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Catequese III


Introdução

Fazer discípulos… é dar a vida totalmente

          1. «Um espírito em oferta me sustente» é a tradução literal do versículo 14 da
grande súplica que atravessa o Salmo 51(50). «Um espírito em oferta me sustente»
significa e implica que eu viva de me oferecer a Deus. Nenhum comércio, nada exterior
a mim que eu possa negociar com Deus. Pondo de lado acessórios e adereços, enfim,
coisas, o significado é imenso intenso, como uma avalanche em movimento que entra
pelas praias do Novo Testamento adentro, fixando-se na Carta aos Romanos 12,1, que
fala de um culto novo que consiste na oferta de nós próprios, ao jeito da oferta de
Jesus, que se entregou a si mesmo por nós (Efésios 5,2), por mim (Gálatas 2,20). Neste
culto novo, não está em causa a medida ou a quantidade, mas a totalidade. Portanto,
dom total de nós mesmos, de mim e de ti. Com toda a clareza: o discípulo de Jesus, à
maneira de Jesus, tem de pôr em jogo a própria vida, e não simplesmente os adereços,
o que tem nos bolsos, na dispensa ou no banco. Tudo, e não apenas o supérfluo. Dar o
que sobra não tem a marca de Deus, não é fazer a verdadeira memória de Jesus, que
se entregou a si mesmo por nós, por mim. O supérfluo deixa a vida intacta. O dom de
si mesmo transforma a vida para sempre. A marca deste dom é a totalidade e a
definitividade.

         2. O Mestre deste estilo novo de vida é Jesus, que desce ao nosso mundo,
caminha pelas nossas estradas, vem ter connosco, chama-nos a segui-lo. Não nos
obriga a aprender uma doutrina, nem sequer nos entrega um projecto de vida. Chama-
nos simplesmente a segui-lo, com aquele «vinde atrás de mim», e partilha connosco a
sua vida, como o Mestre faz com os seus discípulos. Não nos põe a fazer uma espécie
de estágio, para que um dia nos tornemos Mestres. Nós permanecemos sempre
discípulos deste único Mestre (Mateus 23,8). Diz Jesus Ressuscitado aos seus discípulos
no final do Evangelho de Mateus: «Indo fazei discípulos de todas as nações,
baptizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a
observar todas as coisas que vos ordenei» (Mateus 28,19-20).

         3. «Fazer discípulos» é, portanto, a missão que nos é confiada» (Mateus
28,19), e aquele «ensinando» (Mateus 28,20) não aponta um modo magistral, mas
discipular, dado que apenas nos é confiada a missão de ensinar tudo o que Jesus nos

                                           2
ordenou (Mateus 28,20). Para ensinar assim, não é preciso diploma, mas é
indispensável a fidelidade àquele que permanece o único Senhor e Mestre a quem
seguimos. Não ensinando coisas, mas dando a vida por amor.

         4. André Kim e seus companheiros, mártires da Coreia, nas perseguições de
meados do século XIX, são ícones qualificados desta maneira nova de ensinar, que é
dar a vida.

                                                 D. António Couto, Bispo de Lamego




                                        3
André Kim e seus companheiros

Fazer discípulos… é dar a vida totalmente

   Objectivos:

      A partir da vida do Mártir André Kim e seus Companheiros, perceber a vida
       cristã como entrega a Deus da totalidade da própria vida.
      Entender o sentido do martírio como testemunhar a Cristo no meio das
       incompreensões e perseguições.
      Abordar a vida cristã como missão de, a partir da própria autenticidade de vida,
       ser motivo de questionamento para os outros.

   Contextualização

    André Kim, original de uma família nobre coreana, cristã, cresce num ambiente de
perseguição, onde os seus pais mantinham na própria casa uma comunidade ao estilo
dos primeiros cristãos. Na China fez a sua formação para o sacerdócio e regressou ao
seu país em 1844, como diácono.
    Já como sacerdote, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro
com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos
para serem enviados ao Vaticano. Nessa viagem, André e os seus companheiros foram
descobertos e presos. Outros da comunidade foram depois localizados, inclusive os
seus parentes.
    André era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que
renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente
torturado por um longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de
setembro de 1846 em Seul, Coreia.
    Na mesma ocasião, foram martirizados cento e três homens, mulheres, velhos e
crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. De nada adiantou, pois a jovem Igreja
coreana floresceu ainda mais com o exemplo dos seus mártires. Em 1984, o papa João
Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou santo André
Kim Taegon e seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a
celebração litúrgica deste Santo.
    A história da vida e do martírio de André Kim e seus companheiros é hoje para nós
o exemplo de quem corre riscos por causa de Jesus. De quem não tem medo e dá a
vida para anunciar aquilo em que acredita.




                                          4
Desenvolvimento

1ª dinâmica

Leitura de um texto Bíblico e discussão em pequenos grupos.

Do Evangelho segundo S. João [Jo 16, 25-33]
«Até aqui falei-vos por meio de comparações. Está a chegar a hora em que já não vos
falarei por comparações, mas claramente vos darei a conhecer o que se refere ao Pai.
Nesse dia, apresentareis em meu nome os vossos pedidos ao Pai, e não vos digo que
rogarei por vós ao Pai, pois é o próprio Pai que vos ama, porque vós já me tendes amor
e já credes que Eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou
para o Pai.» Disseram-lhe os seus discípulos: «Agora, sim, falas claramente e não usas
nenhuma comparação. Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te
faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!» Disse-lhes Jesus: «Agora credes?
Eis que vem a hora - e já chegou - em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me
deixareis só, se bem que Eu não esteja só, porque o Pai está comigo. Anunciei-vos
estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas,
tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Perguntas para os grupos:

- Jesus já não fala com parábolas, mas diz claramente quem é. A proximidade da sua
Paixão revela quem é Jesus. Quem é Jesus para nós, um Jesus de uma história bonita
ou um Jesus exigente?

- As tribulações no mundo. Quais são as principais dificuldades da minha fé pessoal?

- E quais são os principais desafios que tenho em anunciar Jesus junto dos meus
amigos, familiares, conhecidos que não acreditam?

2ª dinâmica

- Plenário
Cada grupo apresenta duas dificuldades encontradas na própria fé.
Cada grupo apresenta duas dificuldades em testemunhar a fé em Jesus.

O catequista procurará fazer um resumo daquilo que foi dito e falar destas dificuldades
como o meio de realizar o testemunho, isto é, seguir o exemplo dos mártires, não
desistir e mostrar um rosto de Jesus que seja fascinante para os outros.




                                           5
Conclusão

Cada pessoa acende uma vela e coloca-a diante de uma imagem de Jesus, com o
sentido de oferecer as próprias dificuldades e pedir luz para as enfrentar.

No final, proclama-se o Credo, como o assumir da verdade pela qual se está disposto a
testemunhar, como Santo André Kim e seus Companheiros.

Cântico final

                                                                  Pe. António Valério




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3ª Catequese - Itinerário JMJ Rio'13

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  • 2. Catequese III Introdução Fazer discípulos… é dar a vida totalmente 1. «Um espírito em oferta me sustente» é a tradução literal do versículo 14 da grande súplica que atravessa o Salmo 51(50). «Um espírito em oferta me sustente» significa e implica que eu viva de me oferecer a Deus. Nenhum comércio, nada exterior a mim que eu possa negociar com Deus. Pondo de lado acessórios e adereços, enfim, coisas, o significado é imenso intenso, como uma avalanche em movimento que entra pelas praias do Novo Testamento adentro, fixando-se na Carta aos Romanos 12,1, que fala de um culto novo que consiste na oferta de nós próprios, ao jeito da oferta de Jesus, que se entregou a si mesmo por nós (Efésios 5,2), por mim (Gálatas 2,20). Neste culto novo, não está em causa a medida ou a quantidade, mas a totalidade. Portanto, dom total de nós mesmos, de mim e de ti. Com toda a clareza: o discípulo de Jesus, à maneira de Jesus, tem de pôr em jogo a própria vida, e não simplesmente os adereços, o que tem nos bolsos, na dispensa ou no banco. Tudo, e não apenas o supérfluo. Dar o que sobra não tem a marca de Deus, não é fazer a verdadeira memória de Jesus, que se entregou a si mesmo por nós, por mim. O supérfluo deixa a vida intacta. O dom de si mesmo transforma a vida para sempre. A marca deste dom é a totalidade e a definitividade. 2. O Mestre deste estilo novo de vida é Jesus, que desce ao nosso mundo, caminha pelas nossas estradas, vem ter connosco, chama-nos a segui-lo. Não nos obriga a aprender uma doutrina, nem sequer nos entrega um projecto de vida. Chama- nos simplesmente a segui-lo, com aquele «vinde atrás de mim», e partilha connosco a sua vida, como o Mestre faz com os seus discípulos. Não nos põe a fazer uma espécie de estágio, para que um dia nos tornemos Mestres. Nós permanecemos sempre discípulos deste único Mestre (Mateus 23,8). Diz Jesus Ressuscitado aos seus discípulos no final do Evangelho de Mateus: «Indo fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar todas as coisas que vos ordenei» (Mateus 28,19-20). 3. «Fazer discípulos» é, portanto, a missão que nos é confiada» (Mateus 28,19), e aquele «ensinando» (Mateus 28,20) não aponta um modo magistral, mas discipular, dado que apenas nos é confiada a missão de ensinar tudo o que Jesus nos 2
  • 3. ordenou (Mateus 28,20). Para ensinar assim, não é preciso diploma, mas é indispensável a fidelidade àquele que permanece o único Senhor e Mestre a quem seguimos. Não ensinando coisas, mas dando a vida por amor. 4. André Kim e seus companheiros, mártires da Coreia, nas perseguições de meados do século XIX, são ícones qualificados desta maneira nova de ensinar, que é dar a vida. D. António Couto, Bispo de Lamego 3
  • 4. André Kim e seus companheiros Fazer discípulos… é dar a vida totalmente Objectivos:  A partir da vida do Mártir André Kim e seus Companheiros, perceber a vida cristã como entrega a Deus da totalidade da própria vida.  Entender o sentido do martírio como testemunhar a Cristo no meio das incompreensões e perseguições.  Abordar a vida cristã como missão de, a partir da própria autenticidade de vida, ser motivo de questionamento para os outros. Contextualização André Kim, original de uma família nobre coreana, cristã, cresce num ambiente de perseguição, onde os seus pais mantinham na própria casa uma comunidade ao estilo dos primeiros cristãos. Na China fez a sua formação para o sacerdócio e regressou ao seu país em 1844, como diácono. Já como sacerdote, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos para serem enviados ao Vaticano. Nessa viagem, André e os seus companheiros foram descobertos e presos. Outros da comunidade foram depois localizados, inclusive os seus parentes. André era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de setembro de 1846 em Seul, Coreia. Na mesma ocasião, foram martirizados cento e três homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. De nada adiantou, pois a jovem Igreja coreana floresceu ainda mais com o exemplo dos seus mártires. Em 1984, o papa João Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou santo André Kim Taegon e seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica deste Santo. A história da vida e do martírio de André Kim e seus companheiros é hoje para nós o exemplo de quem corre riscos por causa de Jesus. De quem não tem medo e dá a vida para anunciar aquilo em que acredita. 4
  • 5. Desenvolvimento 1ª dinâmica Leitura de um texto Bíblico e discussão em pequenos grupos. Do Evangelho segundo S. João [Jo 16, 25-33] «Até aqui falei-vos por meio de comparações. Está a chegar a hora em que já não vos falarei por comparações, mas claramente vos darei a conhecer o que se refere ao Pai. Nesse dia, apresentareis em meu nome os vossos pedidos ao Pai, e não vos digo que rogarei por vós ao Pai, pois é o próprio Pai que vos ama, porque vós já me tendes amor e já credes que Eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai.» Disseram-lhe os seus discípulos: «Agora, sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação. Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!» Disse-lhes Jesus: «Agora credes? Eis que vem a hora - e já chegou - em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só, se bem que Eu não esteja só, porque o Pai está comigo. Anunciei-vos estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!» Perguntas para os grupos: - Jesus já não fala com parábolas, mas diz claramente quem é. A proximidade da sua Paixão revela quem é Jesus. Quem é Jesus para nós, um Jesus de uma história bonita ou um Jesus exigente? - As tribulações no mundo. Quais são as principais dificuldades da minha fé pessoal? - E quais são os principais desafios que tenho em anunciar Jesus junto dos meus amigos, familiares, conhecidos que não acreditam? 2ª dinâmica - Plenário Cada grupo apresenta duas dificuldades encontradas na própria fé. Cada grupo apresenta duas dificuldades em testemunhar a fé em Jesus. O catequista procurará fazer um resumo daquilo que foi dito e falar destas dificuldades como o meio de realizar o testemunho, isto é, seguir o exemplo dos mártires, não desistir e mostrar um rosto de Jesus que seja fascinante para os outros. 5
  • 6. Conclusão Cada pessoa acende uma vela e coloca-a diante de uma imagem de Jesus, com o sentido de oferecer as próprias dificuldades e pedir luz para as enfrentar. No final, proclama-se o Credo, como o assumir da verdade pela qual se está disposto a testemunhar, como Santo André Kim e seus Companheiros. Cântico final Pe. António Valério 6