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Índice Pagina
Introdução ---------------------------------------------------------------------------------03
Depoimento -------------------------------------------------------------------------------03
Observações quanto ao salvamento -------------------------------------------04
Observações quanto ao sistema contra incêndios existente - ---------04
Anexos-------------------------------------------------------------------------------------05
Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------06
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Introdução
O Andraus foi inaugurado em 1962, com 32 andares e 115 metros de altura, era um
dos poucos arranha-céus de São Paulo. Apesar de para nós hoje ser previsível um
incêndio devido à falta de segurança e de, até mesmo, extintores, para as pessoas e
autoridades da época não era. O prédio abrigava os escritórios da SIEMENS,
PETROBRÁS, SHELL, CORRETORAS DE SEGUROS e da PIRANI. Mais de 200
pessoas trabalhavam no local, fora as que iam até o prédio, cerca de 150 a 200
diariamente.
No dia 24 de fevereiro de 1972 às 16:15 o Corpo de Bombeiros recebeu uma
ligação informando que o prédio estava em chamas. O incêndio teve início na sobre-
loja da Pirani e em poucos minutos se alastrou por 28 andares. Durou cerca de 7
horas e deixou 345 feridos e 9 mortos no local. Muitos faleceram no hospital devido
a inalação de muita fumaça. As pessoas tentaram descer as escadas, porém as
chamas elevaram a temperatura a 700Cº impedindo a passagem. Começaram a
subir até o topo. Algumas desmaiaram, outras se penduraram nas janelas e até se
jogaram. A fumaça tomou conta dos corredores aumentando o pânico entre
funcionários e visitantes. Os fortes ventos daquela tarde, favoreceram a proliferação
do fogo e da fumaça para os prédios vizinhos dificultando o resgate das vítimas
pelos bombeiros, que tiveram que improvisar escadas para alcançar o telhado do
prédio através de outros que estivessem do lado contrário ao vento.
O incêndio foi transmitido ao vivo pela televisão brasileira e milhares de
telespectadores acompanharam as terríveis cenas de suicídio e desespero dos que
ali estavam. Ruas foram interditadas. As pessoas se aglomeravam em volta do
prédio em busca de notícias de parentes ou conhecidos e outras por curiosidade.
DEPOIMENTO DO SR HENRIQUE, NASCIDO EM VERONA NA ITÁLIA E QUE
TRABALHAVA EM UM DOS ESCRITÓRIOS NO EDIFÍCIO:
“TER PRESENCIADO OS HORRORES DA SEGUNDA GUERRA ME FEZ TER
CALMA DURANTE O INCÊNDIO DO EDIFÍCIO ANDRAUS” TRABALHAVA NO 23º,
OUVIU PESSOAS GRITANDO “FOGO”. FOI ATÉ A JANELA E CONSTATOU O
INCÊNDIO. DESCEU AS ESCADAS E QUANDO CHEGOU AO 9º ANDAR NÃO
CONSEGUIU MAIS PROSSEGUIR. VOLTOU, COMO DIVERSAS PESSOAS E
COMEÇOU A SUBIR, QUANDO CHEGOU AO 30º ANDAR NÃO CONSEGUIU
MAIS CONTINUAR. CERCA DE 300 PESSOAS ESTAVAM
NESSAS CONDIÇÕES. DIZ QUE AS LABAREDAS CHEGARAM A MAIS OU
MENOS 30 METROS. COMENTA QUE O PRÉDIO NÃO TINHA EXTINTORES E
NENHUM EQUIPAMENTO CONTRA INCÊNDIO, ASSIM COMO A MAIORIA DOS
PRÉDIOS NA ÉPOCA. O SR HENRIQUE MANTEVE A CALMA, SENTOU NA
ESCADA ATÉ QUE OS BOMBEIROS APAGASSEM AS CHAMAS.
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HELICÓPTEROS COMEÇARAM A RESGATAR OS SOBREVIVENTES, SENDO
RESGATADAS PRIMEIRO AS MULHERES. PRESENCIOU O SUICÍDIO DE UM
DOS ENGENHEIROS DA PETROBRÁS DE 29 ANOS QUE SE ATIROU DE UMA
JANELA DO 23º ANDAR. AS PESSOAS PEDIAM PANOS MOLHADOS AOS
BOMBEIROS PARA PODEREM TAPAR O NARIZ E CONSEGUIR RESPIRAR, MAS
DIANTE DE TANTO DESESPERO NÃO HOUVE TEMPO HÁBIL PARA TAL,
MUITAS FORAM INTOXICADAS.
KLEBER ATHOSPOSSÍVEL CAUSA SEGUNDO A PERÍCIA: sobrecarga no sistema
elétrico. CONSEQUÊNCIAS: não houve punição dos responsáveis pela construção
e nem da administradora do prédio. Tão pouco da prefeitura que forneceu o alvará
de funcionamento do Andraus.
Observações quanto ao salvamento: Muitas pessoas foram retiradas daquelas
áreas de banheiros com auxílio das escadas mecânicas. As atitudes das vítimas
foram variadas, muitos subiram ao telhado, outras ficaram nos andares se molhando
com água das mangueiras, infelizmente 40 morreram ao pularem do alto do edifício
para escapar do calor. No telhado grande parte se salvou ao abrigar-se sob as
telhas de cimento amianto, os que não fizeram isso morreram sob os efeitos do
intenso calor e fumaça. Apesar de não recomendado, a maioria dos 422 que se
salvaram, escaparam pelos elevadores que conseguiram fazer descidas expressas
pela habilidade dos ascensoristas e graças à demora do sistema elétrico dos
elevadores ser afetado pelas chamas.
Observações quanto ao sistema contra incêndios existente: havia somente uma
escada comum (não de segurança, que tem paredes resistentes ao fogo e
ventilação para evitar gases tóxicos). Não havia sistema de alarme manual ou
automático de forma que fosse rapidamente detectado, dado o alarme e
desencadeadas as providências de abandono da população, acionamento de
brigada interna, acionamento do Corpo de Bombeiros e outras mais. Não havia
qualquer sinalização para abandono e controle de pânico. Apesar da estrutura do
prédio ser incombustível, todo o material de compartimentação e acabamento não
era e não havia qualquer controle de carga-incêndio, por isso rapidamente o
incêndio se propagou e fugiu do controle.