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Apresentação
Meu nome é Thiago Merlo e sou Professor de Educação Física. Além de Doutorando em Educação, Mestre
em Educação, Especialista em Docência Superior, Especialista em Engenharia de Software e Licenciado
em Educação Física, sou servidor público. Lecionei em graduações e sazonalmente trabalho com
preparação presencial de concursos públicos da Educação Física.
Em 1999, ingressei no serviço público como Técnico em Processamento de Dados da IplanRio – Empresa
Municipal de Informática – da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Entre 2011 à 2013, lecionei na Rede
Municipal de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como Professor de Educação Física. Em
2014, ingressei na UNESA/RJ – Universidade Estácio de Sá – como Professor de Tecnologia da
Informação.
O ebook é uma reunião de artigos publicados em 2015 nos Portais Thiago Merlo (www.thiagomerlo.com.br)
e Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br). Os textos são reflexões sobre Educação Física e
assuntos correlatos, por exemplo concursos públicos, lazer e cultura corporal.
Nosso primeiro ebook é um sucesso de downloads. Chegamos aos milhares! Por isso elaboramos um novo
ebook gratuito, objetivando melhorar ainda mais sua preparação para os novos desafios.
Comece agora sua preparação e construa um novo futuro na sua formação profissional.
Bons estudos!
Em 22 de Abril de 2015,
Thiago Merlo
Índice
Artigo 1 – Qual a banca organizadora mais complexa no cenário dos concursos públicos da
Educação Física?..................................................................................................................................2
Artigo 2 – Como estudar os Aspectos Legais da Educação Física para os concursos públicos?.........3
Artigo 3 – Qual a diferença entre as Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da
Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação Física?.......................................................5
Artigo 4 – Você sabe o que estudar nos Conhecimentos Pedagógicos?...............................................6
Artigo 5 – AAbordagem Pedagógica Saúde Renovada é o mesmo que a Tendência Histórica
Higienista da Educação Física?............................................................................................................8
Artigo 6 – O purismo da Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física.............10
Artigo 7 – Por que somos tão receptivos a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação
Física?.................................................................................................................................................11
Artigo 8 – Saiba como estudar as Abordagens Pedagógicas Críticas da Educação Física.................12
Artigo 9 – Meu concurso público não tem sugestões ou referências bibliográficas. O que fazer?....14
Artigo 10 – Porque a educação que você recebeu não te serve mais.................................................15
1
Artigo 1 – Qual a banca organizadora mais complexa
no cenário dos concursos públicos da Educação
Física?
A banca organizadora mais complexa no cenário dos concursos públicos da Educação Física é
aquela que você não conhece.
Se você deseja muito passar num determinado concurso, mas nunca participou de seleção pública
realizada por esta banca, nunca fez exercícios confeccionados por ela, nunca se atentou aos detalhes
que formam a “personalidade” da banca e nunca entendeu porque foram escolhidos estes e não
aqueles conteúdos, então chegou a hora de rever seus conceitos.
As bancas organizadoras possuem “personalidade”. Ou seja, as bancas não fazem todos os
concursos partindo do “zero”. Os elaboradores de questões trabalham para a mesma banca em
vários concursos, transformando a seleção pública em algo relativamente previsível.
O tempo e a frequência de concursos realizada pela mesma banca permite aos candidatos analisar
probabilidades de surgimento de questões sobre determinados conteúdos.
Por exemplo, a CEPERJ – banca organizadora de todos os concursos públicos para o magistério do
Estado do Rio de Janeiro – é considerado por muitos candidatos a pior banca organizadora do
mundo! O CEPERJ é forte em questões, cujos conteúdos estão ligados as ciências sociais e
humanas, especialmente as questões históricas e pedagógicas.
Os candidatos “piram” só de pensar em tais conteúdos!
A UnB – banca organizadora dos concursos públicos para o Distrito Federal – é categórica no trato
das legislações, documentos oficiais e abordagens pedagógicas da Educação Física. O candidato
deve ser um especialista na compreensão dos fenômenos sociais e políticos da Educação Física.
O que é preciso ser feito não é tão complicado. Basta apenas focar nas leituras das bibliografias
sugeridas, fazer MUITOS exercícios da banca examinadora e selecionar exercícios da banca
escolhida com, no máximo, cinco anos de publicação.
Siga as orientações, faça seus resumos e corra para o sucesso.
2
Artigo 2 – Como estudar os Aspectos Legais da
Educação Física para os concursos públicos?
O artigo é resultado de uma salutar troca de e-mails com uma colega de profissão. Dentre as várias
dúvidas sanadas sobre preparação para concursos públicos da Educação Física, questiona-se sobre
os conteúdos necessários para o estudo dos Aspectos Legais da Educação Física.
Os documentos oficiais e legislações que citam, abordam e debatem questões relativas ao esporte,
lazer, atividade física, bem-estar e saúde preventiva, associando com o Sistema Educacional
Brasileiro, podem ser considerados Aspectos Legais da Educação Física.
Segue os documentos oficiais e legislações que compõe os Aspectos Legais da Educação Física:
• CF – Constituição Federal / 1888.
• LDB – Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional.
• ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente / 1990.
• PCN´s da Educação Física – Parâmetros Curriculares Nacionais / 1998.
• Código de Ética da Profissão.
• Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006 – Dispõe sobre incentivos e benefícios para
fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências.
• Lei nº 11.342, de 18 de agosto de 2006 – Dispõe sobre o Dia do Profissional de Educação
Física.
• Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003 – Altera a redação do art. 26, § 3o, e do art. 92 da
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional”, e dá outras providências.
• Lei nº 10.328, de 12 de dezembro de 2001 – Introduz a palavra “obrigatório” após a
expressão “curricular”, constante do § 3o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
• Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998 – Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de
Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação
Física.
• Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 – Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providências Conhecida como LEI PELÉ.
São muitos documentos, textos e leis. A pergunta seguinte é: o que deve ser estudado?
A orientação é focar nos artigos da CF que citam educação, esporte, cultura e lazer; todo a LDB que
propicia estudos mútuos para os exercícios sobre conhecimentos pedagógicos e conhecimentos
específicos; nos artigos do ECA que citam educação, atividade física, brincadeiras, esporte, cultura
e lazer e ignorar os artigos sobre as medidas sócio-protetivas; todo os PCN´s, de “cabo a rabo”; e
superficialmente o Código de Ética.
E como essas orientações foram construídas?
Com base em eventos estatísticos. É muito mais fácil surgir uma questão sobre PCN´s do que Lei
Pelé.
3
Infelizmente e por incompetência das bancas organizadoras, as questões, não raramente, trazem a
letra da lei. Ou seja, solicitam aos candidatos que apontem número de artigos ou parágrafos,
obrigando o candidato a reproduzir certos conhecimentos absolutamente irrelevantes ao certame,
bem como ao serviço público.
4
Artigo 3 – Qual a diferença entre as Tendências
Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da
Educação Física e Abordagens Pedagógicas da
Educação Física?
Em meio aos estudos necessários para os concursos públicos, os candidatos se confundem com
termos similares, porém com significados distintos. E as perguntas sempre convergem para os
mesmos pontos: o que significam e/ou qual a diferença entre as Tendências Pedagógicas da
Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação
Física?
As Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens
Pedagógicas da Educação Física são assuntos diferentes e que, não raramente, confundem
candidatos dos concursos públicos. Abaixo apresentaremos algumas ponderações, esclarecendo o
que são e por que são coisas distintas.
Tendências Pedagógicas da Educação são correntes de pensamento sobre os fundamentos da
Educação, cujo referencial ideológico e político são liberais e progressivistas. Ou seja, quando a
Educação tende a ser de “direita” ou de “esquerda”, com subvariações.
Tendências Históricas da Educação Física (ou Abordagens Históricas da Educação Física) são
aquelas preconizadas e defendidas pelo Professor Paulo Ghiraldelli Júnior e tantos outros
historiadores da área. Ghiraldelli classifica as Tendências Históricas da Educação Física como
Higienista, Militarista, Pedagogicista, Militarista e Popular. Através de períodos bem delimitados, o
autor explicita cada momento histórico do Brasil e da Educação Física Brasileira.
Abordagens Pedagógicas da Educação Física são um conjunto de pensamentos sobre a Educação
Física correlacionando pressupostos teóricos defendidos, explicitados e enaltecidos por seus
autores. João Batista Freire defende o Construtivismo; Go Tani o Desenvolvimentismo; O Coletivo
de Autores defende o Marxismo Ortodoxo.
Em caso de dúvida, vale a pena ler os autores mais recorrentes dos concursos e principalmente as
obras de Suraya Darido, cuja contribuição maior foi pesquisar, interpretar e apresentar os
pensamentos de modo organizado, pedagógico e didático.
5
Artigo 4 – Você sabe o que estudar nos Conhecimentos
Pedagógicos?
A resposta para pergunta é fundamental. Por isso apresentamos os tópicos e sugestões bibliográficas
mais recorrentes nos concursos públicos no eixo pedagógico. O material abaixo foi extraído do
último concurso público para Professor de Educação Física do Governo do Estado do Rio de
Janeiro em 2015. A banca organizadora é a CEPERJ, classificada como uma das examinadoras mais
complexas das seleções públicas brasileiras.
Estudar pelos conteúdos mais difíceis ajuda a melhorar sua preparação. Confira!
Tópicos:
Fundamentos da Educação: aspectos filosóficos, psicológicos, sociológicos, biológicos e
antropológicos. A História do Pensamento Pedagógico Brasileiro: teoria da educação, as diferentes
correntes do pensamento pedagógico brasileiro. A Organização da Educação Brasileira: aspectos
legais, aspectos políticos; o projeto político pedagógico, planejamento, diagnóstico, pedagogia de
projetos, a avaliação e Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Educação seus
diferentes processos. A formação de professores para as séries iniciais do ensino fundamental:
realidade atual, avanços e retrocessos. O Professor do Ensino Fundamental na Lei 9394/96. O Papel
do professor na sociedade do conhecimento e as novas possibilidades tecnológicas no processo
ensino/aprendizagem e no acesso ao conhecimento. Aspectos teóricos e metodológicos da prática
escolar, a diversidade na educação. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. A Questão
da Alfabetização. O currículo, sua estruturação e organização. A democratização da educação e o
processo de gestão participativa. A Educação Especial e a Inclusão na Educação. A Educação de
Jovens e Adultos.
Sugestões Bibliográficas:
ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem? São Paulo. Summus, 1985.
ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre, Artmed, 2001.
AQUINO, Júlio (org.). Erro e fracasso na escola. São Paulo. Summus 1997.
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adria Veríssimo Veronese. 7ª ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas. Autores Associados, 2001 BRASIL,
Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília. MEC.
BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais. Brasília. MEC, 1997.
CANDAU, Vera Maria (org.). Didática, currículo e saberes escolares. Rio de Janeiro, DP& A, 2001.
CARVALHO, Rosita E. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto
Alegre. Mediação, 2000.
COLL, César. Psicologia e currículo. São Paulo. Ática, 1999.
COLL, César e Cols. Os Conteúdos na Reforma: ensino, aprendizagem de conceitos, procedimentos
e atitudes. Porto Alegre. Artmed, 2000.
COLL, César; PALACIOS, Jesus & Marchesi, Álvaro (orgs.). Desenvolvimento Psicológico e
Educação: Psicologia da Educação (vol.3) Porto Alegre: ArtMed, 1995.
CONTRERAS, José. A autonomia dos professores. São Paulo. Cortez, 2002.
DELORS, Jacques. A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre. Artmed,
6
2005.
DEMO, Pedro. Saber Pensar, São Paulo, Cortez Editora.
ESTEBAN, Maria Tereza, Escola, Currículo e Avaliação. São Paulo: Cortez Editora.
FREIRE, P., Pedagogia da autonomia. São Paulo. Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo, Editora Olho D ́água,1997
GADOTTI, Moacyr. Uma só escola para todos. Caminhos da autonomia escolar. Petrópolis, Vozes,
2000.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre. Mediação, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João Ferreira de, TOSCHI, Mira Seabra. Educação escolar:
políticas, estrutura e organização. São Paulo. Cortez, 2005.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo. Cortez, 2006.
LUCKESI, Cipriano. Filosofia da Educação
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Currículo: Políticas e práticas.9ª edição, Campinas,
SP:Papirus, 2006.
OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.). Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos.
Petrópolis. Vozes, 1997.
OROFINO, Maria Isabel. Mídias e Mediação Escolar: pedagogia dos meios, participação e
visibilidade.
São Paulo, Cortez Editora.
ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis. Vozes, 1988.
SACRISTÁN, J.Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª edição. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
SANTOS, Mônica P. dos & PAULINO, Marcos M. (orgs.). Inclusão em educação: cultura, políticas
e práticas. São Paulo. Cortez, 2006.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo. Cortez, 1998.
SAVIANI, Dermeval. A nova lei de educação – LDB: trajetória, limites e perspectivas. São Paulo.
Autores Associados, 1997.
VASCONCELLOS, Celso. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de
transformações. São Paulo. Liberdad, 2003.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino- aprendizagem e projeto
político pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 16ª edição, São Paulo:
Libertad Editora, 2006.
VEIGA, Ilma Passos A.; RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de (org.). Escola: espaço do projeto
políticopedagógico. 8ª edição, Campinas, SP: Papirus, 2005.
VEIGA, Ilma Passos (org,). Quem sabe faz a hora de construir o projeto político pedagógico.
Campinas, Papirus, 2007.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo. Ática, 2002.
ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre. Artmed, 1998.
7
Artigo 5 – A Abordagem Pedagógica Saúde Renovada é
o mesmo que a Tendência Histórica Higienista da
Educação Física?
A quantidade de pessoas que fazem esta pergunta é enorme. Quem se aventura a entender a
Abordagem Pedagógica Saúde Renovada e já conhece a Tendência Histórica Higienista da
Educação Física ora se confunde, ora acredita estudar algo repetido, ora acha que nada entendeu dos
dois temas.
Antes da explicação sobre cada assunto, bem como suas diferenças, é fundamental compreender o
que é o Higienismo.
O Higienismo é uma doutrina oriunda da Europa e popularizada no Brasil durante o final do século
XIX. Seu objetivo afirma que o desenvolvimento global do ser humano só ocorreria com a ausência
total e irrestrita de doenças na sociedade, fazendo com que os princípios da eugenia se difundissem
entre a população. Parte dos fundamentos do higienismo são importantes, pois o debate popular fora
iniciado através do cuidado com a higiene, saúde, bem-estar, atividade física e qualidade de vida,
seja em âmbito individual ou coletivo.
Um dos maiores dos problemas do higienismo era seu método de disseminação…
Iniciou-se um movimento de saúde pública que mudaria o Brasil Império. A vacinação era algo
novo e, por puro despreparo político, era realizado à força, invadindo casas, cortiços e habitações
paupérrimas. Surgiram os primeiros sistemas públicos de distribuição de água e saneamento básico.
E se o progresso solicitasse desapropriações, elas ocorreriam sem milongas, despejando famílias ou
desalojando quem impedissem os interesses do império.
Os traços mais primitivos da Educação Física enquanto área de conhecimento institucionalizada
surgem no higienismo.
As décadas seguintes abalizaram a necessidade da Educação Física em promover saúde, qualidade
de vida e bem-estar através das atividades físicas. Sabemos que a Educação Física é mais complexa
em termos epistemológicos e suas responsabilidades são para muito além do físico. Contudo a
influência do higienismo é forte e percebida até hoje.
A Tendência Histórica Higienista da Educação Física defendida por Paulo Ghiraldelli Jr. debateu o
papel histórico das atividades físicas em meio ao higienismo durante o período de 1889
(Proclamação da República) até 1930 (Início da Era Vargas). A bem da verdade, a Educação Física
estava implantada nas escolas e academias militares, reproduzindo métodos ginásticos europeus. A
Reforma Couto Ferraz de 1854 e as intervenções políticas de Ruy Barbosa facilitaram a população
possuir um “corpo são e mente sã”.
AAbordagem Pedagógica Saúde Renovada da Educação Física também coloca a saúde em primeiro
lugar. Seus principais idealizadores são Guedes e Narras. Contudo seria equivocado afirmar que a
abordagem é um “novo movimento higienista”.
A abordagem aparece num momento histórico distinto, cuja maturidade da população acerca dos
8
assuntos ligados a saúde pública são diferentes. No início do século XX, quem “precisava” da
atividade física eram aqueles que dela tirariam seu sustento. Corpo forte para trabalhar mais. O país
era quase exclusivamente rural com desenvolvimento industrial nulo. Força humana e animal eram
sinônimo de progresso (sic).
Só é possível analisar aos assuntos a luz do seu contexto na qual apresenta-se no cenário acadêmico,
respeitando suas formas de interagir tanto com as pessoas, quanto com seus conteúdos correlatos.
9
Artigo 6 – O purismo da Abordagem Pedagógica
Desenvolvimentista da Educação Física
A Educação Física pode ser compreendida de formas variadas. Qualquer professor que reclame um
tipo exclusivo de ensino e aprendizagem associado aos movimentos humanos corre o risco de, no
mínimo, ser tratado como um profissional equivocado. Porém há algumas formas de “enxergar” a
área, bem como as atividades físicas, evocando o senso comum. Por isso a Abordagem Pedagógica
Desenvolvimentista da Educação Física é observada como uma reflexão que resgata o purismo da
área.
O principal autor da Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física é o professor,
mestre, doutor e pesquisador Go Tani.
Dentre as várias abordagens disponíveis para estudo e preparação para concursos públicos, a
Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física é a que melhor pode ser observada
através das relações pragmáticas entre docente e discentes. Ou seja, traz a luz o ápice da relação
causa e efeito durante as atividades físicas.
Contudo não se trata de pragmatismo destinado ao funcionalismo barato. A abordagem compõem
um conjunto de reflexões, cujos objetivos são expressos, abalizados e, quando aplicados de forma
correta, são úteis e alcançam bons resultados.
Em síntese, o que a Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física preconiza é
que o movimento tem fim em si próprio. Ainda que haja propositadamente um refute ao
“movimento físico politizado”, Go Tani sempre estabeleceu relações muito próximas com outros
grandes pensadores da Educação e Educação Física.
O purismo, ora colocado pelos alunos e estudiosas da abordagem, é oriundo do processo avaliativo
da abordagem: a Educação Física é realizada para o crescimento e desenvolvimento motor dos
discentes. As atividades apresentadas através de jogos, brincadeiras e o esporte conservam e
desenvolvem as valências esperadas para cada faixa etária.
10
Artigo 7 – Por que somos tão receptivos a Abordagem
Pedagógica Construtivista da Educação Física?
A preparação para os concursos públicos da Educação Física nos mantém em contato com
conteúdos novos que, por vezes, são muito agradáveis. E quando nos deparamos com conteúdos
conhecidos que foram pequenos tormentos durante a graduação, reavivamos um sentimento pouco
agradável e o “deja vu” surge como estaca em nosso peito. Contudo um dos temas de mais fácil
leitura e agradabilidade é a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física. Ela nos
remete aos momentos mais ternos da nossa infância, formação pessoal e profissional: a ludicidade.
O principal autor e Professor de Educação Física da Abordagem Pedagógica Construtivista da
Educação Física é João Batista Freire. Professor, mestre, doutor e autor de diversos livros sobre o
assunto, Freire discorre sobre o Construtivismo de forma simples e acessível, evitando termos
rebuscados e permitindo que nossas referências pessoais sejam evocadas para melhor
compreendermos as questões técnicas.
Sabemos que o Construtivismo é fruto das reflexões do pensador suíço Jean Piaget. Sem qualquer
exagero, Piaget foi um dos maiores estudiosos do crescimento e desenvolvimento humano,
produzindo estudos que ratificaram posições duradoras: todas pessoas têm limitações de
crescimento e desenvolvimento, sempre atrelados ao tempo, espaço e ambiente. E quando os
elementos sãos prósperos e favoráveis, o progresso não ocorre mais rápido, mas de modo bem mais
consistente.
Ou seja, os estudos de Piaget colocaram por terra pensamentos pragmáticos errôneos, tais como:
“quanto maior for a estimulação, mais rápido será o crescimento e desenvolvimento”. E os estudos
elaborados a partir da obra de Jean Piaget apontam que os domínios afetivos, cognitivos e sensório-
motores devem ser respeitados durante a estimulação, equilibração e maturação do indivíduo.
AAbordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física é a personificação da beleza intelectual
de Jean Piaget*. Através de atividades lúdicas, jogos, brinquedos cantados e o esporte, retornamos
ao passado e brincamos de lembrar como fomos felizes nos movimentando ativamente. O jogos
fornecidos por nossos professores foram pensados sob um panorama de desenvolvimento dos
domínios.
Não é apenas a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física que “bebe da fonte”
deixada por Piaget. A Psicomotricidade, Psicopedagogia e tantas outras abordagens pedagógicas são
exemplos de correntes de estudo focadas na obra do autor suíço.
Nos concursos públicos, o objetivo principal é entender quem foi e o que fez Piaget. A Abordagem
Pedagógica Construtivista da Educação Física, além de muito agradável, se tornará um conteúdo
fácil de ser aprendido.
* – A afirmação é de cunho estritamente pessoal.
11
Artigo 8 – Saiba como estudar as Abordagens
Pedagógicas Críticas da Educação Física
As Abordagens Pedagógicas Críticas da Educação Física são um dos maiores “vilões” na
preparação para os concursos públicos da área. Apesar das abordagens críticas não possuírem
estruturas epistemológicas tão diferentes comparadas com as demais abordagens, os candidatos
insistem em reafirmar suas dificuldades.
A Abordagem Pedagógica Crítica superadora da Educação Física consiste numa reflexão produzida
ao longo de alguns anos e por várias mãos. O principal viés filosófico e político da abordagem é o
Marxismo Clássico e o Materialismo Dialético.
Ou seja, compreender o básico sobre filosofia política, marxismo, socialismo e liberalismo são
fundamentais para compreensão da proposta, considerando que as questões técnicas já fazem parte
do universo acadêmico do graduado ou graduando em Educação Física.
Veja a influência do marxismo no livro “Metodologia de Ensino de Educação Física” do Coletivo
de Autores.
[…] os interesses imediatos da classe trabalhadora, na qual se incluem as camadas populares,
correspondem à sua necessidade de sobrevivência, à luta no cotidiano pelo direito ao emprego,
enfim, às condições dignas de existência. Os interesses imediatos da classe proprietária
correspondem às suas necessidades de acumular riquezas, gerar mais renda, ampliar o consumo, o
patrimônio etc. ainda com relação a essa classe, seus interesses históricos correspondem à sua
necessidade de garantir o poder para manter a posição privilegiada que ocupa na sociedade e a
qualidade de vida construída e conquistada a partir desse privilégio (SOARES et al., 1992, p. 24).
A Abordagem Pedagógica Crítica emancipatória da Educação Física é um braço mais recente da
criticidade nas reflexões sobre Educação Física. Enquanto a abordagem crítica superadora abarca a
ideia de justiça social, a abordagem crítica superatória defende a transformação social. Um
posicionamento bem menos imponente no cenário social.
Sua compreensão passa pelos conceitos de marxismo pós-moderno e Escola de Frankfurt através de
ponderações sobre questões de gênero, raça, credo e valores sociais.
Observe o menor grau de “rigidez conceitual” da Abordagem Pedagógica Crítica emancipatória da
Educação Física:
Fica evidente que para essa compreensão do esporte os alunos devem ser instrumentalizados além
de capacidades e conhecimentos que lhes possibilitam apenas praticar o esporte. Nesse sentido, é de
mais alta importância, sem dúvida, a competência comunicativa que lhes possibilita a comunicação,
não apenas sobre o mundo dos esportes, mas para todo o seu com o mundo social, político,
econômico e cultural (KUNZ, 1994, p. 29-30).
O objetivo deve ser o abalizamento das questões que dão origem as abordagens, respeitando seu
contexto acadêmico e social. E assim a preparação para os concursos públicos tenderá a ser mais
suave.
12
Referências Bibliográficas
SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N. Z.; VARGAL, E.; FILHO, L. C.; ESCOBAR, M. O.;
BRACHT, V. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
KUNZ, E. Educação física: ensino & mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991.
______. Transformação didáticopedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Record, 1988.
13
Artigo 9 – Meu concurso público não tem sugestões ou
referências bibliográficas. O que fazer?
Por mera falta de regulamentação, os contratantes e organizadores de concursos públicos tem a
prerrogativa de lançarem novas seleções sem sugestões ou referências bibliográficas. Isso é, além
de absurdo, preocupante. O candidato não tem como e por onde guiar seus estudos preparativos.
Então o que deve ser feito para atenuar a falta de referências de estudo?
Os conteúdos dos concursos públicos da Educação Física tem uma “espinha dorsal”. Ou seja, alguns
temas são mais ou menos recorrentes estatisticamente dentre as questões apresentadas. Questões
sobre aspectos legais são praticamente certas em todos os concursos públicos. Aspectos
psicológicos da Educação Física já são raríssimos dentre as questões.
O primeiro passo é elencar os conteúdos mais recorrentes dentre os concursos públicos da Educação
Física. No eBook Gratuito do Portal Educação Física Concursos já está tudo selecionado. Em
seguida, você deve ler os livros sugeridos de cada conteúdo. E finalmente dedicar mais tempo de
estudo aos conteúdos que possuem maior chande aparacerem. Por exemplo, se você pode estudar 4
horas todos os dias, separe 2 horas para os PCN´s, 1 hora para as abordagens pedagógicas da
Educação Física, 30 minutos para aspectos das ciências da saúde e 30 minutos para aspectos
psicológicos da Educação Física.
Essa sugestão é apenas ilustrativa. Você deve fazer sua própria organização. A sugestão é para
exemplificar que a distribuição do tempo é diretamente relacionada com a chance estatística de um
determinado conteúdo aparecer na seleção pública.
14
Artigo 10 – Porque a educação que você recebeu não
te serve mais
Talvez você não saiba, mas o sistema educacional na qual todos nós fomos inseridos têm suas bases
datadas do século V, período em que a Igreja assume parte das funções de Estado – entre elas a
educação – decorrente da Queda do Império Romano.
Como o acesso à educação deixou a exclusividade da nobreza, a burguesia exigia formação
intelectual ampla e qualificada para seus filhos. Ao longo dos séculos, a Igreja sistematiza a
educação, dividindo o conhecimento em grandes áreas como línguas, matemática, geometria, artes,
história, ciências naturais, astrologia e até ciências militares. Os livros, bem como os métodos de
escrita e impressão, são geridos por grupos religiosos e disponibilizados ao público com
parcimônia. Afinal conhecimento é poder.
A população cresceu por cinco séculos e com ela a demanda pela universalização do conhecimento.
Surgem instituições exclusivas para educação, munidas de profissionais inspirados na figura do
pedagogo. São abertas salas de aulas e as classes seriadas de ensino. A formação educacional foi
dividida em básica, média e superior.
Estamos falando de um sistema educacional vitorioso. São cinco séculos a educar as elites,
universalizando informações outrora disponíveis a pequenos grupos tomadores de decisão.
Podemos afirmar que o sistema de educação universal atendeu seus propósitos, observando dois
parâmetros básicos. O primeiro é a competência tática e estratégica em gerir um modelo de ensino,
observando e atualizando os anseios da população. O segundo refere-se a gestão do conhecimento,
definindo quem teria acesso as informações, limitando a quantidade e a qualidade das decisões. A
opção de tornar finito o acesso ao conhecimento sempre foi moralmente questionável, porém
bastante útil. O maior de todos os movimentos a afrontar o “monopólio do conhecimento” foi o
Iluminismo.
Os dois parâmetros básicos se mantiveram estáveis até meados do século XX até que uma nova
aurora resplandeceu no horizonte (que piegas…).
Os avanços nos meios de comunicação alteraram o modo como a informação e o conhecimento
chegavam as pessoas. As correspondências de longa distância, eletricidade, telégrafo, telefone, rádio
e TV trouxeram mudanças de paradigma. O aperfeiçoamento dos meios de comunicação como
transmissões de TV via satélite, telefones celulares e principalmente a internet são os ratificadores
da mudança pela qual a informação e o conhecimento se propagam pelo mundo.
O sistema de educação universal não é mais gerido pela Igreja. Discussões de várias naturezas
foram travadas em meio a uma nova sociedade pós-Revolução Industrial. A academia –
especialmente as universidades – apresentaram estudos e pesquisas sobre diversos campos do saber,
tornando a ciência mais madura e menos questionável. A educação foi posta em voga por
pensadores como Jean Piaget, Henri Wallon, Lev Vygotsky, Célestin Freinet e Reuven Feuerstein.
No Brasil surgem grandes nomes como Paulo Freire, Moacir Gadotti, Anísio Teixeira e Rubens
15
Alves.
Então por que a educação que recebemos não nos serve mais?
Você e a maioria das pessoas foram educadas formalmente durante a segunda metade do século XX
e/ou no século XXI. Somos “filhos da revolução dos meios de comunicação” e por isso toda nossa
educação, em tese, já estaria adaptada ao universo digital. Se você pensou assim, lamento informar:
você errou.
Os cinco séculos de educação formal, repito, são vitoriosos, mas seu ciclo de vida está chegando ao
fim. As escolas ainda preconizam um modelo que não mais atendem os anseios da sociedade
contemporânea. Os alunos são postos em fileiras, de fronte aos “detedores do saber” dizendo-lhes o
que é certo e errado, ditando normas de conduta e proferindo falácias de um mundo diferente da
realidade.
O compositor Renato Russo, auspicioso na sua forma de descrever o mundo, afirma: “Quando
nascemos somos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA de
9h (A.M.) às 6h (P.M)”. Ainda na juventude, um dos seus maiores dramas era não ser compreendido
por um sistema que não educa, mas impõe padrões e persegue os que não se adaptam. Os músicos
Lobão e os ingleses Tony Iommi e Eric Clapton também tiveram problemas na escola.
A escola não ensina, mas reproduz conhecimentos sistematicamente, desconectado da vida real.
Segundo Rubens Alves, a escola não deveria se preocupar com o conhecimento, pois os mesmos
estão nos “livros e por ai”. O dever da escola contemporânea é educar o aluno a se educar. Não mais
dizer o que deve ser estudado, mas permitir-lhes que busque o conhecimento no seu tempo, espaço
e momento etário. A escola deve apenas direcionar e guiar através do caminho do conhecimento
para que a tomada de decisão seja exclusivamente do aluno. Sem dúvida, os meios de comunicação
como a internet devem ser observados como indeléveis veículos para que o conhecimento seja
democratizado. E a escola é insipiente quando trata das tecnologias.
Esqueçam as classes seriadas! O mundo não diz qual é o seu nível. Ninguém sequer tem o direito
sobre outro ser humano de dizer qual é o seu nível. Você se encaixa no mundo e faz dele um lugar
melhor para viver. Se você adquire conhecimento de forma livre, por que a escola pode afirmar o
que, como, onde e por que o conhecimento será oferecido ou aplicado?
E as avaliações, testes e provas? Um momento de terror “ofertado” desde a mais tenra idade até os
últimos dias de estadia na educação formal. Nenhum professor pode dizer que o aluno realmente
aprendeu, observando os tipos e critérios de avaliação, assim como o aluno não apresenta todo seu
potencial por que chegou o dia e a hora. Aprender, ensinar e produzir conhecimento é um processo
lento, longo e gradual. Não é a prova – ou algo que o valha – que ratificará ou acelerará o processo.
Você percebeu que a(s) escola(s) por onde passou não te prepararam para o mundo, mas para mudar
de “série” ou “ano”. Ninguém te educou, mas te instruíram. Assim como fazem os instrutores dos
Centros de Formação de Condutores – as antigas autoescolas: você fez as aulas práticas e pode até
ter sido aprovado pelo DETRAN do seu estado, mas provavelmente não aprendeu a dirigir.
A escola deve te “por no mundo” vivendo, sentindo, agindo, atuando, sendo protagonista da sua
16
própria vida. As instituições de ensino devem fomentar o interesse pelos grandes pensadores e
referenciá-los entre os discentes para que seus nomes e idéias ecoem eternamente.
O sentido da educação é a progredir a espécie. Não se trata de funcionalismo barato, mas uma
forma de garantir que nossa breve estadia nesse planeta faça algum sentido. A escola formal sempre
pensou desta forma e precisa se renovar para continuar a existir.
Contudo nem tudo são trevas na educação. Alguns dos nossos irmãos além-mar e patrícios já
modificaram seus modos de agir e pensar a educação. A Escola da Ponte, localizada no Porto em
Portugal, aboliu as séries e restituiu a figura do pedagogo como facilitador do processo de ensino e
aprendizagem. As turmas têm 5 ou 6 alunos com idades diferentes e aproximadas, ocupando o
mesmo espaço físico. Os discentes são direcionados pelo caminho do conhecimento. Eles decidem
como e quando trilhá-lo. Os resultados têm sido, no mínimo, satisfatórios, pois o objetivo da escola
é formar pessoas para contribuírem com outras pessoas.
A educação recebida por todos nós teve serventia, mas só até a “página 12”. Tudo que nos fez seguir
em frente foram nossas próprias decisões. Devemos compreender que nem todos são autônomos e
emancipados por natureza, sendo para alguns a necessária intervenção institucional, popularmente
conhecido como “empurrãozinho”. A escola contemporânea deve preparar o indivíduo para o
mundo e não para a própria escola.
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  • 1.
  • 2. Apresentação Meu nome é Thiago Merlo e sou Professor de Educação Física. Além de Doutorando em Educação, Mestre em Educação, Especialista em Docência Superior, Especialista em Engenharia de Software e Licenciado em Educação Física, sou servidor público. Lecionei em graduações e sazonalmente trabalho com preparação presencial de concursos públicos da Educação Física. Em 1999, ingressei no serviço público como Técnico em Processamento de Dados da IplanRio – Empresa Municipal de Informática – da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Entre 2011 à 2013, lecionei na Rede Municipal de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como Professor de Educação Física. Em 2014, ingressei na UNESA/RJ – Universidade Estácio de Sá – como Professor de Tecnologia da Informação. O ebook é uma reunião de artigos publicados em 2015 nos Portais Thiago Merlo (www.thiagomerlo.com.br) e Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br). Os textos são reflexões sobre Educação Física e assuntos correlatos, por exemplo concursos públicos, lazer e cultura corporal. Nosso primeiro ebook é um sucesso de downloads. Chegamos aos milhares! Por isso elaboramos um novo ebook gratuito, objetivando melhorar ainda mais sua preparação para os novos desafios. Comece agora sua preparação e construa um novo futuro na sua formação profissional. Bons estudos! Em 22 de Abril de 2015, Thiago Merlo
  • 3. Índice Artigo 1 – Qual a banca organizadora mais complexa no cenário dos concursos públicos da Educação Física?..................................................................................................................................2 Artigo 2 – Como estudar os Aspectos Legais da Educação Física para os concursos públicos?.........3 Artigo 3 – Qual a diferença entre as Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação Física?.......................................................5 Artigo 4 – Você sabe o que estudar nos Conhecimentos Pedagógicos?...............................................6 Artigo 5 – AAbordagem Pedagógica Saúde Renovada é o mesmo que a Tendência Histórica Higienista da Educação Física?............................................................................................................8 Artigo 6 – O purismo da Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física.............10 Artigo 7 – Por que somos tão receptivos a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física?.................................................................................................................................................11 Artigo 8 – Saiba como estudar as Abordagens Pedagógicas Críticas da Educação Física.................12 Artigo 9 – Meu concurso público não tem sugestões ou referências bibliográficas. O que fazer?....14 Artigo 10 – Porque a educação que você recebeu não te serve mais.................................................15 1
  • 4. Artigo 1 – Qual a banca organizadora mais complexa no cenário dos concursos públicos da Educação Física? A banca organizadora mais complexa no cenário dos concursos públicos da Educação Física é aquela que você não conhece. Se você deseja muito passar num determinado concurso, mas nunca participou de seleção pública realizada por esta banca, nunca fez exercícios confeccionados por ela, nunca se atentou aos detalhes que formam a “personalidade” da banca e nunca entendeu porque foram escolhidos estes e não aqueles conteúdos, então chegou a hora de rever seus conceitos. As bancas organizadoras possuem “personalidade”. Ou seja, as bancas não fazem todos os concursos partindo do “zero”. Os elaboradores de questões trabalham para a mesma banca em vários concursos, transformando a seleção pública em algo relativamente previsível. O tempo e a frequência de concursos realizada pela mesma banca permite aos candidatos analisar probabilidades de surgimento de questões sobre determinados conteúdos. Por exemplo, a CEPERJ – banca organizadora de todos os concursos públicos para o magistério do Estado do Rio de Janeiro – é considerado por muitos candidatos a pior banca organizadora do mundo! O CEPERJ é forte em questões, cujos conteúdos estão ligados as ciências sociais e humanas, especialmente as questões históricas e pedagógicas. Os candidatos “piram” só de pensar em tais conteúdos! A UnB – banca organizadora dos concursos públicos para o Distrito Federal – é categórica no trato das legislações, documentos oficiais e abordagens pedagógicas da Educação Física. O candidato deve ser um especialista na compreensão dos fenômenos sociais e políticos da Educação Física. O que é preciso ser feito não é tão complicado. Basta apenas focar nas leituras das bibliografias sugeridas, fazer MUITOS exercícios da banca examinadora e selecionar exercícios da banca escolhida com, no máximo, cinco anos de publicação. Siga as orientações, faça seus resumos e corra para o sucesso. 2
  • 5. Artigo 2 – Como estudar os Aspectos Legais da Educação Física para os concursos públicos? O artigo é resultado de uma salutar troca de e-mails com uma colega de profissão. Dentre as várias dúvidas sanadas sobre preparação para concursos públicos da Educação Física, questiona-se sobre os conteúdos necessários para o estudo dos Aspectos Legais da Educação Física. Os documentos oficiais e legislações que citam, abordam e debatem questões relativas ao esporte, lazer, atividade física, bem-estar e saúde preventiva, associando com o Sistema Educacional Brasileiro, podem ser considerados Aspectos Legais da Educação Física. Segue os documentos oficiais e legislações que compõe os Aspectos Legais da Educação Física: • CF – Constituição Federal / 1888. • LDB – Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. • ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente / 1990. • PCN´s da Educação Física – Parâmetros Curriculares Nacionais / 1998. • Código de Ética da Profissão. • Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006 – Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. • Lei nº 11.342, de 18 de agosto de 2006 – Dispõe sobre o Dia do Profissional de Educação Física. • Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003 – Altera a redação do art. 26, § 3o, e do art. 92 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”, e dá outras providências. • Lei nº 10.328, de 12 de dezembro de 2001 – Introduz a palavra “obrigatório” após a expressão “curricular”, constante do § 3o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. • Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998 – Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. • Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 – Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências Conhecida como LEI PELÉ. São muitos documentos, textos e leis. A pergunta seguinte é: o que deve ser estudado? A orientação é focar nos artigos da CF que citam educação, esporte, cultura e lazer; todo a LDB que propicia estudos mútuos para os exercícios sobre conhecimentos pedagógicos e conhecimentos específicos; nos artigos do ECA que citam educação, atividade física, brincadeiras, esporte, cultura e lazer e ignorar os artigos sobre as medidas sócio-protetivas; todo os PCN´s, de “cabo a rabo”; e superficialmente o Código de Ética. E como essas orientações foram construídas? Com base em eventos estatísticos. É muito mais fácil surgir uma questão sobre PCN´s do que Lei Pelé. 3
  • 6. Infelizmente e por incompetência das bancas organizadoras, as questões, não raramente, trazem a letra da lei. Ou seja, solicitam aos candidatos que apontem número de artigos ou parágrafos, obrigando o candidato a reproduzir certos conhecimentos absolutamente irrelevantes ao certame, bem como ao serviço público. 4
  • 7. Artigo 3 – Qual a diferença entre as Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação Física? Em meio aos estudos necessários para os concursos públicos, os candidatos se confundem com termos similares, porém com significados distintos. E as perguntas sempre convergem para os mesmos pontos: o que significam e/ou qual a diferença entre as Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação Física? As Tendências Pedagógicas da Educação, Tendências Históricas da Educação Física e Abordagens Pedagógicas da Educação Física são assuntos diferentes e que, não raramente, confundem candidatos dos concursos públicos. Abaixo apresentaremos algumas ponderações, esclarecendo o que são e por que são coisas distintas. Tendências Pedagógicas da Educação são correntes de pensamento sobre os fundamentos da Educação, cujo referencial ideológico e político são liberais e progressivistas. Ou seja, quando a Educação tende a ser de “direita” ou de “esquerda”, com subvariações. Tendências Históricas da Educação Física (ou Abordagens Históricas da Educação Física) são aquelas preconizadas e defendidas pelo Professor Paulo Ghiraldelli Júnior e tantos outros historiadores da área. Ghiraldelli classifica as Tendências Históricas da Educação Física como Higienista, Militarista, Pedagogicista, Militarista e Popular. Através de períodos bem delimitados, o autor explicita cada momento histórico do Brasil e da Educação Física Brasileira. Abordagens Pedagógicas da Educação Física são um conjunto de pensamentos sobre a Educação Física correlacionando pressupostos teóricos defendidos, explicitados e enaltecidos por seus autores. João Batista Freire defende o Construtivismo; Go Tani o Desenvolvimentismo; O Coletivo de Autores defende o Marxismo Ortodoxo. Em caso de dúvida, vale a pena ler os autores mais recorrentes dos concursos e principalmente as obras de Suraya Darido, cuja contribuição maior foi pesquisar, interpretar e apresentar os pensamentos de modo organizado, pedagógico e didático. 5
  • 8. Artigo 4 – Você sabe o que estudar nos Conhecimentos Pedagógicos? A resposta para pergunta é fundamental. Por isso apresentamos os tópicos e sugestões bibliográficas mais recorrentes nos concursos públicos no eixo pedagógico. O material abaixo foi extraído do último concurso público para Professor de Educação Física do Governo do Estado do Rio de Janeiro em 2015. A banca organizadora é a CEPERJ, classificada como uma das examinadoras mais complexas das seleções públicas brasileiras. Estudar pelos conteúdos mais difíceis ajuda a melhorar sua preparação. Confira! Tópicos: Fundamentos da Educação: aspectos filosóficos, psicológicos, sociológicos, biológicos e antropológicos. A História do Pensamento Pedagógico Brasileiro: teoria da educação, as diferentes correntes do pensamento pedagógico brasileiro. A Organização da Educação Brasileira: aspectos legais, aspectos políticos; o projeto político pedagógico, planejamento, diagnóstico, pedagogia de projetos, a avaliação e Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Educação seus diferentes processos. A formação de professores para as séries iniciais do ensino fundamental: realidade atual, avanços e retrocessos. O Professor do Ensino Fundamental na Lei 9394/96. O Papel do professor na sociedade do conhecimento e as novas possibilidades tecnológicas no processo ensino/aprendizagem e no acesso ao conhecimento. Aspectos teóricos e metodológicos da prática escolar, a diversidade na educação. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. A Questão da Alfabetização. O currículo, sua estruturação e organização. A democratização da educação e o processo de gestão participativa. A Educação Especial e a Inclusão na Educação. A Educação de Jovens e Adultos. Sugestões Bibliográficas: ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem? São Paulo. Summus, 1985. ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre, Artmed, 2001. AQUINO, Júlio (org.). Erro e fracasso na escola. São Paulo. Summus 1997. BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adria Veríssimo Veronese. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas. Autores Associados, 2001 BRASIL, Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. MEC. BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais. Brasília. MEC, 1997. CANDAU, Vera Maria (org.). Didática, currículo e saberes escolares. Rio de Janeiro, DP& A, 2001. CARVALHO, Rosita E. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre. Mediação, 2000. COLL, César. Psicologia e currículo. São Paulo. Ática, 1999. COLL, César e Cols. Os Conteúdos na Reforma: ensino, aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre. Artmed, 2000. COLL, César; PALACIOS, Jesus & Marchesi, Álvaro (orgs.). Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da Educação (vol.3) Porto Alegre: ArtMed, 1995. CONTRERAS, José. A autonomia dos professores. São Paulo. Cortez, 2002. DELORS, Jacques. A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre. Artmed, 6
  • 9. 2005. DEMO, Pedro. Saber Pensar, São Paulo, Cortez Editora. ESTEBAN, Maria Tereza, Escola, Currículo e Avaliação. São Paulo: Cortez Editora. FREIRE, P., Pedagogia da autonomia. São Paulo. Paz e Terra, 1996. FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo, Editora Olho D ́água,1997 GADOTTI, Moacyr. Uma só escola para todos. Caminhos da autonomia escolar. Petrópolis, Vozes, 2000. HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre. Mediação, 2003. LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João Ferreira de, TOSCHI, Mira Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo. Cortez, 2005. LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo. Cortez, 2006. LUCKESI, Cipriano. Filosofia da Educação MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Currículo: Políticas e práticas.9ª edição, Campinas, SP:Papirus, 2006. OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.). Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. Petrópolis. Vozes, 1997. OROFINO, Maria Isabel. Mídias e Mediação Escolar: pedagogia dos meios, participação e visibilidade. São Paulo, Cortez Editora. ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis. Vozes, 1988. SACRISTÁN, J.Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2000. SANTOS, Mônica P. dos & PAULINO, Marcos M. (orgs.). Inclusão em educação: cultura, políticas e práticas. São Paulo. Cortez, 2006. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo. Cortez, 1998. SAVIANI, Dermeval. A nova lei de educação – LDB: trajetória, limites e perspectivas. São Paulo. Autores Associados, 1997. VASCONCELLOS, Celso. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformações. São Paulo. Liberdad, 2003. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino- aprendizagem e projeto político pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 16ª edição, São Paulo: Libertad Editora, 2006. VEIGA, Ilma Passos A.; RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de (org.). Escola: espaço do projeto políticopedagógico. 8ª edição, Campinas, SP: Papirus, 2005. VEIGA, Ilma Passos (org,). Quem sabe faz a hora de construir o projeto político pedagógico. Campinas, Papirus, 2007. WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo. Ática, 2002. ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre. Artmed, 1998. 7
  • 10. Artigo 5 – A Abordagem Pedagógica Saúde Renovada é o mesmo que a Tendência Histórica Higienista da Educação Física? A quantidade de pessoas que fazem esta pergunta é enorme. Quem se aventura a entender a Abordagem Pedagógica Saúde Renovada e já conhece a Tendência Histórica Higienista da Educação Física ora se confunde, ora acredita estudar algo repetido, ora acha que nada entendeu dos dois temas. Antes da explicação sobre cada assunto, bem como suas diferenças, é fundamental compreender o que é o Higienismo. O Higienismo é uma doutrina oriunda da Europa e popularizada no Brasil durante o final do século XIX. Seu objetivo afirma que o desenvolvimento global do ser humano só ocorreria com a ausência total e irrestrita de doenças na sociedade, fazendo com que os princípios da eugenia se difundissem entre a população. Parte dos fundamentos do higienismo são importantes, pois o debate popular fora iniciado através do cuidado com a higiene, saúde, bem-estar, atividade física e qualidade de vida, seja em âmbito individual ou coletivo. Um dos maiores dos problemas do higienismo era seu método de disseminação… Iniciou-se um movimento de saúde pública que mudaria o Brasil Império. A vacinação era algo novo e, por puro despreparo político, era realizado à força, invadindo casas, cortiços e habitações paupérrimas. Surgiram os primeiros sistemas públicos de distribuição de água e saneamento básico. E se o progresso solicitasse desapropriações, elas ocorreriam sem milongas, despejando famílias ou desalojando quem impedissem os interesses do império. Os traços mais primitivos da Educação Física enquanto área de conhecimento institucionalizada surgem no higienismo. As décadas seguintes abalizaram a necessidade da Educação Física em promover saúde, qualidade de vida e bem-estar através das atividades físicas. Sabemos que a Educação Física é mais complexa em termos epistemológicos e suas responsabilidades são para muito além do físico. Contudo a influência do higienismo é forte e percebida até hoje. A Tendência Histórica Higienista da Educação Física defendida por Paulo Ghiraldelli Jr. debateu o papel histórico das atividades físicas em meio ao higienismo durante o período de 1889 (Proclamação da República) até 1930 (Início da Era Vargas). A bem da verdade, a Educação Física estava implantada nas escolas e academias militares, reproduzindo métodos ginásticos europeus. A Reforma Couto Ferraz de 1854 e as intervenções políticas de Ruy Barbosa facilitaram a população possuir um “corpo são e mente sã”. AAbordagem Pedagógica Saúde Renovada da Educação Física também coloca a saúde em primeiro lugar. Seus principais idealizadores são Guedes e Narras. Contudo seria equivocado afirmar que a abordagem é um “novo movimento higienista”. A abordagem aparece num momento histórico distinto, cuja maturidade da população acerca dos 8
  • 11. assuntos ligados a saúde pública são diferentes. No início do século XX, quem “precisava” da atividade física eram aqueles que dela tirariam seu sustento. Corpo forte para trabalhar mais. O país era quase exclusivamente rural com desenvolvimento industrial nulo. Força humana e animal eram sinônimo de progresso (sic). Só é possível analisar aos assuntos a luz do seu contexto na qual apresenta-se no cenário acadêmico, respeitando suas formas de interagir tanto com as pessoas, quanto com seus conteúdos correlatos. 9
  • 12. Artigo 6 – O purismo da Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física A Educação Física pode ser compreendida de formas variadas. Qualquer professor que reclame um tipo exclusivo de ensino e aprendizagem associado aos movimentos humanos corre o risco de, no mínimo, ser tratado como um profissional equivocado. Porém há algumas formas de “enxergar” a área, bem como as atividades físicas, evocando o senso comum. Por isso a Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física é observada como uma reflexão que resgata o purismo da área. O principal autor da Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física é o professor, mestre, doutor e pesquisador Go Tani. Dentre as várias abordagens disponíveis para estudo e preparação para concursos públicos, a Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física é a que melhor pode ser observada através das relações pragmáticas entre docente e discentes. Ou seja, traz a luz o ápice da relação causa e efeito durante as atividades físicas. Contudo não se trata de pragmatismo destinado ao funcionalismo barato. A abordagem compõem um conjunto de reflexões, cujos objetivos são expressos, abalizados e, quando aplicados de forma correta, são úteis e alcançam bons resultados. Em síntese, o que a Abordagem Pedagógica Desenvolvimentista da Educação Física preconiza é que o movimento tem fim em si próprio. Ainda que haja propositadamente um refute ao “movimento físico politizado”, Go Tani sempre estabeleceu relações muito próximas com outros grandes pensadores da Educação e Educação Física. O purismo, ora colocado pelos alunos e estudiosas da abordagem, é oriundo do processo avaliativo da abordagem: a Educação Física é realizada para o crescimento e desenvolvimento motor dos discentes. As atividades apresentadas através de jogos, brincadeiras e o esporte conservam e desenvolvem as valências esperadas para cada faixa etária. 10
  • 13. Artigo 7 – Por que somos tão receptivos a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física? A preparação para os concursos públicos da Educação Física nos mantém em contato com conteúdos novos que, por vezes, são muito agradáveis. E quando nos deparamos com conteúdos conhecidos que foram pequenos tormentos durante a graduação, reavivamos um sentimento pouco agradável e o “deja vu” surge como estaca em nosso peito. Contudo um dos temas de mais fácil leitura e agradabilidade é a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física. Ela nos remete aos momentos mais ternos da nossa infância, formação pessoal e profissional: a ludicidade. O principal autor e Professor de Educação Física da Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física é João Batista Freire. Professor, mestre, doutor e autor de diversos livros sobre o assunto, Freire discorre sobre o Construtivismo de forma simples e acessível, evitando termos rebuscados e permitindo que nossas referências pessoais sejam evocadas para melhor compreendermos as questões técnicas. Sabemos que o Construtivismo é fruto das reflexões do pensador suíço Jean Piaget. Sem qualquer exagero, Piaget foi um dos maiores estudiosos do crescimento e desenvolvimento humano, produzindo estudos que ratificaram posições duradoras: todas pessoas têm limitações de crescimento e desenvolvimento, sempre atrelados ao tempo, espaço e ambiente. E quando os elementos sãos prósperos e favoráveis, o progresso não ocorre mais rápido, mas de modo bem mais consistente. Ou seja, os estudos de Piaget colocaram por terra pensamentos pragmáticos errôneos, tais como: “quanto maior for a estimulação, mais rápido será o crescimento e desenvolvimento”. E os estudos elaborados a partir da obra de Jean Piaget apontam que os domínios afetivos, cognitivos e sensório- motores devem ser respeitados durante a estimulação, equilibração e maturação do indivíduo. AAbordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física é a personificação da beleza intelectual de Jean Piaget*. Através de atividades lúdicas, jogos, brinquedos cantados e o esporte, retornamos ao passado e brincamos de lembrar como fomos felizes nos movimentando ativamente. O jogos fornecidos por nossos professores foram pensados sob um panorama de desenvolvimento dos domínios. Não é apenas a Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física que “bebe da fonte” deixada por Piaget. A Psicomotricidade, Psicopedagogia e tantas outras abordagens pedagógicas são exemplos de correntes de estudo focadas na obra do autor suíço. Nos concursos públicos, o objetivo principal é entender quem foi e o que fez Piaget. A Abordagem Pedagógica Construtivista da Educação Física, além de muito agradável, se tornará um conteúdo fácil de ser aprendido. * – A afirmação é de cunho estritamente pessoal. 11
  • 14. Artigo 8 – Saiba como estudar as Abordagens Pedagógicas Críticas da Educação Física As Abordagens Pedagógicas Críticas da Educação Física são um dos maiores “vilões” na preparação para os concursos públicos da área. Apesar das abordagens críticas não possuírem estruturas epistemológicas tão diferentes comparadas com as demais abordagens, os candidatos insistem em reafirmar suas dificuldades. A Abordagem Pedagógica Crítica superadora da Educação Física consiste numa reflexão produzida ao longo de alguns anos e por várias mãos. O principal viés filosófico e político da abordagem é o Marxismo Clássico e o Materialismo Dialético. Ou seja, compreender o básico sobre filosofia política, marxismo, socialismo e liberalismo são fundamentais para compreensão da proposta, considerando que as questões técnicas já fazem parte do universo acadêmico do graduado ou graduando em Educação Física. Veja a influência do marxismo no livro “Metodologia de Ensino de Educação Física” do Coletivo de Autores. […] os interesses imediatos da classe trabalhadora, na qual se incluem as camadas populares, correspondem à sua necessidade de sobrevivência, à luta no cotidiano pelo direito ao emprego, enfim, às condições dignas de existência. Os interesses imediatos da classe proprietária correspondem às suas necessidades de acumular riquezas, gerar mais renda, ampliar o consumo, o patrimônio etc. ainda com relação a essa classe, seus interesses históricos correspondem à sua necessidade de garantir o poder para manter a posição privilegiada que ocupa na sociedade e a qualidade de vida construída e conquistada a partir desse privilégio (SOARES et al., 1992, p. 24). A Abordagem Pedagógica Crítica emancipatória da Educação Física é um braço mais recente da criticidade nas reflexões sobre Educação Física. Enquanto a abordagem crítica superadora abarca a ideia de justiça social, a abordagem crítica superatória defende a transformação social. Um posicionamento bem menos imponente no cenário social. Sua compreensão passa pelos conceitos de marxismo pós-moderno e Escola de Frankfurt através de ponderações sobre questões de gênero, raça, credo e valores sociais. Observe o menor grau de “rigidez conceitual” da Abordagem Pedagógica Crítica emancipatória da Educação Física: Fica evidente que para essa compreensão do esporte os alunos devem ser instrumentalizados além de capacidades e conhecimentos que lhes possibilitam apenas praticar o esporte. Nesse sentido, é de mais alta importância, sem dúvida, a competência comunicativa que lhes possibilita a comunicação, não apenas sobre o mundo dos esportes, mas para todo o seu com o mundo social, político, econômico e cultural (KUNZ, 1994, p. 29-30). O objetivo deve ser o abalizamento das questões que dão origem as abordagens, respeitando seu contexto acadêmico e social. E assim a preparação para os concursos públicos tenderá a ser mais suave. 12
  • 15. Referências Bibliográficas SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N. Z.; VARGAL, E.; FILHO, L. C.; ESCOBAR, M. O.; BRACHT, V. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992. KUNZ, E. Educação física: ensino & mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991. ______. Transformação didáticopedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994. MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Record, 1988. 13
  • 16. Artigo 9 – Meu concurso público não tem sugestões ou referências bibliográficas. O que fazer? Por mera falta de regulamentação, os contratantes e organizadores de concursos públicos tem a prerrogativa de lançarem novas seleções sem sugestões ou referências bibliográficas. Isso é, além de absurdo, preocupante. O candidato não tem como e por onde guiar seus estudos preparativos. Então o que deve ser feito para atenuar a falta de referências de estudo? Os conteúdos dos concursos públicos da Educação Física tem uma “espinha dorsal”. Ou seja, alguns temas são mais ou menos recorrentes estatisticamente dentre as questões apresentadas. Questões sobre aspectos legais são praticamente certas em todos os concursos públicos. Aspectos psicológicos da Educação Física já são raríssimos dentre as questões. O primeiro passo é elencar os conteúdos mais recorrentes dentre os concursos públicos da Educação Física. No eBook Gratuito do Portal Educação Física Concursos já está tudo selecionado. Em seguida, você deve ler os livros sugeridos de cada conteúdo. E finalmente dedicar mais tempo de estudo aos conteúdos que possuem maior chande aparacerem. Por exemplo, se você pode estudar 4 horas todos os dias, separe 2 horas para os PCN´s, 1 hora para as abordagens pedagógicas da Educação Física, 30 minutos para aspectos das ciências da saúde e 30 minutos para aspectos psicológicos da Educação Física. Essa sugestão é apenas ilustrativa. Você deve fazer sua própria organização. A sugestão é para exemplificar que a distribuição do tempo é diretamente relacionada com a chance estatística de um determinado conteúdo aparecer na seleção pública. 14
  • 17. Artigo 10 – Porque a educação que você recebeu não te serve mais Talvez você não saiba, mas o sistema educacional na qual todos nós fomos inseridos têm suas bases datadas do século V, período em que a Igreja assume parte das funções de Estado – entre elas a educação – decorrente da Queda do Império Romano. Como o acesso à educação deixou a exclusividade da nobreza, a burguesia exigia formação intelectual ampla e qualificada para seus filhos. Ao longo dos séculos, a Igreja sistematiza a educação, dividindo o conhecimento em grandes áreas como línguas, matemática, geometria, artes, história, ciências naturais, astrologia e até ciências militares. Os livros, bem como os métodos de escrita e impressão, são geridos por grupos religiosos e disponibilizados ao público com parcimônia. Afinal conhecimento é poder. A população cresceu por cinco séculos e com ela a demanda pela universalização do conhecimento. Surgem instituições exclusivas para educação, munidas de profissionais inspirados na figura do pedagogo. São abertas salas de aulas e as classes seriadas de ensino. A formação educacional foi dividida em básica, média e superior. Estamos falando de um sistema educacional vitorioso. São cinco séculos a educar as elites, universalizando informações outrora disponíveis a pequenos grupos tomadores de decisão. Podemos afirmar que o sistema de educação universal atendeu seus propósitos, observando dois parâmetros básicos. O primeiro é a competência tática e estratégica em gerir um modelo de ensino, observando e atualizando os anseios da população. O segundo refere-se a gestão do conhecimento, definindo quem teria acesso as informações, limitando a quantidade e a qualidade das decisões. A opção de tornar finito o acesso ao conhecimento sempre foi moralmente questionável, porém bastante útil. O maior de todos os movimentos a afrontar o “monopólio do conhecimento” foi o Iluminismo. Os dois parâmetros básicos se mantiveram estáveis até meados do século XX até que uma nova aurora resplandeceu no horizonte (que piegas…). Os avanços nos meios de comunicação alteraram o modo como a informação e o conhecimento chegavam as pessoas. As correspondências de longa distância, eletricidade, telégrafo, telefone, rádio e TV trouxeram mudanças de paradigma. O aperfeiçoamento dos meios de comunicação como transmissões de TV via satélite, telefones celulares e principalmente a internet são os ratificadores da mudança pela qual a informação e o conhecimento se propagam pelo mundo. O sistema de educação universal não é mais gerido pela Igreja. Discussões de várias naturezas foram travadas em meio a uma nova sociedade pós-Revolução Industrial. A academia – especialmente as universidades – apresentaram estudos e pesquisas sobre diversos campos do saber, tornando a ciência mais madura e menos questionável. A educação foi posta em voga por pensadores como Jean Piaget, Henri Wallon, Lev Vygotsky, Célestin Freinet e Reuven Feuerstein. No Brasil surgem grandes nomes como Paulo Freire, Moacir Gadotti, Anísio Teixeira e Rubens 15
  • 18. Alves. Então por que a educação que recebemos não nos serve mais? Você e a maioria das pessoas foram educadas formalmente durante a segunda metade do século XX e/ou no século XXI. Somos “filhos da revolução dos meios de comunicação” e por isso toda nossa educação, em tese, já estaria adaptada ao universo digital. Se você pensou assim, lamento informar: você errou. Os cinco séculos de educação formal, repito, são vitoriosos, mas seu ciclo de vida está chegando ao fim. As escolas ainda preconizam um modelo que não mais atendem os anseios da sociedade contemporânea. Os alunos são postos em fileiras, de fronte aos “detedores do saber” dizendo-lhes o que é certo e errado, ditando normas de conduta e proferindo falácias de um mundo diferente da realidade. O compositor Renato Russo, auspicioso na sua forma de descrever o mundo, afirma: “Quando nascemos somos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA de 9h (A.M.) às 6h (P.M)”. Ainda na juventude, um dos seus maiores dramas era não ser compreendido por um sistema que não educa, mas impõe padrões e persegue os que não se adaptam. Os músicos Lobão e os ingleses Tony Iommi e Eric Clapton também tiveram problemas na escola. A escola não ensina, mas reproduz conhecimentos sistematicamente, desconectado da vida real. Segundo Rubens Alves, a escola não deveria se preocupar com o conhecimento, pois os mesmos estão nos “livros e por ai”. O dever da escola contemporânea é educar o aluno a se educar. Não mais dizer o que deve ser estudado, mas permitir-lhes que busque o conhecimento no seu tempo, espaço e momento etário. A escola deve apenas direcionar e guiar através do caminho do conhecimento para que a tomada de decisão seja exclusivamente do aluno. Sem dúvida, os meios de comunicação como a internet devem ser observados como indeléveis veículos para que o conhecimento seja democratizado. E a escola é insipiente quando trata das tecnologias. Esqueçam as classes seriadas! O mundo não diz qual é o seu nível. Ninguém sequer tem o direito sobre outro ser humano de dizer qual é o seu nível. Você se encaixa no mundo e faz dele um lugar melhor para viver. Se você adquire conhecimento de forma livre, por que a escola pode afirmar o que, como, onde e por que o conhecimento será oferecido ou aplicado? E as avaliações, testes e provas? Um momento de terror “ofertado” desde a mais tenra idade até os últimos dias de estadia na educação formal. Nenhum professor pode dizer que o aluno realmente aprendeu, observando os tipos e critérios de avaliação, assim como o aluno não apresenta todo seu potencial por que chegou o dia e a hora. Aprender, ensinar e produzir conhecimento é um processo lento, longo e gradual. Não é a prova – ou algo que o valha – que ratificará ou acelerará o processo. Você percebeu que a(s) escola(s) por onde passou não te prepararam para o mundo, mas para mudar de “série” ou “ano”. Ninguém te educou, mas te instruíram. Assim como fazem os instrutores dos Centros de Formação de Condutores – as antigas autoescolas: você fez as aulas práticas e pode até ter sido aprovado pelo DETRAN do seu estado, mas provavelmente não aprendeu a dirigir. A escola deve te “por no mundo” vivendo, sentindo, agindo, atuando, sendo protagonista da sua 16
  • 19. própria vida. As instituições de ensino devem fomentar o interesse pelos grandes pensadores e referenciá-los entre os discentes para que seus nomes e idéias ecoem eternamente. O sentido da educação é a progredir a espécie. Não se trata de funcionalismo barato, mas uma forma de garantir que nossa breve estadia nesse planeta faça algum sentido. A escola formal sempre pensou desta forma e precisa se renovar para continuar a existir. Contudo nem tudo são trevas na educação. Alguns dos nossos irmãos além-mar e patrícios já modificaram seus modos de agir e pensar a educação. A Escola da Ponte, localizada no Porto em Portugal, aboliu as séries e restituiu a figura do pedagogo como facilitador do processo de ensino e aprendizagem. As turmas têm 5 ou 6 alunos com idades diferentes e aproximadas, ocupando o mesmo espaço físico. Os discentes são direcionados pelo caminho do conhecimento. Eles decidem como e quando trilhá-lo. Os resultados têm sido, no mínimo, satisfatórios, pois o objetivo da escola é formar pessoas para contribuírem com outras pessoas. A educação recebida por todos nós teve serventia, mas só até a “página 12”. Tudo que nos fez seguir em frente foram nossas próprias decisões. Devemos compreender que nem todos são autônomos e emancipados por natureza, sendo para alguns a necessária intervenção institucional, popularmente conhecido como “empurrãozinho”. A escola contemporânea deve preparar o indivíduo para o mundo e não para a própria escola. 17