A Guerra Fria foi um conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Representou o antagonismo entre capitalismo e socialismo e envolveu disputas por influência geopolítica através de ações diplomáticas, econômicas e militares como a corrida armamentista nuclear. O fim da União Soviética em 1991 pôs fim à Guerra Fria.
2. Introdução
• A Guerra Fria foi um conflito que não resultou em confronto
armado, foi uma disputa ideológica entre Estados Unidos e
União Soviética, que transcorreu a partir do fim da Segunda
Guerra Mundial (1945) e findou em 1991, com o fim da União
Soviética. Esse conflito pode ser definido como uma guerra
econômica, diplomática e tecnológica que tinha como objetivo
a expansão das áreas de influências do capitalismo e do
socialismo.
• Estados Unidos e União Soviética representaram o
antagonismo entre dois modos de organização da sociedade,
da economia e das relações políticas. Sendo assim, a chamada
“guerra fria” simboliza o enfrentamento dessas duas
ideologias fomentadas pelo suporte ideológico dos valores de
ordem socialista e capitalista.
3. Princípios do conflitos
• Encerrada a Segunda Guerra Mundial, observamos que o
colapso do totalitarismo abriu portas para que Estados Unidos
e União Soviética tomassem frente à reorganização do cenário
político internacional.
• Uma primeira demonstração da cisão entre esses dois blocos
aparece na própria ocupação da Alemanha, onde os dois
países citados disputam palmo a palmo o território germânico.
• Com a construção do muro de Berlim, presenciamos a
materialização dessa disputa.
• Guerra Fria se desenvolveu através de ações governamentais
pelos líderes de cada bloco, cada um interessado em expor a
hegemonia do sistema que representava. Desse
modo, filmes, cartazes, textos e outras manifestações são
vistas como um modo de propagandear a visão de mundo de
cada um dos blocos. Apesar de significativas, tais
manifestações culturais não encerraram a questão do
desenvolvimento da guerra fria.
4. Plano Marshall
• Após a Segunda Guerra, Secretário de
Estado dos Estados Unidos, George
Marshall, propõe a criação de um
amplo plano econômico, que veio a
ser conhecido como Plano Marshall.
• Tratava-se da concessão de uma série
de empréstimos a baixos juros e
investimentos públicos para facilitar o
fim da crise na Europa Ocidental e
repelir a ameaça do socialismo entre
a população descontente.
• Durante os primeiros anos da Guerra
Fria, principalmente, os Estados
Unidos fizeram substanciais
investimentos nos países aliados, com
notável destaque para o Reino
Unido, a França e a Alemanha
Ocidental.
5. Bloqueio de Berlim (Junho/1948
- Maio/1949)
• Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe
impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha
(inclusive de sua capital, Berlim) em 4 áreas administrativas, cada uma
chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino
Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista.
• Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os
Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas
zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche
Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a ideia
e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse
modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas
pelas tropas soviéticas, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.
6. Bloqueio de Berlim
(Junho/1948 - Maio/1949)
• Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória
à União Soviética, os países ocidentais prontificaram-se a criar
uma grande ponte aérea, em que bombardeiros estado-
unidenses saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais
de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da
cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de
Maio de1949.
• Pouco depois, as zonas estado-unidense, francesa e britânica
se unificaram, originando a República Federativa da Alemanha
ou Alemanha Ocidental, cuja capital era Bonn. Da zona
soviética surgiu a República Democrática Alemã ou Alemanha
Oriental, com capital Berlim oriental.
7. Corrida Armamentista
• Terminada a Segunda Guerra
Mundial, as duas potências vencedoras
dispunham de uma enorme variedade
de armas, muitas delas desenvolvidas
durante o conflito, outras obtidas dos
cientistas alemães e japoneses.
• O maior destaque ficou com uma nova
arma não-convencional, mais poderosa
que qualquer outra arma já testada até
então: bomba atómica. Só os Estados
Unidos tinham essa tecnologia, o que
aumentava em muito seu poderio
bélico e sua superioridade militar
estratégica em relação aos soviéticos.
• Essa corrida ao armamento era movida
pelo receio recíproco de que o inimigo
passasse a frente na produção de
armas, provocando um desequilíbrio
no cenário internacional. Se um deles
tivesse mais armas, seria capaz de
destruir o outro.
8. • Além de tais recursos, os blocos desse sistema bipolar se
envolveram em questões políticas que estavam relacionadas a
expansão e a retração do capitalismo ou do socialismo ao
redor do mundo.
• Sendo assim, a guerra fria é marcada pela intervenção ou o
auxílio militar de exércitos que defendiam o interesse
ideológico do bloco que representavam.
• A Guerra da Coreia, a Revolução Chinesa, a Guerra do Vietnã e
a própria Revolução Cubana expõem a ação capitalista e
socialista em tal situação.
• Nessas situações de conflito indireto, acontecia paralelamente
uma corrida tecnológica e armamentista que também
demarcou o auge dessa disputa. O desenvolvimento de armas
nucleares, o anúncio de novas tecnologias de destruição, o
aprimoramento de armamento militar, a ampliação de
exércitos e até a exploração espacial figuravam nesse outro
braço da disputa dos blocos.
9. OTAN e Pacto de Varsóvia
• Em 1949 os EUA e
o Canadá, juntamente com a
maioria da Europa
capitalista, criaram a OTAN
(Organização do Tratado do
Atlântico Norte), uma aliança
militar com o objetivo de
proteção internacional em caso
de um suposto ataque dos
países do leste europeu.
• Em resposta à OTAN, a URSS
firmou entre ela e seus aliados
o Pacto de Varsóvia (1955) para
unir forças militares da Europa
Oriental. Logo as alianças
militares estavam em pleno
funcionamento, e qualquer
conflito entre dois países
integrantes poderia ocasionar
10. Guerras perfiéricas
• Uma marca forte da Guerra Fria foi a ausência de
confronto direto entre as duas principais
potências, porém, não foi livre de conflitos.
• Este conflitos se deram em áreas que eram
disputas pelas potências como zonas de
influência. Isso levou ao acontecimento de uma
série de guerras entre outros países.
11. Guerra da Coreia (Junho/1950 -
Julho/1953)
• O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças
militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A península da
Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao
norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da
China, comunista; era a República Popular Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul
do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e permaneceu capitalista com apoio
das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coreia
• Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de
hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado
emPanmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da
Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do
início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão
da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os
governos das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois
países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do
isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a
possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo
conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim Dae
Jung, recebeu oPrêmio Nobel da Paz em 2000
12. Guerra do Vietnã (1964 - 1975)
• A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares
envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs
o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do
Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados
Unidos.
• Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas
quando os Estados Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietname
do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre dos
vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do
norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência
que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram
incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os
vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é
visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos
Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte
assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os EUA reconheceram a
unificação do Vietnã sob o regime comunista de Ho Chi Minh.
14. A Era Gorbachev - o fim da
Guerra Fria (1985-1991)
• Mudanças políticas na Europa após 1989, incluindo a
reunificação alemã.
• Depois da gestão de Brejnev, a União Soviética teve duas
rápidas governanças, Yuri Andropov eKonstantin Chernenko, .
• Seguinte a Chernenko, o chamado último bolchevique, foi
eleito Mikhail Gorbachev, cuja plataforma política defendida
era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela
se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova
geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando
espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e
impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação
diplomática com o mundo ocidental.
15. Perestroika e Glasnost
• Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS:
a perestroika e a glasnost.
• Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para
Gorbachev, não seria necessário erradicar o sistema socialista,
mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele
passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o
que implicou diminuição de armamentos e a retirada das
tropas soviéticas do Afeganistão.
• Glasnost: a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a
transparência do governo para a população, retirando a
forte censura que o governo comunista impunha.