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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2013 Especial H3
●
1932
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rismo e o tratamento hostil de
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Constitucionalista em defesa
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de Mesquita Filho, Francisco e
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frente de batalha. Julio de Mes-
quita Filho e Francisco Mesqui-
ta são presos e, posteriormen-
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Morre Nestor Pestana em
abril. No mês seguinte, Plínio
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vocar eleições para o ano se-
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25/1/1934
Aindacomointerventorfederal,
ArmandodeSallesOliveirabai-
xadecretoquecriaaUniversida-
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umaideiadeJuliodeMesquita
Filhodefendidaemcampanha
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soresfranceses,italianoseale-
mãesparaaFaculdadedeFiloso-
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●
1934
Francisco Mesquita se elege
deputado estadual pelo re-
cém-criado Partido Constitu-
cionalista e Armando Salles é
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bleia Legislativa.
homenagensqueserendem,de
praxe, numa situação como es-
sa,dizendoqueeleteveumges-
to digno”. Quando Getúlio foi
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sura seria inadmissível.
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biçãodequefossempublicadas
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riais sobre uma série de assun-
tos.Eraproibidofalar,entreou-
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democratização.
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nadasdeV.Sa.,omeusentimen-
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Em junho de 1978, portanto
ainda na época do AI-5, Ruy
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sempre se definiu, Ruy Mes-
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nal à coerência e fidelidade
que vem mantendo ao longo
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laempresaedesacrifíciospes-
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tores”. Conforme lembrou na
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ta,aoreceberoPrêmioPersona-
lidade da Comunicação 2004.
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terrível ameaça e pode ter sua
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dochização’daimprensa,ouse-
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resses de marketing dos jor-
nais”,disse,numaalusãoaoem-
presário Rupert Murdoch, que
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queachouquedariamaisdinhei-
ro do que fabricar salsichas”.
Estavaatentoàameaçadain-
ternet.“Ninguémlêjornalpara
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net ou mesmo da televisão”.
Havia mais de 30 anos que
RuyMesquita falava emse apo-
sentar, mas não era para levar a
sério. A realidade do dia a dia
confirmava que, ao contrário,
ele pretendia continuar traba-
lhando enquanto Deus lhe des-
seforça. Dirigiu seu carroauto-
máticoatéalgunsmesesatráse,
se não dava para viajar à fazen-
da que comprou no Triângulo
Mineiro, administrava a pro-
priedade a distância.
Plantou seringueiras, gosta-
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RuyMesquitaestavainterna-
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díacapara aimplantaçãodeum
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rouos83anos,em16deabrilde
2008. Impaciente e só falando
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feliz e bem-humorado, quando
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do a ajuda de uma enfermeira.
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versário de 85 anos, em 2010,
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confessou a emoção, uma rea-
ção incomum, ele explicou, pa-
ra seu temperamento arredio a
esse tipo de comemoração.
Casado com Laura Maria
Sampaio Lara Mesquita, tinha
quatrofilhos–Ruy,Fernão,Ro-
drigo e João –, 12 netos e um
bisneto. / COLABOROU UBIRATAN
BRASIL
REPRODUÇÃO
www.estadao.com.br/acervo
“O sucesso do jornal se deve à coerência e fidelidade
que vem mantendo ao longo de sua história”
Artigos de Ruy Mesquita
‘Vergonha’. Trecho do telegrama enviado por Ruy a Buzaid
Ruy Mesquita
Leia a coluna ‘De um dia para outro’
DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO–11/10/1976
História. Em 1976, em debate sobre a imprensa, Ruy Mesquita fala sobre a censura que durou seis anos, depois do editorial ‘Instituições em Frangalhos’, escrito por seu pai em 1968
Em 1959, foi saudado
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  • 1. %HermesFileInfo:H-3:20130522: O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2013 Especial H3 ● 1932 Inconformado com o autorita- rismo e o tratamento hostil de Getúlio Vargas e os “tenentes” a São Paulo, o Estado passa a opor-se ao governo. No dia 9 de julho estoura a Revolução Constitucionalista em defesa de eleições livres e de uma Constituição. Os irmãos Julio de Mesquita Filho, Francisco e Alfredo Mesquita vão para a frente de batalha. Julio de Mes- quita Filho e Francisco Mesqui- ta são presos e, posteriormen- te, exilados em Lisboa. ● 1933 Morre Nestor Pestana em abril. No mês seguinte, Plínio Barreto é promovido a diretor. Em agosto, Armando de Salles Oliveira, casado com Raquel Mesquita de Salles Oliveira, irmã de Julio Mesquita Filho, é indicado interventor por Getú- lio Vargas. Salles Oliveira só aceita o posto sob a condição de o ditador conceder anistia aos revolucionários de 32 e con- vocar eleições para o ano se- guinte. Julio e Francisco Mes- quita retornam ao País, reassu- mindo suas funções no jornal. ● 25/1/1934 Aindacomointerventorfederal, ArmandodeSallesOliveirabai- xadecretoquecriaaUniversida- dedeSãoPaulo,concretizando umaideiadeJuliodeMesquita Filhodefendidaemcampanha doEstado.Julioconvidaprofes- soresfranceses,italianoseale- mãesparaaFaculdadedeFiloso- fia,CiênciaseLetras. ● 1934 Francisco Mesquita se elege deputado estadual pelo re- cém-criado Partido Constitu- cionalista e Armando Salles é eleito governador pela Assem- bleia Legislativa. homenagensqueserendem,de praxe, numa situação como es- sa,dizendoqueeleteveumges- to digno”. Quando Getúlio foi eleito em 1950, lembrou Ruy Mesquita, o jornal o tratou co- mo presidente democrático. “Com a má vontade de sempre. Mas, para o que houve de bom no governo, particularmente naáreaeconômica,oEstadofa- zia editoriais, aprovando.” Aoladodo pai, RuyMesquita foiumdosarticuladoresdomo- vimentode1964.Mais doque o medodocomunismo–“umris- co reale iminente” –, o que, em sua opinião, levou à derrubada do presidente João Goulart foi a quebra da hierarquia militar. O jornal apoiou o golpe – ou melhor, contragolpe ou con- trarrevolução,comopreferiadi- zer –, mas rompeu com o regi- me após a promulgação do Ato Institucional n.º 2 (AI-2). Pa- gou caro por sua resistência à arbitrariedade. “O preço que pagamos foi, em primeiro lugar, a vida de meu pai”, disse o jornalista em março de 2004, referindo-se à morte de Julio de Mesquita Fi- lho, que morreu sete meses após a edição do AI-5. “Meu pai caiu doente, quando parou de escrever o primeiro editorial, que escrevia diariamente. Era um homem de saúde muito boa, mas era um psicossomáti- co. Todas as suas contrarieda- des tinham reflexos fisiológi- cos imediatos.” O Estado passou seis anos sob censura. Foi apreendido em13dedezembrode1968,por causa do editorial Instituições em Frangalhos, no qual Julio de MesquitaFilhodenunciavaafa- lência do regime. Durante a vi- gência do AI-5, o jornal não se submeteu à censura prévia que os militares impuseram à im- prensa.Ogoverno escaloucen- sores para as oficinas, onde as matérias proibidas eram corta- das,porquetambémaautocen- sura seria inadmissível. Como não se permitia que fi- casse espaço em branco, deci- diu-se publicar poemas (Esta- do) e receitas de bolos e doces (Jornal da Tarde). Em 1972, Ruy Mesquitaprotestou,emtelegra- ma ao então ministro da Justi- ça,AlfredoBuzaid,contraaproi- biçãodequefossempublicadas notícias, comentários e edito- riais sobre uma série de assun- tos.Eraproibidofalar,entreou- trositens,deaberturapolíticae democratização. “SenhorMinistro,aotomarco- nhecimentodessasordensema- nadasdeV.Sa.,omeusentimen- to foi de profunda humilhação e vergonha”,diziaotelegrama. Em junho de 1978, portanto ainda na época do AI-5, Ruy Mesquita recebeu em sua casa o então sindicalista Luiz Iná- cio Lula da Silva, a pedido de Luís Carta. “Ruy Mesquita, re- pórterdeSenhorVogueentrevis- ta Lula, o metalúrgico”, dizia a chamada de abertura do texto da revista. Resultado de quase quatrohorasdeconversa,aen- trevista–quefoimaisumbate- papodescontraído,comaparti- cipação da família – teve gran- de repercussão, pelo inusitado e pelo conteúdo do encontro. Maisdeumavez,RuyMesqui- ta foi processado e intimado a depor na Polícia Federal, por causadematériasproibidas.As- sim como Julio Neto, no Esta- do, ele não se curvou às impo- siçõesdaditadura.E,quandore- pórteres e redatores do jornal forampresos,saiuemdefesade- les.Emabrilde2004,ojornalis- ta Paulo Markun agradeceu ao vivo, na abertura do programa Roda Viva, da TV Cultura, a soli- dariedadequerecebeuemmaio de 1976. Desempregado havia oito meses, depois de ter sido presoeacusadodesercomunis- ta, Markun procurou Ruy Mes- quita e foi contratado. Presopelosórgãosdeseguran- ça,orepórterdepolíciaAntônio Carlos Fon recebeu apoio dos Mesquitas, nos dois meses que passouatrásdasgrades.Seusco- legaseamigosPercivaldeSouza eInajardeSouzaforamprocurá- lo em nome do Jornal da Tarde, enquanto ele era interrogado e torturado.Fonsemprefoigrato por essa solidariedade. “Quando fui solto, procurei Ruy Mesquita para agradecer e me explicar. Ele disse que eu nãotinhaqueexplicarnada,por- que,seapolícianãotinhaapura- donadacontramim,nãoeraele quem ia me punir. Meu salário estava depositado na conta.” Outros dois jornalistas do Grupo Estado foram ampara- dosporRuyMesquita,emoutu- brode1975.Nãohaviamaiscen- sura, mas a prisão de Vladimir Herzog, torturado e morto num quartel da Rua Tutoia, no Ibirapuera, acirrou a repressão contra a imprensa. “Luiz Paulo Costa, que era correspondente em São José dos Campos, deve a vida a Ruy Mesquita”, afirmou o então coordenador das sucursais, RaulBastos,emdepoimentopa- ra o livro Mordaça no Estadão (edição O Estado de S. Paulo, reportagemdeJoséMariaMay- rink), lançado em dezembro de 2008.Torturado nas mesmas dependênciasdoExércitoonde Herzog morreu, Luiz Paulo foi libertado depois de um telefo- nemadeRuyMesquitaaominis- troArmandoFalcão,daJustiça. Tambémameaçadodeprisão no episódio Herzog, o jornalis- ta Marco Antônio Rocha pediu socorro ao diretor do Jornal da Tarde. “Ruy Mesquita me aco- lheuemsuacasaedeláligouao ministro Armando Falcão para avisarqueeuestavasobsuapro- teção”, relatou Marco Antônio. Se os agentes da repressão qui- sessempegarojornalista,adver- tiu Ruy Mesquita, teriam de in- vadir sua casa ou a redação do jornal,ondeelecontinuariatra- balhando. Liberal e democrata, como sempre se definiu, Ruy Mes- quitaatribuíaosucessodojor- nal à coerência e fidelidade que vem mantendo ao longo de sua história, “à custa de sa- crifíciosmateriaissofridospe- laempresaedesacrifíciospes- soais sofridos pelos seus dire- tores”. Conforme lembrou na comemoração dos 130 anos de fundação, em janeiro de 2005, “O Estado de S. Paulo nunca pôs os interesses empresa- riais antes dos interesses polí- ticos – da defesa dos interes- ses nacionais.” Era uma traje- tória, acrescentou, marcada por Julio Mesquita e “seguida fielmentepelosseusfilhos,ne- tos e bisnetos”. Se não fosse a manutenção dessa separação rigorosa entre o interesse comercial e os ideaispolíticoseculturais,oEs- tado não teria chegado até on- dechegou,afirmouRuyMesqui- ta,aoreceberoPrêmioPersona- lidade da Comunicação 2004. “Infelizmente, é esse tipo de jornalismo que sofre hoje uma terrível ameaça e pode ter sua vida interrompida, daqui para a frente,peloquechamode‘mur- dochização’daimprensa,ouse- ja, a subordinação dos interes- sesdapolíticaeditorialaosinte- resses de marketing dos jor- nais”,disse,numaalusãoaoem- presário Rupert Murdoch, que “escolheu o setor da mídia por- queachouquedariamaisdinhei- ro do que fabricar salsichas”. Estavaatentoàameaçadain- ternet.“Ninguémlêjornalpara se distrair ou se entreter”, ad- vertiu o jornalista, prevendo que “só sobreviverão, no futu- ro, os jornais que se tornarem leitura indispensável de certos setoresdasociedade,asclasses dirigentes – os empresários, os intelectuais, os políticos – sem a pretensão de concorrer em termos de números de circula- çãocomasaudiênciasdainter- net ou mesmo da televisão”. Havia mais de 30 anos que RuyMesquita falava emse apo- sentar, mas não era para levar a sério. A realidade do dia a dia confirmava que, ao contrário, ele pretendia continuar traba- lhando enquanto Deus lhe des- seforça. Dirigiu seu carroauto- máticoatéalgunsmesesatráse, se não dava para viajar à fazen- da que comprou no Triângulo Mineiro, administrava a pro- priedade a distância. Plantou seringueiras, gosta- va de cultivar a terra, mas sua paixão mesmo era pescar. “Tu- do o que se refere a mar e peixe me fascina”, dizia. Para ele, to- dasaspescariassãoemocionan- tes,“atémesmoasquenãopro- duzem resultados, porque um dosprazeresdapescaéaeterna expectativa do peixe maior de todos”.Noseucaso,foiummar- lim azul de 177 quilos, captura- do em dezembro de 1975, a 40 milhas da Ilha Rasa, no litoral fluminense. RuyMesquitaestavainterna- do no Hospital Sírio-Libanês, ondesesubmeteuacirurgiacar- díacapara aimplantaçãodeum marca-passo,quandocomemo- rouos83anos,em16deabrilde 2008. Impaciente e só falando emvoltarlogoparacasa,estava feliz e bem-humorado, quando recebeuafamíliaparafestejaro aniversário. “Agoravoufuncionarmelhor com esse relógio no coração”, brincou. Quando recebeu alta, fez questão de subir sozinho as escadasdesuacasa, dispensan- do a ajuda de uma enfermeira. Duas semanas depois, já dava expedienteno jornal.Passava o dia sentado ou de pé, diante da mesa sempre entupida de pa- péis, lendo artigos e editoriais. Queixava-se da saúde, porque estava difícil manter o ritmo, mas parecia estar sempre de bom humor. Continuoutrabalhando,sem- pre a mesma rotina, na medida desuasforças.Nodiadeseuani- versário de 85 anos, em 2010, emocionou-se com a festa de aniversárioqueumacentenade amigos, funcionários e ex-fun- cionários lhe prepararam, com participação da família, no Sa- lão Nobre do 6.º andar do pré- dio do Estado. Ao lado do ex- presidenteFernando Henrique Cardoso, um dos convidados, confessou a emoção, uma rea- ção incomum, ele explicou, pa- ra seu temperamento arredio a esse tipo de comemoração. Casado com Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, tinha quatrofilhos–Ruy,Fernão,Ro- drigo e João –, 12 netos e um bisneto. / COLABOROU UBIRATAN BRASIL REPRODUÇÃO www.estadao.com.br/acervo “O sucesso do jornal se deve à coerência e fidelidade que vem mantendo ao longo de sua história” Artigos de Ruy Mesquita ‘Vergonha’. Trecho do telegrama enviado por Ruy a Buzaid Ruy Mesquita Leia a coluna ‘De um dia para outro’ DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO–11/10/1976 História. Em 1976, em debate sobre a imprensa, Ruy Mesquita fala sobre a censura que durou seis anos, depois do editorial ‘Instituições em Frangalhos’, escrito por seu pai em 1968 Em 1959, foi saudado em Havana por ter defendido a revolução de Sierra Maestra Ainda sob o AI-5, recebeu o sindicalista Lula, para uma entrevista de 4 horas