SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
ENSINO MÉDIO: DESAFIOS
ENFRENTADOS NA
MELHORIA DO ENSINO
APRENDIZAGEM
Objetivos
• Analisar o processo de implementação do
Projeto REM (Reinventando o Ensino
Médio) nas escolas do Estado Minas
Gerais;
• Refletir sobre a política de Estado
implementada.
O Projeto busca responder a
seguinte indagação:
Será que o Projeto Reinventando o ensino
tem de fato proporcionado, às escolas
alternativas para elas possam aprimorar o
processo de ensino aprendizagem?
O Projeto é relevante por estarmos
vivenciando hoje e também ser este o momento
da universalização do ensino médio, com a
inserção de políticas publicas (como é o caso do
REM), voltadas para a garantia do sucesso dos
alunos, e tentar acabar com o problema da
evasão escolar, e melhorar o ensino
aprendizagem.
Histórico
Organizado com base no modelo de seminário-escola dos jesuítas, o
ensino médio no Brasil nasce como um lugar para poucos, cujo principal
objetivo é preparar a elite local para os exames de ingresso aos cursos
superiores, com um currículo centrado nas humanidades, pouco relacionado
às ciências experimentais (cf. PINTO, 2002 apud MOEHLECKE, 2012).
O ensino médio não fora oferecido como necessário à formação
intelectual da classe dominada, mas como necessário aos interesses
econômicos do país, pois, segundo Bueno (2000), a reforma educativa do
ensino médio é em sua essência fundamentada na ordem econômica, visando
à inserção do país na sociedade globalizada, e, nesse movimento “[...] está em
jogo a questão da responsabilidade pela oferta e manutenção desse ensino e
não sua importância e necessidade” (BUENO, 2000, p.9).
Segundo Moeheleck (2012), a equivalência entre os modelos de
ensino, no caso o profissionalizante e o clássico (propedêutico), foram sendo
construídos pelas leis n.º 1076/502 e 1821/53, sendo estabelecida apenas pela
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61.
Moehleck (2012) aponta que uma mudança significativa do ensino
médio foi estabelecida pela LDB n.º 5.692/71, ocorrida no período militar e
marcada pela profissionalização compulsória, que estabeleceu uma
terminalidade específica para o ensino médio.
Em 1970 iniciou-se o processo de massificação da escola e sua
desinstitucionalização, por meio do processo de democratização escolar. Essa
massificação é ampliada no decorrer dos anos de 1980, período de
redemocratização do país, com a chegada maciça das crianças de famílias
pobres. O fenômeno da desinstitucionalização, ocorrido nas décadas de 1970 e
1980, é denominado por Peregrino (2010) como o afrouxamento das exigências
acadêmicas, marcado por uma fragilização do sistema educacional, que não
consegue trabalhar com a nova clientela.
A obrigatoriedade e a gratuidade do ensino médio, como dever do
Estado, é fruto da Constituição de 1988, que dispõe a “[...] progressiva extensão
da obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio” (Constituição Federal, Art.
208, inciso II), ocasionando, assim, a ampliação desta etapa de ensino. A
obrigatoriedade se intensificou em 1996, por meio da promulgação da Emenda
Constitucional n.º 14, que alterou a redação do texto constitucional, substituindo
o termo “progressiva extensão da obrigatoriedade” do ensino médio por
“progressiva universalização” (MOEHLECKE, 2012).
Em 1996, a LDB n.º 9394/96 manteve a especificidade do ensino médio
como etapa final da educação básica, garantida pela Constituição
Federal. Assegurou também a essa etapa de ensino uma identidade
baseada na formação básica, ou formação geral, buscando superar a
dualidade entre ensino propedêutico e profissionalizante. Segundo
Moehleck (2012), em 1997o decreto n.º 2.208 definiu a organização da
formação profissional de nível técnico de modo independente do ensino
médio regular, com uma estrutura curricular própria, dissociando a
formação geral da formação técnica. Esse decreto foi revogado em 2004
e substituído pelo decreto n.º 5.154. Posteriormente, em 2008, entrou em
vigor a lei n.º 11.741, no âmbito de uma nova política para o ensino médio
e para a formação profissional, o que possibilitou a oferta da educação
profissional integrada ao ensino médio.
Em 2012 foi instituída a Resolução n.º 02, de janeiro de 2012, do
Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação
Básica (CEB), que definiu as diretrizes curriculares nacionais para o
ensino médio. em resposta aos desafios contemporâneos da educação,
elaborou-se, em 2011, o projeto “Reinventando o Ensino Médio”. A idéia
do projeto é atender às determinações da LDB n.º 9394/96, que
estabelece como finalidade desta etapa de ensino a formação básica para
o trabalho, a cidadania e o prosseguimento nos estudos.
O REM e a política abordada
Conforme consta no Catálogo Reinventando o Ensino
Médio, o REM tem suas origens como resposta ao desafio da
sociedade contemporânea, caracterizado, entre outros fatores, pelo
aumento crescente da demanda por mais escolaridade, e a
necessidade de currículos flexíveis que favoreçam a formação de
novas habilidades e competências. Além da extensão da carga
horária, o projeto propõe uma reestruturação do currículo,
oferecendo disciplinas integradas ao mercado de trabalho
(SEE/MG, 2012, p.5).
Para atender às determinações da LDB n.º 9394/96,
que estabelece como finalidade desta etapa de ensino a
formação básica para o trabalho, a cidadania e o
prosseguimento nos estudos. No REM, além da estrutura
curricular básica com a oferta da base nacional comum e a parte
diversificada, há uma complementação das atividades com a oferta
das disciplinas que compõem as áreas de empregabilidade.”
O REM é caracterizado como uma política
top/down (de cima para baixo), estruturado pela
SEE/MG e implementado na escola como um “pacote
fechado”. O conceito top/down é apresentados por
Dye (2009, apud CONDE, 2012, p. 8). No REM, que é
uma reestruturação curricular, a ação da escola é
limitada. A escola escolhe a área de acordo com a
necessidade regional (local), mas seu currículo é
fechado. Independentemente da opção, o currículo já
é entregue estruturado pela SEE/MG.
Fatores que dificultam a implementação do projeto nas escolas
e suas consequências na prática pedagógica
• Esses fatores se convergem para o caráter top/down (de cima
para baixo), estruturado pela SEE/MG e implementado na escola
como um “pacote fechado”.
• O REM, é uma reestruturação curricular, a ação da escola é
limitada. A escola escolhe a área de acordo com a necessidade
regional (local), mas seu currículo é fechado.
Independentemente da opção, o currículo já é entregue
estruturado pela SEE/MG.
• Falta de práticas eficazes, bem como sua relação com o caráter
top/down da política implementada
• São perceptíveis também problemas relativos a alguns
aspectos do projeto que vão de encontro às especificidades
locais, como a conciliação do sexto horário com o horário do
transporte escolar, problema vivenciado pelas escolas,
horário de trabalho dos alunos.
• Para os alunos da zona rural, esse sexto horário
passou a constituir -se como um problema, uma vez que
moram distante da escola e dependem do transporte para
sua locomoção.
• Para os alunos inseridos no mundo do trabalho, há um
problema relacionado com o horário de atuação profissional.
Assim, os gestores precisam mudar primeiro a cultura
escolar e influenciar de forma positiva a sua equipe de
trabalho.
• Em relação ao sexto horário, o gestor enfrenta o
problema de garantir a carga horária dos alunos. De
forma específica, os alunos da zona rural participantes do
projeto, ficaram o ano todo sem o transporte escolar. Por
morarem distante da escola, muitas vezes, ficaram sem
cumprir o último horário; portanto, com um déficit na
carga horária.
Metodologia
A metodologia deste projeto será tanto em
carácter descritivo, bem como reflexivo,
baseado nos autores.
Referência Bibliográficas
BRASIL. Casa Civil. Presidência da República. Decreto n.º 6253 de 2007. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6253.htm>.
BRASIL. Ministério da Educação. FUNDEB. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12407&Itemid=725
BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, LDB n.º
4024 de 20 de dezembro de 1961. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.html
BRASIL. Presidência da República, Casa Cicil, Subchefia para Assuntos Jurídicos,
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm
Calegar, Margarette Alves Rodrigues. EM BUSCA DA REINVENÇÃO DO ENSINO MÉDIO: O CASO DE
DUAS ESCOLAS DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE CARATINGA .2014.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...
“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...
“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...PatriciaEad
 
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»home
 
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJA
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJAMesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJA
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJAAdilson P Motta Motta
 
Novo Ensino Médio - Escolas em Tempo Integral
Novo Ensino Médio -  Escolas em Tempo IntegralNovo Ensino Médio -  Escolas em Tempo Integral
Novo Ensino Médio - Escolas em Tempo IntegralPalácio do Planalto
 
Ensino médio no brasil determinações históricas
Ensino médio no brasil  determinações históricasEnsino médio no brasil  determinações históricas
Ensino médio no brasil determinações históricasbbvanderlei
 
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2estudosacademicospedag
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)Edinho Silva
 
Ldb atualizada-e-comentada (1)
Ldb atualizada-e-comentada (1)Ldb atualizada-e-comentada (1)
Ldb atualizada-e-comentada (1)Cristiane Farias
 
Construção de conceitos matemático
Construção de conceitos matemáticoConstrução de conceitos matemático
Construção de conceitos matemáticoAnderson Ananias
 

Mais procurados (18)

Sebrae Ebook
Sebrae EbookSebrae Ebook
Sebrae Ebook
 
“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...
“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...
“Expansão da Educação Superior a Distância em Moçambique”: Relato de um Progr...
 
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»
Relatorio programa de trabalho «educaç o e formaç o para 2010»
 
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJA
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJAMesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJA
Mesa Redonda Mundo do Trabalho e Suas Atuais Repercussões na EJA
 
Ensino medio (2)
Ensino medio (2)Ensino medio (2)
Ensino medio (2)
 
Linguagens02
Linguagens02Linguagens02
Linguagens02
 
"Brasil: Educação nos últimos 25 anos"
"Brasil: Educação nos últimos 25 anos""Brasil: Educação nos últimos 25 anos"
"Brasil: Educação nos últimos 25 anos"
 
1546862383 infogrfico bncc
1546862383 infogrfico bncc1546862383 infogrfico bncc
1546862383 infogrfico bncc
 
P
PP
P
 
Novo Ensino Médio - Escolas em Tempo Integral
Novo Ensino Médio -  Escolas em Tempo IntegralNovo Ensino Médio -  Escolas em Tempo Integral
Novo Ensino Médio - Escolas em Tempo Integral
 
Ensino médio 2011
Ensino médio 2011Ensino médio 2011
Ensino médio 2011
 
Ensino médio no brasil determinações históricas
Ensino médio no brasil  determinações históricasEnsino médio no brasil  determinações históricas
Ensino médio no brasil determinações históricas
 
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2
Pne planos nacionais de educaçao-tema 1-2
 
Ensino+mé..2
Ensino+mé..2Ensino+mé..2
Ensino+mé..2
 
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
Balanço Final do Governo Lula - livro 3 (cap. 2)
 
Ldb atualizada-e-comentada (1)
Ldb atualizada-e-comentada (1)Ldb atualizada-e-comentada (1)
Ldb atualizada-e-comentada (1)
 
Construção de conceitos matemático
Construção de conceitos matemáticoConstrução de conceitos matemático
Construção de conceitos matemático
 
Nova lei do em
Nova lei do emNova lei do em
Nova lei do em
 

Semelhante a Desafios da implementação do Projeto REM

Caderno 1 2ª etapa pacto
Caderno 1   2ª etapa pactoCaderno 1   2ª etapa pacto
Caderno 1 2ª etapa pactoAdri Ruas
 
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_web
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_webReinventando ensino medio_caderno_orientacoes_web
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_webFernanda Firmino
 
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...ProfessorPrincipiante
 
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVASARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVASElison Davi Crispim Ramos
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazjohnbank1
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazjohnbank1
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTE
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTEPOLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTE
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTEProfessorPrincipiante
 
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio josinalda
 
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...Temas para TCC
 
Linguagens02 letras
Linguagens02 letrasLinguagens02 letras
Linguagens02 letrasPedro Lima
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazjohnbank1
 
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSLETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSProfessorPrincipiante
 
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASIL
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASILA EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASIL
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASILProfessorPrincipiante
 
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas.
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas. Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas.
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas. revistas - UEPG
 

Semelhante a Desafios da implementação do Projeto REM (20)

Caderno 1 2ª etapa pacto
Caderno 1   2ª etapa pactoCaderno 1   2ª etapa pacto
Caderno 1 2ª etapa pacto
 
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_web
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_webReinventando ensino medio_caderno_orientacoes_web
Reinventando ensino medio_caderno_orientacoes_web
 
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) E AS DISPO...
 
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVASARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
ARTIGO A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTE
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTEPOLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTE
POLÍTICAS PÚBLICAS, EXPERIÊNCIA PIBID E INÍCIO À CARREIRA DOCENTE
 
Caderno 1- otpem-final
Caderno 1- otpem-finalCaderno 1- otpem-final
Caderno 1- otpem-final
 
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
ETAPA II- Caderno 01 Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
 
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...
A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes p...
 
Simony
SimonySimony
Simony
 
Linguagens02
Linguagens02Linguagens02
Linguagens02
 
Linguagens ensino médio
Linguagens   ensino médioLinguagens   ensino médio
Linguagens ensino médio
 
Linguagens02 letras
Linguagens02 letrasLinguagens02 letras
Linguagens02 letras
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOSLETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS
 
Didaticgeoaula4
Didaticgeoaula4Didaticgeoaula4
Didaticgeoaula4
 
Formacao continuada
Formacao continuadaFormacao continuada
Formacao continuada
 
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASIL
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASILA EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASIL
A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO BRASIL
 
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas.
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas. Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas.
Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas.
 

Desafios da implementação do Projeto REM

  • 1.
  • 2. ENSINO MÉDIO: DESAFIOS ENFRENTADOS NA MELHORIA DO ENSINO APRENDIZAGEM
  • 3. Objetivos • Analisar o processo de implementação do Projeto REM (Reinventando o Ensino Médio) nas escolas do Estado Minas Gerais; • Refletir sobre a política de Estado implementada.
  • 4. O Projeto busca responder a seguinte indagação: Será que o Projeto Reinventando o ensino tem de fato proporcionado, às escolas alternativas para elas possam aprimorar o processo de ensino aprendizagem?
  • 5. O Projeto é relevante por estarmos vivenciando hoje e também ser este o momento da universalização do ensino médio, com a inserção de políticas publicas (como é o caso do REM), voltadas para a garantia do sucesso dos alunos, e tentar acabar com o problema da evasão escolar, e melhorar o ensino aprendizagem.
  • 6. Histórico Organizado com base no modelo de seminário-escola dos jesuítas, o ensino médio no Brasil nasce como um lugar para poucos, cujo principal objetivo é preparar a elite local para os exames de ingresso aos cursos superiores, com um currículo centrado nas humanidades, pouco relacionado às ciências experimentais (cf. PINTO, 2002 apud MOEHLECKE, 2012). O ensino médio não fora oferecido como necessário à formação intelectual da classe dominada, mas como necessário aos interesses econômicos do país, pois, segundo Bueno (2000), a reforma educativa do ensino médio é em sua essência fundamentada na ordem econômica, visando à inserção do país na sociedade globalizada, e, nesse movimento “[...] está em jogo a questão da responsabilidade pela oferta e manutenção desse ensino e não sua importância e necessidade” (BUENO, 2000, p.9). Segundo Moeheleck (2012), a equivalência entre os modelos de ensino, no caso o profissionalizante e o clássico (propedêutico), foram sendo construídos pelas leis n.º 1076/502 e 1821/53, sendo estabelecida apenas pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61. Moehleck (2012) aponta que uma mudança significativa do ensino médio foi estabelecida pela LDB n.º 5.692/71, ocorrida no período militar e marcada pela profissionalização compulsória, que estabeleceu uma terminalidade específica para o ensino médio.
  • 7. Em 1970 iniciou-se o processo de massificação da escola e sua desinstitucionalização, por meio do processo de democratização escolar. Essa massificação é ampliada no decorrer dos anos de 1980, período de redemocratização do país, com a chegada maciça das crianças de famílias pobres. O fenômeno da desinstitucionalização, ocorrido nas décadas de 1970 e 1980, é denominado por Peregrino (2010) como o afrouxamento das exigências acadêmicas, marcado por uma fragilização do sistema educacional, que não consegue trabalhar com a nova clientela. A obrigatoriedade e a gratuidade do ensino médio, como dever do Estado, é fruto da Constituição de 1988, que dispõe a “[...] progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio” (Constituição Federal, Art. 208, inciso II), ocasionando, assim, a ampliação desta etapa de ensino. A obrigatoriedade se intensificou em 1996, por meio da promulgação da Emenda Constitucional n.º 14, que alterou a redação do texto constitucional, substituindo o termo “progressiva extensão da obrigatoriedade” do ensino médio por “progressiva universalização” (MOEHLECKE, 2012).
  • 8. Em 1996, a LDB n.º 9394/96 manteve a especificidade do ensino médio como etapa final da educação básica, garantida pela Constituição Federal. Assegurou também a essa etapa de ensino uma identidade baseada na formação básica, ou formação geral, buscando superar a dualidade entre ensino propedêutico e profissionalizante. Segundo Moehleck (2012), em 1997o decreto n.º 2.208 definiu a organização da formação profissional de nível técnico de modo independente do ensino médio regular, com uma estrutura curricular própria, dissociando a formação geral da formação técnica. Esse decreto foi revogado em 2004 e substituído pelo decreto n.º 5.154. Posteriormente, em 2008, entrou em vigor a lei n.º 11.741, no âmbito de uma nova política para o ensino médio e para a formação profissional, o que possibilitou a oferta da educação profissional integrada ao ensino médio. Em 2012 foi instituída a Resolução n.º 02, de janeiro de 2012, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação Básica (CEB), que definiu as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. em resposta aos desafios contemporâneos da educação, elaborou-se, em 2011, o projeto “Reinventando o Ensino Médio”. A idéia do projeto é atender às determinações da LDB n.º 9394/96, que estabelece como finalidade desta etapa de ensino a formação básica para o trabalho, a cidadania e o prosseguimento nos estudos.
  • 9. O REM e a política abordada Conforme consta no Catálogo Reinventando o Ensino Médio, o REM tem suas origens como resposta ao desafio da sociedade contemporânea, caracterizado, entre outros fatores, pelo aumento crescente da demanda por mais escolaridade, e a necessidade de currículos flexíveis que favoreçam a formação de novas habilidades e competências. Além da extensão da carga horária, o projeto propõe uma reestruturação do currículo, oferecendo disciplinas integradas ao mercado de trabalho (SEE/MG, 2012, p.5). Para atender às determinações da LDB n.º 9394/96, que estabelece como finalidade desta etapa de ensino a formação básica para o trabalho, a cidadania e o prosseguimento nos estudos. No REM, além da estrutura curricular básica com a oferta da base nacional comum e a parte diversificada, há uma complementação das atividades com a oferta das disciplinas que compõem as áreas de empregabilidade.”
  • 10. O REM é caracterizado como uma política top/down (de cima para baixo), estruturado pela SEE/MG e implementado na escola como um “pacote fechado”. O conceito top/down é apresentados por Dye (2009, apud CONDE, 2012, p. 8). No REM, que é uma reestruturação curricular, a ação da escola é limitada. A escola escolhe a área de acordo com a necessidade regional (local), mas seu currículo é fechado. Independentemente da opção, o currículo já é entregue estruturado pela SEE/MG.
  • 11. Fatores que dificultam a implementação do projeto nas escolas e suas consequências na prática pedagógica • Esses fatores se convergem para o caráter top/down (de cima para baixo), estruturado pela SEE/MG e implementado na escola como um “pacote fechado”. • O REM, é uma reestruturação curricular, a ação da escola é limitada. A escola escolhe a área de acordo com a necessidade regional (local), mas seu currículo é fechado. Independentemente da opção, o currículo já é entregue estruturado pela SEE/MG. • Falta de práticas eficazes, bem como sua relação com o caráter top/down da política implementada
  • 12. • São perceptíveis também problemas relativos a alguns aspectos do projeto que vão de encontro às especificidades locais, como a conciliação do sexto horário com o horário do transporte escolar, problema vivenciado pelas escolas, horário de trabalho dos alunos. • Para os alunos da zona rural, esse sexto horário passou a constituir -se como um problema, uma vez que moram distante da escola e dependem do transporte para sua locomoção. • Para os alunos inseridos no mundo do trabalho, há um problema relacionado com o horário de atuação profissional. Assim, os gestores precisam mudar primeiro a cultura escolar e influenciar de forma positiva a sua equipe de trabalho. • Em relação ao sexto horário, o gestor enfrenta o problema de garantir a carga horária dos alunos. De forma específica, os alunos da zona rural participantes do projeto, ficaram o ano todo sem o transporte escolar. Por morarem distante da escola, muitas vezes, ficaram sem cumprir o último horário; portanto, com um déficit na carga horária.
  • 13. Metodologia A metodologia deste projeto será tanto em carácter descritivo, bem como reflexivo, baseado nos autores.
  • 14. Referência Bibliográficas BRASIL. Casa Civil. Presidência da República. Decreto n.º 6253 de 2007. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6253.htm>. BRASIL. Ministério da Educação. FUNDEB. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12407&Itemid=725 BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, LDB n.º 4024 de 20 de dezembro de 1961. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.html BRASIL. Presidência da República, Casa Cicil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm Calegar, Margarette Alves Rodrigues. EM BUSCA DA REINVENÇÃO DO ENSINO MÉDIO: O CASO DE DUAS ESCOLAS DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE CARATINGA .2014.