1. 5 SISTEMA CARDIOVASCULAR
5.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA CARDIOVASCULAR
a) Funções
A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e
oxigênio às células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem
comunicação com o exterior, constituído por tubos, que são chamados vasos, e
por uma bomba percussora que tem como função impulsionar um líquido
circulante de cor vermelha por toda a rede vascular.
O sistema cardiovascular consiste no Sangue, no Coração e nos Vasos
Sanguíneos. Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar
materiais com elas, ele deve ser, constantemente, propelido ao longo dos vasos
sanguíneos. O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por
cerca de 100 mil quilômetros de vasos sanguíneos.
b) Circulação Pulmonar e Sistêmica
Circulação Pulmonar – leva
sangue do ventrículo direito do coração
para os pulmões e de volta ao átrio
esquerdo do coração. Ela transporta o
sangue pobre em oxigênio para os
pulmões, onde ele libera o dióxido de
carbono (CO2) e recebe oxigênio (O2).
O sangue oxigenado, então, retorna ao
lado esquerdo do coração para ser
bombeado para circulação sistêmica.
Circulação Sistêmica – é a
maior circulação; ela fornece o
suprimento sanguíneo para todo o
organismo. A circulação sistêmica
carrega oxigênio e outros nutrientes
vitais para as células, e capta dióxido de carbono e outros resíduos das células.
2. 5.2 CORAÇÃO
a) Introdução ao Coração
Apesar de toda a sua potência, o coração, em forma de cone, é
relativamente pequeno, aproximadamente do tamanho do punho fechado, cerca
de 12 cm de comprimento, 9 cm de largura em sua parte mais ampla e 6 cm de
espessura. Sua massa é, em média, de 250 g, nas mulheres adultas, e 300 g,
nos homens adultos.
O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da
cavidade torácica, no mediastino, a massa de tecido que se estende do esterno
à coluna vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3
de massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo. A posição do
coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada pelo exame de suas
extremidades, superfícies e limites. A extremidade pontuda do coração é
o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga
do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima e para a
direita.
Limites do Coração: A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das
costelas. A superfície inferior é a parte do coração que, em sua maior parte
repousa sobre o diafragma, correspondendo a região entre o ápice e aborda
direita. A borda direita está voltada para o pulmão direito e se estende da
superfície inferior à base; a borda esquerda, também chamada borda pulmonar,
fica voltada para o pulmão esquerdo, estendendo-se da base ao ápice. Como
3. limite superior encontra-se os grandes vasos do coração e posteriormente a
traqueia, o esôfago e a artéria aorta descendente.
b) Camadas da Parede Cardíaca
Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o
coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de
movimentação para contrações vigorosas e rápidas. O pericárdio consiste em
duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.
O pericárdio fibroso superficial é um tecido conjuntivo irregular, denso,
resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o diafragma
e se prende a ele.
O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina e mais
delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada
parietal, mais externa, do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso. A
camada visceral, mais interna, do pericárdio seroso, também chamada epicárdio,
adere fortemente à superfície do coração.
4. Epicárdio: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido
seroso. O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento
interno do pericárdio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.
Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É composto
de músculo estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que permite que o coração
se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou o force para o interior dos vasos
sanguíneos.
Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de
tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido
conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente
sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o
revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração.
5. c) Configuração Externa
O coração apresenta três faces e quatro margens:
Face Anterior (Esternocostal) –
Formada principalmente pelo
ventrículo direito.
Face Diafragmática (Inferior) –
Formada principalmente pelo
ventrículo esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito; ela está relacionada
principalmente com o tendão central do diafragma.
Face Pulmonar (Esquerda) – Formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo; ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.
Margem Direita – Formada pelo átrio
direito e estendendo-se entre as veias
cavas superior e inferior.
Margem Inferior – Formada
principalmente pelo ventrículo direito
e, ligeiramente, pelo ventrículo
esquerdo.
Margem Esquerda – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e,
ligeiramente, pela aurícula esquerda.
Margem Superior – Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda
em uma vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar
emergem da margem superior, e a veia cava superior entra no seu lado direito.
Posterior à aorta e ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a margem
superior forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.
Externamente os óstios atrioventriculares correspondem ao sulco coronário,
que é ocupado por artérias e veias coronárias, este sulco circunda o coração e
é interrompido anteriormente pelas artérias aorta e pelo tronco pulmonar.
O septo interventricular na face anterior corresponde ao sulco interventricular
anterior e na face diafragmática ao sulco interventricular posterior.
6. O sulco interventricular termina inferiormente a alguns centímetros da direita
do ápice do coração, em correspondência a incisura do ápice do coração.
• O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares
anteriores. Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares posteriores.
• O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em
direção à incisura do ápice do coração.
d) Configuração Interna
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos.
Os Átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os Ventrículos (câmaras
inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração
Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma de
saco, chamada aurícula (semelhante a orelha do cão).
O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada
septo interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo
interventricular.
7. ÁTRIO DIREITO
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em
dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior
e seio coronário.
A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo,
já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e
membros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o miocárdio
e leva o sangue ao átrio direito.
Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é
rugosa, devido a presença de cristas musculares, chamados músculos
pectinados.
O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma
válvula chamada tricúspide (formada por três folhetos – válvulas ou cúspides).
Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo interatrial,
encontramos uma depressão que é a fossa oval.
Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal
denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao
penetrar no átrio.
Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das
veias cavas.
O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio
coronário e encontramos também uma lâmina que impede que o sangue retorne
do átrio para o seio coronário que é denominada de válvula do seio coronário.
ÁTRIO ESQUERDO
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores
e anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro veias
pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo,
através da Valva Bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides.
8. O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada
aurícula esquerda.
VENTRÍCULO DIREITO
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração.
O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares
cardíacas chamadas trabéculas carnosas.
No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado Valva
Tricúspide que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o
átrio direito. Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas,
esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de base implantada nas bordas
do óstio e o ápice dirigido para baixo e preso ás paredes do ventrículo por
intermédio de filamentos.
Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior, outra
posterior e outra septal.
O ápice das cúspides é preso por filamentos denominados Cordas
Tendíneas, as quais se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas
de Músculos Papilares.
A valva do tronco pulmonar também é constituída por pequenas lâminas,
porém estas estão dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares
(anterior, esquerda e direita). No centro da borda livre de cada uma das
válvulas encontramos pequenos nódulos denominados nódulos das válvulas
semilunares (pulmonares).
VENTRÍCULO ESQUERDO
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio atrioventricular
esquerdo, encontramos a valva atrioventricular esquerda, constituída apenas por
9. duas laminas denominadas cúspides (anterior e posterior). Essas valvas são
denominadas bicúspides. Como o ventrículo direito, também tem trabéculas
carnosas e cordas tendíneas, que fixam as cúspides da valva bicúspide aos
músculos papilares.
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através do
óstio atrioventricular esquerdo onde localiza-se a Valva Bicúspide (mitral). Do
ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta
ascendente, passando pela Valva Aórtica – constituída por três válvulas
semilunares: direita, esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as
artérias coronárias, que se ramificam a partir da aorta ascendente, levando
sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da aorta
e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal). Ramos do arco
da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo.
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A
principal função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação
sistêmica (corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do
ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para bombear
sangue para a circulação sistêmica.
10. e) Ciclo Cardíaco
Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento
cardíaco. No ciclo cardíaco normal os dois átrios se contraem, enquanto os dois
ventrículos relaxam e vice versa. O termo sístole designa a fase de contração; a
fase de relaxamento é designada como diástole.
Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole
atrial), forçando o sangue para os ventrículos. Um vez preenchidos, os dois
ventrículos contraem-se (sístole ventricular) e forçam o sangue para fora do
coração.
r
Valvas na Diástole
Ventricular
Dinamismo das
Valvas
Valvas na Sístole
Ventricular
Para que o coração seja eficiente na sua ação de bombeamento, é
necessário mais que a contração rítmica de suas fibras musculares. A direção
do fluxo sanguíneo deve ser orientada e controlada, o que é obtido por quatro
valvas já citadas anteriormente: duas localizadas entre o átrio e o ventrículo –
11. atrioventriculares (valva tricúspide e bicúspide); e duas localizadas entre os
ventrículos e as grandes artérias que transportam sangue para fora do coração
– semilunares (valva pulmonar e aórtica).Complemento: As valvas e válvulas são
para impedir este comportamento anormal do sangue, para impedir que ocorra
o refluxo elas fecham após a passagem do sangue.
Sístole é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que
impulsiona sangue para os ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares estão
abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na
sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares
abertas a passagem de sangue.
12. Em conclusão disso podemos dizer que o ciclo
cardíaco compreende:
1- Sístole atrial
2- Sístole ventricular
3- Diástole ventricular
f) Vascularização
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio
coronário.
As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este
nome porque ambas percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da
artéria aortas.
A artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário
percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir se anastomosar com o ramo
circunflexo, que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que faz
continuação desta circundado o sulco coronário.
A Artéria Coronária Direita: dá origem a duas artérias que vão irrigar a
margem direita e a parte posterior do coração, são ela artéria marginal direita e
artéria interventricular posterior.
A Artéria Coronária Esquerda, de início, passa por um ramo por trás do
tronco pulmonar para atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas
proximidades do ápice da aurícula esquerda.
Logo em seguida, emite um ramo interventricular anterior e um ramo
circunflexo que dá origem a artéria marginal esquerda.
Na face diafragmática as duas artérias se anastomosam formando um ramo
circunflexo.
O sangue venoso é coletado por diversas veias que desembocam na veia
magna do coração, que inicia ao nível do ápice do coração, sobe o sulco
13. interventricular anterior e segue o sulco coronário da esquerda para a direita
passando pela face diafragmática, para ir desembocar no átrio direito.
A porção terminal deste vaso, representada por seus últimos 3 cm forma
uma dilatação que recebe o nome de seio coronário.
O seio coronário recebe ainda a veia média do coração, que percorre de
baixo para cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do coração
que margeia a borda direita do coração.
Há ainda veias mínimas, muito pequenas, as quais desembocam
diretamente nas cavidades cardíacas.
g) Inervação
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém
de nervos situados fora do coração e outra intrínseca que constitui um sistema
só encontrado no coração e que se localiza no seu interior.
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é,
simpático e parassimpático.
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três
cervicais e quatro ou cinco torácicos.
As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago (X
par craniano), do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo dois
cervicais e um torácico.
Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os
batimentos cardíacos.
A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos
batimentos contínuos do coração. É uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica,
que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas,
chamadas células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por serem auto-
excitáveis.
A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede
atrial direita, inferior a abertura da veia cava superior. Propagando-se ao longo
das fibras musculares atriais, o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular
14. (AV), situado no septo interatrial, anterior a abertura do seio coronário. Do nodo
AV, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular (feixe de His), que é a
única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos. Após ser conduzido ao
longo do feixe AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo, que
cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco. Finalmente, as
miofibras condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de
ação, primeiro para o ápice do ventrículo e após para o restante do miocárdio
ventricular.
Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os ventrículos se
enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas e
as semilunares estão fechadas.
5.3 Vasos Sanguíneos
Sistema Arterial: Constitui um conjunto de vasos que partindo do coração,
vão se ramificando, cada ramo em menor calibre, até atingirem os capilares.
15. Sistema Venoso: Formam um conjunto de vasos que partindo dos tecidos,
vão se formando em ramos de maior calibre até atingirem o coração.
Os vasos sanguíneos que conduzem o sangue para
fora do coração são as artérias. Estas se ramificam muito,
tornam-se progressivamente menores, e terminam em
pequenos vasos determinados arteríolas.A partir destes
vasos, o sangue é capaz de realizar suas funções de nutrição
e de absorção atravessando uma rede de canais
microscópicos, chamados capilares, os quais permitem ao
sangue trocar substâncias com os tecidos.
Dos capilares, o sangue é coletado em vênulas; em seguida, através das
veias de diâmetro maior, alcança de novo o coração. Esta passagem de sangue
através do coração e dos vasos sanguíneos é chamada de CIRCULAÇÃO
SANGUÍNEA.
a) Estrutura dos Vasos
1- Túnica Externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo.
Nesta túnica encontramos pequenos filetes nervosos e
vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das
artérias. Encontrada nas grandes artérias somente.
2- Túnica Média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas
e pequena quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das
artérias do organismo.
3- Túnica Íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive
capilares. São constituídas por células endoteliais.
16. Os vasos sanguíneos são compostos por várias anastomoses,
principalmente nos vasos cerebrais.
Anastomose: significa ligação entre artérias, veias e nervos os quais
estabelecem uma comunicação entre si. A ligação entre duas artérias ocorre em
ramos arteriais, nunca em troncos principais. Às vezes duas artérias de pequeno
calibre se anastomosam para formar um vaso mais calibrosos. Freqüentemente
a ligação se faz por longo percurso, por vasos finos, assegurando uma circulação
colateral.
O Polígono de Willis (melhor estudado em “Vascularização
do SNC”) é um exemplo de vasos que se anastomosam,
formando um polígono. Esse processo ocorre no cérebro
para garantir uma demanda adequada de oxigênio as
células nervosas, ou seja, caso ocorra a obstrução de uma
artéria cerebral, a região irrigada pelo vaso lesado ainda
receberá sangue proveniente de outra artéria do polígono,
preservando o tecido nervoso.
5.4 SISTEMA ARTERIAL
Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente
distribuindo-se para todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar
(relaciona-se com a pequena circulação, ou seja leva sangue venoso para os
pulmões através de sua ramificação, duas artérias pulmonares uma direita e
outra esquerda) e a artéria aorta (carrega sangue arterial para todo o organismo
através de suas ramificações).
1 – Sistema do Tronco Pulmonar: o tronco pulmonar sai do
coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias
pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas se
ramifica a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares
pulmonares.
Ao entrar nos pulmões, esses ramos se dividem e subdividem até formarem
capilares, em torno alvéolos nos pulmões. O gás carbônico passa do sangue
17. para o ar e é exalado. O oxigênio passa do ar, no interior dos pulmões, para o
sangue. Esse mecanismo é denominado HEMATOSE.
2 – Sistema da Artéria Aorta (sangue
oxigenado): É a maior artéria do corpo, com
diâmetro de 2 a 3 cm. Suas quatro divisões
principais são a aorta ascendente, o arco da
aorta, a aorta torácica e aorta abdominal. A
aorta é o principal tronco das artérias
sistêmicas. A parte da aorta que emerge do
ventrículo esquerdo, posterior ao tronco
pulmonar, é a aorta ascendente.
O começo da aorta contém as
válvulas semilunares aórticas. A
artéria aorta se ramifica na porção
ascendente em duas artérias
coronárias, uma direita e outra
esquerda que vão irrigar o coração.
A Artéria Coronária
Esquerda passa entre a aurícula
esquerda e o tronco pulmonar.
Divide-se em dois ramos: ramo
interventricular anterior (ramo
descendente anterior esquerdo) e um
ramo circunflexo. A ramo
interventricular anterior passa ao
longo do sulco interventricular em
direção ao ápice do coração e supre
ambos os ventrículos. O ramo
circunflexo segue o sulco coronário
em torno da margem esquerda até a
face posterior do coração, originando assim a artéria marginal esquerda que
supre o ventrículo esquerdo.
18. A Artéria Coronária Direita corre no sulco coronário ou atrioventricular e dá
origem ao ramo marginal direito que supre a margem direita do coração à medida
que corre para o ápice do coração. Após originar esses ramos, curva-se para
esquerda e contínuo o sulco coronário até a face posterior do coração, então
emite a grande artéria interventricular posterior que desce no sulco
interventricular posterior em direção ao ápice do coração, suprindo ambos os
ventrículos.
Logo em seguida a artéria aorta se encurva
formando um arco para a esquerda dando
origem a três artérias (artérias da curva da
aorta) sendo elas:
1 – Tronco Braquiocefálico Arterial
2 – Artéria carótida Comum Esquerda
3 – Artéria Subclávia Esquerda
O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias:
4 – Artéria Carótida Comum Direita
5 – Artéria Subclávia Direita
19. a) Artérias do Pescoço e Cabeça
As artérias vertebrais direita e esquerda e as artérias carótida comum
direita e esquerda são responsáveis pela vascularização arterial do pescoço e
da cabeça.
Antes de entrar na axila, a artéria subclávia dá um ramo para o encéfalo,
chamada artéria vertebral, que passa nos forames transversos da C6 à C1 e
entra no crânio através do forame magno. As artérias vertebrais unem-se para
formar a artéria basilar (supre o cerebelo, ponte e ouvido interno), que dará
origem as artérias cerebrais posteriores, que irrigam a face inferior e posterior do
cérebro.
Na borda superior da laringe, as artérias
carótidas comuns se dividem em artéria
carótida externa e artéria carótida interna.
A artéria carótida externa irriga as
estruturas externas do crânio. A artéria
carótida interna penetra no crânio através
do canal carotídeo e supre as estruturas
internas do mesmo. Os ramos terminais da artéria carótida interna são a artéria
cerebral anterior (supre a maior parte da face medial do cérebro) e artéria
cerebral média (supre a maior parte da face lateral do cérebro).
20. Artéria carótida externa:
irriga pescoço e face. Seus
ramos colaterais são: artéria
tireoide superior, artéria
lingual, artéria facial, artéria
occipital, artéria auricular
posterior e artéria faríngea
ascendente. Seu ramos
terminais são: artéria
temporal e artéria maxilar.
Polígono de Willis:
A vascularização cerebral é formada pelas artérias vertebrais direita e
esquerda e pelas artérias carótidas internas direita e esquerda.
As vertebrais se anastomosam originado a artéria basilar, alojada na
goteira basilar, ela se divide em duas artérias cerebrais posteriores que irrigam
a parte posterior da face inferior de cada um dos hemisférios cerebrais.
As artérias carótidas internas em cada lado originam uma artéria cerebral
média e uma artéria cerebral anterior.
As artérias cerebrais anteriores se comunicam através de um ramo entre
elas que é a artéria comunicante anterior.
As artérias cerebrais posteriores se comunicam com as arteriais carótidas
internas através das artérias comunicantes posteriores.
Para saber mais sobre o Polígono de Willis, veja Sistema Nervoso
(Vascularização do Encéfalo).
21.
22. b) Artérias do Membro Superior
Explicação da tabela acima: a artéria subclávia (direita ou esquerda), logo
após o seu início, origina a artéria vertebral que vai auxiliar na vascularização
cerebral, descendo em direção a axila recebe o nome de artéria axilar, e quando,
finalmente atinge o braço, seu nome muda para artéria braquial (umeral). Na
região do cotovelo ela emite dois ramos terminais que são as artérias radial e
ulnar que vão percorrer o antebraço. Na mão essas duas artérias se
anastomosam formando um arco palmar profundo que origina as artérias digitais
palmares comuns e as artérias metacarpianas palmares que vão se
anastomosar.
23. Artéria Aorta – Porção
Torácica:
Após a curva ou arco aótico,
a artéria começa a descer do
lado esquerdo da coluna
vertebral dado origem aos
ramos:
Viscerais (nutrem os
órgãos):
1- Pericárdicos
2- Bronquiais
3- Esofágicos
4- Mediastinais
Parietais (irrigam a parede dos órgãos):
5- Intercostais posteriores
6- Subcostais
7- Frênicas superiores
Artéria Aorta – Porção Abdominal:
Ao atravessar o hiato aórtico do diafragma até a altura da quarta vértebra lombar,
onde termina, a aorta é representada pela porção abdominal. Nesta porção a
aorta fornece vários ramos colaterais e dois terminais.
Os ramos terminas da artéria aorta são artéria ilíaca comum direita e artéria
ilíaca comum esquerda.
28. 5.5 SISTEMA VENOSO
É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir
o sangue dos capilares para o coração. As veias, também como as artérias,
pertencem a grande e a pequena circulação.
O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro veias
pulmonares trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena
circulação ou circulação pulmonar. E o circuito que termina no átrio direito
através das veias cavas e do seio coronário retornando com sangue venoso
chama-se de grande circulação ou circulação sistêmica.
Algumas veias importantes do corpo humano:
• Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que
conduzem o sangue que retorna dos pulmões para o coração após sofrer a
hematose (oxigenação), recebem o nome de veias pulmonares. São quatro
veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e uma direita
inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias
pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas
pelas veias segmentares que recolhem sangue arterial dos segmentos
pulmonares.
• Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes
veias desembocam no átrio direito trazendo sangue venoso para o coração.
São elas: veia cava superior e veia cava inferior. Temos também o seio
coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias que estão
trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração.
29. • Veia Cava
Superior: a veia cava
superior tem o
comprimento de cerca
de 7,5 cm e diâmetro de
2 cm e origina-se dos
dois troncos
braquiocefálicos (ou veia
braquiocefálica direita e
esquerda). Cada veia
braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe
sangue do membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue
da cabeça e pescoço).
• Veia Cava Inferior: a veia cava inferior é a maior veia do corpo, com
diâmetro de cerca de 3,5 cm e é formada pelas duas veias ilíacas comuns
que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores.
• Seio Coronário e Veias Cardíacas:
O seio coronário é a principal veia do coração. Ele recebe
quase todo o sangue venoso do miocárdio. Fica situado no
sulco coronário abrindo-se no átrio direito. É um amplo canal
venoso para onde drenam as veias. Recebe a veia cardíaca
magma (sulco interventricular anterior) em sua extremidade
esquerda, veia cardíaca média (sulco interventricular posterior) e a veia
30. cardíaca parva em sua extremidade direita. Diversas veias cardíacas
anteriores drenam diretamente para o átrio direito.
a) Veias do Pescoço e Cabeça
31. Crânio: a rede venosa do interior do crânio é representada por um sistema
de canais intercomunicantes denominados seios da dura-máter.
Seios da dura-máter: São verdadeiros túneis escavados na membrana
dura-máter. Esta, é a membrana mais externa das meninges. Estes canais são
forrados por endotélio. Os seios da dura-máter podem ser divididos em seis
ímpares e sete pares.
32. SEIOS ÍMPARES (6): são três relacionados com a calvaria craniana e três
com a base do crânio.
Seios da Calvaria Craniana:
1 – Seio Sagital Superior: situa-se na borda superior e acompanha a foice
do cérebro em toda sua extensão.
2 – Seio Sagital Inferior: ocupa dois terços posteriores da borda inferior
da parte livre da foice do cérebro.
3 – Seio Reto: situado na junção da foice do cérebro com a tenda do
cerebelo.
Anteriormente recebe o seio sagital inferior e a veia magna do cérebro (que
é formada pelas veias internas do cérebro) e posteriormente desemboca na
confluência dos seios.
Seios da Base do Crânio:
1 – Seio Intercavenoso Anterior: liga transversalmente os dois seios
cavernosos. Situado na parte superior da sela túrcica, passando diante e por
cima da hipófise.
2 – Seio Intercavernoso Posterior: paralelo ao anterior, este liga os dois
seios cavernosos, passando por trás e acima da hipófise.
3 – Plexo Basilar: é um plexo de canais venosos que se situa no clivo do
occipital.
Este plexo desemboca nos seios intercavernoso posterior e petrosos
inferiores (direito e esquerdo).
SEIOS PARES: são situados na base do crânio.
1 – Seio Esfenoparietal: ocupa a borda posterior da asa menor do osso
esfenoide.
2 – Seio Cavernoso: disposto no sentido ântero-posterior, ocupa cada
lado da sela túrcica. Recebe anteriormente a veia oftálmica, a veia média
profunda do cérebro e o seio esfenoparietal e, posteriormente, se continua com
o seios petrosos superior e inferior.
33. 3 – Seio Petroso Superior: estende-se do seio cavernoso até o seio
transverso, situa-se na borda superior da parte petrosa do temporal.
4 – Seio Petroso Inferior: origina-se na extremidade posterior do seio
cavernoso, recebe parte do plexo basilar, indo terminar no bulbo superior da veia
jugular interna.
5 – Seio Transverso: origina-se na confluência dos seios e percorre o
sulco transverso do osso occipital, até a base petrosa do temporal, onde recebe
o seio petroso superior e se continua com o seio sigmoide.
6 – Seio Sigmoide: ocupa o sulco de mesmo nome, o qual faz um
verdadeiro “S” na borda posterior da parte petrosa do temporal, indo terminar no
bulbo superior da veia jugular interna, após atravessar o forame jugular.
A veia jugular interna faz continuação ao seio sigmoide, sendo que o seio
petroso inferior atravessa o forame jugular para ir desembocar naquela veia.
7 – Seio Occipital: origina-se perto do forame magno e localiza-se de cada
lado da borda posterior da foice do cerebelo. Posteriormente termina na
confluência dos seios ao nível da protuberância occipital interna.
Face: Normalmente as veias tireóideas superior, lingual, facial e faríngica
se anastomosam formando um tronco comum que vai desembocar na veia
jugular interna. O plexo pterigoideo recolhe o sangue do território vascularizado
pela artéria maxilar, inclusive de todos os dentes, mantendo anastomose com a
veia facial e com o seio cavernoso. Os diversos ramos do plexo pterigoideo se
anastomosam com a veia temporal superficial, para constituir a veia
retromandibular. Essa veia retromandibular que vai se unir com a veia auricular
posterior para dar origem à veia jugular externa. A cavidade orbital é drenada
pelas veias oftálmicas superior e inferior que vão desembocar no seio cavernoso.
A veia oftálmica superior mantém anastomose com o início da veia facial.
Pescoço: descendo pelo pescoço, encontramos quatro pares de veias
jugulares. Essas veias jugulares têm o nome de interna, externa, anterior e
posterior.
• Veia Jugular Interna: vai se anastomosar com a veia subclávia para formar
o tronco braquiocefálico venoso.
34. • Veia Jugular
Externa: desemboca na veia
subclávia.
• Veia Jugular
Anterior: origina-se
superficialmente ao nível da
região supra-hioidea e
desemboca na terminação da
veia jugular externa.
• Veia Jugular Posterior: origina-se nas proximidades do occipital e desce
posteriormente ao pescoço para ir desembocar no tronco braquiocefálico
venoso. Está situada profundamente.
b) Veias do Tórax e do Abdome
Tórax: encontramos duas exceções principais:
• A primeira se refere ao seio coronário que se abre diretamente no átrio
direito.
• A segunda disposição venosa diferente é o sistema de ázigos.
As veias do sistema de ázigo recolhem a maior parte do sangue venoso
das paredes do tórax e abdome. Do abdome o sangue venoso sobe pelas veias
lombares ascendentes; do tórax é recolhido principalmente por todas as veias
intercostais posteriores. O sistema de ázigo forma um verdadeiro “H” por diante
dos corpos vertebrais da porção torácica da coluna vertebral. O ramo vertical
direito do “H” é chamado veia ázigos. O ramo vertical esquerdo é subdividido
pelo ramo horizontal em dois segmentos, um superior e outro inferior. O
segmento inferior do ramo vertical esquerdo é constituído pela veia hemiázigos,
enquanto o segmento superior desse ramo recebe o nome de hemiázigo
acessória. O ramo horizontal é anastomótico, ligando os dois segmentos do ramo
esquerdo com o ramo vertical direito. Finalmente a veia ázigo vai desembocar
na veia cava superior.
Abdome: no abdome, há um sistema venoso muito importante que recolhe
sangue das vísceras abdominais para transportá-lo ao fígado. É o sistema da
veia porta. A veia porta é formada pela anastomose da veia esplênica (recolhe
35. sangue do baço) com a veia mesentérica superior. A veia esplênica, antes de se
anastomosar com a veia mesentérica superior, recebe a veia mesentérica
inferior. Depois de constituída, a veia porta recebe ainda as veias gástrica
esquerda e prepilórica. Ao chegar nas proximidades do hilo hepático, a veia porta
se bifurca em dois ramos (direito e esquerdo), penetrando assim no fígado. No
interior do fígado, os ramos da veia porta realizam uma verdadeira rede. Vão se
ramificar em vênulas de calibre cada vez menor até a capilarização. Em seguida
os capilares vão constituindo novamente vênulas que se reúnem
sucessivamente para formar as veias hepáticas as quais vão desembocar na
veia cava inferior. A veia gonodal do lado direito vai desembocar em um ângulo
agudo na veia cava inferior, enquanto a do lado esquerdo desemboca
perpendicularmente na veia renal.
RESUMINDO O SISTEMA PORTA-HEPÁTICO: A circulação porta
hepática desvia o sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o
fígado antes de retornar ao coração. A veia porta hepática é formada pela união
das veias mesentérica superior e esplênica. A veia mesentérica superior drena
sangue do intestino delgado e partes do intestino grosso, estômago e pâncreas.
A veia esplênica drena sangue do estômago, pâncreas e partes do intestino
grosso. A veia mesentérica inferior, que deságua na veia esplênica, drena partes
do intestino grosso. O fígado recebe sangue arterial (artéria hepática própria) e
venoso (veia porta hepática) ao mesmo tempo. Por fim, todo o sangue sai do
fígado pelas veias hepáticas que deságuam na veia cava inferior.
38. As veias profundas dos membros superiores seguem o mesmo trajeto das
artérias dos membros superiores.
As veias superficiais dos membros superiores:
• A veia cefálica tem origem na rede de vênulas existente na metade lateral
da região da mão. Em seu percurso ascendente ela passa para a face
anterior do antebraço, a qual percorre do lado radial, sobe pelo braço onde
ocupa o sulco bicipital lateral e depois o sulco deltopeitoral e em seguida se
aprofunda, perfurando a fáscia, para desembocar na veia axilar.
• A veia basílica origina-se da rede de vênulas existente na metade medial da
região dorsal da mão. Ao atingir o antebraço passa para a face anterior, a
qual sobe do lado ulnar. No braço percorre o sulco bicipital medial até o meio
do segmento superior, quando se aprofunda e perfura a fáscia, para
desembocar na veia braquial medial.
• A veia mediana do antebraço inicia-se com as vênulas da região palmar e
sobe pela face anterior do antebraço, paralelamente e entre as veias cefálica
e basílica.
• Nas proximidades da área flexora do antebraço, a veia mediana do
antebraço se bifurca, dando a veia mediana cefálica que se dirige
obliquamente para cima e lateralmente para se anastomosar com a veia
cefálica, e a veia mediana basílica que dirige obliquamente para cima e
medialmente para se anastomosar com a veia basílica.
d) Veias do Membro Inferior
39.
40. As veias profundas dos membros inferiores seguem o mesmo trajeto das
artérias dos membros inferiores.
As Veias Superficiais dos Membros Inferiores:
• Veia Safena Magna: origina-se na rede de vênulas da região dorsal do pé,
margeando a borda medial desta região, passa entre o maléolo medial e o
tendão do músculo tibial anterior e sobe pela face medial da perna e da coxa.
• Nas proximidades da raiz da coxa ela executa uma curva para se aprofundar
e atravessa um orifício da fáscia lata chamado de hiato safeno.
• A Veia Safena Parva: origina-se na região de vênulas na margem lateral da
região dorsal do pé, passa por trás do maléolo lateral e sobe pela linha
mediana da face posterior da perna até as proximidades da prega de flexão
do joelho, onde se aprofunda para ir desembocar em uma das veias
poplíteas.
• A veia safena parva comunica-se com a veia safena magna por intermédio
de vários ramos anastomóticos.
6 SISTEMA RESPIRATÓRIO
6.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA RESPIRATÓRIO
a) Funções
A função do sistema respiratório é facultar ao organismo uma troca de
gases com o ar atmosférico, assegurando permanente concentração de oxigênio
no sangue, necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida servindo
como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que
são representadas pelo gás carbônico.
Este sistema é constituído pelos tratos (vias) respiratórios superior e inferior. O
trato respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa
torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da
traquéia. O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade
torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões.
41. As camadas das pleura e os músculos que formam a cavidade torácica também
fazem parte do trato respiratório inferior.O intercâmbio dos gases faz-se ao nível
dos pulmões, mas para atingi-los o ar deve percorrer diversas porções de um
tubo irregular, que recebe o nome conjunto de vias aeríferas.
As vias aeríferas podem ser divididas em: NARIZ, FARINGE, LARINGE,
TRAQUEIA, BRÔNQUIOS e PULMÕES.
6.2 NARIZ
O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte
exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente
conhecida por cavidade nasal. O nariz externo tem a forma de uma pirâmide
triangular de base inferior e cuja a face posterior se ajusta verticalmente no 1/3
médio da face. As faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar
que recebe o nome de asa do nariz.
O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas
chamadas Narinas. Em seguida, flui pelas cavidades nasais direita e esquerda,
que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal separa essas duas
cavidades. Os pelos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira
que podem ser inaladas. Além disso, a cavidade nasal contêm células receptoras
para o olfato.
A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela
é subdividida em dois compartimentos um direito e outro esquerdo. Cada
compartimento dispõe de um orifício anterior que é a Narina e um posterior
42. denominado Coana. As Coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a
faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado,
umedecido e aquecido.
Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as Conchas
Nasais (cornetos) que são divididas em Superior, Média e Inferior.
O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, ossos nasais e
maxilares.
43. A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem, pelas quais o
muco dos seios paranasais é drenado. Os Seios Paranasaiscompreendem os
seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.
6.3 FARINGE
A faringe é um tubo que começa nas coanas e
estende-se para baixo no pescoço. Ela se situa logo
atrás das cavidades nasais e logo a frente às vértebras
cervicais. Sua parede é composta de músculos
esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe
funciona como uma passagem de ar e alimento.A faringe
é dividida em três regiões anatômicas: Nasofaringe,
Orofaringe e Laringofaringe.
A porção superior da faringe, denominada parte nasal ou Nasofaringe, tem as
seguintes comunicações: duas com as coanas, dois óstios faríngeos das tubas
auditivas e com a orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através
do ósteo faríngeo da tuba auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da
faringe com a cavidade média timpânica do ouvido.
A parte intermediária da faringe, a Orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e
estende-se do palato mole até o nível do hioide. A parte da orofaringe tem
comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o
alimento.
A Laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hioide, e conecta-
se com o esôfago (canal do alimento) e anteriormente com a laringe (passagem
44. de ar). Como a parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e
também uma via digestória.
45. 6.4 LARINGE
A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia. Ela se
situa na linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra
cervicais. A Laringe tem três Funções:
• Atua como passagem para o ar durante a respiração;
• Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é chamada de caixa de voz);
• Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas
respiratórias (como a traqueia).
A laringe desempenha função na produção
de som, que resulta na fonação. Na sua
superfície interna, encontramos uma fenda
antero-posterior denominada vestíbulo da
laringe, que possui duas pregas: prega vestibular
(cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas
vocais verdadeiras).
A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de
cartilagens, músculos e ligamentos.
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são
ímpares (Cartilagem Tireóidea, Cricoidea e Epiglótica) e três são pares
(Cartilagem Aritenoidea, Cuneiforme e Corniculada).
A Cartilagem Tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede
anterior e lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos
hormônios durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas
apresentam prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos,
denominados cornos superiores e inferiores.
A Cartilagem Cricoide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireoide e
antecede a traqueia.
46. A Epiglote se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide. A epiglote é uma
espécie de “porta” para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas
entram e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão,
pois a epiglote fecha-se e este dirige-se ao esôfago.
A Cartilagem Aritenoide articula-se com a cartilagem cricoide,
estabelecendo uma articulação do tipo diartrose. As cartilagens aritenoides são
47. as mais importantes, porque influenciam as posições e tensões das pregas
vocais (cordas vocais verdadeiras).
A Cartilagem Corniculada situa-se acima da cartilagem aritenoide.
A Cartilagem Cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à
cartilagem corniculada correspondente, ligando cada aritenoide à epiglote.
6.5 TRAQUEIA
A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.
Constitui um tubo que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se
bifurcando nos 2 brônquios principais. Ela se situa medianamente e anterior ao
esôfago, e apenas na sua terminação, desvia-se ligeiramente para a direita.
O arcabouço da traqueia é constituído aproximadamente por 20 anéis
cartilagíneos incompletos para trás, que são denominados cartilagens traqueais.
Internamente a traqueia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e
o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos.
Inferiormente a traqueia se bifurca, dando origem aos 2 brônquios
principais:direito e esquerdo.
A parte inferior da junção dos brônquios principais é ocupada por uma
saliência antero-posterior que recebe o nome de carina da traqueia, e serve para
acentuar a separação dos 2 brônquios.
48. 6.6 BRÔNQUIOS
Os brônquios principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões, são
considerados um direito e outro esquerdo. A traqueia e os brônquios
extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina,
tecido fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas.
O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que
o esquerdo. Como a traqueia, os brônquios principais contém anéis de
cartilagem incompletos.
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO. Ao
atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se
nos Brônquios Lobares.
Os brônquios lobares subdividem-se em Brônquios Segmentares, cada
um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar.
Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores
denominados Bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contém músculo liso e
não possuem cartilagem.
49. Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos
túbulos denominados Ductos Alveolares.
Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva
chamados Alvéolos.
Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias
respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo.
A Função dos Alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da
membrana capilar alvéolo-pulmonar.
50.
51.
52. 6.7 PULMÕES
Os pulmões são órgãos essenciais na
respiração. São duas vísceras situadas uma de
cada lado, no interior do tórax e onde se dá o
encontro do ar atmosférico com o sangue
circulante, ocorrendo então, as trocas gasosas
(HEMATOSE). Eles estendem-se do diafragma até um pouco acima das
clavículas e estão justapostos às costelas.O pulmão direito é o mais espesso e
mais largo que o esquerdo. Ele também é um pouco mais curto pois o diafragma
é mais alto no lado direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma
concavidade que é a incisura cardíaca.Cada pulmão têm uma forma que lembra
uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces.
Ápice do Pulmão: Está voltado cranialmente e tem forma
levemente arredondada. Apresenta um sulco percorrido pela
artéria subclávia, denominado sulco da artéria subclávia. No
corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno-
clavicular
Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava,
apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do
pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado).
Margens do Pulmão: Os pulmões apresentam três margens:
uma Anterior, uma Posterior e uma Inferior.
Bordas do Pulmão: A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral
do coração. A borda anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura
produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A borda posterior é romba e projeta-
se na superfície posterior da cavidade torácica. A borda inferior apresenta duas
porções: (1) uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra
que é mais arredondada e projeta-se no mediastino
Peso: Os pulmões tem em média o peso de 700 gramas.
Altura: Os pulmões tem em média a altura de 25 centímetros.
53. Faces: O pulmão apresenta três faces:
a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente
lisa e convexa, voltada para a superfície interna da
cavidade torácica.
b) Face Diafragmática (face inferior): é a face
côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática.
c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região
côncava onde se acomoda o coração. Dorsalmente encontra-se a região
denominada hilo ou raiz do pulmão.
Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes.
O Pulmão Direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por
duas fissuras. Uma fissura obliqua que separa lobo inferior dos lobos médio e
superior e uma fissura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio.
O Pulmão Esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por
uma fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente o lobo superior do pulmão
esquerdo apresenta uma estrutura que representa resquícios do
desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do pulmão.
Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que
constituem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o
ponto de vista anatômico.
Pulmão Direito
* Lobo Superior: apical, anterior e posterior
* Lobo Médio: medial e lateral
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e
basal lateral
Pulmão Esquerdo
* Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e
basal lateral
54. Pleuras:
A superfície externa de cada pulmão e a
parede interna da caixa torácica são
revestidos por uma membrana serosa dupla,
chamada pleura. A membrana na superfície
externa de cada pulmão é
denominada Pleura Visceral, e a que reveste
a parede da cavidade torácica é
chamada Pleura Parietal.
Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a
Cavidade Pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante,
secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo
que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração.
Hilo do Pulmão:
A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão sendo
formado pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os Brônquios
Principais, Artérias Pulmonares, Veias Pulmonares, Artérias e Veias
Bronquiais e Vasos Linfáticos.
Os brônquios ocupam posição caudal e posterior, enquanto que as veias
pulmonares são inferiores e anteriores. A artéria pulmonar ocupa uma posição
superior e mediana em relação a essas duas estruturas. A raiz do pulmão direito
encontra-se dorsalmente disposta à veia cava superior. A raiz do pulmão
esquerdo relaciona-se anteriormente com o Nervo Frênico. Posteriormente
relaciona-se com o Nervo Vago.