Uma mulher começou a tradição de colocar um envelope misterioso na árvore de Natal todos os anos para fazer algo bom para os necessitados, em homenagem ao marido que não gostava do Natal. Após a morte do marido, os filhos continuaram a tradição colocando seus próprios envelopes na árvore. A tradição se expandiu para celebrar o espírito do Natal e do bem.
2. É apenas um pequeno envelope
branco pendurado entre os
galhos da nossa árvore de
Natal.
Não tem nome, não tem
identificação, não tem dizeres.
Se esconde entre os galhos
da nossa árvore há cerca
de dez anos.
3. Tudo começou porque meu marido
Mike odiava o Natal.
Claro que não era o verdadeiro
sentido do Natal, mas seus
aspectos comerciais: gastos
excessivos, a corrida frenética
na última hora para comprar uma
gravata para o tio Harry e o
talco da vovó, os presentes dados
com uma ansiedade desesperada
porque não tínhamos conseguido
pensar em nada melhor.
4. Sabendo como ele se sentia, um
certo ano decidi deixar de lado as
tradicionais camisetas, casacos,
gravatas e coisas no gênero.
Procurei algo especial
só para o Mike.
A inspiração veio de uma forma
um tanto incomum.
Nosso filho Kevin, que tinha 12
anos na época, fazia parte da
equipe de luta livre da sua escola.
5. Pouco antes do Natal,
houve um campeonato
especial contra uma
equipe patrocinada por
uma igreja da parte mais
pobre da cidade.
6. Esses jovens, que usavam
tênis tão velhos que tínhamos
a sensação de que os cadarços
eram a única coisa que os
segurava, contrastavam de
forma gritante com nossos
filhos, vestidos com
impecáveis uniformes azuis e
dourados e tênis especiais
novinhos em folha.
7. Quando o jogo começou,
fiquei preocupada ao notar
que a outra equipe estava
lutando sem o capacete de
segurança que tinha como
intuito proteger os ouvidos
dos lutadores.
Era um luxo ao qual a
equipe dos pés sujos não
podia se dar.
8. No fim das contas, a equipe
da escola do meu filho acabou
arrasando com eles.
Ganharam em todas as
categorias de peso.
E cada um dos meninos da
outra equipe que levantava do
tatame se virava com fúria,
fazendo pose de valente,
procurando mostrar um
orgulho de quem não ligava
para a derrota.
9. Mike, que estava sentado
ao meu lado, balançou a
cabeça, triste:
"Queria que pelo menos
um deles tivesse
ganhado", disse.
"Eles têm muito
potencial, mas uma
derrota dessas pode
acabar com o ânimo
deles."
10. Mike adorava crianças -
todas as crianças - e as
conhecia bem, pois tinha
sido técnico de times
mirins de futebol,
basquete e vôlei.
Foi aí que tive uma idéia
para o presente dele.
11. Naquela tarde,
fui a uma loja de artigos
esportivos e comprei
capacetes de proteção e tênis
especiais que enviei, sem me
identificar, à igreja que
patrocinava a equipe
adversária.
12. Na véspera de Natal,
coloquei o envelope na
árvore com um bilhete
dentro, contando ao Mike o
que tinha feito e que esse
era o meu presente para ele.
O mais belo sorriso iluminou
o seu rosto naquele Natal.
Isso se deu em todos os
anos consecutivos.
13. A cada Natal, eu seguia a
tradição:
uma vez comprei ingressos
para um jogo de futebol
para um grupo de jovens com
problemas mentais, outra
vez enviei um cheque para
dois irmãos que tinham
perdido a casa num incêndio
na semana antes do Natal e
assim por diante.
14. O envelope passou a ser o
ponto alto do nosso Natal.
Era sempre o último
presente a ser aberto na
manhã de Natal.
Nossos filhos, deixando de
lado seus novos brinquedos,
ficavam esperando
ansiosamente o pai pegar o
envelope da árvore e revelar
o que havia dentro.
15. As crianças foram
crescendo e os brinquedos
foram sendo substituídos
por presentes mais
práticos, mas o envelope
nunca perdeu seu encanto.
Esse conto não acaba aqui.
Perdemos nosso Mike
ano passado por causa
de um câncer.
16. Quando chegou a época
do Natal, eu ainda estava
sofrendo tanto que mal
consegui montar a
árvore.
Mas, na véspera de
Natal, me vi colocando
um envelope na árvore.
17. Na manhã seguinte,
havia mais três envelopes
junto a ele.
Cada um de nossos filhos,
sem o outro saber, tinha
colocado um envelope na
árvore para o pai.
18. A tradição cresceu e, um
dia, se expandirá ainda mais
e nossos netos se reunirão
em volta da árvore, ansiosos
para saber o que há no
envelope retirado da árvore
por seus pais.
O espírito de Mike, assim
como o espírito do Natal,
estará sempre conosco.
19. Vamos todos lembrar de
Jesus, que é o motivo dessa
comemoração e o verdadeiro
espírito do Natal este ano e
sempre.
20.
21. Extraído do livro:
Histórias para Aquecer o Coração, de Jack
Canfield
FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
mimabadan@yahoo.com.br
MÚSICA: Gloria in excelsis Deo
Execução: Vienna Boys Choir
(Repasse com os devidos créditos)
BLOG:
www.mimabadan.blogspot.com
e outros
PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS:
www.slideshare.net/mimabadan