1. ESCOLA DOMINICAL: JARDIM OU LAVOURA?
Esta pergunta aparentemente ingênua nos remete a uma
reflexão mais abrangente sobre a educação levada a efeito no
espaço dedicado à Escola Dominical. As diferenças entre um
jardim e uma lavoura todos sabem.
O jardim apresenta uma variedade de flores onde cada
espécie tem o seu “jeito” de enfeitar, perfumar e colorir o
jardim. Por apresentar flores diferenciadas, o/a jardineiro/a também oferece
um “tratamento” que é diferenciado, pois ele/a observa cada flor, a qualidade,
a forma, o jeitão da flor se apresentar ao mundo, etc. Assim, ele/a não trata as
flores como se fossem plantas iguais umas das outras, pelo contrário, ele/a
percebe as diferenças e respeita estas diferenças. É bonito ver um jardim todo
florido e bem cuidado.
Já a lavoura é diferente. A planta é a mesma. Se a pessoa olhar para a lavoura
verá a mesma planta que se estende por muitos metros ou quilômetros. É
bonito ver uma lavoura florescendo. No entanto, o tratamento dispensado às
plantas da lavoura é o mesmo, pois se trata de uma única espécie.
Assim, pensar na Escola Dominical é considerar que ela apresenta uma
variedade de pessoas que se encontram para refletir sobre a vida à luz da
Palavra de Deus. O/a cuidador/a da Escola Dominical deve atuar como um/a
jardineiro/a, ou seja, considerar a diversidade da vida humana e o jeitão de
cada pessoa se expressar e evidenciar a sua fé em Cristo. Na Escola Dominical
na perspectiva do jardim existe a diversidade de raça, de gênero, de etnia, de
geração, de experiências, de aprendizagem, etc. Neste tipo de escola o/a
cuidador/a observa as pessoas em suas particularidades. Esta escola tem
alegria.
Se a Escola Dominical for tratada como uma lavoura, não haverá espaço para a
diversidade, pelo contrário, tudo será homogêneo, tudo será estereotipado e
seguirá a mesma forma ou fôrma. Neste tipo de escola as pessoas não são
sujeitos e sim objetos. Esta escola é muito triste.
Se as metáforas são simplistas, o fato é que na Escola Dominical não há espaço
para o simplismo, para a improvisação, para a reprodução de conhecimentos
sem a vivência entre as pessoas, para educadores/as que não estejam
comprometidos/as com a vida na perspectiva do Reino de Deus.
Na Escola Dominical do tipo jardim o/a cuidador/a é consciente, prudente,
humilde, aprendente e coerente. Que tal? Como é a sua Escola Dominical? Está
mais para jardim ou para lavoura?
A situação problematiza quando um/a cuidador/a de lavoura é colocado/a
para cuidar do jardim...
Bispo Josué Adam Lazier
www.metodista.org.br/escola-dominical-jardim-ou-lavoura
Metodista Bauru - Ano 6 nº 108 – 19 Janeiro 2014
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