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ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA
Sismologia
• Sismos – definição e causas
• Deteção e registo de sismos
• Intensidade e magnitude de
um sismo
• Dados de propagação de
ondas sísmicas e
profundidade das
descontinuidades da geosfera
• Sismos e tectónica de placas
• Sismicidade em Portugal
• Minimização do risco sísmico
Sismologia
A Sismologia é o ramo da Geofísica que estuda os sismos causados pela propagação
de ondas sísmicas, geradas natural e artificialmente.
Os sismos, ou tremores de terra, são movimentos vibratórios da geosfera causados
pela súbita libertação de energia elástica armazenada nas rochas.
Origem dos sismos
Artificial Natural
•Explosões em minas e pedreiras;
•Explosões nucleares
• Vulcânicos
• Colapso (grutas e desabamentos)
• Tectónicos
Sismologia
O comportamento das rochas sujeitas a estados de tensão permite a sua
classificação em rochas de comportamento elástico, de comportamento frágil
(rígido) e de comportamento dúctil (maleável).
• Dentro do seu limite de elasticidade, a rocha recupera a sua forma
inicial após a cessação do estado de tensão.
Comportamento elástico
• Atingido o limite de elasticidade e em condições de baixa
temperatura e pressão, a rocha sofre alteração irreversível,
fraturando. Formam-se falhas geológicas (deformação descontínua).
Comportamento frágil
• Em condições de elevada temperatura e pressão, a rocha sofre
alteração irreversível, sem sofrer fratura. Podem formar-se dobras
geológicas (deformação contínua).
Comportamento dúctil
Sismologia
A Teoria do Ressalto Elástico, formulada por Harry F. Reid, em 1911, explica o mecanismo de formação de
um sismo tectónico:
– nos limites tectónicos, sujeitos à atuação de forças compressivas, distensivas ou de cisalhamento, ocorre a
acumulação de energia elástica;
– atingido o limite de resistência da zona de falha, ocorre o movimento dos blocos, ou seja, ocorre a rotura
da rocha;
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energia elástica acumulada;
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Teoria do Ressalto Elástico
Rochas sujeitas a forças tectónicas,
neste caso de cisalhamento
A ação continuada das forças
tectónicas durante um determinado
período de tempo gera um estado de
tensão.
Atingido o limite de resistência das
rochas, ocorre a libertação súbita de
energia com movimento ao longo do
plano da falha.
Sismologia
O ambiente geodinâmico gerador de sismos tectónicos localiza-se na litosfera, onde as
rochas apresentam comportamento frágil e estão sujeitas a estados de tensão,
nomeadamente nas zonas de limites de placas litosféricas. Por vezes, a libertação de
energia sísmica é tal que faz vibrar todo o planeta; neste caso, o sismo designa-se
terramoto, sendo precedido e sucedido por sismos menores aos quais se dá o nome,
respetivamente, de abalos premonitórios e de réplicas.
Abalos
premonitórios SISMO Réplicas
Sismologia
O local da litosfera onde ocorre a libertação da energia sísmica designa-se por foco
ou hipocentro. O local à superfície da Terra, situado na vertical do foco, chama-se
epicentro. A distância entre o foco e o epicentro designa-se por profundidade ou
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O foco de um sismo é o
local do interior da
geosfera onde se inicia a
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acumulada que se
propaga, a partir deste
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Parâmetros de caracterização sísmica
Sismologia
Profundidade do foco sísmico em diferentes contextos tectónicos
Sismologia
A energia sísmica libertada no foco propaga-se através da geosfera sob a forma
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Sismologia
Definem-se quatro tipos de ondas sísmicas: primárias, secundárias, de Love e de
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Sismologia
Sismologia
Sismologia
Quando o epicentro de um
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Sismologia
Os sismógrafos são aparelhos de precisão que registam, em sismogramas, a vibração
induzida pelas ondas sísmicas. Um sismógrafo consiste numa massa suspensa que
funciona como um pêndulo, que oscila quando é atingida por ondas sísmicas.
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movimentos verticais e dois para registo dos movimentos horizontais (um orientado na
direção norte-sul e outro na direção este oeste.
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Sismologia
Sismograma. (S-P) é o intervalo de tempo que separa o registo das ondas P e S.
Sismologia
Os sismogramas permitem o cálculo do intervalo (S-P). Identificado este intervalo em, pelo menos,
três estações sismográficas, é possível determinar a distância de cada estação ao epicentro. A
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Sismologia
A intensidade avalia um
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teve dele e do seu grau de
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de um sismo numa
determinada área utiliza-se
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Intensidade e magnitude de um sismo
Sismologia
A intensidade de um sismo depende, entre outros fatores:
– da profundidade do foco e da distância ao epicentro, na medida em que a
capacidade vibratória das ondas sísmicas diminui à medida que elas se afastam
do seu ponto de origem, diminuindo, também, a intensidade sísmica;
– da natureza do subsolo, isto é, da resposta das rochas que o constituem, à
passagem das ondas sísmicas; os sedimentos finos não consolidados tendem a
amplificar e a prolongar a vibração sísmica;
– da quantidade de energia libertada no foco, sendo um sismo tanto mais
intenso quanto maior a quantidade de energia nele libertada.
Sismologia
Mapa de isossistas do terramoto de Lisboa de 1755.
Sismologia
A magnitude avalia um sismo em função da quantidade de energia libertada no
hipocentro, sendo determinada pela máxima amplitude das ondas sísmicas registadas
nos sismogramas, para distâncias conhecidas entre o hipocentro e a estação sísmica. É
uma grandeza numérica que aumenta à medida que aumenta a quantidade de energia
libertada no foco.
Para calcular a quantidade de energia libertada no foco utiliza-se a Escala de Magnitude
de Richter. A relação entre a magnitude (M) e a energia (E) libertada num sismo,
expressa em Joules, pode ser calculada pela equação:
Sismologia
Sismologia
Relação entre a Escala de Richter, o número de sismos por ano e a quantidade de energia libertada.
Sismologia
Definem-se três formas de desenvolvimento de
uma onda sísmica:
(1) onda direta – onda sísmica inicial, com
origem no foco, que emerge na superfície sem
interagir com qualquer superfície de
descontinuidade do interior da geosfera;
(2) onda refletida – é uma nova onda, formada
numa superfície de descontinuidade, ou
seja, não tem origem no foco, que se pro-
paga em sentido contrário e no mesmo meio
em que a onda inicial se estava a propagar;
(3) onda refratada – é a onda transmitida para
o segundo meio, numa superfície de
descontinuidade (ou seja, também não tem
origem no foco mas sim na superfície da
descontinuidade).
Dados de propagação de ondas sísmicas e profundidade
das descontinuidades da geosfera
Sismologia
Durante a sua expansão, a partir do seu ponto de origem, isto é, do foco, uma frente
de onda sísmica encontra zonas de separação entre meios com propriedades elásticas
distintas (rigidez, incompressibilidade e densidade).
Esta zona de separação designa-se descontinuidade e, no interior da geosfera,
definem-se três:
• entre a crusta e o manto, descontinuidade de Mohorovicic;
• entre o manto e o núcleo externo, descontinuidade de Gutenberg;
• entre o núcleo externo e o núcleo interno, descontinuidade de Lehmann.
Sismologia
Descontinuidade de Mohorovicic
A onda B (refratada) atinge a estação sismográfica mais rapidamente do que
a onda A (direta) porque a velocidade de propagação no manto é superior.
Sismologia
O alemão Beno Gutenberg determinou a
dimensão do núcleo terrestre, depois
de observar que, para cada sismo, existe
um setor da superfície terrestre onde é
impossível registar ondas sísmicas
diretas.
Gutenberg designou esta faixa da
superfície terrestre, onde os
sismogramas não registam atividade
sísmica significativa durante um
terramoto, por zona
de sombra sísmica, que se localiza à
distância angular de 103° a 142° do
epicentro de cada sismo, ou à distância
quilométrica de 11 459 a 15 798 km,
tendo presente que 1° corresponde a
aproximadamente 111,25 km.
Sismologia
Zona de sombra e descontinuidade de Gutenberg
• Nas estações sismográficas
situadas a menos de 11 459
km (103º) do epicentro são
registadas ondas P e S
diretas.
• Para as estações situadas
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zona de sombra sísmica
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receção de ondas P e S
diretas,
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registam-se ondas sísmicas
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Sismologia
Em 1936, a dinamarquesa Inge Lehmann, analisando registos sismográficos, concluiu
que as ondas P chocam contra “qualquer coisa dura” a 5150 km, uma vez que se verifica
um aumento da velocidade de propagação destas ondas. Tendo em conta que a
velocidade das ondas P é maior em meios sólidos do que em meios líquidos, é de supor
a existência de um núcleo interno no estado sólido. À fronteira entre o núcleo externo
fluido e o núcleo interno sólido dá-se o nome de descontinuidade de Lehmann.
A trajetória e a velocidade das ondas 4, 5 e 6 é condicionada pela reflexão e refração
na transição para o núcleo interno.
Sismologia
Distribuição dos epicentros (·) de 30 000 sismos, registados num período de 6 anos.
Sismos e tectónica de placas
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Sismologia
Em resumo…
As ondas S propagam-se através de meios _______ e as ondas P propagam-se em meios
_________.
A. sólidos, líquidos e gasosos (…) líquidos
B. sólidos e líquidos (…) sólidos, líquidos e gasosos
C. sólidos (…) sólidos, líquidos e gasosos
D. sólidos e líquidos (…) líquidos
PARA PRATICAR
1. Selecione a opção que completa corretamente a
opção.
À profundidade de cerca de 2900 km localiza-se a _____________que separa o manto do
núcleo externo. Esta fronteira é assinalada pela anulação de propagação das ondas
_______.
A. descontinuidade de Mohorovicic (…) S
B. descontinuidade de Gutenberg (…) S
C. descontinuidade de Mohorovicic (…) P e S
D. descontinuidade de Gutenberg (…) P e S
PARA PRATICAR
2. Selecione a opção que completa corretamente a
opção.
Numa dada estação sismográfica não são registadas ondas P diretas, relativamente a um
determinado macrossismo. Tal facto pode atribuir-se ao facto de a região em causa estar situada
A. a uma distância epicentral entre 103° e 143°.
B. a uma distância epicentral entre 60° e 90°.
C. a uma distância epicentral superior a 160°.
D. na região epicentral.
PARA PRATICAR
3. Selecione a opção que completa corretamente a
opção.
Os sismos que ocorrem ao longo das cristas oceânicas são sismos _____ profundos e geralmente
de menor magnitude, ao contrário daqueles que ocorrem em limites de ________ de placas
tectónicas.
A. pouco (…) convergência
B. muito (…) convergência
C. pouco (…) divergência
D. muito (…) divergência
PARA PRATICAR
4. Selecione a opção que completa corretamente a
opção.
ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA
Sismologia
• Sismos – definição e causas
• Deteção e registo de sismos
• Intensidade e magnitude de um
sismo
• Dados de propagação de ondas
sísmicas e profundidade das
descontinuidades da geosfera
• Sismos e tectónica de placas
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7 sismologia

  • 1. ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA Sismologia • Sismos – definição e causas • Deteção e registo de sismos • Intensidade e magnitude de um sismo • Dados de propagação de ondas sísmicas e profundidade das descontinuidades da geosfera • Sismos e tectónica de placas • Sismicidade em Portugal • Minimização do risco sísmico
  • 2. Sismologia A Sismologia é o ramo da Geofísica que estuda os sismos causados pela propagação de ondas sísmicas, geradas natural e artificialmente. Os sismos, ou tremores de terra, são movimentos vibratórios da geosfera causados pela súbita libertação de energia elástica armazenada nas rochas. Origem dos sismos Artificial Natural •Explosões em minas e pedreiras; •Explosões nucleares • Vulcânicos • Colapso (grutas e desabamentos) • Tectónicos
  • 3. Sismologia O comportamento das rochas sujeitas a estados de tensão permite a sua classificação em rochas de comportamento elástico, de comportamento frágil (rígido) e de comportamento dúctil (maleável). • Dentro do seu limite de elasticidade, a rocha recupera a sua forma inicial após a cessação do estado de tensão. Comportamento elástico • Atingido o limite de elasticidade e em condições de baixa temperatura e pressão, a rocha sofre alteração irreversível, fraturando. Formam-se falhas geológicas (deformação descontínua). Comportamento frágil • Em condições de elevada temperatura e pressão, a rocha sofre alteração irreversível, sem sofrer fratura. Podem formar-se dobras geológicas (deformação contínua). Comportamento dúctil
  • 4. Sismologia A Teoria do Ressalto Elástico, formulada por Harry F. Reid, em 1911, explica o mecanismo de formação de um sismo tectónico: – nos limites tectónicos, sujeitos à atuação de forças compressivas, distensivas ou de cisalhamento, ocorre a acumulação de energia elástica; – atingido o limite de resistência da zona de falha, ocorre o movimento dos blocos, ou seja, ocorre a rotura da rocha; – a movimentação brusca dos blocos, ou ressaltos, provoca a libertação sob a forma de ondas sísmicas da energia elástica acumulada; – o ressalto brusco dos blocos deve-se à libertação súbita da energia elástica acumulada. Teoria do Ressalto Elástico Rochas sujeitas a forças tectónicas, neste caso de cisalhamento A ação continuada das forças tectónicas durante um determinado período de tempo gera um estado de tensão. Atingido o limite de resistência das rochas, ocorre a libertação súbita de energia com movimento ao longo do plano da falha.
  • 5. Sismologia O ambiente geodinâmico gerador de sismos tectónicos localiza-se na litosfera, onde as rochas apresentam comportamento frágil e estão sujeitas a estados de tensão, nomeadamente nas zonas de limites de placas litosféricas. Por vezes, a libertação de energia sísmica é tal que faz vibrar todo o planeta; neste caso, o sismo designa-se terramoto, sendo precedido e sucedido por sismos menores aos quais se dá o nome, respetivamente, de abalos premonitórios e de réplicas. Abalos premonitórios SISMO Réplicas
  • 6. Sismologia O local da litosfera onde ocorre a libertação da energia sísmica designa-se por foco ou hipocentro. O local à superfície da Terra, situado na vertical do foco, chama-se epicentro. A distância entre o foco e o epicentro designa-se por profundidade ou distância focal. O foco de um sismo é o local do interior da geosfera onde se inicia a rotura da rocha com libertação da energia acumulada que se propaga, a partir deste ponto, sob a forma de ondas sísmicas. Parâmetros de caracterização sísmica
  • 7. Sismologia Profundidade do foco sísmico em diferentes contextos tectónicos
  • 8. Sismologia A energia sísmica libertada no foco propaga-se através da geosfera sob a forma de ondas elásticas. Em meios de composição homogénea – que não é o caso da Terra – a energia sísmica expande-se tridimensionalmente, sob a forma de esfera, com centro no foco. Propagação de energia sísmica num meio de composição homogénea (A) e heterogénea (B) As superfícies esféricas definidas pelo conjunto de pontos na mesma fase do movimento ondulatório designam-se frente de onda. À direção de propagação da onda sísmica perpendicular à frente de onda convencionou-se chamar raio sísmico. Ondas sísmicas
  • 9. Sismologia Definem-se quatro tipos de ondas sísmicas: primárias, secundárias, de Love e de Rayleigh.
  • 12. Sismologia Quando o epicentro de um sismo se localiza no fundo oceânico/crusta oceânica, ou muito próximo, pode ocorrer a formação de ondas gigantes – que se designam maremoto, raz de maré ou tsunami. Formação de um tsunami
  • 13. Sismologia Quando o epicentro de um sismo se localiza em áreas constituídas por sedimentos saturados em água e com fraca capacidade de drenagem, pode ocorrer a sua liquefação. Os sedimentos, devido à vibração sísmica, perdem a sua coesão e resistência ao corte comportando-se, então, como um fluido. Processo de liquefação devido à vibração sísmica Liquefação
  • 14. Sismologia Os sismógrafos são aparelhos de precisão que registam, em sismogramas, a vibração induzida pelas ondas sísmicas. Um sismógrafo consiste numa massa suspensa que funciona como um pêndulo, que oscila quando é atingida por ondas sísmicas. Numa estação sismográfica existem, geralmente, três sismógrafos: um para registo dos movimentos verticais e dois para registo dos movimentos horizontais (um orientado na direção norte-sul e outro na direção este oeste. Sismógrafo de registo de movimentos verticais e sismógrafo de registo de movimentos horizontais. Deteção e registo de sismos
  • 15. Sismologia Sismograma. (S-P) é o intervalo de tempo que separa o registo das ondas P e S.
  • 16. Sismologia Os sismogramas permitem o cálculo do intervalo (S-P). Identificado este intervalo em, pelo menos, três estações sismográficas, é possível determinar a distância de cada estação ao epicentro. A transposição destas distâncias para um mapa permite a determinação gráfica do epicentro sísmico.
  • 17. Sismologia A intensidade avalia um sismo em função do grau de perceção que a população teve dele e do seu grau de destruição, sendo determinada pelo preenchimento de um questionário padrão distribuído pelas entidades oficiais. Para definir a intensidade de um sismo numa determinada área utiliza-se a Escala Internacional ou de Mercalli Modificada, com doze graus. Intensidade e magnitude de um sismo
  • 18. Sismologia A intensidade de um sismo depende, entre outros fatores: – da profundidade do foco e da distância ao epicentro, na medida em que a capacidade vibratória das ondas sísmicas diminui à medida que elas se afastam do seu ponto de origem, diminuindo, também, a intensidade sísmica; – da natureza do subsolo, isto é, da resposta das rochas que o constituem, à passagem das ondas sísmicas; os sedimentos finos não consolidados tendem a amplificar e a prolongar a vibração sísmica; – da quantidade de energia libertada no foco, sendo um sismo tanto mais intenso quanto maior a quantidade de energia nele libertada.
  • 19. Sismologia Mapa de isossistas do terramoto de Lisboa de 1755.
  • 20. Sismologia A magnitude avalia um sismo em função da quantidade de energia libertada no hipocentro, sendo determinada pela máxima amplitude das ondas sísmicas registadas nos sismogramas, para distâncias conhecidas entre o hipocentro e a estação sísmica. É uma grandeza numérica que aumenta à medida que aumenta a quantidade de energia libertada no foco. Para calcular a quantidade de energia libertada no foco utiliza-se a Escala de Magnitude de Richter. A relação entre a magnitude (M) e a energia (E) libertada num sismo, expressa em Joules, pode ser calculada pela equação:
  • 22. Sismologia Relação entre a Escala de Richter, o número de sismos por ano e a quantidade de energia libertada.
  • 23. Sismologia Definem-se três formas de desenvolvimento de uma onda sísmica: (1) onda direta – onda sísmica inicial, com origem no foco, que emerge na superfície sem interagir com qualquer superfície de descontinuidade do interior da geosfera; (2) onda refletida – é uma nova onda, formada numa superfície de descontinuidade, ou seja, não tem origem no foco, que se pro- paga em sentido contrário e no mesmo meio em que a onda inicial se estava a propagar; (3) onda refratada – é a onda transmitida para o segundo meio, numa superfície de descontinuidade (ou seja, também não tem origem no foco mas sim na superfície da descontinuidade). Dados de propagação de ondas sísmicas e profundidade das descontinuidades da geosfera
  • 24. Sismologia Durante a sua expansão, a partir do seu ponto de origem, isto é, do foco, uma frente de onda sísmica encontra zonas de separação entre meios com propriedades elásticas distintas (rigidez, incompressibilidade e densidade). Esta zona de separação designa-se descontinuidade e, no interior da geosfera, definem-se três: • entre a crusta e o manto, descontinuidade de Mohorovicic; • entre o manto e o núcleo externo, descontinuidade de Gutenberg; • entre o núcleo externo e o núcleo interno, descontinuidade de Lehmann.
  • 25. Sismologia Descontinuidade de Mohorovicic A onda B (refratada) atinge a estação sismográfica mais rapidamente do que a onda A (direta) porque a velocidade de propagação no manto é superior.
  • 26. Sismologia O alemão Beno Gutenberg determinou a dimensão do núcleo terrestre, depois de observar que, para cada sismo, existe um setor da superfície terrestre onde é impossível registar ondas sísmicas diretas. Gutenberg designou esta faixa da superfície terrestre, onde os sismogramas não registam atividade sísmica significativa durante um terramoto, por zona de sombra sísmica, que se localiza à distância angular de 103° a 142° do epicentro de cada sismo, ou à distância quilométrica de 11 459 a 15 798 km, tendo presente que 1° corresponde a aproximadamente 111,25 km.
  • 27. Sismologia Zona de sombra e descontinuidade de Gutenberg • Nas estações sismográficas situadas a menos de 11 459 km (103º) do epicentro são registadas ondas P e S diretas. • Para as estações situadas entre 11 459 km (103º) e 15 798 km (142º) de distância n do epicentro existe uma zona de sombra sísmica caracterizada pela ausência de receção de ondas P e S diretas, desviadas por reflexão e refração, segundo ângulos constantes, no contacto com o núcleo. • A partir dos 15 798 km de distância do epicentro, registam-se ondas sísmicas internas refratadas, que atravessaram o núcleo, e ondas refletidas.
  • 28. Sismologia Em 1936, a dinamarquesa Inge Lehmann, analisando registos sismográficos, concluiu que as ondas P chocam contra “qualquer coisa dura” a 5150 km, uma vez que se verifica um aumento da velocidade de propagação destas ondas. Tendo em conta que a velocidade das ondas P é maior em meios sólidos do que em meios líquidos, é de supor a existência de um núcleo interno no estado sólido. À fronteira entre o núcleo externo fluido e o núcleo interno sólido dá-se o nome de descontinuidade de Lehmann. A trajetória e a velocidade das ondas 4, 5 e 6 é condicionada pela reflexão e refração na transição para o núcleo interno.
  • 29. Sismologia Distribuição dos epicentros (·) de 30 000 sismos, registados num período de 6 anos. Sismos e tectónica de placas
  • 30. Sismologia Sismicidade intraplaca MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO ENTRE UMA PLACA OCEÂNICA E UMA PLACA CONTINENTAL MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO ENTRE PLACAS CONTINENTAIS SUBDUCÇÃO ENTRE PLACAS OCEÂNICAS MOVIMENTO DE AFASTAMENTO DE PLACAS OCEÂNICAS MOVIMENTO DE AFASTAMENTO DE PLACAS CONTINENTAIS MOVIMENTO HORIZONTAL ENTRE PLACAS
  • 34. Sismologia Métodos de previsão sísmica Lacuna sísmica Intervalo de recorrência sísmica Mapeamento do perigo sísmico Mapeamento do risco sísmico
  • 35. Sismologia Rede de estações sismográficas de Portugal Continental
  • 37. As ondas S propagam-se através de meios _______ e as ondas P propagam-se em meios _________. A. sólidos, líquidos e gasosos (…) líquidos B. sólidos e líquidos (…) sólidos, líquidos e gasosos C. sólidos (…) sólidos, líquidos e gasosos D. sólidos e líquidos (…) líquidos PARA PRATICAR 1. Selecione a opção que completa corretamente a opção.
  • 38. À profundidade de cerca de 2900 km localiza-se a _____________que separa o manto do núcleo externo. Esta fronteira é assinalada pela anulação de propagação das ondas _______. A. descontinuidade de Mohorovicic (…) S B. descontinuidade de Gutenberg (…) S C. descontinuidade de Mohorovicic (…) P e S D. descontinuidade de Gutenberg (…) P e S PARA PRATICAR 2. Selecione a opção que completa corretamente a opção.
  • 39. Numa dada estação sismográfica não são registadas ondas P diretas, relativamente a um determinado macrossismo. Tal facto pode atribuir-se ao facto de a região em causa estar situada A. a uma distância epicentral entre 103° e 143°. B. a uma distância epicentral entre 60° e 90°. C. a uma distância epicentral superior a 160°. D. na região epicentral. PARA PRATICAR 3. Selecione a opção que completa corretamente a opção.
  • 40. Os sismos que ocorrem ao longo das cristas oceânicas são sismos _____ profundos e geralmente de menor magnitude, ao contrário daqueles que ocorrem em limites de ________ de placas tectónicas. A. pouco (…) convergência B. muito (…) convergência C. pouco (…) divergência D. muito (…) divergência PARA PRATICAR 4. Selecione a opção que completa corretamente a opção.
  • 41. ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA Sismologia • Sismos – definição e causas • Deteção e registo de sismos • Intensidade e magnitude de um sismo • Dados de propagação de ondas sísmicas e profundidade das descontinuidades da geosfera • Sismos e tectónica de placas • Sismicidade em Portugal • Minimização do risco sísmico FIM