria que informava que o site tinha algo em torno de 4 milhões de visitas por mês e identifiquei (no Similarweb) que atualmente o esse número está em torno de 5,5 milhões - um crescimento expressivo. Você atribui esse resultado a algum fator específico? TM -O crescimento foi maior, a média tem sido em torno de 7 milhões. Hoje, 89% dos nossos acessos vêm do Google. Nós sempre soubemos disso e entendemos precocemente a importância de estruturar e elaborar muito bem nosso SEO, o que nos ajudou a ter um bom ranqueamento dentro da plataforma de busca. Ainda, além da parceria com o UOL - que deu bastante visibilidade para o site-, nosso trabalho e a construção da marca dentro das redes sociais, principalmente dentro do YouTube - com definição específica de linguagem e objetivos para cada rede - têm reflexos extremamente positivos para o site. 6. A pandemia de Covid-19 impactou muito no planejamento? Houve um aumento nos acessos ao portal e nas redes sociais? TM - Impactou na produção de conteúdo. Paralisamos alguns projetos para
  • 35. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 034 nos dedicarmos à produção de conteúdo voltados ao tema. Em relação aos acessos, tivemos aumento no início da pandemia, no mês de março, uma queda expressiva em abril e a retomada a patamares acima da média em maio. O que notamos foi uma mudança no ranqueamento das matérias mais acessadas de abril até este momento. Quanto tempo demora para aparecerem os sintomas do novo Coronavírus é a segunda matéria com mais acessos (277 mil visualizações de página). Ainda assim, ela fica abaixo da Calculadora de IMC que temos dentro do site, que encabeça com 450 mil visualizações de página. 7.Existe sites voltados a área de saúde com volume de acessos bem maior que o Portal do Dr Drauzio. Vocês os consideram como concorrentes? E como tenta diferenciar em relação a eles? TM - Não entendemos como concorrentes porque alguns desses sites abordam temas que não fazem parte do nosso editorial, como dietas e beleza. Geralmente, esses assuntos são mais clicáveis e tendem alavancar os acessos ao site. Por outro lado, esses temas entram em áreas fora do nosso interesse como identidade de marca. Nosso foco é produzir conteúdo com respaldo científico e que se encaixe nos pilares de discussões que temos, critério que raramente é preenchido por categorias como as que são carro-chefe em outros sites. 8.Na série Health e Wellness, do Meio & Mensagem, o Jefferson Gorgulho Peixoto falou sobre o papel dos influenciadores na área de saúde. O fato de Dr Drauzio ser uma personalidade conhecida, ajuda a destacar o projeto? E a presença dele nos veículos tradicionais tem impactos diretos nos acessos? TM - Claro! A figura do Drauzio por si só já atrai público. O nosso papel foi
  • 36. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 035 reforçar essa figura e mostrar as inúmeras facetas que ele tem. Seu lado corredor, por exemplo, é pouco explorado nos trabalhos que realiza na TV. Nosso trabalho é construído e pensado de acordo com as características dele. Notamos aumento do número de acessos ao site no domingo pós- Fantástico, muitas vezes em temas abordados na série exibida no momento. Também há aumento se ele aparece em outros veículos, como foi o caso do último Roda Viva com ele. 9.Como funciona a produção de conteúdo? Sei que tem uma equipe produzindo os conteúdos, mas também tem o apoio dos especialistas. Como é decidido as pautas? E a decisão dos formatos? Se é um texto, entrevista, podcast, vídeo etc. TM -Nós temos reuniões mensais de planejamento, que incluem as discussões sobre pautas. Aqui, dr. Drauzio não participa, mas a filha, Mariana Varella, editora-chefe do Portal, participa e faz parte de todas as discussões. Os formatos são decididos com base no recorte do público que queremos atingir e contamos com a ajuda do olhar crítico de todos. Somos uma equipe diversa, maioria mulher, e valorizamos muito essa diversidade para poder construir um trabalho com um olhar mais expandido sobre sociedade. Alguns dos fatores que contam para a escolha de pauta são pertencer aos pilares comentados mais acima, diálogo com assuntos em voga no momento e combate a fake news. Para a concepção de formatos novos, fazemos constantemente brainstorm com a equipe. Somos uma empresa com gestão parcialmente horizontal, nós acreditamos e damos liberdade de criação para todos. Temos uma visão ampla, contamos com referências de todos e temos comprometimento total com oferecer conteúdo inovadores para o Portal, tanto em termos de pauta como em formato. Tudo isso é essencial para que possamos elaborar novidades. Foi assim com o desenvolvimento de uma equipe de vídeos de alto nível a partir da percepção de que conteúdos audiovisuais na internet não precisam ser tecnicamente amadores e também com o lançamento de podcasts, plataforma que passou anos seguidos como “sensação do ano”,
  • 37. Pós-graduação em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia 036 mas que somente começou a vingar em 2019. 10.O portal tem uma audiência muito expressiva nas redes sociais, principalmente no Facebook e Youtube. Qual a importância desses canais na estratégia? O Facebook hoje tem relevância menor para nós, projetamos que a rede em si está em declínio. O YouTube, o Instagram e o Twitter são nossas redes com mais entrega. Para cada uma delas, limitamos qual faceta do Drauzio estará presente - por mais que em todas as redes a gente assine como equipe. Dentro do Instagram, trabalhamos o lado médico, somado ao do escritor e corredor. No Twitter, trabalhamos o lado das questões sociais. No YouTube, temos o Drauzio de fato conversando com a audiência. Todas essas redes reforçam as inúmeras habilidades que existem dentro do dr. Drauzio Varella e toda a sua potência como comunicador, buscando sempre que possível usá-las para levar o público ao site.