1. A história do amor proibido de D. Pedro I de Portugal e Inês de Castro.
Tudo começou em 1320, com o nascimento do futuro rei de Portugal, Pedro.
Aconteciam nesse período medieval constantes guerras causadas por disputas
entre reinos. Envolvendo tronos da Península Ibérica. Os arranjos políticos, por
meio de casamentos entre nobres, eram parte essencial para o poder da
época.
Então Pedro, não podia decidir o seu próprio futuro político e amoroso. Desde
jovem, ele estava prometido a Constança Manuel, filha de um descendente de
monarcas dos reinos de Aragão, Castela e Leão.
Mesmo não querendo Pedro se submeteu ao casamento com Constança. Com
quem estava prometido desde criança, quelhe deu um herdeiro e outros dois
filhos. Quanto ao amor, o príncipe foi buscá-lo em outra mulher, logo a dama
de companhia de sua esposa. O nome dela era Inês de Castro, jovem de
grande beleza, descrita como loura e elegante.
A paixão do príncipe foi correspondida. Mas esse caso de amor incomodou a
Corte. Onde sua própria esposa,DonaConstança decidiu chamar Inês para ser
a madrinha da criança que estava esperando, já que esse tipo de parentesco
espiritual tornava impossível a união que se tornava mais intensa a cada dia.
Em relação a esse relacionamento, opai de Pedro, rei Afonso IV, ordenou o
afastamento de Inês. Ela deixou o país e se exilou em Albuquerque, em
Castela. Mesmo separados, Pedro e Inês continuaram a trocar cartas.
Em 1345, Constança morreu num parto, e o príncipe se viu liberto das
proibições do casamento. E, trouxe de volta sua amante para Coimbra,
instalando-a em um palácio perto do mosteiro de Santa Clara.
Em 1347, Inês deu à luz ao primeiro de quatro filhos comPedro. Mas a
sociedade comentava e condenava o adultério.
O relacionamento amoroso aproximou Pedro de dois irmãos de Inês, Álvaro e
Fernando de Castro. Eles viram na situação a oportunidade de obter o apoio de
Portugal na luta que travavam contra o rei de Castela. Por isso, ofereceram a
Pedro o trono do reino vizinho.
A situação irritou D.Afonso IV. A ligação de Pedro com os Castro trazia o risco
de aborrecer Castela, o que ameaçava a independência de Portugal. O rei
também temia que os Castro agissem contra o herdeiro legítimo do trono, seu
neto D. Fernando, filho de Pedro e Constança, para levar ao poder um dos
bastardos.
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2. Dom Afonso foi convencido por seus conselheiros,de que somente a morte de
Inês poderia afastar tantos riscos políticos. Em sete de janeiro de 1355, os
conselheiros do rei partiram para Coimbra e encontraram Inês sozinha, pois
Pedro havia saído para caçar. Eles a degolaram, e seu corpo foi enterrado às
pressas na igreja de Santa Clara.
De volta, Pedro foi movido pela raiva e, levantou um exército contra seu pai. O
rei então revidou. O confronto só terminou com a intervenção da rainha-mãe,
Dona Beatriz, que propôs e conseguiu que ambos aderissem a um tratado de
paz em agosto de 1355.
Dois anos mais tarde, D. Afonso IV morreu. Pedro subiu ao trono de Portugal e
seu primeiro ato foi mandar procurar os assassinos de Inês de Castro
refugiados em Castela. Conseguiu que aquele reino lhe entregasse dois
culpados, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves. Diogo Lopes Pacheco conseguiu
fugir. O novo rei escolheu uma mortecruel para os homens que destruíram seu
amor. Mandou que lhes arrancassem o coração: de um, pelo peito, e do outro,
pelas costas.
Em 1360, Pedro jurou que havia se casado em segredo com Inês de Castro, o
que fazia dela rainha, merecedora de todas as honras. Em abril de 1360, o
corpo de Inês foi transferido solenemente do convento de Coimbra para o
mosteiro Real de Alcobaça, onde eram enterrados os monarcas portugueses.
Dom Pedro mandou que fizessem para ela um mausoléu de pedra branca,
representando, sobre a tampa, sua cabeça coroada como se ela houvesse sido
rainha. O corpo viajou em um ótimo cortejo para a época, desses em que há
grandes cavalos montados por grandes cavaleiros, damas e donzelas e muita
gente do clero.
Diz à lenda que Pedro também mandou colocar o corpo de Inês no trono, pôs
uma coroa em sua cabeça e obrigou os nobres presentes a beijar a mão do
cadáver sob pena de morte.
O rei Pedro I mandou esculpir sua história em detalhes no próprio túmulo. E
quando ele morreu, em janeiro de 1367, seu corpo foi enterrado próximo da
bem-amada. Os corpos não foram colocados lado a lado, como seria mais
natural, mas um de frente para o outro, para que no dia da ressurreição
pudessem se levantar e cair nos braços um do outro.
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