Este manual apresenta modelos e orientações para a redação de documentos oficiais no âmbito do Fórum Clóvis Beviláqua. Ele aborda tópicos como impessoalidade, padrão culto da linguagem, clareza e concisão na redação de correspondência oficial, além de tratar de elementos de ortografia, gramática, sintaxe e semântica. O manual também fornece exemplos de ofícios, memorandos e outros documentos oficiais, além de instruções sobre pronomes de tratamento e
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Manual Redacao
1. ESTADO DO CEARÁ
PODER JUDICIÁRIO
DIRETORIA DO FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA
MANUAL DE REDAÇÃO DO
FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA
Fortaleza-CE
2008
2. 1
Desembargador Rômulo Moreira de Deus
Vice-presidente do Tribunal de Justiça e Diretor do Fórum Clóvis Beviláqua
Dr. Clécio Aguiar de Magalhães
Juiz ouvidor do Fórum Clóvis Beviláqua
Getúlio Oliveira Filho
Secretário Geral do Fórum Clóvis Beviláqua
Arianne Rodrigues de Araújo Saraiva
Sub-Secretária Geral do Fórum Clóvis Beviláqua
Marcus Vinicius Cordeiro Lage
Assessor de Comunicação e Cerimonial
Organização e elaboração
Jamile Costa Fernandes
Natacha Albuquerque de Oliveira
Revisão Textual
Álida Botelho Magalhães
Fernanda Costa Girão de Menezes
1ª edição – 2008
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Fórum Clóvis Beviláqua.
Manual de Redação do Fórum Clóvis Beviláqua. - Fortaleza:
Fórum Clóvis Beviláqua, 2008.
67 p.
1. Redação Oficial. I. Título.
CDD 808.066
3. 2
SUMÁRIO
Apresentação ...........................................................................................................................03
1 CORRESPONDÊNCIA OFICIAL........................................................................................04
1.1 Impessoalidade ...................................................................................................................04
1.2 Padrão Culto da Linguagem ...............................................................................................04
1.3 Clareza e Concisão .............................................................................................................04
1.4 Formalidade e Uniformidade..............................................................................................05
1.5 Pronomes de Tratamento ....................................................................................................05
1.5.1 O uso dos pronomes de tratamento..................................................................................07
1.6 Fechos para comunicações. ...............................................................................................08
1.6 Identificação do signatário..................................................................................................09
1.7 O Padrão Ofício ..................................................................................................................09
1.7.2 Forma de Diagramação....................................................................................................09
1.7.3 Ofício................................ ...............................................................................................11
1.7.4 Memorando......................................................................................................................13
1.7.5 Fax ...................................................................................................................................15
1.7.6 Correio eletrônico ............................................................................................................16
2 ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA..........................................................17
2.1 Introdução...........................................................................................................................17
2.2 Ortografia ...........................................................................................................................17
2.2.1 Uso das letras...................................................................................................................17
2.2.1.1 Uso das vogais ..............................................................................................................17
2.2.1.2 Encontros vocálicos. ....................................................................................................18
2.2.2 Emprego de consoantes ...................................................................................................18
2.3 Acentuação gráfica .............................................................................................................27
2.3.1 Regras de acentuação gráfica. ........................................................................................27
2.3.1.1 Quanto à tonicidade ......................................................................................................27
2.3.1.2 Quanto aos encontros vocálicos ...................................................................................29
2.3.2 Crase ................................................................................................................................29
2.3.3 Acento diferencial ...........................................................................................................30
2.4 Uso de sinais.......................................................................................................................31
2.4.1 Hífen ...............................................................................................................................31
2.4.1.1 Hífen entre vocábulos...................................................................................................31
2.4.1.2 Hífen entre prefixos ......................................................................................................33
2.4.2 Parênteses .......................................................................................................................36
2.4.3 Travessão ........................................................................................................................36
3 SINTAXE ..............................................................................................................................38
3.1 Problemas na construção de frases ....................................................................................38
3.2 Sujeito.................................................................................................................................39
3.3 Frases fragmentadas ..........................................................................................................39
3.4 Erros de paralelismo.............................. ............................................................................40
3.5 Erros de Comparação .........................................................................................................41
3.6 Ambigüidade ......................................................................................................................42
3.7 Tipos de Orações e Emprego de Conjunções................................... ..................................43
3.7.1 Períodos Coordenados e Conjunções Coordenativas.. ....................................................43
5. 4
APRESENTAÇÃO
O presente manual, elaborado pela Assessoria de Comunicação e Cerimonial do
Fórum Clóvis Beviláqua, tem como objetivo orientar os servidores a uniformizarem os
meios da comunicação escrita no âmbito do Fórum, apresentando técnicas de redação e
modelos de documentos oficiais que se identificam com as normas e a política de qualidade
proposta pela Diretoria do Fórum. Ele traz, ainda, esclarecimentos às dúvidas mais
freqüentes com relação à ortografia, à sintaxe e à semântica.
Buscou-se, assim, oferecer no Manual uma parte prática, onde se pode consultar
sempre que houver incerteza quanto à grafia de alguma palavra, ao melhor modo de
estruturar uma frase, ou à adequada expressão a ser usada.
Espera-se que esta publicação, visando à comunicação eficiente e à documentação
uniformizada, contribua para o fortalecimento da Instituição, perseguindo a meta de alçá-la
ao grau máximo de respeitabilidade para a sociedade cearense, mediante a busca contínua
de celeridade e excelência nas atividades judiciárias.
6. 5
1. CORRESPONDÊNCIA OFICIAL
1.1. Impessoalidade
O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
comunicações oficiais deriva-se da ausência de impressões individuais do emissor,
da impessoalidade do receptor, que pode ser dirigida a um cidadão ou a outro órgão
público e do caráter impessoal do próprio assunto tratado.
Assim, não é coerente existir, numa correspondência oficial, impressões
pessoais, como as que, por exemplo, emprega-se num artigo assinado de jornal, ou
numa carta a um amigo, ou mesmo num texto literário. Ela deve ser isenta da
influência da personalidade de quem a redige.
1.2. Padrão culto de linguagem
O padrão culto de linguagem é aquele em que se aplicam as regras
gramaticais e se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do
idioma. É importante destacar que o uso obrigatório do padrão culto na
comunicação oficial provém do fato de que ele está além das diversidades lexicais,
morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
lingüísticas, alcançando-se, dessa forma, a compreensão por todos os cidadãos.
Vale ressaltar que o uso do padrão culto não significa emprego de linguagem
rebuscada, também não pode ser confundido com pobreza de expressão. O jargão
burocrático, da mesma forma, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
limitada.
1.3 Clareza e Concisão
A clareza consiste em apresentar o texto de modo que ele seja facilmente
compreendido pelo leitor. Para se obter um texto claro, deve-se, por exemplo:
7. 6
a) evitar a duplicidade nas afirmações;
b) obedecer ao uso padrão culto de linguagem, em princípio, de
compreensão geral e contrário ao emprego de gírias e jargões;
c) evitar palavras de sentido vago, viciosas e pleonasmos (exagero);
d) seguir a seqüência natural do pensamento, sem interferências e inversões.
A concisão é a qualidade de se transmitir uma informação de maneira breve,
precisa e exata. Ela não aceita:
a) grande número de adjetivos;
b) redundâncias ou repetições;
c) acúmulo de informações desnecessárias.
1.4 Formalidade e Uniformidade
A correspondência oficial deve obedecer a certos parâmetros. A formalidade
está estritamente ligada à uniformidade ou a padronização das comunicações
oficiais, estabelecendo-se em todas as características e na apresentação do texto.
Uma das características do estilo da correspondência oficial é a polidez,
entendida como o ajustamento da expressão às normas de educação ou cortesia. Já a
uniformidade das comunicações exige clareza datilográfica, o uso de papéis
padronizados e a correta diagramação dos textos.
1.5 Pronomes de Tratamento
O verbo deve concordar com o substantivo que integra a locução como seu
núcleo sintático.
Ex: Vossa Excelência já proferiu a sentença?
Vossa Senhoria conhece o assunto?
Quanto aos pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento é
correto que se use sempre os da terceira pessoa.
Ex: Vossa Senhoria fará seu discurso. [e não Vossa... vosso...]
8. 7
Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve
concordar com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução.
Ex: Vossa Excelência está cansado (se o interlocutor for do sexo masculino).
Vossa Excelência está cansada (se o interlocutor for do sexo feminino).
9. 8
1.5.1 O uso dos pronomes de tratamento
PERSONALIDADE TRATAMENTO ENDEREÇA- VOCATIVO
MENTO
Autoridades do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores; Vossa Excelência A Sua Excelência Senhor, seguido
Membros de Tribunais; o Senhor do cargo
Juízes; respectivo:
Auditores da Justiça Militar. Senhor Juiz
Autoridades do Poder Executivo:
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado; Excelentíssimo
Governadores e Vice-Governadores de Senhor, seguido
Estado e do Distrito Federal; do cargo
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Vossa Excelência A Sua Excelência respectivo: Ex:
Embaixadores; o Senhor Excelentíssimo
Secretários-Executivos de Ministérios e Senhor
demais ocupantes de cargos de natureza Presidente da
especial; República
Secretários de Estado dos Governos
Estaduais; Prefeitos Municipais
Autoridades do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministros do Tribunal de Contas da União; Senhor, seguido
Deputados Estaduais e Distritais; Vossa Excelência A Sua Excelência do cargo
Conselheiros dos Tribunais de Contas o Senhor respectivo:
Estaduais; Ex: Senhor
Presidentes das Câmaras Legislativas senador
Municipais
Demais autoridades e particulares. Vossa Senhoria Ao Senhor Senhor
Reitores de universidade Vossa Excelentíssimo Magnífico Reitor,
Magnificência Senhor
Papa Vossa Santidade A Sua Santidade Santíssimo Padre
Eminentíssimo
Vossa Eminência ou Eminência Senhor Cardeal,
Vossa Eminência Reverendíssima ou
Cardeais Reverendíssima Eminentíssimo e
Reverendíssimo
Senhor Cardeal,
Arcebispos e Bispos Vossa Excelência A Sua Excelência Excelentíssimo
Reverendíssima Reverendíssima Reverendíssimo
Vossa
Monsenhores, Cônegos e superiores Reverendíssima ou Ao
religiosos. Vossa Senhoria Reverendíssimo Reverendíssimo
Reverendíssima
Sacerdotes, clérigos e demais religiosos. Vossa Ao Reverendo ou
Reverência Ao Reverendo
Reverendíssimo
10. 9
OBS: Em comunicações oficiais não se usa o tratamento digníssimo (DD) às
autoridades da lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer
cargo público, sendo desnecessário seu uso.
Igualmente, fica dispensado o uso do superlativo ilustríssimo para as
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. Usa-se
apenas o pronome de tratamento Senhor.
Vale ressaltar, ainda, que Doutor não se configura uma forma de tratamento,
e sim título acadêmico. Como regra geral, deve ser empregado apenas em
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso
universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis,
especialmente, os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o
tratamento Senhor imprime a desejada formalidade às comunicações.
1.6 Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui as funções de arrematar o texto e
saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram
regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e padronizá-los, este Manual define o
emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de
comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, como, por exemplo, o Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
11. 10
1.7 Identificação do Signatário
Todas as comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade
que as expede, abaixo do local de sua assinatura, com exceção das comunicações
assinadas pelo Presidente da República. A forma da identificação deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
NOME
Diretor do Fórum Clóvis Beviláqua
(espaço para assinatura)
NOME
Chefe de Gabinete da Diretoria do Fórum
Para evitar equívocos, é aconselhável que não se deixe a assinatura em página
isolada do expediente. Deve ser transferida para essa página pelo menos a última frase
anterior ao fecho.
1.8 O Padrão Ofício
Existem três tipos de expedientes que se distinguem antes pela finalidade do
que pela forma: o ofício, o memorando e o aviso. Este manual trata apenas dos dois
primeiros, tendo em vista que o aviso é uma modalidade de comunicação expedida
exclusivamente no âmbito do Poder Executivo pelos Ministros de Estado. Com o
objetivo de padronizá-los, deve ser adotada uma diagramação única, que siga o que
denominamos de padrão ofício.
1.8.1 Forma de diagramação
12. 11
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de
apresentação, seguindo padrão adotado pelo Manual da Presidência da República:
a) deve ser usada fonte do tipo Times New Roman, de corpo 12, no texto em geral, 11
nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as
fontes Symbol e Wingdings;
c) é obrigatório constar a partir da segunda página, o seu número;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces
do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (“margem espelho”);
e) o começo de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem
esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser empregado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada
parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas,
sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a
elegância e a sobriedade do documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão
colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de
tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos
documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo
13. 12
Ex.: “Of. 12 – balanço de atividades ano 2007”
1.7.3 Ofício
O ofício é uma modalidade de correspondência oficial que tem como
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública,
entre si, e também com particulares.
Quanto a sua forma, o ofício segue o modelo do padrão ofício, com acréscimo
do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunal de Justiça
Senhor Juiz
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do
remetente:
- timbre;
- nome do órgão ou setor;
14. 13
Exemplo de Ofício
5 cm
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA
Ofício nº 09/2007-TJ Fortaleza, 12 de março de 2007.
A Sua Excelência o Senhor
Juiz [Nome]
[Endereço]
Assunto: Atualização de dados cadastrais
Senhor Juiz,
2,5 cm
Venho, por intermédio deste ofício, colocar-me a inteira
disposição de Vossa Excelência, bem como aproveito o ensejo para solicitar
que seja enviado a esta Assessoria de Imprensa: a data de aniversário
3,0 cm natalício e o endereço residencial de Vossa Excelência para atualização da
agenda da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua.
Na oportunidade renovo protestos de elevada estima e
apreço.
Atenciosamente,
[Nome]
[Cargo]
15. 14
1.8.3 Memorando
O memorando é a forma de comunicação utilizada internamente, ou seja,
entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente no mesmo nível ou não.
Sua principal característica é a celeridade. A tramitação do memorando em
qualquer órgão deve guiar-se pela agilidade e pela redução de procedimentos
burocráticos. O ideal é que os despachos ao memorando sejam feitos no próprio
documento de forma a evitar o aumento do número de comunicações e o gasto
desnecessário de papel.
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a
variante de que o seu destinatário deve ser citado pelo cargo que ocupa.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
16. 15
Exemplo de Memorando
5 cm
Mem. 09/2007-DESEG Em 12 de março de 2007.
Ao Sr. Assessor de Imprensa
Assunto: Divulgação de reunião
Encaminho relatório sobre o balanço das atividades deste 1º semestre
para fins de divulgação no boletim informativo do Tribunal de Justiça.
3,0 cm
Atenciosamente,
[Nome do signatário]
[Cargo do Signatário]
17. 16
1.8.4 Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma modalidade de
comunicação que está sendo menos utilizada por causa da massificação da internet.
É usado para o envio urgente de mensagens e para a transmissão antecipada de
documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há possibilidade de
encaminhar o documento por meio eletrônico.
Se for imprescindível o arquivamento, deve ser feito com cópia xerox do fax
e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, fica inutilizado
rapidamente.
Os documentos transmitidos por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes
são próprias. O encaminhamento do documento via fax deve ser antecedido por uma
folha de rosto, ou seja, de um pequeno formulário com os dados de identificação da
mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
___________________________________________________________________
____________________________
Destinatário: _______________________________________________________
N° do fax de destino: _________________________________________________
Data: _______/_______/____
Remetente: _________________________________________________________
Tel. p/ contato: _______________________
Fax/correio eletrônico: _______________________________________________
N° de páginas: esta +_________________________________________________
N° do documento: ___________________________________________________
Observações: _______________________________________________________
18. 17
1.8.5 Correio Eletrônico
Com o advento da internet, o correio eletrônico (“e-mail”) tornou-se o
principal modo de comunicação, por seu baixo custo e celeridade. Uma das suas
vantagens é a flexibilidade da forma, contudo é recomendável evitar o uso de
linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O campo assunto do correio eletrônico deve ser preenchido de modo a
identificar o conteúdo principal da comunicação, para facilitar a organização das
mensagens que podem ser arquivadas e armazenadas em um banco de dados.
Para os arquivos que são anexados à mensagem deve ser usado,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
deve fazer referência sobre o seu conteúdo e, sempre que disponível, utilizar a
ferramenta de confirmação de leitura. Caso o recurso não seja disponível, deve
constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
No entanto, vale lembrar que as comunicações oficiais exigem garantias
quanto à originalidade, dessa forma, para que a mensagem de correio eletrônico
tenha valor documental, é necessário, para tal fim, a aposição de assinatura digital
que comprove a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
19. 18
2. ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA
2.1 Introdução
Os elementos gramaticais deste manual referem-se às regras do padrão culto
de linguagem. É importante ressaltar que toda teoria gramatical é secundária em
relação à gramática natural, ou seja, ao conhecimento intuitivo que atribui
capacidade lingüística ao falante nativo. Da mesma forma, o mero conhecimento
das regras gramaticais não é suficiente para uma boa redação. No entanto,
contribuem para isso: o domínio da correção ortográfica, do vocabulário e da
maneira certa de estruturar as frases. Os próximos capítulos apresentam um pouco
do assunto, seguidos de exemplos correspondentes.
2.2 Ortografia
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais
importante quando se trata de textos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de
letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na
correspondência particular seria apenas um lapso na escrita ou na digitação, pode ter
repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de
um ato normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou
expediente deve sempre levar em conta a correção ortográfica.
2.2.1. Uso das Letras
2.2.1.1. Uso de Vogais
As vogais na língua portuguesa admitem certa variedade de pronúncia,
dependendo de sua intensidade (se são tônicas ou átonas). Com essa variação na
pronúncia, nem sempre a memória, baseada na audição, retém a forma correta da
grafia.
20. 19
Usa-se E, e não I Usa-se I, e não E Usa-se O, e não U Usa-se U, e não O
ante- (pref.=antes) anti- (pref.=contra) comprimento (extensão) acudir
anteontem chefiar marajoara bônus
beneficência diferir (divergir) proeza cumprimento (saudação)
deferir (conceder) discriminar (discernir) Romênia cúpula
endireitar dispensa (licença) romeno elucubração
homogêneo iminente silvícola súmula
indeferir (negar) inquirir (interrogar) sortido (variado) surtir (resultar)
legítimo júri sotaque tábua
menoridade meritíssimo tribo tonitruante
reentrância verossímil vinícola trégua
2.2.1.2 Encontros Vocálicos
Usa-se EI, e não E Usa-se E, e não EI Usa-se OU, e não O Usa-se O, e não OU
aleijado almejar agourar alcova
alqueire cortejo arroubo arroba
cabeleireiro despejo dourar arrocho
ceifar ensejo estourar arrojo
colheita lugarejo frouxo dose
desleixo malfazejo lavoura engodo
queixa manejo pouco estojo
reiterar recear, receoso pousar malograr
reivindicar refrear roubar mofo
treino remanejo tesouro oco
2.2.2. Emprego de Consoantes
Algumas consoantes, especialmente as que formam dígrafos (duas letras
para representar um som), ou a muda (h), ou, ainda, as diferentes consoantes que
representam um mesmo som – constituem dificuldade adicional à correta grafia.
21. 20
USO DO Ç
Em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO:
intento = intenção
canto = canção
exceto = exceção
junto = junção
Em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER:
deter = detenção
reter = retenção
conter = contenção
manter = manutenção
Em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR:
infrator = infração
trator = tração
redator = redação
setor = seção
Em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO:
introspectivo = introspecção
relativo = relação
ativo = ação
intuitivo – intuição
Em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R:
reeducar = reeducação
importar = importação
repartir = repartição
fundir = fundição
Após ditongo quando houver som de s:
eleição
traição
22. 21
USO DO S
Em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR:
pretender = pretensão, pretensa, pretensioso
defender = defesa, defensivo
compreender = compreensão, compreensivo
repreender = repreensão
expandir = expansão
fundir = fusão
confundir = confusão
Em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR:
inverter = inversão
converter = conversão
perverter = perversão
divertir = diversão
Após ditongo quando houver som de z:
Creusa
coisa
maisena
Em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos:
Luísa
Exceção: juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que
Heloísa também se escreve com z.
Poetisa
Profetisa
Em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR:
concorrer= concurso
discorrer = discurso
23. 22
expelir = expulso, expulsão
compelir = compulsório
Em conjugações dos verbos PÔR, QUERER, USAR:
ele pôs
ele quis
ele usou
Em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE:
frase
tese Exceções: deslize e gaze.
crise
osmose
Em palavras terminadas em OSO, OSA:
horrorosa
Exceção: gozo
gostoso
Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte
do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o
radical terminado em s:
Teresa = Teresinha
Casa = casinha
Mulher = mulherzinha
Pão = pãozinho
Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do
radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando
a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:
improviso = improvisar
análise = analisar
24. 23
pesquisa = pesquisar
terror = aterrorizar
útil = utilizar
economia = economizar
As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem
nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão
escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja,
quando indicarem qualidade.
Teresa
Camponês
Inglês
Embriaguez
Limpeza
USO DO J
A conjugação dos verbos terminados em JAR:
Viajar = que eles viajem
Encorajar = que se encorajem
Enferrujar = que não enferrujem
As palavras derivadas de vocábulos terminados em JA:
loja = lojista
canja = canjica
sarja = sarjeta
gorja = gorjeta
Algumas palavras de origem tupi-guarani.
Jiló
Jibóia
Jirau
25. 24
USO DO G
Palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:
pedágio
sacrilégio
prestígio
relógio
refúgio
Substantivos terminados em GEM:
viagem Exceções: pajem, lambujem
coragem
ferrugem
USO DO X
Palavras iniciadas por ME
Mexerica Exceção: mecha de cabelos
México
Mexilhão
Mexer
Palavras iniciadas por EN, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch:
Enxerido
Enxovalho
Enxurrada
Encher – provém de cheio
Enchumaçar – provém de chumaço
Após ditongo: (encontros vocálicos = vogal + semivogal em uma mesma sílaba).
gueixa
Exceções: recauchutar, guache, caucho
queixo
feixe
26. 25
Algumas palavras de origem indígena, africana e nas palavras inglesas
aportuguesadas.
xavante
xingar
xique-xique
xará
xerife
USO DO SS
Em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir",
"ceder" e "cutir".
transgredir = transgressão
transmitir = transmissão
suceder = sucessão
repercutir = repercussão
USO DO C E QU
Algumas palavras podem ser escritas com "c" e "qu".
Catorze = quatorze
Cociente = quociente Exceções: cinqüenta, cinqüentenário,
cinqüentão, cinqüentona
Cota = quota
Cotidiano = quotidiano
Cotizar = quotizar
27. 26
EXEMPLOS:
USA-SE H
hediondo
hemi-(pref.=meio)
herança
hermenêutica
híbrido
hierarquia
hiper-(pref.=sobre)
hipo-(pref.=sob)
hipoteca
homologar
honorários
USA-SE G, E NÃO J USA-SE J, E NÃO G
agiota enjeitar
algema enrijecer
apogeu gorjeta
égide jeito
egrégio lisonjear
exegese majestade
impingir objeção
ogiva projétil
sugerir sujeito
viageiro ultraje
USA-SE C, Ç E NÃO S OU SS NEM SC USA-SE S, E NÃO C OU SC, NEM X
acepção adversário
adoção apreensão
afiançar ascensão
célere conselho
certidão estorno
coerção extorsão
concílio obsoleto
extinção recensear
isenção senado
recensão suspensão
USA-SE SS, E NÃO C, Ç USA-SE SC, E NÃO C, Ç, S, SS
28. 27
admissão ascensão
assessor descerrar
discussão fascículo
empossar fascismo
endossar imprescindível
obsessão néscio
permissão obsceno
promissória onisciência
ressalva plebiscito
ressarcir prescindir
USA-SE X, E NÃO S, SS USA-SE S, E NÃO X
auxílio contestar
expender escusa(r)
expiação esdrúxulo
extirpar esplanada
extraordinário espontâneo
inexperiência estender
inextricável estrato (camada)
sexto (ordinal) estrema (marco, limite)
têxtil estrutura
textual justapor
USA-SE Z, E NÃO S USA-SE S, E NÃO Z
agilizar acusar
ajuizar analisar
amortizar caso
burocratizar decisão
democratizar jus
desautorizar lesão
desmoralizar precisão
diretriz represália
modernizar requisição
solenizar transação
USA-SE X, E NÃO Z USA-SE X, E NÃO CH USA-SE CH, E USA-SE X, E NÃO CC OU
OU S NÃO X CÇ
exaltar afrouxar capacho anexar
exame baixa caramanchão conexo
exegese bexiga chacina duplex
exemplo caixeiro charuto fixo
exercício capixaba cheque intoxicar
existir coxa cochicho léxico
êxito deixar ficha marxismo
exonerar enxertar guache marxista
exortar enxotar nicho reflexo
inexistente taxa (tarifa) trecho telex
29. 28
2.3 Acentuação gráfica
A acentuação é um elemento que aparece tanto na língua falada quanto na
escrita.
Ela compreende o uso de quatro sinais:
a) o acento agudo, que marca a tonicidade das vogais.
Exemplos: chácara, até, juíza, cipó, júri.
b) o acento grave marca a ocorrência de crase, ou seja, a preposição a com o
artigo feminino a ou os demonstrativos a, aquele (s), aquela (s), aquilo.
c) o acento circunflexo que marca a tonicidade da vogal a nasal das vogais
fechadas e e o.
Exemplos: ônix, Vênus, lâmpada, tônico.
d) o acento til indica a nasalidade e a tonicidade em a e o.
Exemplos: João, vazão, difusão, impõe, supõe.
2.3.1. Regras de Acentuação Gráfica
2.3.1.1. Quanto à Tonicidade
1. Proparoxítonas: todas as palavras em que a antepenúltima sílaba é a mais
forte são acentuadas.
Exemplos: câmara, estereótipo, falávamos, América.
2. Paroxítonas: as palavras em que a penúltima sílaba é a mais forte
São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, u (seguido ou não de s): vírus, bônus, júri(s), táxi(s), lápis, Vênus;
30. 29
- ã, ao (seguido ou não de s): órfã, ímã, órfãs, ônix, órgão, órgãos, bênção,
Estevão;
-om, ons: nêutron, elétron, nêutrons;
-um, uns: fórum, álbum, fóruns, álbuns;
-l: estável, estéril, difícil, cônsul, útil;
-n: hífen, pólen, líquen;
-r: açúcar, éter, mártir, fêmur;
-x: látex, fênix, sílex, tórax;
-ps: bíceps, fórceps;
-oo (hiato seguido ou não de s) : vôo, perdôo.
Observações:
A regra de acentuar paroxítonas terminadas em i ou r não se aplica aos
prefixos terminados nessas letras: anti-, semi-, hemi-, arqui-, super-,
hiper-, alter-, inter-, etc.
A regra das paroxítonas terminadas em-en não se aplica ao plural dessas
palavras nem a outras com a terminação -ens: liquens, hífens, itens,
homens, nuvens, etc.
3. Oxítonas: as palavras em que a sílaba mais forte é a última, são acentuadas
quando terminadas em:
-a(s): já, atrás, cajá, serás, Amapá, vatapá;
-e(s): fé, clichê, café, português, jacaré, convés;
-o(s): pó, robô, retrós, avós, após, mocotó;
-em, -ens: armazém, armazéns, também, (ele) provém (eles) detêm.
Observação:
As palavras tônicas que possuem apenas uma sílaba (monossílabos)
terminadas em a, e e o seguem também esta regra: pá, pé pó, (tu) dás,
três, mês, (ele) pôs, má, más
31. 30
Acentuam-se os monossílabos verbais seguidos de pronome: dá-la, tê-lo,
pô-la, etc. Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes
oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá-los, vendê-la, fê-las, compô-lo, pô-
los etc.
2.3.1.2 Quanto aos Encontros Vocálicos
1. Ditongos abertos tônicos: os ditongos ei, eu, oi têm a primeira vogal
acentuada graficamente quando for aberta e estiver na sílaba tônica:
Exemplos: papéis, réis, mausoléu, céus, corrói, heróis.
2. Ditongos ue e ui antecedidos por g ou q: leva acento agudo o u quando tônico,
e trema quando átono:
Exemplos: argúi, averigúe, obliqúe, obliqúem, e argüir, delinqüir, freqüente.
3. Hiatos em i e u: i e u tônicos, finais de sílaba com ou sem s, e precedidos de
vogal não tremada, levam acento agudo quando não forem seguidos de nh.
Exemplos: ensaísta, saída, juízes, país, baú(s), saúde, reúne,
4. Hiato - eem, que só ocorre na terceira pessoa do plural em alguns tempos dos
verbos crer, dar, ler e ver: crêem, dêem, lêem, vêem, e derivados: descrêem,
relêem, provêem, prevêem, etc.
5. Hiato - oo(s): a primeira vogal da terminação - oo(s) é acentuada com
circunflexo: vôo(s), enjôo(s), abençôo.
2.3.2 Crase
O acento grave é usado sobre a letra a, para indicar a ocorrência de crase,
a contração da preposição a com o artigo ou demonstrativo feminino a, as ou
com os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
32. 31
Exemplo: encaminhar a a Secretaria > encaminhar à Secretaria;
devido a a gestão do Presidente > devido à gestão do Presidente;
falar a a Coordenadora > falar à Coordenadora.
Observações:
Usa-se para diferenciar a preposição a do artigo feminino singular a em
locuções como à caneta, à máquina;
Usa-se em locuções que significam à moda, à maneira (de): sair à
francesa, discurso à Rui Barbosa, etc.
Ocorre crase se o substantivo feminino puder ser substituído pelo
substantivo masculino, que admita ao diante dele:
Exemplo: Vou à casa.
Vou ao apartamento.
Incide crase na indicação de horas:
Exemplo: Ele chegou à meia-noite.
Não ocorre crase diante de:
- Substantivos masculinos. Ex: Comprei a prazo;
- Verbos no infinitivo. Ex: As pessoas começaram a chegar, quando ele
saiu;
-Pronomes que não aceitam artigo (pessoal, de tratamento,
demonstrativo; indefinido e relativo). Ex: Falei a Vossa Excelência que não
era possível;
-Artigo definido uma. Ex: Ele dirigiu-se a uma criança que estava na rua;
-Expressões com substantivos definidos. Ex: cara a cara, ponta a ponta;
2.3.3 Acento Diferencial
É o acento que marca a diferença entre homógrafos ou homófonos
exclusivamente nos seguintes casos:
– têm (eles) para distingui-lo de tem (ele)
33. 32
– vêm (eles), distinto de vem (ele); também nos derivados: eles
detêm, provêm, distinto de detém, provém (ele);
– pôde (pretérito perfeito) distinto de pode (presente);
– fôrma (substantivo) distinto de forma (verbo formar);
– vocábulos tônicos (abertos ´/fechados ^) que têm homógrafos
átonos:
PALAVRAS QUE RECEBEM ACENTO DIFERENCIAL
TÔNICOS ÁTONOS
côa, côas (v. coar) coa, coas (com a, com as)
pára (v. parar) para (preposição)
péla, pélas (v. pelar e s.f.) pela, pelas (por a(s)
pélo (v. pelar), pêlo, pêlos pelo, pelos (por o(s)
péra, (pedra), pêra, pêro, Pêro pera (forma arcaica de para)
póra(s) (surra); pôla(s) (broto vegetal) pero (forma arcaica de mas)
pólo(s) (eixo, jogo); pôlo(s) (filhote de gavião) pola(s) (forma arcaica de por a(s))
pôr (verbo) polo(s) (forma arcaica de por o(s))
por (preposição)
2.4 USO DE SINAIS
2.4.1 Hífen
O hífen ou traço-de-união é um sinal usado para ligar os elementos de
palavras compostas: couve-flor, para unir pronomes átonos a verbos: agradeceu-
lhe, dar-se-ia; e para, no final de uma linha, indicar a separação das sílabas de
uma palavra em duas partes: com-/parar, gover-/no.
2.4.1.1 Hífen entre Vocábulos
a) na composição de palavras em que os elementos constitutivos mantêm sua
acentuação própria, compondo, porém, novo sentido:
decreto-lei
licença-prêmio
oficial-de-gabinete
34. 33
processo-crime
salário-família
b) na composição de palavras em que o primeiro elemento representa forma
reduzida:
infanto-juvenil (infanto = infantil)
nipo-brasileiro (nipo = nipônico)
sócio-político (sócio = social)
c) nos adjetivos gentílicos (que indicam nacionalidade, pátria, país, lugar ou
região de procedência) quando derivados de nomes de lugar (topônimos)
compostos:
belo-horizontino
norte-americano
porto-riquenho
rio-grandense-do-norte
d) nas palavras compostas em que o adjetivo geral é acoplado a substantivo que
indica função, lugar de trabalho ou órgão:
diretor-geral
inspetoria-geral
procurador-geral
secretaria-geral
e) a preposição sem liga-se com hífen a alguns substantivos para indicar unidade
semântica (adquire, assim, valor de prefixo):
sem-fim
sem-número
sem-terra
sem-sal
35. 34
sem-vergonha
sem-par
f) o advérbio de negação não liga-se com hífen a alguns substantivos ou
adjetivos para indicar unidade semântica:
não-optante
não-alinhado
não-alfabetizado
não-ferroso
2.4.1.2 Hífen entre Prefixos
Os prefixos utilizados na Língua Portuguesa provieram do latim e do
grego, línguas em que funcionavam como preposições ou advérbios, isto é,
como vocábulos autônomos. Por essa razão, os prefixos têm significação precisa
e exprimem, em regra, circunstâncias de lugar, modo, tempo, etc. Grande parte
das palavras de nossa língua é formada a partir da utilização de um prefixo
associado a outra palavra. Em muitos desses casos, é de rigor o emprego do
hífen, seja para preservar a acentuação própria (tônica) do prefixo ou sua
evidência semântica, seja para evitar pronúncia incorreta do vocábulo derivado.
USO DO HÍFEN EM PREFIXOS
USA-SE HÍFEN NÃO USA-SE HÍFEN
PREFIXO EXEMPLO PREFIXO EXEMPLO
Ab (quando ab-rogar
combinados com micr(o) microrregião
palavras iniciadas por
r)
Ad (quando
combinados com ad-rogar mono monoteísmo
palavras iniciadas por
r)
Além além-fronteiras; aer (o) aerotransporte
ante (quando
combinados com ante-sala tri tricelular
palavras iniciadas por
h, r ou s)
Anti (quando
combinados com anti-herói trans transalpino
palavras iniciadas por
36. 35
h, r ou s)
Aquém agro agroindústria
aquém-mar
arqui (quando
combinados com arqui-histórico term (o) term (o) elétrica
palavras iniciadas por
h, r ou s)
Auto (quando auto-estima, fon (o) fonoaudiólogo
combinados com
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Bem bem-querer ambi ambidestro
Circum (quando
combinados com circum-hospitalar intro introversão
palavras iniciadas por
vogal ou h)
anfi anfiteatro
co(m) co-autor
contra (quando
combinados com contra-ataque fot (o) fotolito
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Ex (quando indica ex-deputado fisio fisioterapia
estado anterior)
extra (quando extra-oficial homo homossexual
combinados com
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
grã grã-cruz bi bicentenário
grão grão-mestre bio biogenético
Hiper (quando
combinados com hiper-humano retro retroativo
palavras iniciadas por
h, r ou s)
infra (quando
combinados com infra-estrutura in inapto
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
inter (quando
combinados com inter-regional uni unidimensional
palavras iniciadas por
h, r ou s)
intra (quando
combinados com intra-ocular hipo hipotensão
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
mal (quando
combinados com mal-entendido justa justaposição
palavras iniciadas por
vogal ou h)
neo (quando
combinados com neo-realismo hidr (o) hidr (o)elétrica
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
37. 36
Ob (quando
combinados com ob-rogar moto motociclo
palavras iniciadas por
r)
Pan (quando
combinados com pan-americano macro macroeconomia
palavras iniciadas por
vogal ou h)
Pós ( em palavras
pós-guerra cardio cardiovascular
tônicas)
Pré (em palavras
pré-história cis cisplatino
tônicas)
Pró (em palavras
pró-reitor de (s) desserviço
tônicas)
Proto (quando
combinados com proto-história hexa hexafluoreno
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Pseudo (quando
combinados com pseudo-humano hepta heptassílabo
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
recém di (s) dissociação
recém-nascido
sem sem-vergonha ele (c) tro eletroímã
semi (quando
combinados com semi-anual hemi hemicírculo
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Sob (quando
combinados com sob-roda multi multinacional
palavras iniciadas por
r)
sobre (quando
combinados com sobre-humano tele teledinâmica
palavras iniciadas por
h, r ou s)
Sub (quando
combinados com sub-reitor para parapsicologia
palavras iniciadas por
r)
supra (quando
combinados com supra-renal ge (o) geotécnica
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Ultra (quando
combinados com ultra-sensível gastr (o) gastr (o) enterologia
palavras iniciadas por
vogal, h, r ou s)
Vice vice-prefeito fil (o) filogenético
38. 37
2.4.2 Parênteses
Os parênteses são empregados para:
a) orações ou expressões intercaladas;
Ex: São Paulo (maior cidade do Brasil) é uma metrópole de contrastes.
b) delimitar o segundo item de uma aposição;
Ex: Acontece hoje a sessão inaugural da Organização das Nações Unidas
(ONU).
c) delimitar as referências de uma citação;
Ex: "Ao vencedor, as batatas!" (Quincas Borba – Machado de Assis.)
d) delimitar o período de vida de uma pessoa.
Ex: Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).
Obs. Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o
sinal de pontuação ficará externo.
Ex: A comemoração começou em Lisboa (Portugal) e terminou no Rio de
Janeiro (Brasil).
2.4.3 Travessão
O travessão, que é um hífen prolongado (–), deve ser inserido no texto
entre espaços em branco.
É empregado nos seguintes casos:
a) substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos:
Ex: O controle alfandegário – importante medida do Governo – será ainda mais
rigoroso.
b) indica a introdução de enunciados no diálogo:
Ex: Indagado pela comissão de inquérito sobre a procedência de suas
declarações, o funcionário respondeu:
– Nada tenho a declarar a esse respeito.
39. 38
c) indica a substituição de um termo, para evitar repetições:
O verbo fazer (vide sintaxe do verbo –), no sentido de tempo transcorrido, é
utilizado sempre na terceira pessoa do singular: faz dois anos que isso
aconteceu.
d) dá ênfase a determinada palavra ou pensamento que segue:
Ex: Não há outro meio de resolver o problema – promova-se o funcionário.
40. 39
3 SINTAXE
É a parte da Gramática que estuda a palavra dentro da frase. Diz respeito às
relações entre as palavras, contribuindo de modo fundamental para a clareza da
exposição e para a ordenação do pensamento.
No entanto, como interessa aqui aplicar princípios gramaticais à redação oficial,
trataremos apenas alguns pontos importantes da sintaxe, relativos à construção de
frases, concordância, regência, colocação pronominal e pontuação.
3.1 Problemas de Construção de Frases
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela
construção adequada da frase, que pode ser dotada ou não de verbo. Quando a frase
possui pelo menos um verbo, recebe o nome de período, que pode ser composto de uma
ou mais orações, que exige um predicado.
Outra função relevante é a do sujeito, de quem se diz algo, cujo núcleo é, em
regra, um substantivo. O sujeito pode ser representado por um substantivo, pronome,
palavra substantivada, oração infinitiva ou oração finita.
A ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração são:
Sujeito - verbo - complementos - adjunto adverbial
Obs: os elementos em negrito podem não ocorrer
Os adjuntos adverbiais desempenham função acessória, outros seis padrões
básicos para as orações pessoais, ou seja, com sujeito são:
Sujeito - verbo intransitivo - adjunto adverbial
Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - adjunto adverbial
Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - adjunto adverbial
41. 40
Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - adjunto
adverbial
Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento verbal - adjunto adverbial
Sujeito - verbo de ligação - predicativo - adjunto adverbial
Obs: a função que está em negrito é facultativa e pode ocorrer em ordem diversa
3.2 Sujeito
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na
oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Pode ser simples (com
apenas um núcleo), composto (com dois ou mais núcleos), indeterminado (quando não
se pode ou não se deseja determiná-lo) e inexistente.
Construções desse tipo devem ser evitadas:
ERRADO CERTO
É tempo do É tempo de o
Apesar das Apesar de as
Não vejo mal no Não vejo mal em o
Antes destes Antes de estes
Apesar da Apesar de a
3.3 Frases Fragmentadas
A frase fragmentada é geralmente uma oração subordinada ou um adjunto que se
apresenta isoladamente, não anexado à oração principal. A fragmentação de frases
“consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”.
A frase fragmentada é um recurso de estilo, próprio da literatura moderna.
Decorre da pontuação errada de uma frase simples. Deve ser evitada nos textos oficiais,
pois muitas vezes dificulta a compreensão.
42. 41
3.4 Erros de Paralelismo
O paralelismo é usado, entre outros casos, para definir simetria no emprego de
determinadas palavras. O paralelismo é uma antiga convenção da linguagem escrita que
consiste em apresentar idéias parecidas numa forma gramatical igual. Desse modo,
ajuda a tornar a frase gramaticalmente clara, ao apresentar elementos da mesma
hierarquia e função gramaticais na mesma espécie de construção gramatical; uma
locução nominal deve estar paralela com outra locução nominal; um verbo, com outro
verbo; uma reduzida de infinitivo, com outra reduzida de infinitivo; e assim por diante.
ERRADO: O professor mandou Jacinto fechar o livro e que pegasse uma folha de
papel.
CORRETO: O professor mandou Jacinto fechar o livro e pegar uma folha de papel.
No uso das expressões correlativas aditivas também, tanto... como, nem...
nem, ou... ou, etc., deve-se igualmente respeitar o paralelismo.
ERRADO: Ou você desconta o cheque na cidade, ou no Campus.
CORRETO: Você desconta o cheque ou na cidade, ou no Campus.
Para tornar a frase clara e correta ao coordenar substantivos com orações
reduzidas de infinitivo, pode-se transformá-la em frase simples, substituindo as orações
reduzidas por substantivos:
ERRADO: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro,
inteligência e ter ambição.
CORRETO: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e
ambição. / No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência
e ambição.
É importante atentar, ainda, para o falso paralelismo, que acontece ao se dar forma
equivalente a idéias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma
paralela, estruturas sintáticas distintas:
43. 42
ERRADO: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
CORRETO: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última capital,
encontrou-se com o Papa.
O falso paralelismo também pode ser provocado pelo uso inadequado da
expressão e que num período que não contém nenhum que anterior.
ERRADO: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação
acadêmica.
CORRETO: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.
CORRETO: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação
acadêmica.
3.5 Erros de Comparação
A omissão de certos termos ao se fazer uma comparação, algo próprio da língua
falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem
sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida
de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase:
Exemplos:
ERRADO: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.
CORRETO: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.
CORRETO: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.
ERRADO: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
CORRETO: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria.
CORRETO: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
44. 43
3.6 Ambigüidade
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido, isto é,
quando há duplicidade de sentido, seja de uma palavra ou de uma expressão. Como a
clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
possam gerar equívocos de compreensão.
A ambigüidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar-se a que palavra
se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Ocorre,
geralmente, nos seguintes casos:
• Pronomes pessoais:
AMBÍGUO: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.
CLARO: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.
CLARO: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste.
• Pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
AMBÍGUO: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e
solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu.
CLARO: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente da República. No
pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o
Presidente da República.
• Pronome relativo:
AMBÍGUO: Ela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
CLARO: Ela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.
CLARO: Ela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.
AMBÍGUO: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.
CLARO: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar.
45. 44
CLARO: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar.
3.7 Tipos de Orações e Emprego de Conjunções
As conjunções servem para ligar as orações, termos da oração ou palavras. É de
grande importância que se use apropriadamente as conjunções para que não cause
imprecisão ou combinações errôneas de idéias.
As relações estabelecidas entre as orações e entre os termos sintáticos podem ser
por coordenação, de sentido independente e com elementos de mesma função sintática e
por subordinação, onde são estabelecidas hierarquias entre as idéias, permitindo que
uma oração complemente o sentido da outra.
3.7.1 Períodos Coordenados e Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas unem elementos de mesma natureza (substantivo +
substantivo; adjetivo + adjetivo; advérbio + advérbio; e oração + oração). Em períodos,
as orações por elas introduzidas recebem a mesma classificação, a saber:
Aditivas: são introduzidas pelas conjunções e, nem. A primeira une duas afirmações; a
segunda, duas negações.
Ex: O professor falava e os alunos ouviam admirados.
Adversativas: são introduzidas pelas conjunções mas, porém, todavia, contudo,
entretanto, entanto, não obstante, no entanto. Relacionam pensamentos que se
opõem ou contrastam.
Ex: Ela não era uma mulher bonita, mas sua simpatia a embelezava.
Alternativas: são introduzidas pelas conjunções ou...ou, quer...quer, ora...ora, já...já.
Relacionam pensamentos que se excluem.
Ex: Ou viajas para Brasília, ou ficas e te dedicas ao trabalho.
46. 45
Conclusivas: são introduzidas pelas conjunções logo, pois, portanto,
conseqüentemente, por conseguinte.
Ex: Estudei muito, por isso mereço passar.
Explicativas: são introduzidas pelas conjunções que, pois, porque, portanto.
Ex: Não corra, pois o chão está escorregadio.
3.7.2. Períodos Subordinados e Conjunções Subordinativas
As orações subordinadas são as que mantêm relação sintática com outra
chamada principal. As conjunções subordinativas nas orações de caráter diferente, a que
é introduzida pela conjunção, completam o sentido da oração principal ou lhe acrescenta
uma determinação.
As modalidades de subordinação e as conjunções empregadas em cada uma são
as seguintes:
SUBSTANTIVAS:
São iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se, como); pelos
pronomes relativos (que, quem, quantos) e pelos pronomes interrogativos (quem, (o)
que, quanto (a)(s), qual (is), como, onde, quando). Cumprem funções de substantivo,
ou seja, sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo. São classificadas de acordo
com a função que exercem:
a) Subjetivas: funcionam como sujeito da oração principal.
Ex: É necessário que façamos nossos deveres.
b) Objetivas Diretas: funcionam como objeto direto da oração principal.
Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.
c) Objetivas Indiretas: funcionam como objeto indireto da oração principal.
47. 46
Ex. Lembro-me de que tu me amavas.
d) Predicativas: funcionam como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração
principal.
Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.
ADJETIVAS:
São aquelas que têm o valor e a função de um adjetivo, restringindo ou limitando
o sentido do nome a que se referem, ou simplesmente lhe acrescentando outra
característica. São introduzidas pelos pronomes relativos que, o (a) qual, quem, quanto,
cujo, como, onde, quando. Podem ser:
a) Restritivas
b) Ex: Os homens que fumam vivem pouco.
Obs: as orações adjetivas restritivas não são pontuadas com vírgula em seu início
b) Explicativas
Ex: O Sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.
Obs: as orações adjetivas explicativas vêm, obrigatoriamente, precedidas por vírgula
anteposta ao prenome relativo que a introduz.
ADVERBIAIS:
Exercem a função sintática de adjunto adverbial da oração principal. São
iniciadas pelas conjunções subordinativas adverbiais, cumprindo a função de advérbios.
As orações adverbiais são classificadas de acordo com a idéia expressa por sua função
adverbial:
a) Causais: exprimem causa, motivo, razão. São iniciadas pelas conjunções porque;
como, desde que, já que, visto, uma vez que (antepostos).
Ex: Ela gritou porque teve medo do cachorro.
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b) Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite. São iniciadas pelas
conjunções embora, conquanto, ainda que, posto que, se bem, que, etc.
Ex: A compra foi aprovada, embora os preços estivessem altos.
c) Condicionais: exprimem uma condição, hipótese. São iniciadas pelas conjunções se,
caso, contanto que, sem que, uma vez que, dado que, desde que, etc.
Ex: Estudando desse jeito, você ficará louco.
d) Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com o outro. São
iniciadas pelas conjunções como, conforme, consoante, segundo, etc.
Ex: O processo foi despachado conforme determinava a praxe em vigor.
e) Comparativas: são iniciadas pelas conjunções que, do que (relacionados a mais,
menos, maior, menor, melhor, pior); qual (relacionado a tal); como ou quanto
(relacionados a tal, tanto, tão); como se; etc.
Ex: Nada é tão importante como o respeito aos direitos humanos.
f) Consecutivas: exprimem uma conseqüência, um efeito ou resultado. São iniciadas
pelas conjunções que (relacionado com tal, tão, tanto, tamanho); de modo que, de
maneira que; etc.
Ex: Estava tão distraído que pisou na lama.
g) Finais: exprimem finalidade, objetivo. São iniciadas pelas conjunções para que ou
por que, a fim de que, que, etc.
Ex: O pai trabalha muito para que nada falte aos filhos.
h) Proporcionais: exprimem proporcionalidade. São iniciadas pelas conjunções à
medida ou proporção que, ao passo que, etc.
Ex: À medida que se vive, mais se aprende.
i) Temporais: exprimem circunstância de tempo. São iniciadas pelas conjunções
quando, apenas, mal, até que, assim que, antes ou depois que, logo que, tanto que,
etc.
Ex: Assim que saiu de casa, tocou o telefone.
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3.8 Orações Reduzidas
Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome
relativo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é
uma oração reduzida. Tendo a mesma classificação das orações subordinadas.
Ex. Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.
SUBSTANTIVAS
São sempre reduzidas de infinitivo, a forma nominal substantiva do verbo.
Ex: É importante corrigir o texto.
ADJETIVAS
São aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal.
Ex: O aluno não era de deixar de ler suas redações.
Havia lá um arquivo contendo leis e decretos.
ADVERBIAIS
Ocorrem na forma reduzida as orações causais, concessivas, condicionais, consecutivas,
finais e temporais:
Ex: Querendo, você conseguirá obter bons resultados nas provas.
Apesar de ler muito, não escreve bem.
3.9 Concordância
É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem
harmonicamente na frase. Assim, algumas palavras, expressões ou mesmo orações,
quando estabelecem uma relação de dependência entre si, devem demonstrar com quais
elementos estão ligadas, através das flexões: de número e gênero, para os nomes e de
número e pessoa, para os verbos. Por isso, divide-se em concordância nominal e
concordância verbal.
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3.9.1 Concordância Verbal
A concordância verbal se dá quando o verbo concorda com seu sujeito em
pessoa e número. Em geral, as características de número e pessoa são as que o verbo
deve manter em harmonia com as do substantivo.
Ex: Os novos recrutas mostraram muita disposição.
Se o sujeito for simples, isto é, se tiver apenas um núcleo, com ele concorda o verbo em
pessoa e número:
Ex: O Chefe da Seção pediu maior assiduidade.
A inflação deve ser combatida por todos.
Os servidores do Ministério concordaram com a proposta.
Quando o sujeito for composto, a regra geral é que o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear.
Para a pessoa que tiver primazia, na seguinte ordem: a 1a pessoa tem prioridade
sobre a 2a e a 3a; a 2a sobre a 3a; na ausência de uma e outra, o verbo vai para a 3a
pessoa.
Ex: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
Na concordância verbal, algumas questões costumam ocasionar dúvidas, tais
como:
1. Em casos de sujeito inexistente: emprego de verbos de fenômenos meteorológicos
(chover, ventar), verbo haver empregado no sentido de existir ou de tempo transcorrido
e verbo fazer empregado no sentido de tempo transcorrido:
Ex: Haverá descontentes no governo e na oposição.
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2. Concordância facultativa com sujeito mais próximo: quando o sujeito composto
figurar após o verbo, pode este flexionar-se no plural ou concordar com o elemento
mais próximo.
Ex: Venceremos eu e você / Vencerei eu e você / Vencerá você e eu.
3. Quando o sujeito composto for constituído de palavras sinônimas (ou quase),
formando um todo indiviso, ou de elementos que simplesmente se reforçam, o verbo
poderá ficar no singular ou no plural
Ex: A sociedade, o povo une-se para construir um país mais justo. / A sociedade, o povo
unem-se para construir um país mais justo.
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar. / A angústia e ansiedade
não o ajudava a se concentrar.
4. Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...
- o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio. / Um e outro já vieram.
5. Quando as locuções um ou outro, ou nem um, nem outro, seguidas ou não de
substantivo, exigem o verbo no singular:
Ex: Uma ou outra opção acabará sendo escolhida.
6. No emprego da locução um dos que admite-se dupla sintaxe, verbo no singular ou
verbo no plural (prevalece este no uso atual):
Ex: Um dos fatores que influenciaram (ou influenciou) a decisão foi a urgência de obter
resultados concretos.
7. O verbo que tiver como sujeito o pronome relativo quem tanto pode ficar na terceira
pessoa do singular, como concordar com a pessoa gramatical do antecedente a que se
refere o pronome:
Ex: Fui eu quem resolveu a questão. / Fui eu quem resolvi a questão.
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8. Verbo apassivado pelo pronome se deve concordar com o sujeito que, no caso, está
sempre expresso e vem a ser o paciente da ação ou o objeto direto na forma ativa
correspondente:
Ex: Vendem-se apartamentos funcionais e residências oficiais.
Obs: Nesse caso, o verbo transitivo indireto fica na terceira pessoa do singular
Ex: Trata-se de questões preliminares ao debate.
9. Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande quantidade de,
parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc.) acompanhadas de
complemento no plural admitem concordância verbal no singular ou no plural.
Ex: Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a Resolução.
10. Concordância do verbo ser: segue a regra geral (concordância com o sujeito em
pessoa e número), mas nos seguintes casos é feita com o predicativo:
- quando inexiste sujeito:
Ex: Hoje são trinta de novembro.
- quando o sujeito refere-se à coisa e está no singular e o predicativo é substantivo no
plural
Ex: O principal erro foram as manifestações extemporâneas.
- quando os demonstrativos tudo, isto, isso, aquilo ocupam a função de sujeito:
Ex: Tudo são flores.
- quando a função de sujeito é exercida por palavra ou locução de sentido coletivo: a
maioria, grande número, a maior parte, etc.
Ex: A maior parte são livros doados para a biblioteca.
- quando um pronome pessoal tem a função de predicativo:
53. 52
Ex: Naquele ano, o assessor especial fui eu.
Nos casos de frases em que são empregadas expressões é muito, é pouco, é mais de, é
menos de o verbo ser fica no singular:
Ex: Dois dias é pouco para o que pretendemos fazer.
11. Concordância do Infinitivo
A flexão do infinitivo só cabe quando ele tem sujeito próprio, em geral distinto do
sujeito da oração principal:
Ex: Não admitimos sermos nós / Não admitem serem eles.
O infinitivo é inflexionável nas combinações com outro verbo de um só e mesmo
sujeito – a esse outro verbo é que cabe a concordância:
Ex: Os sorteados não conseguem conter sua alegria.
Nas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar, mandar...) e sensitivos (sentir,
ouvir, ver...) o infinitivo pode concordar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo
pelo fato de esse sujeito (lógico) passar a objeto direto (sintático) de um daqueles
verbos:
Ex: Ele fez as pessoas entrarem.
O sujeito semântico ou lógico do infinitivo que aparece na forma pronominal acusativa
(o,-lo, -no e flexões) só pode ser objeto do outro verbo:
Ex: Ele fê-los entrar.
3.9.2 Concordância Nominal
Regra geral: adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e numerais concordam em gênero e
número com os substantivos de que dependem:
Ex: Todos os outros duzentos processos examinados...
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Todas as outras duzentas causas examinadas... Alguns casos que suscitam dúvida:
a) quite, obrigado, anexo, mesmo, próprio, leso: como adjetivos, concordam com o
substantivo em gênero e número:
Ex: Nós estamos quites com o serviço militar.
Obs.: A expressão "em anexo" é invariável.
Ex.: As cartas seguem em anexo.
b) a olhos vistos é locução com função adverbial e invariável:
Ex: A mulher envelhecia a olhos vistos.
c) “o mais... possível”, “os mais... possíveis”, “possível”: em expressões superlativas,
o adjetivo ora aparece invariável, ora flexionado
Ex: As danças do festival são as mais variadas possíveis.
As danças do festival são as mais variadas possível.
3.10 Regência
A sintaxe de regência trata das relações de subordinação que as palavras mantêm
na frase. Os termos regentes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos
dependentes (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes completam o sentido.
3.10.1 Regência Verbal
Acontece quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento
por uma preposição ou não.
Exemplos:
55. 54
Aproveitar
Aproveitar o – no sentido de tirar proveito, p. ex.: Aproveitou o descuido para
roubar.
Aproveitar no – no sentido de aplicar, p. ex.: Aproveita no lazer as horas livres.
Aproveitar com – no sentido de prevalecer-se, p. ex.: Aproveitou com a mudança da
administração.
Aproveitar-se da – no sentido de tirar proveito, vantagem, p. ex.: Aproveitou-se da
distração para furtar a bolsa.
Aspirar
Aspirar ao – no sentido de desejar ardentemente, p. ex.: Aspiro ao cargo.
Aspirar o – no sentido de respirar, p. ex.: aspirar o ar.
Declinar
Declinar o – no sentido de recusar, apartar ou enunciar o nome, p. ex.: declinar uma
responsabilidade; declinar a conversa; declinar o nome do suspeito.
Declinar para – no sentido de entrar em decadência, propender ou inclinar-se, p.
ex.: Seu corpo foi declinando para a morte. Maria declinou para o mal.
Declinar do – no sentido de eximir-se ou afastar-se, p. ex.: declinar do cargo;
declinar do caminho certo.
Implicar
Implicar o – no sentido de pressupor, importar ou demandar, p. ex.: Apreensão de
mercadorias implica um meio coercitivo para pagamento de tributo; O abandono da
criança implica a violência; O estudo implica a dedicação constante.
Implicar com – no sentido de antipatizar ou não se harmonizar, p. ex.: implicar com
os colegas; Uma opinião não implicava com a outra.
Implicar em – no sentido de fazer supor ou de importar, p. ex.: O fato de ser
contrária ao interesse da parte não implica em que a decisão seja desmotivada.
Informar
Informar o – no sentido de ensinar, p. ex.: O livro pretendia informar o leitor.
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Informar do – no sentido de comunicar, avisar, p. ex.: Informaram-no do ocorrido.
Pedir
Pedir o – no sentido de rogar, solicitar, p. ex.: Peço-lhe o favor.
Pedir por – no sentido de interceder, p. ex.: O egoísta não pede por ninguém.
Preferir
Preferir o – no sentido de escolher, p. ex.: Deus conferiu ao homem o direito de
preferir o bem ou o mal.
Preferir ao – no sentido de ter predileção, p. ex.: Prefere o teatro ao cinema.
Propor
Propor o – no sentido de sugerir, p. ex.: As crianças propuseram o passeio.
Propor ao – no sentido de ordenar, fixar, p. ex.: A lei propõe aos administrados
inúmeras restrições.
Propor de – no sentido de fazer propósito, p. ex.: Os atletas propuseram de vencer a
partida.
Propor-se a – no sentido de dispor-se a ou apresentar-se como candidato, p. ex.:
Propôs-se a ajudar-me nos estudos; Propôs-se a deputado.
Referir
Referir o – no sentido de contar, relatar, citar, p. ex.: referir o caso ao juiz; referir o
bom autor.
Referir ao – no sentido de imputar, aludir ou destinar, p. ex.: Referiu ao mestre
profundos pensamentos; Os alunos referiram boas lições aos ensinamentos do
professor.
Referir-se a – no sentido de dizer respeito, p. ex.: O ofício refere-se a assunto da
Presidência.
3.10.2 Regência Nominal
É a relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e os termos regidos por
esse nome, que é intermediada por uma preposição, a regência de uma palavra é um
caso particular. Cada palavra pede seu complemento e rege sua preposição.
57. 56
Exemplos:
acessível a digno de natural de
acostumado a, com entendido em necessário a
adaptado a, para equivalente a negligente em
afável com, para com erudito em nocivo a
aflito com, em, para,por escasso de ojeriza a, por
agradável a essencial para paralelo a
alheio a, de estranho a parco em, de
alienado a, de fácil de passível de
alusão a favorável a perito em
amante de fiel a permissivo a
análogo a firme em perpendicular a
ansioso de, para, por generoso com pertinaz em
apto a, para grato a possível de
atento a, em hábil em possuído de
aversão a, para, por habituado a posterior a
ávido de, por horror a preferível a
benéfico a hostil a prejudicial a
capaz de, para idêntico a prestes a
certo de impossível de propenso a, para
compatível com impróprio para propício a
compreensível a imune a próximo a, de
comum a, de incompatível com relacionado com
constante em inconseqüente com residente em
contemporâneo a, de indeciso em responsável por
contrário a independente de, em rico de, em
curioso de, para, por indiferente a seguro de, em
desatento a indigno de semelhante a
descontente com inerente a sensível a
desejoso de insaciável de sito em
desfavorável a leal a suspeito de
devoto a, de lento em útil a, para
diferente de liberal com versado em
difícil de medo a, de
3.11 Pontuação
Os sinais de pontuação servem para marcar pausas e a entoação na leitura; para
separar as palavras, expressões e orações e esclarecer o sentido da frase, eliminando
ambigüidades.
3.11.1 Vírgula
58. 57
Os principais casos de emprego da vírgula são:
a) para separar palavras ou orações paralelas justapostas, sem conectivo:
Ex: Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na
redação oficial.
b) para as intercalações, devem ser colocadas entre vírgulas:
Ex: O processo, creio eu, deverá ir logo a julgamento.
c) para expressões explicativas, como, isto é, ou melhor, quer dizer, ou seja, por
exemplo, etc.
Ex: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil
compreensão.
d) para conjunções coordenativas intercaladas ou pospostas:
Ex: Dedicava-se ao trabalho com afinco; não obtinha, contudo, resultados.
e) para vocativos, apostos, orações adjetivas não-restritivas (explicativas)
Ex: Terra Vermelha, romance de Domingos Pellegrini, conta a história da colonização
de Londrina.
f) para indicar a elipse (ocultação) de verbo ou outro termo anterior:
Ex: Queria mais ao filho que à filha,
g) para separar os topônimos:
Fortaleza, 12 de Junho de 2007.
59. 58
Obs: Não se usa vírgula entre termos que mantêm entre si ligação sintática, como entre
sujeito e verbo. Somente quando o sujeito for muito extenso, admite-se, no entanto, que
a vírgula o separe do predicado para conferir maior clareza ao período.
3.11.2 Ponto-e-Vírgula
O ponto-e-vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de
vírgulas internas. Aparece para separar os diversos itens ou alíneas de atos oficiais. É
também usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
3.11.3 Dois-Pontos
Emprega-se para anunciar citações, marcar enunciados de diálogo e indicar um
esclarecimento, um resumo ou uma conseqüência do que se afirmou.
Ex.: Depois de pensar um pouco, ela concordou: – Está bem. Vou com você.
3.11.4 Ponto-de-Interrogação
É usado para marcar o final de uma frase interrogativa direta:
Ex: Onde será a posse do novo presidente?
3.11.5 Ponto-de-Exclamação
É usado para indicar surpresa, ordem, espanto, piedade, admiração, súplica,
medo, etc. Na redação oficial é geralmente usado nos discursos e peças de retórica:
Ex: Retire-se imediatamente!
3.12 Colocação Pronominal
60. 59
As formas oblíquas átonas podem ser colocadas antes do verbo (próclise); no
meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
Será oportuno relembrar a posição das formas oblíquas átonas dentro do quadro geral
dos pronomes pessoais:
Retos: Oblíquos átonos: Oblíquos Tônicos:
Eu Me Mim, Comigo
Tu Te Ti, Contigo
Ele, Ela Se, Lhe, O, A Si, Consigo
Nós Nos Conosco
Vós Vos Convosco
Eles, Elas Se, Lhes, Os, As Si, Consigo
3.12.1 Ênclise
Usa-se a ênclise, principalmente:
a) Quando o verbo iniciar a oração.
Ex. Trouxe-me as propostas já assinadas.
b) Com o verbo no imperativo afirmativo.
Ex. Por favor, traga-me as propostas já assinadas.
Obs: não se principia frase com pronome átono. Ex.: Pediram-lhe (e não *Lhe pediram)
que comparecesse à reunião do Congresso.
3.12.2 Mesóclise
Usa-se a mesóclise, quando houver verbo no Futuro do Presente ou do Futuro do
pretérito do indicativo. Exemplo de conjugação do verbo queixar.
Futuro do Presente Futuro do Pretérito
queixar-me-ei queixar-me-ia
queixar-te-ás queixar-te-ias
queixar-se-á queixar-se-ia
61. 60
queixar-nos-emos queixar-nos-íamos
queixar-vos-eis queixar-vos-íeis
queixar-se-ão queixar-se-iam
3.12.3 Próclise
Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando
antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos:
Palavras Negativas: não, nada, nunca, jamais, nem, nenhum,
ninguém
Pronomes Relativos quem, o qual, que, quanto, cujo, como,
onde, quando
Pronomes Interrogativos quem, (o) que, qual, quanto (a) (s); como,
onde, quanto
Conjunções Subordinativas quando, se, como, porque, que, enquanto,
embora, logo que, etc
4 SEMÂNTICA
A semântica estuda a aplicação das palavras, expressões, frases e unidades
maiores da comunicação verbal em um contexto.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, deve-se
atentar sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas. Certificando-se de
que não há repetições desnecessárias ou redundâncias. Procurando sinônimos ou termos
mais precisos para as palavras repetidas.
4.1 Homônimos e Parônimos
Os homônimos são palavras de sentidos diferentes, mas com a mesma grafia (os
homônimos homógrafos), ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). Os
homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, diferenciam-se pelo contexto, como
nos exemplos:
almoço (substantivo) e almoço (verbo)
apoio (substantivo) e apóio (verbo)
Os homófonos são palavras de grafia diferente e de pronúncia igual, por exemplo: