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Metodologia para processamento de dados de ensaio de
semeadoras-adubadoras*
Afonso Peche Filho (
1
)
Sergio Augusto H. Kurachi (
1
)
Moisés Storino (
1
)
Marcos Roberto da Silva (
2
)
(
1
) Instituto Agronômico, Centro de Engenharia e Automação, Jundiaí (SP). peche@iac.sp.gov.br
(
2
) Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CETEC, Cruz das Almas (BA).
* Campinas (SP), abril de 2017
INTRODUÇÃO
As questões relacionadas com o processamento de dados levantados em ensaios de
semeadoras estão muito ligadas pelas diretrizes de normas ISO (1983), que propõem
avaliação com base na distribuição de classes de frequência, cuja amplitude seria de
0,1 X referência (XRef), sendo este valor calculado a partir das características de projeto do
mecanismo dosador. As diversas classes de ocorrência comporiam um histograma, que
seria dividido em faixas com espaçamentos que caracterizariam a distribuição de sementes
em espaçamentos duplos, menores ou iguais a 0,5 XRef; espaçamentos normais ou
aceitáveis, entre 0,5 XRef e 1,5 XRef e falhas, maiores do que 1,5 XRef. Ainda, de acordo
com a ISO (1983), as porcentagens dos espaçamentos contidos em cada faixa e o
coeficiente de variação (CV) dos espaçamentos normais ou aceitáveis seriam parâmetros de
avaliação do desempenho de uma unidade da semeadora. Para cada repetição
correspondente a uma determinada condição de ensaio são medidos 250 espaçamentos.
Posteriormente, a ABNT - baseada em estudos em andamento no Instituto Agronômico
(IAC), de Campinas, cujos resultados foram publicados por Kurachi et al. (1989) - definiu em
seu projeto de norma de ensaio que o XRef deveria ser o espaçamento agronomicamente
recomendado para uma determinada cultura semeada mecanicamente e, além disso, que o
2
CV usado como parâmetro de avaliação deveria abranger toda a população de
espaçamentos medidos (ABNT, 1985). Com relação à regularidade de razão de distribuição,
o procedimento normal é a coleta das sementes liberadas pelo mecanismo dosador de uma
unidade de semeadura, durante um espaço de tempo pré-estabelecido, sob determinadas
condições de ensaio. Essa quantidade de semente é pesada e por meio de cálculos é
normalmente expressa em g m-1
ou n.° de semente m-1
, podendo ser transformada em
kg ha-1
ou n.° de semente ha-1
. O trabalho tem como objetivo avaliar uma nova proposta de
processamento dos dados de ensaio de laboratório buscando uma analogia com a forma de
avaliação da distribuição de plântulas no campo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
As regularidades de razão de distribuição (semente por metro) e dos espaçamentos
entre sementes foram determinadas para diferentes tipos de discos de semente. Utilizou-se
uma das unidades de semeadura de uma semeadora-adubadora de precisão, de 4 linhas e
mecanismos dosadores de sementes do tipo disco horizontal. A tabela 1 apresenta os tipos
comerciais de discos usados no ensaio.
Tabela 1. Tipos de discos utilizados no ensaio
Tipo de
calço
Calço rebaixado – 5,1 mm Calço liso – 4 mm
Tipo de
disco
Verde Amarelo Vermelho Preto Marrom Verde Preto Marrom
Núm. de
furos
24 24 24 24 24 24 24 24
Tipo de
furo
Oblongo Oblongo Oblongo Oblongo Redondo Oblongo Oblongo Redondo
Dimensões
(mm)
13,5x8,9x4 14,5x8,8x4 14,8x10x4 15,2x10,9x4 14x4 13,5x8,9x4 15,2x10,9x4 14x4
3
Para variar a profundidade das células de semente foram usados dois tipos de calço,
um com a face superior lisa, resultando numa profundidade da célula de semente igual à
espessura do disco de semente de aproximadamente 4 mm e, o outro, com a face rebaixada
e profundidade da célula de semente de 5,1 mm, aproximadamente. Os ensaios de
desempenho foram realizados em Jundiaí, no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do
Agronegócio de Engenharia e Automação, do Instituto Agronômico (IAC). Os discos
dosadores foram ensaiados com sementes de milho híbrido, de formato achatadas,
classificadas na peneira 22L.
Para cada conjunto disco e calço ensaiado, a razão de distribuição da unidade de
semeadura foi ajustada para que fossem distribuídas 6 sementes por metro linear, a uma
velocidade de operação do mecanismo dosador correspondente àquela de deslocamento da
máquina, de 5 km h-1
. Assim, os espaçamentos entre sementes seriam de aproximadamente
16,7 cm, se fossem distribuídas regularmente. A unidade de semeadura foi montada numa
das extremidades da bancada de ensaio, específica para avaliações da regularidade de
distribuição longitudinal de sementes (Kurachi et al., 1990). Para cada condição de ensaio
foram realizadas 4 repetições, com 250 espaçamentos medidos por repetição. Para a
realização de um estudo comparativo do desempenho dos diversos discos e calços
ensaiados considerou-se um espaço de medição de 25 m, determinado aleatoriamente
dentro do espaço total de medição de cada repetição de uma determinada condição de
ensaio. Esse espaço foi então subdividido em secções de medição de 1 m de comprimento
cada. Então, contou-se o número de sementes depositadas em cada uma delas. As
distâncias entre as sementes de cada secção foram também medidas. O espaçamento
existente entre a última e a primeira semente das parcelas ou secções subsequentes não foi
considerado na análise de variância. A primeira semente de cada secção foi sempre usada
como ponto de partida para a medição dos espaçamentos. Os agrupamentos de sementes,
com duas ou três delas juntas, foram considerados como elemento único ou semente
singular. Assim, todas as distâncias foram medidas como se apenas sementes singulares
tivessem sido depositadas na esteira coletora. Esse método de avaliação é semelhante
àquele usado em determinações de campo.
4
Para análise dos dados obtidos referentes a cada secção de medição considerada
(1 m) foram utilizadas medidas de tendência central e de dispersão da estatística descritiva
e, para cada condição de ensaio foram elaboradas tabelas e gráficos. Este tipo de ensaio é
diferente dos ensaios preconizados em normas técnicas para ensaios de laboratório das
semeadoras de precisão, porém, semelhante, em parte, ao preconizado para as semeadoras
de fluxo contínuo, em que as sementes contidas em malhas/secções de medição são
contadas e usadas na determinação da regularidade de distribuição longitudinal.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 2 foram reunidos os resultados referentes à regularidade da razão de
distribuição (número de sementes por metro) dos diversos tipos de discos de semente e de
calço ensaiados. O disco, cuja razão de distribuição ficou mais próxima daquela de
6 sementes por metro, para a qual o mecanismo dosador da unidade de semeadura havia
sido regulado, foi o verde. Os valores obtidos foram respectivamente de 6,1 e 5,9 sementes
m-1
, porém, em ambos os casos com os valores de CV entre os mais altos registrados:
10,7% e 12%. O disco que apresentou a maior razão de distribuição foi o preto de calço
rebaixado, cujo valor médio foi 9,4 sementes m-1
. Com calço liso e profundidade da célula de
semente de 4 mm, a quantidade de sementes distribuída passou para 6,9 sementes m-1
. No
caso do disco com células redondas, o número de sementes variou de modo semelhante,
quando se mudou o tipo de calço usado. De 8,9 sementes m-1
com o calço rebaixado passou
para 6,3 sementes m-1
, com o calço liso.
Além da regularidade da razão de distribuição do mecanismo dosador, a regularidade
de distribuição longitudinal ou de espaçamento entre as sementes foi também avaliada
(Tabela 2).
5
Tabela 2. Resultados das determinações de regularidade de distribuição longitudinal de
sementes de milho híbrido (peneira 22L), obtidos com velocidade de deslocamento de
5 km h-1
de acordo com os diferentes calços e discos
Secções
Medição
(m)
Calço rebaixado, cinza
Profundidade da célula de semente = 5,1 mm
Calço liso, amarelo
Profundidade da célula de
semente = 4 mm
Disco Disco
Verde Amarelo Vermelho Preto Marrom Verde Preto Marrom
Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV
0 a 1 15,4 50,8 17,4 23,4 14,6 38,5 11,2 55,4 11,1 52,8 17,1 43,0 14,6 46,4 15,8 36,5
1 a 2 18,0 31,2 17,1 16,0 14,2 32,3 12,8 55,4 12,3 46,5 19,2 39,2 16,7 28,1 15,9 27,1
2 a 3 17,1 46,6 14,8 32,8 16,3 42,5 9,8 56,2 9,5 62,4 18,4 36,5 17,1 49,5 14,6 29,8
3 a 4 15,8 35,9 14,3 53,3 15,2 29,6 11,6 63,0 10,5 54,6 16,3 50,1 13,6 68,5 15,6 21,6
4 a 5 15,5 22,5 16,9 30,6 19,2 24,9 10,6 62,6 10,9 56,9 16,7 47,7 15,3 53,3 14,6 34,8
5 a 6 15,8 32,4 15,4 36,3 15,3 25,2 11,0 57,8 10,7 51,5 15,6 37,8 14,8 44,8 15,8 35,5
6 a 7 17,3 28,3 14,1 47,9 15,5 22,4 11,7 63,3 12,9 48,6 18,3 34,0 13,7 50,7 14,7 28,2
7 a 8 17,2 29,4 15,1 33,8 16,5 26,0 11,6 54,8 12,1 43,9 18,9 29,8 14,2 33,6 17,9 44,9
8 a 9 16,4 27,4 18,3 48,2 15,1 42,2 11,7 55,6 12,9 40,0 20,3 43,8 14,9 44,1 16,9 16,1
9 a 10 16,5 30,2 18,4 41,1 15,7 42,4 12,6 50,6 12,9 40,5 17,8 17,4 13,6 31,9 14,0 42,3
10 a 11 17,9 32,0 17,0 37,5 14,6 35,0 12,4 43,8 11,9 51,6 15,4 36,8 11,5 46,3 14,9 27,6
11 a 12 18,8 43,4 15,4 4,4 15,9 25,0 12,2 52,7 12,4 51,4 17,0 35,8 18,1 35,6 17,1 14,8
12 a 13 17,3 37,0 16,1 21,3 15,2 36,4 10,3 57,4 13,3 45,3 15,8 28,2 18,4 53,3 15,6 23,4
13 a 14 18,0 36,4 18,5 28,3 14,6 36,5 12,4 50,3 12,5 47,5 17,0 44,4 16,3 52,3 16,3 25,4
14 a 15 17,7 22,9 15,4 28,0 16,6 21,2 11,0 56,0 11,8 48,1 17,7 40,4 15,7 37,0 15,1 36,0
15 a 16 17,4 25,0 15,2 24,8 14,1 47,5 11,0 59,4 11,0 68,8 15,4 29,7 18,2 18,4 15,7 43,6
16 a 17 18,2 22,2 15,6 31,8 16,0 31,7 12,5 70,8 11,1 54,3 19,4 59,4 14,3 41,2 16,3 26,8
17 a 18 14,4 48,4 15,6 23,1 15,9 32,3 12,8 59,4 10,3 62,8 16,8 44,8 15,9 46,0 16,8 35,1
18 a 19 17,4 22,7 18,3 23,9 16,4 19,9 11,8 62,0 12,6 52,9 20,0 48,3 13,3 49,9 16,0 22,5
19 a 20 16,0 22,5 14,8 33,2 15,8 28,1 12,0 47,0 12,5 48,1 19,9 37,2 16,5 32,9 16,6 22,0
20 a 21 17,5 32,4 17,3 31,6 14,8 36,4 13,5 48,9 13,9 39,3 17,9 34,3 17,2 36,4 14,6 34,0
21 a 22 17,9 16,1 15,3 30,7 15,8 24,8 10,9 47,7 12,8 39,2 16,9 40,6 16,0 29,6 17,0 7,6
22 a 23 16,0 39,8 15,8 25,4 17,0 39,0 11,1 59,7 13,3 53,0 18,9 32,1 15,0 25,6 15,7 22,9
23 a 24 17,0 23,1 16,3 22,2 16,0 14,4 10,5 52,8 14,1 39,4 16,2 37,5 16,3 36,8 15,2 28,2
24 a 25 16,0 29,8 17,3 13,4 15,3 41,2 10,6 59,1 12,1 50,4 19,0 26,7 14,8 35,4 15,9 26,2
Esp = Espaçamentos entre sementes de acordo com cada secção de 1 m avaliada;
CV = Coeficiente de variação de acordo com cada secção de 1 m avaliada.
6
Os resultados obtidos mostraram que, mesmo nos casos em que as razões de
distribuição estiveram bem próximas daquela tecnicamente recomendada (6 sementes m-1
),
os espaçamentos medidos apresentaram grandes variações, resultando por isto, em
espaçamentos médios, cujos coeficientes de variação foram também bastante altos em
algumas ocasiões. Os discos verde, amarelo e vermelho de células oblongas, todos com
calço rebaixado, apresentaram os melhores resultados com médias gerais de
espaçamentos, respectivamente de 16,9 cm e CV de 31,5%; 16,2 cm e CV de 29,7% e
15,7 cm e CV de 31,8%.
O disco preto de células oblongas, com calço rebaixado apresentou o pior resultado
com média geral de espaçamentos de 11,6 cm e CV de 56,1%. O mesmo ocorreu com o
disco marrom de células redondas, com calço rebaixado, com média geral de espaçamentos
de 12,1 cm e CV de 50,4%. Nestes casos, os resultados obtidos mostraram que eles são
inadequados para o trabalho com o calço rebaixado e sementes híbridas de peneira 22L, de
formato mais alongado. Com o calço liso, o disco verde de células oblongas, continuou
melhor e o seu desempenho permaneceu praticamente o mesmo. Já com os discos, preto
de células oblongas e, marrom de células redondas, houve melhoras acentuadas com
médias gerais dos espaçamentos respectivamente de 15,4 cm e CV de 41,1%; de 15,8 cm e
CV de 36,6%. Os CV dos espaçamentos medidos em todos os ensaios apresentaram
valores médios variando entre 29,7% e 56,1%, considerados elevados. Provavelmente, eles
ocorreram, principalmente, por problemas no pré-enchimento das células do disco e pelos
rebatimentos das sementes no interior do tubo de descarga.
4. CONCLUSÕES
O método de avaliação, empregado no presente trabalho, embora de processamento
mais trabalhoso, mostrou que pode ser aplicado aos ensaios de laboratório, permitindo uma
análise mais minuciosa das variações de razão de distribuição e de regularidade de
espaçamento entre sementes ao longo de uma linha de semeadura. Os resultados são de
entendimento mais imediato para os usuários da máquina e tão precisos quanto aqueles
obtidos pelos métodos tradicionalmente recomendados por normas internacionais.
7
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Semeadora de precisão:
ensaio de laboratório/método de ensaio, projeto de norma 12:02.06-004. Rio de Janeiro:
ABNT, 1985. 21p.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION - ISO. Sowing equipment- methods of
test: part 1. single seed drills (precision drills). ISO/DIS 7256/1. Genève, 1983. 14p.
KURACHI, S.A.H.; COSTA, J.A.S.; BERNARDI, J.A.; COELHO, J.L.D.; SILVEIRA, G.M.
Avaliação tecnológica de semeadoras e/ou adubadoras: tratamento de dados de ensaios e
regularidade de distribuição longitudinal de sementes. Bragantia, Campinas, v.48, n.2,
p.249-262, 1989.
KURACHI, S.A.H.; COSTA, J.A.S.; PETRONI, A.C.; RIBEIRO, M.F. S.; SILVEIRA, G.M.;
BERNARDI, J.A. Avaliação tecnológica de semeadoras e/ou adubadoras: laboratório de
ensaios e métodos. Campinas: Instituto Agronômico. 1990. 37p. (Documentos IAC, 19)
SAWAZAKI, E.; GALVÃO, J.C.C.; PATERNIANI, M.E.A.G.Z. Milho. In: Instruções agrícolas
para as principais culturas econômicas. FAHL, J.I.; CAMARGO, M.B.P.; PIZINATTO, M.A.;
BETTI, J.A.; MELO, A.M.T.; DEMARIA, I.C.; FURLANI, A.M.C. (Eds.). 6.ed. rev. e atual.
Campinas: Instituto Agronômico, 1998. p.37-39. (Boletim 200)

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Metodologia para processamento de dados de ensaio de semeadoras-adubadoras

  • 1. 1 Metodologia para processamento de dados de ensaio de semeadoras-adubadoras* Afonso Peche Filho ( 1 ) Sergio Augusto H. Kurachi ( 1 ) Moisés Storino ( 1 ) Marcos Roberto da Silva ( 2 ) ( 1 ) Instituto Agronômico, Centro de Engenharia e Automação, Jundiaí (SP). peche@iac.sp.gov.br ( 2 ) Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CETEC, Cruz das Almas (BA). * Campinas (SP), abril de 2017 INTRODUÇÃO As questões relacionadas com o processamento de dados levantados em ensaios de semeadoras estão muito ligadas pelas diretrizes de normas ISO (1983), que propõem avaliação com base na distribuição de classes de frequência, cuja amplitude seria de 0,1 X referência (XRef), sendo este valor calculado a partir das características de projeto do mecanismo dosador. As diversas classes de ocorrência comporiam um histograma, que seria dividido em faixas com espaçamentos que caracterizariam a distribuição de sementes em espaçamentos duplos, menores ou iguais a 0,5 XRef; espaçamentos normais ou aceitáveis, entre 0,5 XRef e 1,5 XRef e falhas, maiores do que 1,5 XRef. Ainda, de acordo com a ISO (1983), as porcentagens dos espaçamentos contidos em cada faixa e o coeficiente de variação (CV) dos espaçamentos normais ou aceitáveis seriam parâmetros de avaliação do desempenho de uma unidade da semeadora. Para cada repetição correspondente a uma determinada condição de ensaio são medidos 250 espaçamentos. Posteriormente, a ABNT - baseada em estudos em andamento no Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, cujos resultados foram publicados por Kurachi et al. (1989) - definiu em seu projeto de norma de ensaio que o XRef deveria ser o espaçamento agronomicamente recomendado para uma determinada cultura semeada mecanicamente e, além disso, que o
  • 2. 2 CV usado como parâmetro de avaliação deveria abranger toda a população de espaçamentos medidos (ABNT, 1985). Com relação à regularidade de razão de distribuição, o procedimento normal é a coleta das sementes liberadas pelo mecanismo dosador de uma unidade de semeadura, durante um espaço de tempo pré-estabelecido, sob determinadas condições de ensaio. Essa quantidade de semente é pesada e por meio de cálculos é normalmente expressa em g m-1 ou n.° de semente m-1 , podendo ser transformada em kg ha-1 ou n.° de semente ha-1 . O trabalho tem como objetivo avaliar uma nova proposta de processamento dos dados de ensaio de laboratório buscando uma analogia com a forma de avaliação da distribuição de plântulas no campo. 2. MATERIAL E MÉTODOS As regularidades de razão de distribuição (semente por metro) e dos espaçamentos entre sementes foram determinadas para diferentes tipos de discos de semente. Utilizou-se uma das unidades de semeadura de uma semeadora-adubadora de precisão, de 4 linhas e mecanismos dosadores de sementes do tipo disco horizontal. A tabela 1 apresenta os tipos comerciais de discos usados no ensaio. Tabela 1. Tipos de discos utilizados no ensaio Tipo de calço Calço rebaixado – 5,1 mm Calço liso – 4 mm Tipo de disco Verde Amarelo Vermelho Preto Marrom Verde Preto Marrom Núm. de furos 24 24 24 24 24 24 24 24 Tipo de furo Oblongo Oblongo Oblongo Oblongo Redondo Oblongo Oblongo Redondo Dimensões (mm) 13,5x8,9x4 14,5x8,8x4 14,8x10x4 15,2x10,9x4 14x4 13,5x8,9x4 15,2x10,9x4 14x4
  • 3. 3 Para variar a profundidade das células de semente foram usados dois tipos de calço, um com a face superior lisa, resultando numa profundidade da célula de semente igual à espessura do disco de semente de aproximadamente 4 mm e, o outro, com a face rebaixada e profundidade da célula de semente de 5,1 mm, aproximadamente. Os ensaios de desempenho foram realizados em Jundiaí, no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Engenharia e Automação, do Instituto Agronômico (IAC). Os discos dosadores foram ensaiados com sementes de milho híbrido, de formato achatadas, classificadas na peneira 22L. Para cada conjunto disco e calço ensaiado, a razão de distribuição da unidade de semeadura foi ajustada para que fossem distribuídas 6 sementes por metro linear, a uma velocidade de operação do mecanismo dosador correspondente àquela de deslocamento da máquina, de 5 km h-1 . Assim, os espaçamentos entre sementes seriam de aproximadamente 16,7 cm, se fossem distribuídas regularmente. A unidade de semeadura foi montada numa das extremidades da bancada de ensaio, específica para avaliações da regularidade de distribuição longitudinal de sementes (Kurachi et al., 1990). Para cada condição de ensaio foram realizadas 4 repetições, com 250 espaçamentos medidos por repetição. Para a realização de um estudo comparativo do desempenho dos diversos discos e calços ensaiados considerou-se um espaço de medição de 25 m, determinado aleatoriamente dentro do espaço total de medição de cada repetição de uma determinada condição de ensaio. Esse espaço foi então subdividido em secções de medição de 1 m de comprimento cada. Então, contou-se o número de sementes depositadas em cada uma delas. As distâncias entre as sementes de cada secção foram também medidas. O espaçamento existente entre a última e a primeira semente das parcelas ou secções subsequentes não foi considerado na análise de variância. A primeira semente de cada secção foi sempre usada como ponto de partida para a medição dos espaçamentos. Os agrupamentos de sementes, com duas ou três delas juntas, foram considerados como elemento único ou semente singular. Assim, todas as distâncias foram medidas como se apenas sementes singulares tivessem sido depositadas na esteira coletora. Esse método de avaliação é semelhante àquele usado em determinações de campo.
  • 4. 4 Para análise dos dados obtidos referentes a cada secção de medição considerada (1 m) foram utilizadas medidas de tendência central e de dispersão da estatística descritiva e, para cada condição de ensaio foram elaboradas tabelas e gráficos. Este tipo de ensaio é diferente dos ensaios preconizados em normas técnicas para ensaios de laboratório das semeadoras de precisão, porém, semelhante, em parte, ao preconizado para as semeadoras de fluxo contínuo, em que as sementes contidas em malhas/secções de medição são contadas e usadas na determinação da regularidade de distribuição longitudinal. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 2 foram reunidos os resultados referentes à regularidade da razão de distribuição (número de sementes por metro) dos diversos tipos de discos de semente e de calço ensaiados. O disco, cuja razão de distribuição ficou mais próxima daquela de 6 sementes por metro, para a qual o mecanismo dosador da unidade de semeadura havia sido regulado, foi o verde. Os valores obtidos foram respectivamente de 6,1 e 5,9 sementes m-1 , porém, em ambos os casos com os valores de CV entre os mais altos registrados: 10,7% e 12%. O disco que apresentou a maior razão de distribuição foi o preto de calço rebaixado, cujo valor médio foi 9,4 sementes m-1 . Com calço liso e profundidade da célula de semente de 4 mm, a quantidade de sementes distribuída passou para 6,9 sementes m-1 . No caso do disco com células redondas, o número de sementes variou de modo semelhante, quando se mudou o tipo de calço usado. De 8,9 sementes m-1 com o calço rebaixado passou para 6,3 sementes m-1 , com o calço liso. Além da regularidade da razão de distribuição do mecanismo dosador, a regularidade de distribuição longitudinal ou de espaçamento entre as sementes foi também avaliada (Tabela 2).
  • 5. 5 Tabela 2. Resultados das determinações de regularidade de distribuição longitudinal de sementes de milho híbrido (peneira 22L), obtidos com velocidade de deslocamento de 5 km h-1 de acordo com os diferentes calços e discos Secções Medição (m) Calço rebaixado, cinza Profundidade da célula de semente = 5,1 mm Calço liso, amarelo Profundidade da célula de semente = 4 mm Disco Disco Verde Amarelo Vermelho Preto Marrom Verde Preto Marrom Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV Esp CV 0 a 1 15,4 50,8 17,4 23,4 14,6 38,5 11,2 55,4 11,1 52,8 17,1 43,0 14,6 46,4 15,8 36,5 1 a 2 18,0 31,2 17,1 16,0 14,2 32,3 12,8 55,4 12,3 46,5 19,2 39,2 16,7 28,1 15,9 27,1 2 a 3 17,1 46,6 14,8 32,8 16,3 42,5 9,8 56,2 9,5 62,4 18,4 36,5 17,1 49,5 14,6 29,8 3 a 4 15,8 35,9 14,3 53,3 15,2 29,6 11,6 63,0 10,5 54,6 16,3 50,1 13,6 68,5 15,6 21,6 4 a 5 15,5 22,5 16,9 30,6 19,2 24,9 10,6 62,6 10,9 56,9 16,7 47,7 15,3 53,3 14,6 34,8 5 a 6 15,8 32,4 15,4 36,3 15,3 25,2 11,0 57,8 10,7 51,5 15,6 37,8 14,8 44,8 15,8 35,5 6 a 7 17,3 28,3 14,1 47,9 15,5 22,4 11,7 63,3 12,9 48,6 18,3 34,0 13,7 50,7 14,7 28,2 7 a 8 17,2 29,4 15,1 33,8 16,5 26,0 11,6 54,8 12,1 43,9 18,9 29,8 14,2 33,6 17,9 44,9 8 a 9 16,4 27,4 18,3 48,2 15,1 42,2 11,7 55,6 12,9 40,0 20,3 43,8 14,9 44,1 16,9 16,1 9 a 10 16,5 30,2 18,4 41,1 15,7 42,4 12,6 50,6 12,9 40,5 17,8 17,4 13,6 31,9 14,0 42,3 10 a 11 17,9 32,0 17,0 37,5 14,6 35,0 12,4 43,8 11,9 51,6 15,4 36,8 11,5 46,3 14,9 27,6 11 a 12 18,8 43,4 15,4 4,4 15,9 25,0 12,2 52,7 12,4 51,4 17,0 35,8 18,1 35,6 17,1 14,8 12 a 13 17,3 37,0 16,1 21,3 15,2 36,4 10,3 57,4 13,3 45,3 15,8 28,2 18,4 53,3 15,6 23,4 13 a 14 18,0 36,4 18,5 28,3 14,6 36,5 12,4 50,3 12,5 47,5 17,0 44,4 16,3 52,3 16,3 25,4 14 a 15 17,7 22,9 15,4 28,0 16,6 21,2 11,0 56,0 11,8 48,1 17,7 40,4 15,7 37,0 15,1 36,0 15 a 16 17,4 25,0 15,2 24,8 14,1 47,5 11,0 59,4 11,0 68,8 15,4 29,7 18,2 18,4 15,7 43,6 16 a 17 18,2 22,2 15,6 31,8 16,0 31,7 12,5 70,8 11,1 54,3 19,4 59,4 14,3 41,2 16,3 26,8 17 a 18 14,4 48,4 15,6 23,1 15,9 32,3 12,8 59,4 10,3 62,8 16,8 44,8 15,9 46,0 16,8 35,1 18 a 19 17,4 22,7 18,3 23,9 16,4 19,9 11,8 62,0 12,6 52,9 20,0 48,3 13,3 49,9 16,0 22,5 19 a 20 16,0 22,5 14,8 33,2 15,8 28,1 12,0 47,0 12,5 48,1 19,9 37,2 16,5 32,9 16,6 22,0 20 a 21 17,5 32,4 17,3 31,6 14,8 36,4 13,5 48,9 13,9 39,3 17,9 34,3 17,2 36,4 14,6 34,0 21 a 22 17,9 16,1 15,3 30,7 15,8 24,8 10,9 47,7 12,8 39,2 16,9 40,6 16,0 29,6 17,0 7,6 22 a 23 16,0 39,8 15,8 25,4 17,0 39,0 11,1 59,7 13,3 53,0 18,9 32,1 15,0 25,6 15,7 22,9 23 a 24 17,0 23,1 16,3 22,2 16,0 14,4 10,5 52,8 14,1 39,4 16,2 37,5 16,3 36,8 15,2 28,2 24 a 25 16,0 29,8 17,3 13,4 15,3 41,2 10,6 59,1 12,1 50,4 19,0 26,7 14,8 35,4 15,9 26,2 Esp = Espaçamentos entre sementes de acordo com cada secção de 1 m avaliada; CV = Coeficiente de variação de acordo com cada secção de 1 m avaliada.
  • 6. 6 Os resultados obtidos mostraram que, mesmo nos casos em que as razões de distribuição estiveram bem próximas daquela tecnicamente recomendada (6 sementes m-1 ), os espaçamentos medidos apresentaram grandes variações, resultando por isto, em espaçamentos médios, cujos coeficientes de variação foram também bastante altos em algumas ocasiões. Os discos verde, amarelo e vermelho de células oblongas, todos com calço rebaixado, apresentaram os melhores resultados com médias gerais de espaçamentos, respectivamente de 16,9 cm e CV de 31,5%; 16,2 cm e CV de 29,7% e 15,7 cm e CV de 31,8%. O disco preto de células oblongas, com calço rebaixado apresentou o pior resultado com média geral de espaçamentos de 11,6 cm e CV de 56,1%. O mesmo ocorreu com o disco marrom de células redondas, com calço rebaixado, com média geral de espaçamentos de 12,1 cm e CV de 50,4%. Nestes casos, os resultados obtidos mostraram que eles são inadequados para o trabalho com o calço rebaixado e sementes híbridas de peneira 22L, de formato mais alongado. Com o calço liso, o disco verde de células oblongas, continuou melhor e o seu desempenho permaneceu praticamente o mesmo. Já com os discos, preto de células oblongas e, marrom de células redondas, houve melhoras acentuadas com médias gerais dos espaçamentos respectivamente de 15,4 cm e CV de 41,1%; de 15,8 cm e CV de 36,6%. Os CV dos espaçamentos medidos em todos os ensaios apresentaram valores médios variando entre 29,7% e 56,1%, considerados elevados. Provavelmente, eles ocorreram, principalmente, por problemas no pré-enchimento das células do disco e pelos rebatimentos das sementes no interior do tubo de descarga. 4. CONCLUSÕES O método de avaliação, empregado no presente trabalho, embora de processamento mais trabalhoso, mostrou que pode ser aplicado aos ensaios de laboratório, permitindo uma análise mais minuciosa das variações de razão de distribuição e de regularidade de espaçamento entre sementes ao longo de uma linha de semeadura. Os resultados são de entendimento mais imediato para os usuários da máquina e tão precisos quanto aqueles obtidos pelos métodos tradicionalmente recomendados por normas internacionais.
  • 7. 7 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Semeadora de precisão: ensaio de laboratório/método de ensaio, projeto de norma 12:02.06-004. Rio de Janeiro: ABNT, 1985. 21p. INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION - ISO. Sowing equipment- methods of test: part 1. single seed drills (precision drills). ISO/DIS 7256/1. Genève, 1983. 14p. KURACHI, S.A.H.; COSTA, J.A.S.; BERNARDI, J.A.; COELHO, J.L.D.; SILVEIRA, G.M. Avaliação tecnológica de semeadoras e/ou adubadoras: tratamento de dados de ensaios e regularidade de distribuição longitudinal de sementes. Bragantia, Campinas, v.48, n.2, p.249-262, 1989. KURACHI, S.A.H.; COSTA, J.A.S.; PETRONI, A.C.; RIBEIRO, M.F. S.; SILVEIRA, G.M.; BERNARDI, J.A. Avaliação tecnológica de semeadoras e/ou adubadoras: laboratório de ensaios e métodos. Campinas: Instituto Agronômico. 1990. 37p. (Documentos IAC, 19) SAWAZAKI, E.; GALVÃO, J.C.C.; PATERNIANI, M.E.A.G.Z. Milho. In: Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas. FAHL, J.I.; CAMARGO, M.B.P.; PIZINATTO, M.A.; BETTI, J.A.; MELO, A.M.T.; DEMARIA, I.C.; FURLANI, A.M.C. (Eds.). 6.ed. rev. e atual. Campinas: Instituto Agronômico, 1998. p.37-39. (Boletim 200)