O documento discute o conceito de Desenvolvimento Territorial com Base Conservacionista (DTBC) e como ele pode ser aplicado no contexto do REDD+. O DTBC envolve o desenvolvimento socioeconômico de um território com base nas atividades de conservação da natureza, mobilizando atores locais em torno de uma "ideia-guia" de conservação. Isso requer a definição de um território, instâncias de gestão participativa e um plano de desenvolvimento orientado pela conservação. O DTBC oferece uma base para implementar o REDD+ de forma territorializada
Tecnologia no Manejo Florestal Helveta Ronaldo Weigand
Ciclo de Oficinas sobre Desenvolvimento Territorial com Base Conservacionista (DTBC
1.
2. Ciclo de Oficinas
Em 2005, o Ministério do Meio Ambiente lançou o Edital
FNMA 001/2005, sobre DTBC e mosaicos de UCs
A ideia básica de DTBC era a de estabelecer processos
de desenvolvimento territorial orientados por uma ideia-
guia: ter como base econômica a conservação da
natureza.
O MMA combinou essa ideia com a formação de
mosaicos de unidades de conservação e vários
projetos foram apoiados em todo o Brasil.
Objetivo:
Reunir um grupo de alto nível para resgatar e repensar
os conceitos e práticas de DTBC após 8 anos
Elaborar uma proposta de ação em relação ao tema
para 2013-2015.
3. Oficinas
O que é DTBC, Ronaldo Weigand Jr.
DTBC no Mosaico Grande Sertão Veredas,
Mara Moscoso
As iniciativas de DTBC resultantes do edital
FNMA 1/2005, Fernando Rodrigues
Plano de trabalho do GT de DTBC
Outras
4. Dinâmica da Oficina
Apresentação
Perguntas, esclarecimentos, críticas
Oficina:
Pontos fracos
Pontos fortes
Oportunidades
Desafios
5. O que é
Desenvolvimento
Territorial com Base
Conservacionista -
DTBC
Ronaldo Weigand Jr. ronaldo@naveterra.net
7. DTBC: Origem do conceito
Desenvolvimento Conservação da natureza
sustentável: com base comunitária
Necessidades (community-based
atendidas sem conservation)
prejudicar a Envolvimento de
capacidade das comunidades para a
gerações futuras de conservação da
atender às suas natureza
necessidades (Nosso
Futuro Comum, Reservas extrativistas
WCED 1987) Ecoturismo
Reservas da biosfera Desenvolvimento
Arranjos produtivos territorial rural sustentável
locais Ex: Leader, Abramovay,
IICA
8. Desenvolvimento Territorial com
Base Conservacionista (DTBC)
Conservação pode ter dois caminhos:
Restrição ao desenvolvimento com base
em
Atividades industriais, agropecuárias,
comerciais ou de mineração
ou
Promoção de um desenvolvimento com
base em
Atividades sustentáveis
e/ou
Atividades conservacionistas
9. Desenvolvimento Territorial com
Base Conservacionista (DTBC)
mobiliza os atores em torno de uma "ideia-guia“:
o desenvolvimento socioeconômico com base nas
atividades de conservação da natureza
define um projeto, com tempo definido, orientado ao
desenvolvimento de um território
conta com a participação destes atores na execução
e elaboração do plano de desenvolvimento
cria uma entidade gerenciadora que expressa a
unidade (sempre conflituosa, é claro) entre os
protagonistas do plano de DTBC
11. Ideia guia
Proposta convincente e mobilizadora de como
uma determinada estratégia de
desenvolvimento pode trazer benefícios
econômicos e sociais
Fortalece a identidade entre os atores
Permite a mobilização de capital social local e
de recursos externos
Organiza o desenvolvimento territorial
12. Ideia Guia: Desenvolvimento com
base nas atividades de
conservação da natureza
Tem como base produtos e
serviços gerados pela atividade
conservacionista:
Uso direto:
Manejo florestal madeireiro e não-
madeireiro, pesca, etc.
Uso indireto:
Uso público (turismo, lazer,
educação)
Serviços ambientais (conservação
do clima e da água)
Pesquisa e bioprospecção
Não uso:
O valor intrínseco da conservação
da natureza
13. Bens e serviços que são/podem ser
gerados pela atividade conservacionista
Conservação da biodiversidade
genética, de espécies, e
ecossistêmica
Bioprospecção, identificação de
princípios ativos, manipulação
genética, pesquisa científica, etc.
Produtos resultantes de sua
domesticação
Proteção dos recursos hídricos
Manutenção dos ecossistemas
que são base da produção de
espécies de valor comercial para
a pesca, e a atividade extrativista
madeireira e não-madeireira, e os
produtos delas originados
14. Bens e serviços que são/podem ser
gerados pela atividade conservacionista
Manutenção da beleza cênica e
do valor simbólico da paisagem,
para atividades de turismo,
ecoturismo, lazer, religião, e
outras
Sequestro de carbono e
contribuição para a estabilidade
do clima local, regional e global
Contribuição à sustentabilidade
dos modos de vida, práticas e
conhecimentos tradicionais
15. Base do desenvolvimento:
base de cadeias econômicas e
arranjos econômicos locais
Ex: Visitantes de UC > visitação >
Venda de ingressos > RPPNs >
funcionários e comércio local
venda de ingressos > poder público >
serviços públicos
venda de souvenirs > microindústria de
souvenirs > comércio local > poder público
(impostos) > serviços públicos locais,
estaduais e federais
hotéis e restaurantes > pequenos
produtores de alimentos certificados >
comércio local> poder público (impostos)
> serviços públicos locais, estaduais e
federais
16. Base do desenvolvimento:
base de cadeias econômicas e
arranjos econômicos locais
Ex: REDD+ >
Serviços de extensão > agentes de extensão comunitária
Brigadas de incêndio > agentes brigadistas
Certificação da produção > preços melhores ao agricultor
Pagamento de serviços de conservação > melhor
rentabilidade da propriedade rural
Investimentos produtivos > empregos > comércio local
Investimentos em pesquisa e capacitação > Melhor
rentabilidade de atividades com base conservacionista
Investimentos em infraestrutura produtiva
> obras > funcionários > comércio local
Melhor rentabilidade de atividades com base conservacionista
17. Como os custos e benefícios
gerados pela atividade
conservacionista serão
distribuídos?
Desenhar/ fortalecer
cadeias e arranjos que
agregam valor, no
território, aos produtos e
serviços gerados pela
atividade conservacionista
distribuem os benefícios
de forma equitativa entre a
população do território
favorecem a permanência
dos recursos no território
18. Modelo de negócios: Como a
atividade conservacionista é
remunerada?
É a lógica de como o território
vai criar, entregar e capturar o
valor da conservação.
19. Modelo de negócios: Como a
atividade conservacionista é
remunerada?
Cobrança pela visitação (lazer, educação, pesquisa)
Comercialização de produtos com imagem ligada à
conservação (valor adicional)
Certificação de produtos amigos da conservação
Implementação da UC (com recursos orçamentários, de
compensação, de projetos, etc.)
Pagamento de bolsas
Cobrança e pagamento pela água
Venda de créditos de carbono
Venda de cotas de reserva ambiental
20. Como a atividade conservacionista
será remunerada?
Cobrança pela imagem da UC
Fotos, cartões, souvenirs, filmes, etc.
Patrocínios e doações
Responsabilidade socioambiental corporativa
Bioprospecção
21. Como esses mecanismos
serão estabelecidos?
Conhecimento:
Quanto vale a atividade
conservacionista?
Quem se beneficia da atividade
conservacionista? Quem deve pagar?
Como potencializá-la?
Base legal:
Instituições e acordos precisam ser
estabelecidos (ex: comitês de bacia,
acordos de bioprospecção)
UCs que precisam ser criadas, planos
de manejo que precisam ser
implementados
22. Como esses mecanismos
serão estabelecidos?
Ação coletiva:
Confiança mútua
Acordo sobre prioridades
Costume e disciplina
Infra-estrutura:
Economias com base na conservação
(ex: ecoturismo) precisam de infra-
estrutura especial
Crédito:
Empreendedores necessitam de crédito
para estabelecer negócios que tenham
como base a conservação
24. Território
área definida por uma identidade cultural,
e/ou uma identidade de problemas e
oportunidades
A identidade facilita a ação coletiva e
mobilização/construção do capital social do
território
Surge a partir da criação e implementação de
unidades de conservação
25. Território
Importante para
Identidade
Ação coletiva/ capital social
Marketing
Participação
Democracia
Transparência
Escala
Custos administrativos
Competitividade
Permanência
26. Qual a melhor conformação do
território?
Aspectos socioculturais
Identidade
Distribuição de renda
Aspectos econômicos
Sinergias/ complementaridade
Eficiência
Distribuição de benefícios
Aspectos político-institucionais
Vontade política
Instituições atuantes
Organização social
Capacidade gerencial
27. Qual a melhor conformação do
território?
Lei 9985 - SNUC
Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de
conservação de categorias diferentes ou não, próximas,
justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas
públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do
conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa,
considerando-se os seus distintos objetivos de conservação,
de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a
valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento
sustentável no contexto regional.
28. Qual a melhor conformação do
território?
Território da unidade de conservação ou do
mosaico da unidade de conservação
Área no entorno que é (ou pode ser)
afetada, positiva ou negativamente, pela UC
ou mosaico:
“zona de avivamento”
30. Como serão o envolvimento e a
participação dos atores territoriais?
A definição do território define os atores que devem/podem
participar
Papéis e competências
UCs
Órgãos públicos
ONGs
Empresas
Organizações e grupos comunitários
Indivíduos
Instâncias e entidades que precisam ser formadas ou
fortalecidas
Conselhos, fóruns, associações, cooperativas, etc. (atenção
especial deve ser dada ao conselho de mosaico)
31. Entidade gerenciadora do
DTBC
Fórum de mobilização
Capital social
Base institucional
para decisões
transparentes,
democráticas e efetivas
Conselho do mosaico
pode envolver
complementaridade com
outras entidades
Fóruns complementares
33. PLANO DE DTBC
O Plano de Desenvolvimento Territorial com Base
Conservacionista deve ser uma aliança, um pacto,
um mobilizador de vários atores para um mesmo fim:
desenvolver um território, conservando a natureza, e
beneficiando os mais pobres.
Deve ser factível, realista, atraente, e gerar
credibilidade.
34. Participação na elaboração e
execução do plano de DTBC
O território define os atores com identidade para
trabalharem juntos
Os atores participam do diagnóstico e planejamento
Os atores participam da implementação do plano,
mobilizando os recursos locais e externos
36. 2 Caminhos principais de
REDD+
Pagamento por serviços ambientais (créditos de
REDD+) (inclui comando e controle)
Temporário, proporcional à quantidade de carbono
Permanente, por meio de Fundos de Capitalização
Permanente
Desenvolvimento de economia de baixa emissão de
carbono florestal
37. Desenvolvimento de economia de
baixa emissão de carbono florestal
Não é viável localmente
Depende de ambiente econômico favorável
Muito difícil de implementar na escala nacional brasileira
Muitos interesses econômicos competindo
Financiamento das atividades emissoras ainda é muito forte
Foco territorial apresenta oportunidade
38. REDD+ Territorial
DTBC com foco na redução de emissões de carbono
florestal e sequestro de carbono por meio da
recuperação e manejo de florestas nativas.
Monitoramento das emissões com foco territorial,
baseado nos instrumentos nacionais.
Pagamento por resultado ao território.
Combinação de políticas: CAR, pactos de redução,
programa ABC, floresta-agropecuária, cotas de
reserva ambiental, etc.
Outras fontes de recursos para a conservação.
40. Serviços sociais com base na
conservação
Bolsa verde com condicionantes
Educação e saúde em áreas remotas a partir da infraestrutura
de gestão territorial e ambiental
Uso da energia e comunicação das sedes de UCs
Comunicação e transporte em áreas remotas a partir da
infraestrutura de gestão territorial e ambiental
Internet
Rádio
Aeroportos
Estradas
Capacitação profissional voltada à conservação
Cursos técnicos em manejo florestal
Guarda parques
Guias turísticos
Segurança
Reforço a partir das demandas para visitação
41. Territórios com outras bases
de desenvolvimento
Como DTBC pode ser combinado com outras bases de
desenvolvimento?
42. Territórios com outras bases de
desenvolvimento
Novas estradas e ferrovias
Usinas hidrelétricas e eólicas
Mineração
Polos tecnológicos
44. Dinâmica da Oficina
Apresentação
Perguntas, esclarecimentos, críticas
Oficina:
Pontos fracos
Pontos fortes
Oportunidades
Desafios
45. Participantes
Ronaldo Weigand Jr. Carolina J. Delelis
Danilo Pisan de Souza Maurício Amazonas
Damiana Campos Fernando Rodrigues Lima
Fernando Tatagiba Mara Moscoso
46. Discussão
Desafios
Convencer gestores das
vantagens de trabalhar com
mosaicos
Entender os papéis Pontos fortes
desempenhados por diferentes
categorias de Ucs e tipos de Atração de recursos
gestão territorial Organização dos avanços
Trâmites de análise dos Fortalecimento de cadeias já
mosaicos no MMA existentes
Desenvolver uma metodologia do
que está em jogo Pontos fracos
Lidar com efeitos não previstos Perigo do localismo
da entrada de recursos Perigo de focar somente no setor
da conservação
Território tem que ter vocação
Oportunidades
Destacar as vantagens da ação
cooperativa das Ucs
Estudos das experiências
existentes
Quem é bebeficiado na escolha
das atividades a serem
fomentadas
Quais territórios estão ficando de
fora por falta de capacidade para
propor a elaboração do plano?
47. Próximas oficinas
DTBC no Mosaico Grande Sertão Veredas,
Mara Moscoso, dia 10/5/2013
As iniciativas de DTBC resultantes do edital
FNMA 1/2005, Fernando Rodrigues (data a
ser definida)
Plano de trabalho do GT de DTBC (data a
ser definida)
Outras