1. O documento discute o uso crescente de circuitos fechados de TV e como eles legitimam o controle sob a retórica de segurança, mas também normalizam a vigilância.
2. Artistas exploram como as imagens de vigilância afetam a noção de privacidade, subjetividade e espaços públicos através de performances e instalações.
3. Há questões sobre quem é vigiado, para que fins, e como a vigilância afeta a percepção da realidade.
2. Os circuitos fechados de vídeo (CFTV) são uma presença cada vez mais comum e naturalizada nos
espaços públicos e privados de grandes cidades. Sua implantação e disseminação baseia-se em uma
retórica de combate ao crime e à insegurança, que produz, a um só tempo, controle e normatizacão
dos espaços vigiados. Este fenômeno, guardadas as devidas proporções, é global, e pode ser
observado em diversos países ao redor do mundo.
Introdução
3. Contexto
• As imagens produzidas por circuitos de vigilância
estão irremediavelmente contaminadas por um
discurso midiático de flagrante, medo e
inseguranca. Este campo de estudos é dominado
por perspectivas da sociologia, da psicologia e da
criminologia.
• Que tipo de análise do movimento é possível em
um espaço vigiado? Quais imaginarios podem ser
ativados? Como é que a arte pode contribuir para
este campo do pensamento?
5. Referências
• Michel Foucault – O modelo panóptico
• George Orwell – 1984 e o Grande Irmão
• Guy Debord - Sociedade do Espetáculo:
relações entre pessoas mediadas por imagens
• Gilles Deleuze – Sociedade de Controle: o
controle exerce-se entre todos, não mais de
um único polo irradiador
• Paul Virilio – o continuum audiovisual da
vigilância – câmeras como máquinas de guerra
7. Contexto
• Proliferação de câmeras de vigilância cresce
na mesma proporção em que aumentam as
restrições ao uso de câmeras por parte de
turistas, artistas, cineastas, jornalistas.
• Ao mesmo tempo, a vigilância é apresentada
como uma ferramenta de utilidade pública.
9. […] prática contemporânea do controle espraiada pelo campo
social, onde a questão não é mais, ou apenas, “quem vigia o
vigia?”, mas “como diferenciar vigias e vigiados?” A emergência desse
“estágio clássico” se dá, no campo das artes plásticas, já no final dos
anos 60 com as instalações de Michael Snow e Bruce Nauman; os
traços estéticos e políticos mais marcantes dos trabalhos das décadas
de 70 e 80 são, por um lado, a reorganização e modificação dos
parâmetros dos dispositivos de vigilância e, por outro, a retomada e
subversão das suas características plásticas (fixidez da
câmera, automatismo da gravação, imagem de baixa qualidade em
preto e branco). É a multiplicidade de obras nesses moldes que permite
ao critico francês Philippe Dubois fazer, em um artigo de 1987, o
seguinte diagnóstico: a “lógica da videovigilância” é “a única via
ontologicamente possível para o vídeo (...): nada a filmar, ninguém para
filmar, a filmagem se fazendo sozinha e sem traço”
Trecho do texto “Estéticas da Vigilância” -
http://www.pos.eco.ufrj.br/docentes/publicacoes/fbruno3.pdf
11. Bruce Nauman, com sua obra "Video Surveillance Piece (Public
Room, Private Room)" de 1969-1970, problematiza exatamente a
questão do corpo no espaço representacional, do sujeito
observador, do objeto observado, da cena apreendida, das
possibilidades de ausência, presença e intercambialidades destes
papéis, em espaços distintos e tempos simultâneos. A obra consiste
em dois quartos, um fechado ao público e outro aberto. Cada um dos
quartos equipado com uma câmera de vigilância posicionada em
ângulo oposto ao da parede sobre a qual está encostado um monitor
que exibe as imagens da câmera posicionada na outra sala. A sala
“pública” oferece a imagem da sala privada e a sala “privada” a
imagem da sala “pública”. Desta forma, o autor coloca em causa o
entrecruzamento destas duas esferas. Quando o espectador se
aproxima da câmera ele não se vê no monitor, mas vê a sua imagem
no monitor da sala “privada”. Desta forma o espaço privado invade o
público e vice-versa.
16. “O dispositivo câmera dá a qualquer cena que se constitua na sua
presença o status de filme, um valor documentário e um valor
ficcional. O tratamento automático da realidade de fatos visuais pela
vídeo-vigilância, sem estar combinado a uma mineração de dados e à
aplicação de filtros, produz esta equivalência entre real e simbólico
em todas as coisas filmadas.”
“A distinção entre objetivo e subjetivo tende a perder importância, se
diante da imagem, a situação ótica ou a descrição visual substituem a
ação motora. Esta interdependência entre ótico e cenográfico é um
ponto chave para nossa investigação. A cena constitui-se assim pela
visão, não pela ação. O lugar passa a valer por si mesmo, o que cria
tempos mortos e introduz uma visualidade da banalidade cotidiana”
Trechos texto Paola Barreto -
http://www2.pucpr.br/ssscla/papers/SessaoH_A20_pp466-486.pdf
20. Os circuitos de vigilância
• Legitimam-se por tres grandes eixos:
1.respeito à ordem – combate a perturbacão
da ordem publica
• 2.combate ao crime e a insegurança; proteção
a propriedade privada e a vida;
• 3. promoção do comércio e circulação de
mercadorias
24. Questões
• Os indivíduos tornaram-se
amostras, dados, mercados ou "bancos".
• As imagens servem para vender produtos? As
imagens servem para proteger pessoas? Que
pessoas?
• Que tipo de imagens estamos engajados em
produzir quando a realidade é consumida
como show? (reality shows)
26. Context Aware Vision using Image-based Active Recognition
• Track antisocial behaviour: running
people, converging people, or stationary
people, and then alert human security staff
• Marketers are interested in the behaviour of
potential customers in a commercial
setting, such as what sequence of locations do
they visit, how long they stop at particular
locations, what behavioural options do typical
customers take, etc.
27. An example of a marked up frame with heads, gaze, hands, feet and shoulders is:
28. • Modelar atenção e Controle
• Reconhecimento de atividade – robotização
do olhar.
• Quais os efeitos/ fundamentos – sociais e
simbolicos.
• Medo de direita e medo de esquerda
30. Ponto de vista sem sujeito o que asseguraria a “objetividade”
- Imagem des subjetivada
Gestão de riscos – imagem antecipatoria; preventiva.
Gosto do público por imagens da realidade
Reality Show – espetacularização da realidade
Ideia de um espaço herziano – espaço atravessado por imagens
Sousveillance Equiveillance – Steve Mann
Pontos de reflexão
40. Coreografia para prédios pedestres e pombos: coreografia de “composição em tempo
real”, na qual os participantes seguem uma série de regras e diagramas de
movimentação previamente ensaiados, mas compõem somente no instante da
apresentação uma partitura coletiva, em interação com os pedestres, com a arquitetura
e com as situações imprevisíveis do momento. Os movimentos ensaiados resgatam
ações ordinárias, o gestual urbano cotidiano e os fluxos de tempo dos pedestres, de
forma que os bailarinos misturam-se aos “ocupantes” da praça, ficando difícil de
distinguir quem está “atuando”, quem está “vivendo”. http://coreogthere.blogspot.com
41. • Uma estética da vigilância, dissociada de
práticas publicitárias, disciplinares ou policiais
é possível?
• Colocar em cena e colocar em dúvida
• INTERVENÇOES NO ESPACO PUBLICO
• Uma imagem que tende a…
• Dúvida.
• Pode ser dança, pode ser luta.
• Mudanças abruptas de trajetória.
• Semiótica dos sinais do corpo.