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por uma poética do Erro:
uma comédia da arte
contemporânea por Marta Neves
Paula Regina da Silva Santos
Orientadora: Patricia Leal Azevedo Corrêa
O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) - Programa Bolsa Mestrado Nota 10 – 2020.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - ESCOLA DE BELAS ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS - LINHA: HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARTE
Marta Neves nasceu em 1964, em Belo Horizonte, onde reside,
é graduada em Desenho e Cinema de Animação e mestre em
Artes Plásticas, ambos pela UFMG. A artista atuou como
professora acadêmica na área de arte, estética, e história da
arte na PUC - Minas e é integrante do coletivo Academia
Transliterária. Diante do material acessado no período da
pesquisa, pode-se afirmar que entre 1994 e 2017 a artista
contava com cerca de 10 exposições individuais e 50 coletivas.
apresentação
Como Marta Neves opera com
os conceitos, referências,
intertextualidades, imagens e
escolhas formais na
constituição do seu trabalho
artístico e quais as
contribuições do núcleo poético
poético desse trabalho para
pensar o ser e o fazer artístico
no Brasil e sua relação com as
instituições artísticas ou não?
o Anos 1990 a 2017
o 32 trabalhos – séries,
intervenções, vídeos,
performances, livros,
fotonovelas, instalações.
o Análise de obras, pesquisa
bibliográfica, entrevistas com
Marta Neves.
capítulos
o CAPÍTULO 1. A FORMA-VERBO, LIVRO OU NÃO
• À BOCA PEQUENA, NATURALMENTE: UMA
CARTOGRAFIA PARA PERCORRER O UNIVERSO
MARTA NEVES
• ANTOLOGIAS DO ORDINÁRIO E DO ABSURDO
• LIVRO-NEGAÇÃO, OU OS NÃO-LIVROS DE MARTA
o CAPÍTULO 2 - UMA ARTISTA “BORDERLINE”
• AUTOBIOGRAFIAS DEPRECIATIVAS: SOBRE SER
ARTISTA-TRABALHADORA-BRASILEIRA
• “EU PREFIRO NÃO”: A RECUSA DA CRIAÇÃO E DA
PRODUTIVIDADE
o CAPÍTULO 3 – TROLL DAS NEVES: AS PEÇAS DE
MARTA
• EU É UMA OUTRA: A ARTISTA PERSONAGEM
DESESTABILIZANDO LUGARES DE FALA E DE
PODER
• PROVOCAÇANS DE MARTA: ENTRE O ESCÁRNIO E
A HOMENAGEM
o CAPÍTULO 4 – CELEBRAR É IMPOSSÍVEL: VAMOS
CELEBRAR!
• A ARTE ENCONTRA A VIDA ENCONTRA A ARTE É
FESTA OU NÃO É NADA
• CARINHO, COMPAIXÃO, AFINIDADE: OUTRA
PERSPECTIVA DE ARTE POLÍTICA
o homem comum e o homem absurdo
O homem comum é aquele que
não passa de estatística.
Sabemos que ele é humano e
está entre nós, mas nunca nos
vemos como o homem comum
quando pensamos nele, porque
porque perceber-se como
homem comum nos
transformaria no homem
absurdo.
lugar de borda, o lugar do estranho
O sujeito estranho, sem lugar
fixo e nesse contínuo equilibrar-
equilibrar-se é, de modo latente,
latente, sujeito ao erro e ao
equívoco. Mas, igualmente, é
aquele que compreende um
olhar mais limpo e curioso
quanto ao lugar do outro.
o desejo de praça pública
O kitsch é o elo entre a persona da artista
e o mundo do homem comum. Além de
compreender em si uma ambivalência
genérica, que revela seus opostos
conforme o uso, contexto ou leitura, o
kitsch compartilha outras semelhanças
com a concepção popular do grotesco,
como o exagero análogo à exuberância, a
a ingenuidade e a relação com certas
camadas do baixo corporal e material,
desdobrando-se também no baixo cultural
cultural – evento que não coube à análise
análise de Bakhtin, a cultura de massa.
a inaceitável condição humana
O homem comum é o ser inapreensível imerso
no turbilhão do cotidiano. O homem comum são
são os números das estatísticas, segmentadas
em grupos definidos por suas vulnerabilidades.
vulnerabilidades. São os mortos, violentados,
pobres, drogados, bandidos, mas também a
densidade demográfica, consumidores, aqueles
aqueles quantos que são o quê, têm quê, fazem
fazem o quê ou estão onde e, contudo, são
acima de tudo humanos – embora quase nunca
assim sejam lembrados. O homem comum é
essencialmente humano e, por isso, por ser só
isso, é esquecido, sem direito ao kitsch. Então,
Então, ele improvisa o seu kitsch fracassado.
A interrogação é como o riso – suspensão. A suspensão
temporária, o afastamento, é um mecanismo que permite uma
outra relação com o mundo, o vislumbre de outros modos de
ver, fazer, experimentar. Em uma situação de emergência, é a
suspensão que possibilita não sucumbir. A suspensão é
necessária para a autonomia, por realizar o duplo movimento
de colocar o um em contato com ele mesmo e com tudo o que
está fora, onde esse um se descobre e se encara. Ela
interrompe a ilusão de ambivalência entre individualidade e
coletividade. Trata-se do mesmo movimento dos bobos e
bufões, esse aparente duplicar-se que revela-se um corte na
máscara de beleza, desvelando o que ela ocultava: a
inaceitável condição humana.
síntese
O trabalho de Marta Neves parece, mais do que fazer ou sugerir
um percurso, investigar e experimentar as possibilidades do
riso, partindo do anterior ao humor moderno e, portanto,
passível de rastros, como o do riso carnavalesco ou da comédia,
experimentando suas possibilidades de reinvenção a partir de
estratégias do humor. Em síntese, ela tomaria o riso como
objeto e o humor como estratégia, operando contradições,
ambivalências e divergências que explodem em uma poética do
erro, compreendendo uma ética micro e cosmopolítica.
ERRO – intervenção digital
Por beber de diversas fontes, a publicidade também flagra técnicas
igualmente estruturadas, maquinas ditadoras de comportamentos,
ideologias, modos de ser. Revistas ou notícias de jornal podem ser
ingênuas, éticas ou fábricas de identidades. Sobremaneira, o recurso
central da lógica publicitária é a sedução. Portanto, refere-se à
publicidade para sintetizar todo um jogo discursivo que tem como
finalidade seduzir e direcionar ações, recorrentemente perpassada
pelo consumo em sua manifestação consumista. Nem sempre se trata
de compra e venda: o consumismo diz respeito a uma problemática
mais complexa e intrincada em determinada lógica social e cultural.
Explorando a sedução, também, por vias não evidentemente eróticas,
isto é, embasadas na voluptuosidade corporal, Nunes e Neves
promovem uma burla inventiva, jogando com a produção de desejo
explorada pela produção do consumismo e propondo a reconquista
criativa desse ato.
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  • 1. por uma poética do Erro: uma comédia da arte contemporânea por Marta Neves Paula Regina da Silva Santos Orientadora: Patricia Leal Azevedo Corrêa O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) - Programa Bolsa Mestrado Nota 10 – 2020. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - ESCOLA DE BELAS ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS - LINHA: HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARTE
  • 2. Marta Neves nasceu em 1964, em Belo Horizonte, onde reside, é graduada em Desenho e Cinema de Animação e mestre em Artes Plásticas, ambos pela UFMG. A artista atuou como professora acadêmica na área de arte, estética, e história da arte na PUC - Minas e é integrante do coletivo Academia Transliterária. Diante do material acessado no período da pesquisa, pode-se afirmar que entre 1994 e 2017 a artista contava com cerca de 10 exposições individuais e 50 coletivas.
  • 3. apresentação Como Marta Neves opera com os conceitos, referências, intertextualidades, imagens e escolhas formais na constituição do seu trabalho artístico e quais as contribuições do núcleo poético poético desse trabalho para pensar o ser e o fazer artístico no Brasil e sua relação com as instituições artísticas ou não? o Anos 1990 a 2017 o 32 trabalhos – séries, intervenções, vídeos, performances, livros, fotonovelas, instalações. o Análise de obras, pesquisa bibliográfica, entrevistas com Marta Neves.
  • 4. capítulos o CAPÍTULO 1. A FORMA-VERBO, LIVRO OU NÃO • À BOCA PEQUENA, NATURALMENTE: UMA CARTOGRAFIA PARA PERCORRER O UNIVERSO MARTA NEVES • ANTOLOGIAS DO ORDINÁRIO E DO ABSURDO • LIVRO-NEGAÇÃO, OU OS NÃO-LIVROS DE MARTA o CAPÍTULO 2 - UMA ARTISTA “BORDERLINE” • AUTOBIOGRAFIAS DEPRECIATIVAS: SOBRE SER ARTISTA-TRABALHADORA-BRASILEIRA • “EU PREFIRO NÃO”: A RECUSA DA CRIAÇÃO E DA PRODUTIVIDADE o CAPÍTULO 3 – TROLL DAS NEVES: AS PEÇAS DE MARTA • EU É UMA OUTRA: A ARTISTA PERSONAGEM DESESTABILIZANDO LUGARES DE FALA E DE PODER • PROVOCAÇANS DE MARTA: ENTRE O ESCÁRNIO E A HOMENAGEM o CAPÍTULO 4 – CELEBRAR É IMPOSSÍVEL: VAMOS CELEBRAR! • A ARTE ENCONTRA A VIDA ENCONTRA A ARTE É FESTA OU NÃO É NADA • CARINHO, COMPAIXÃO, AFINIDADE: OUTRA PERSPECTIVA DE ARTE POLÍTICA
  • 5. o homem comum e o homem absurdo O homem comum é aquele que não passa de estatística. Sabemos que ele é humano e está entre nós, mas nunca nos vemos como o homem comum quando pensamos nele, porque porque perceber-se como homem comum nos transformaria no homem absurdo.
  • 6.
  • 7. lugar de borda, o lugar do estranho O sujeito estranho, sem lugar fixo e nesse contínuo equilibrar- equilibrar-se é, de modo latente, latente, sujeito ao erro e ao equívoco. Mas, igualmente, é aquele que compreende um olhar mais limpo e curioso quanto ao lugar do outro.
  • 8.
  • 9. o desejo de praça pública O kitsch é o elo entre a persona da artista e o mundo do homem comum. Além de compreender em si uma ambivalência genérica, que revela seus opostos conforme o uso, contexto ou leitura, o kitsch compartilha outras semelhanças com a concepção popular do grotesco, como o exagero análogo à exuberância, a a ingenuidade e a relação com certas camadas do baixo corporal e material, desdobrando-se também no baixo cultural cultural – evento que não coube à análise análise de Bakhtin, a cultura de massa.
  • 10.
  • 11. a inaceitável condição humana O homem comum é o ser inapreensível imerso no turbilhão do cotidiano. O homem comum são são os números das estatísticas, segmentadas em grupos definidos por suas vulnerabilidades. vulnerabilidades. São os mortos, violentados, pobres, drogados, bandidos, mas também a densidade demográfica, consumidores, aqueles aqueles quantos que são o quê, têm quê, fazem fazem o quê ou estão onde e, contudo, são acima de tudo humanos – embora quase nunca assim sejam lembrados. O homem comum é essencialmente humano e, por isso, por ser só isso, é esquecido, sem direito ao kitsch. Então, Então, ele improvisa o seu kitsch fracassado.
  • 12.
  • 13. A interrogação é como o riso – suspensão. A suspensão temporária, o afastamento, é um mecanismo que permite uma outra relação com o mundo, o vislumbre de outros modos de ver, fazer, experimentar. Em uma situação de emergência, é a suspensão que possibilita não sucumbir. A suspensão é necessária para a autonomia, por realizar o duplo movimento de colocar o um em contato com ele mesmo e com tudo o que está fora, onde esse um se descobre e se encara. Ela interrompe a ilusão de ambivalência entre individualidade e coletividade. Trata-se do mesmo movimento dos bobos e bufões, esse aparente duplicar-se que revela-se um corte na máscara de beleza, desvelando o que ela ocultava: a inaceitável condição humana.
  • 14. síntese O trabalho de Marta Neves parece, mais do que fazer ou sugerir um percurso, investigar e experimentar as possibilidades do riso, partindo do anterior ao humor moderno e, portanto, passível de rastros, como o do riso carnavalesco ou da comédia, experimentando suas possibilidades de reinvenção a partir de estratégias do humor. Em síntese, ela tomaria o riso como objeto e o humor como estratégia, operando contradições, ambivalências e divergências que explodem em uma poética do erro, compreendendo uma ética micro e cosmopolítica.
  • 15. ERRO – intervenção digital Por beber de diversas fontes, a publicidade também flagra técnicas igualmente estruturadas, maquinas ditadoras de comportamentos, ideologias, modos de ser. Revistas ou notícias de jornal podem ser ingênuas, éticas ou fábricas de identidades. Sobremaneira, o recurso central da lógica publicitária é a sedução. Portanto, refere-se à publicidade para sintetizar todo um jogo discursivo que tem como finalidade seduzir e direcionar ações, recorrentemente perpassada pelo consumo em sua manifestação consumista. Nem sempre se trata de compra e venda: o consumismo diz respeito a uma problemática mais complexa e intrincada em determinada lógica social e cultural. Explorando a sedução, também, por vias não evidentemente eróticas, isto é, embasadas na voluptuosidade corporal, Nunes e Neves promovem uma burla inventiva, jogando com a produção de desejo explorada pela produção do consumismo e propondo a reconquista criativa desse ato.
  • 16.