O documento discute a história da maçonaria brasileira, as tradições maçônicas mundiais que não são seguidas no Brasil, e como praticar a verdadeira fraternidade maçônica através da amizade entre os irmãos e a inclusão das "cunhadas" em atividades para fortalecer os laços familiares.
1. FRATERNIDADE MAÇÔNICA
1) Pequeno resumo histórico da maçonaria brasileira.
Primeiro Grande Oriente foi criado em 1822, até o final do século 19 houve várias cisões
voltando no final do século a união com um só Grande Oriente.
A grande cisão de 1927 e a criação das Grandes Lojas estaduais.
A cisão de 1983 e a criação dos Grandes Orientes estaduais.
Início do século 21 explosão de inúmeras Grandes Lojas e Grandes Orientes, até hoje
sem o reconhecimento das outras 3 potencias já estabelecidas.
A multiplicação de potencias se seguiu da multiplicação de Lojas e esta divisão causou,
consequentemente, a redução da influencia da maçonaria na sociedade e, portanto, na
política.
2) Algumas importantes tradições da maçonaria mundial, que contribuem para a união entre
os maçons, não são observadas na maçonaria brasileira:
- Cargos em loja ocupados por carreira, sem necessidade de eleições.
Diferenças entre sociedade multifamiliar e sociedade unifamiliar
- Instalação do Ex-Venerável Imediato
3) Fraternidade
Tenho observado que nós maçons falamos muito em fraternidade e na verdade temos
muita dificuldade em praticá-la.
A fraternidade maçônica, tão decantada, não tem sido tão praticada assim na nossa
maçonaria, ou, pior ainda, dentro das nossas próprias lojas.
Tenho convivido com muitos “colegas de maçonaria” mesmo dentro de uma loja, quem
dirá entre Irmãos de lojas distintas. Como diria alguns de língua mais ferina: “Primos”
Por esses motivos ousei escrever este trabalho, que não tem por objetivo criticar Irmãos
ou Lojas específicas, mas sim mostrar uma direção possível, mas não a única, para que
nossa maçonaria possa atingir um maior nível de excelência na obtenção do seu objetivo
maior que é o “homem maçom”.
4) COMO PRATICAR A VERDADEIRA FRATERNIDADE
O grande segredo é a AMIZADE. Sem amizade nos tornamos colegas, ou talvez primos,
de maçonaria.
Vocês já viram uma família verdadeiramente unida onde os irmãos não são amigos?
Obviamente que não viram, porque numa família (carnal) onde não impere a amizade o
comportamento dos irmãos dessa família será sempre de desunião de desentendimentos,
cada um cuidando da sua vida, ou seja – “cada um por si”
O mesmo nós podemos dizer da maçonaria – Sem amizade não pode existir fraternidade
e se não existir a fraternidade não existirá a irmandade. Portanto, não existirá a
maçonaria, ou, pelo menos, não existirá uma maçonaria sadia que realmente alcance os
seus principais objetivos.
Para que os irmãos possam ter amizade entre si é preciso criar as oportunidades de
relacionamentos e é preciso que todos colaborem para proporcionarem estas
2. oportunidades de se conhecerem melhor e de terem um mínimo de relacionamento
familiar.
Meus irmãos, para mantermos uma amizade familiar é preciso incluirmos as cunhadas
nos nossos relacionamentos. A amizade entre nossas cunhadas fatalmente irá reforçar a
amizade entre nós maçons e aí consiste um grande segredo de como praticarmos a
fraternidade entre os irmãos.
As entidades chamadas de “Fraternidades Femininas” proporcionam grandes
oportunidades de relacionamento familiar.
Destaco aqui, que as “Fraternidades Femininas”como entidades para maçônicas podem
incorporarem cunhadas de irmãos de uma loja ou de diversas lojas. Quanto mais abertas,
mais desburocratizadas e menos interferências dos maçons tiverem, a não ser o apoio
irrestrito, melhor estas entidades funcionarão para atingirem o objetivo maior de promover
a amizade familiar no âmbito da maçonaria.
Meus Irmãos, devemos prestar mais atenção a este assunto da manutenção da amizade
entre os irmãos. Devemos sempre manter no estado consciente o fato que vivemos uma
sociedade de homens, que apesar de serem “especiais”, são seres humanos que
incorporam todos os defeitos inerentes ao ser humano e, portanto, temos a necessidade
de sermos magnânimos e altruístas e de controlarmos as nossas vaidades. e nossas
atitudes mesquinhas.
Este comportamento de um verdadeiro maçom, preocupado com a coletividade maçônica,
só pode ser conduzido pela vontade consciente de ser verdadeiramente um maçom que
mantém amizade e AMOR por todos irmãos e que considera todos como verdadeiros
IRMÃOS.
Juiz de Fora, 29 de setembro de 2013
Renato Gabriel – MI / 33o / MRA/MC/CT
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas
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