1. FUNDAÇÃO ANTARES DE ENSINO SUPERIOR
CARILA APARECIDA DE OLIVEIRA
CLEITHIONY CARLOS DE OLIVEIRA
GLAUCIA CRISTIANE ROQUE
JULIANA PIRES DOS SANTOS
MAISA COSTA DOS SANTOS GUEDES
NICÁSSIA CORTEZ NUNES
ROSÂNGELA TERESINHA PEROTTI
VALQUÍRIA DOURADO MONTALVÃO
VANESSA APARECIDA DE BRITO
WOLNEI DA SILVA JUNIOR
ATO 3 – AVALIAÇÃO CONSTRUTIVISTA – TEORIA E PRÁTICA
GOIÂNIA
2013
2. 2
FUNDAÇÃO ANTARES DE ENSINO SUPERIOR
CARILA APARECIDA DE OLIVEIRA
CLEITHIONY CARLOS DE OLIVEIRA
GLAUCIA CRISTIANE ROQUE
JULIANA PIRES DOS SANTOS
MAISA COSTA DOS SANTOS GUEDES
NICÁSSIA CORTEZ NUNES
ROSÂNGELA TERESINHA PEROTTI
VALQUÍRIA DOURADO MONTALVÃO
VANESSA APARECIDA DE BRITO
WOLNEI DA SILVA JUNIOR
ATO 3 – AVALIAÇÃO CONSTRUTIVISTA – TEORIA E PRÁTICA
Trabalho de Seminário, apresentado ao
curso de Pedagogia, para fins avaliativos,
sob a orientação da Prof.ª: Odinair Luz.
GOIÂNIA
2013
3. 3
RESUMO
A forma como a avaliação vem se configurando nas escolas, leva-nos a pensar no papel do
professor na formação do aluno, no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, este
artigo propõe uma análise reflexiva sobre as maneiras avaliativas nas diferentes disciplinas
e de como vêm sendo trabalhadas nas escolas ao longo de décadas. Tal reflexão está
pautada em algumas abordagens de autores mencionados por Léa Depresbiteris (1999),
focando-se em três atos da avaliação educacional. A busca pela compreensão das
avaliações pode promover mudanças no ensino escolar e na relação educador e educando,
pondo em evidência alguns problemas tão comuns nas práticas avaliativas educacionais.
Para tanto, é necessário destacar que nenhuma abordagem é cabal em si mesma, mas que
diferentes teorias e práticas devem caminhar juntas nesse processo avaliativo como um
todo. Ao despertar tal concepção reflexiva o educador poderá levar o aprendiz à liberdade
de pensamento e à consciência de que diferentes caminhos podem levar ao mesmo
resultado, lembrando que todos os indivíduos, considerando suas particularidades, são
capazes de aprender e discernir o que está sendo discutido na realidade. Assim, no
processo educacional o aluno conseguirá dar sentido ao seu aprendizado.
Palavras-chave: Análise. Avaliação. Ensino-aprendizagem. Formação. Reflexão.
ABSTRACT
The form how the learning-teaching process has been worked at schools, takes us to think of
the teacher’s role in the formation of the critical student. So, this working suggests a
reflective analysis about the form how the valuation of the disciplines has been worked at
schools in decades. This reflection is focalized in some approach purposes for different
theories spoke for Léa Depresbiteris, directing it in three aspects of educational valuation.
This seeks for comprehension of the valuations can change the school learning and the
relations inter teacher and student, speaking about of the problems at school. For this, it’s
necessary tell that there isn’t any form sufficient for teaching, but theories and practice can
walk together in the valuation of the all process. The conscience in the student should be
work with the student for live to be the liberty of the conscience, because different away take
the same result, and everybody can learn, but with different times depending of the each
person; So, students can comprehension the sense of things in the educational valuation
process.
Keywords: Analysis. Formation. Learning-teaching. Reflection. Valuation.
5. 5
...decorar regras gramaticais, sem que se as compreenda como
produtivas para uma expressão escrita, continuará sendo perda de
tempo e de energia mental, em qualquer situação de ensinoaprendizagem da língua materna.
(Inez Sautchuk).
6. 6
INTRODUÇÃO
Aprender a escrever é aprender a pensar.
(Othon Moacyr Garcia).
No processo de ensino-aprendizagem escolar, existem variadas formas de
avaliação do educando. Sendo assim, este esboço de artigo apresenta alguns
destaques a respeito do assunto avaliação, que de acordo com Léa Depresbiteris,
mencionando-a em três atos. O primeiro ato é o julgamento da avaliação, cabendo
ao leitor dar o veredito se a avaliação é culpada ou inocente. O segundo, os
conhecimentos
básicos
para
os
avaliadores,
com
concepções,
exemplos,
estratégias, transmissão de conteúdos, instrumentos usados para a construção dos
conhecimentos. Por fim, o terceiro ato, a discussão da avaliação procura expor
aspectos que deveriam ser mais aprofundados nas abordagens construtivistas.
Entretanto, este esboço destacará o terceiro ato, dando uma análise do que
a avaliação construtivista deve trabalhar para que o aluno seja ajudado de forma
mais humana e razoável, a fim de se desenvolver as suas habilidades de
pensamento. Para tanto, a avaliação construtivista proporciona investigar diferentes
e variadas maneiras de avaliação, de acordo com as reações e situações
comportamentais de cada indivíduo, no seu meio, enriquecendo o ensinoaprendizagem e levantando questionamentos sobre a posição do professor no
processo avaliativo.
7. 7
2 CONCEPÇÕES TEÓRICAS
O conhecimento de mundo precede o conhecimento da palavra.
(Paulo Freire).
Para Vygotsky (apud DEPRESBITERIS, 1999), a aprendizagem necessita
de mediação e que a mais importante é a linguagem. Já Piaget se voltou para as
múltiplas possibilidades lógicas que ocorre na vida das pessoas, fazendo-as explorar
e entender seus problemas.
Para solucionar o problema da professora que, depois de fazer um curso de
formação, tornou-se arrogante, era necessário compreender o que estava
acontecendo com ela, que sentimentos a motivava em seus comportamentos e
buscar transformar suas ações de superioridade, com paciência, diálogo e ação,
lembrando o que destacou Paulo Freire (apud DEPRESBITERIS, 1999) sobre a
importância da relação dialógica.
No entanto, os construtivistas consideram que o conflito, que é uma
representação conhecida e uma representação ideal a alcançar, é condição
imprescindível para a aprendizagem. Desse modo, devem-se explicar os motivos
dos fatos a serem trabalhados.
A mente humana quando acostumada a uma situação ou percurso sofre um
desequilíbrio sempre que tem que se adequar ou assimilar uma nova informação.
Piaget (apud DEPRESBITERIS, 1999) propôs os mecanismos de assimilação,
adaptação e equilíbrio para um novo processo de adequação às novas situações na
vida. Assim, percebe-se que um desequilíbrio construtivista é o meio em que ocorre
a aprendizagem significativa.
Reuven Feuersten (apud DEPRESBITERIS, 1999) ao trabalhar com a
autoestima de crianças sobreviventes da Segunda Guerra Mundial percebeu que os
exercícios de raciocínio à medida que iam ficando mais complexos faziam com que
elas reagissem melhor à apatia. Feursten defendia que o ser humano por ser
maleável pode se modificar, mesmo aquele que necessita de maior intervenção para
aprender, pois os conceitos de modificabilidade cognitiva dizem que nossas
estruturas mentais podem ser desenvolvidas, pois a inteligência é dinâmica e
maleável, portanto modificável.
8. 8
As necessidades de mediação devem ter intenções, que podem ser feitas
por qualquer pessoa, já que o mediador “é toda pessoa que ordena e estrutura os
estímulos de aprendizagem para outra pessoa construir seu próprio conhecimento”,
dando-a instrumentos para pensar. (DEPRESBITERIS, 1999, p. 75). Feuerstein
seguia as ideias de Vygotsky ao dizer que a inteligência é formada com a relação do
indivíduo com o meio em que vive. Com uma nova visão é possível ensinar a
aprender e a ser inteligente para transmitir cultura com todo o seu significado.
A capacidade de pensar dota o indivíduo de atitudes para resolver
problemas, de ser menos impulsivo e de agir com mais consciência e crítica,
encontrando significados nas coisas que ele realiza. O conhecimento do aluno pode
ser adquirido por meio de variados mecanismos, inclusive através dos erros que
podem ser construtivos. O professor que considera vários tipos de pensar, não
padronizando respostas, faz com que o erro seja indicador de raciocínio, sendo
flexível nos critérios avaliativos. Assim, o educador será construtivista.
Para ser construtivista é preciso estudar muito e estar preparado para
praticar os conceitos estudados, pois os sistemas de referências absoluto e relativo
são importantes no processo de aprendizagem.
2.1 Concepções da Linguagem
De fato, o homem é único ser que é dotado para adquirir uma linguagem de
acordo com as concepções da linguagem. Sendo assim, para conviver em
sociedade, ele necessita da comunicação, que atua nos comportamentos individuais
e coletivos de cada grupo social.
Por meio da língua o indivíduo pode se comunicar, no entanto, é necessário
aprender as formas da íngua consideradas padrão, para que a pessoa compreenda
melhor as estruturas da linguagem capazes de capacitá-la melhor a adequação nas
diferentes situações nas quais esteja inserida. Aí, entra o profissional que é
mediador desse processo educativo, sem esquecer que não somente o professor
está engajado na formação educacional, mas todas as pessoas que cercam o aluno.
Por isso, toda “a natureza da linguagem usada por uma pessoa determina todo o
seu modo de vida, inclusive a sua maneira de pensar, abrangendo todas as
atividades mentais.” (BENVENISTE apud TERWILLIGER, 1974, p. 26).
9. 9
3 CONCLUSÃO
O que vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma
palavra pensada. Palavra pegante, dada em guardanapo, que vai
rompendo rumo.
(João Guimarães Rosa).
Dessa forma, nota-se que, após fazer análises das diferentes maneiras de
ensinar, a descrição deste trabalho proporciona uma visão de posturas educativas
de profissionais da educação que podem ser adotadas como mecanismos no
processo de ensino e avaliação.
A teoria proporciona ao indivíduo saber as questões que devem ser
observadas para uma melhor compreensão da realidade e, assim, orientar o
educador a assumir atitudes frente às situações complexas que acontecem
diariamente no processo educativo em sala de aula.
Assim, pegando um gancho na epígrafe de Guimarães Rosa e fazendo,
grosso modo, uma analogia com a formação escolar, a ação deve ser paltada em
teorias que a fomente a principiar uma palavra pensada.
Para Luckesi (2005), o educando não vai à escola para ser avaliado, julgado
ou reprovado, e sim para aprender. Segundo ele, confunde-se avaliação com
exames e, consequentemente, com o fracasso escolar, responsabilizando o
educando pelo resultado negativo que desempenhou, geralmente, em virtude de
desinteresse de aprendizagem. Dessa forma, o professor, erroneamente, examina
seus alunos repetindo o processo sistemático e absoluto, perpetuando um
tradicionalismo avaliativo prejudicial à qualidade de ensino. De acordo com Luckesi
(2005), isso acontece devido à “[...] políticas públicas e educacionais insatisfatórias,
más condições de ensino, baixos salários dos educadores [...]” (2005, p. 242).
Para Vygotsky (apud DEPRESBITERIS, 1999), a aprendizagem não se faz
sozinha, pois é necessário abordar as funções psicológicas superiores da criança a
partir das relações sociais que elas estabelecem com o meio social. Para
Depresbiteris (1999, p. 88) o professor deve ser mediador do conhecimento e a
“avaliação dos desempenhos dos alunos seria então para reforçar o processo de
raciocínio utilizado”.
Sendo assim, é importante pensar que a avaliação depende da abordagem de
ensino que o professor assume. Se ele se basear somente na transmissão de
10. 10
conhecimentos, a avaliação teria como objetivo quantificar o que foi ensinado. Neste
sentido, o instrumento mais utilizado é a prova escrita. No entanto, se a abordagem
buscar o desenvolvimento cognitivo, a avaliação estará centrada nos processos em
que os raciocínios foram construídos.
Nessa perspectiva, o professor leva o aluno a pensar e a avaliação passa a
ser construtivista, analisando um processo avaliativo como um todo e não apenas as
partes reduzidas a aplicação de provas com respostas padronizadas.
11. 11
4 ANÁLISE DO GRUPO 3
Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa
criar condições para que o aluno possa desenvolver sua
competência discursiva.
(PCNs).
O professor deve sempre proporcionar ao aluno uma aprendizagem crítica
que visa a considerar os elementos extratextuais, sociais, e culturais, sem esquecerse que a individualidade de cada aprendiz deve ser respeitada, pois cada aluno tem
o seu tempo de aprendizagem, ou seja, cada um aprende em momentos e períodos
diferentes do outro.
Dessa forma, lembrando Freire (1990), o conhecimento prévio ou de mundo
do educando leva-o a outros conhecimentos que é o da palavra, por exemplo. Por
isso, como há muitas metodologias para o alcance de um aprendizado crítico, o
professor que adere a multiformas de avaliação também estabelece objetivos para
uma análise profunda para saber se de fato o aluno está conseguindo aprender a
pensar com criticidade, nas reflexões e sugestões disciplinares de acordo com
diretrizes avaliativas.
Assim, o trabalho do professor que identifica e explora instrumentos
avaliativos complexos tem maiores condições de formar outro profissional crítico,
estabelecendo objetivos determinados com suficiência para sanar problemas que
envolvam a leitura e a compreensão contextual, permitindo, assim, que os alunos
possam fazer leituras mais conscientes de todos os conteúdos aplicados em sala de
aula, já que
Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa
criar condições para que o aluno possa desenvolver sua
competência discursiva.
(PCNs)1.
Por isso, um ensino-aprendizagem, que é colocado de forma não
mecanizada, pode ser transformador do indivíduo e consequentemente da
sociedade que o cerca. É necessário que haja uma compreensão do educador sobre
a amplitude do ato de ensinar, pois seus instrumentos são capazes de combater o
1
Foi usando a sigla PCNs para se referir aos Planos Curriculares Nacionais.
12. 12
analfabetismo funcional, tão presente no meio escolar, lembrando que somente um
crítico pode formar outra pessoa que tenha criticidade.
Dessa forma, analisa-se como a avaliação vem se configurando nas escolas,
e isso nos leva a pensar no real papel do professor na formação do educando, e
como o educador se relaciona no ambiente escolar considerando todos os que estão
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Um importante enfoque está na
percepção de como as maneiras avaliativas das diferentes disciplinas vêm sendo
trabalhadas nas escolas ao longo de muitas décadas. Essa reflexão, embasada em
algumas abordagens mencionadas por Depresbiteris (1999), destaca-se em três
atos da avaliação educacional. O primeiro ato “A avaliação em julgamento – culpada
ou inocente?”; o segundo, “O mínimo eu um avaliador precisa saber sobre
avaliação” e o terceiro, que é destaque deste esboço, “Avaliação numa perspectiva
construtivista – teoria e prática”.
Pela compreensão das abordagens avaliadas pode-se destacar que
nenhuma abordagem é cabal em si mesma, porém diferentes teorias e práticas
devem caminhar juntas no processo avaliativo, despertando no educador a reflexão
que poderá levar o aprendiz à liberdade de pensamento e à consciência de que
diferentes caminhos podem gerar o mesmo resultado.
Por isso, os profissionais educativos devem-se lembrar de que todos os
indivíduos
são
diferentes,
portanto,
é
importante
considerá-los
nas
suas
particularidades, limitações e tempo de aprendizagem. Assim, no processo
educacional, é imprescindível que haja valores solidários, respeito, afeto, o que
simplesmente pode ser descrito como humanidade, fazendo com que o aluno
consiga dar sentido ao seu aprendizado sem qualquer receio do processo avaliativo
escolar.
13. 13
REFERÊNCIAS
DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação educacional em três atos. São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 1999.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
24. ed. São Paulo: Cortez / Autores Associados, 1990. p. 11-21.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando
conceitos e recriando a prática. Salvador/ BA: Malabares Comunicação e Eventos,
2005.
TERWILLIGER, Robert F. Psicologia da linguagem. São Paulo: Cultrix, 1974.