1. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA
UNIDADE DE CHAPECÓ
COORDENAÇÃO GERAL DE CURSOS TÉCNICOS
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INDUSTRIAL
MÓDULO I: METROLOGIA
MECÂNICA
CHAPECÓ
FEVEREIRO – 2007
2. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA
UNIDADE DE CHAPECÓ
COORDENAÇÃO GERAL DE CURSOS TÉCNICOS
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA
Mecânica
Material instrucional especialmente elaborado pelo Prof.
Jeferson Ferreira Mocrosky, e Joel Brasil Borges, para
uso exclusivo do CEFET/SC, Unidade de Chapecó.
Fevereiro
2007
3. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO A METROLOGIA 4
2 MEDIDAS E CONVERSÕES 17
2.1 Sistema inglês 17
3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO SIMPLES 21
3.1 Régua Graduada 21
3.2 Metro Articulado 21
3.3 Trena 22
4 PAQUÍMETRO 23
4.1 Paquímetro universal 23
4.2 Paquímetro de profundidade 24
4.3 Paquímetro duplo 25
4.4 Paquímetro digital 25
4.5 Traçador de altura 25
4.6 Princípio do nônio 26
4.7 Cálculo da resolução 27
4.8 Paquímetro no sistema métrico 27
4.9 Paquímetro no sistema inglês 28
4.10 Conservação do paquímetro 32
5 MICRÔMETRO 35
5.1 Micrometro no sistema métrico 39
5.2 Micrometro no sistema inglês 41
5.3 Micrometro interno 44
6 cALIBRADORES 45
7 VERIFICADORES 48
8 RELÓGIO COMPARADOR 50
9 GONIÔMETRO 53
10 TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMA 55
10.1 Retilineidade 55
10.2 Planeza 56
10.3 Circularidade 57
10.4 Cilindricidade 58
10.5 Forma de uma linha qualquer 59
10.6 Forma de uma superfície qualquer 59
11 TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA DE ORIENTAÇÃO 61
11.1 Paralelismo 61
11.2 Perpendicularidade 61
11.3 Inclinação 63
12 TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA DE POSIÇÃO 65
12.1 Posição de um elemento 65
12.2 Concentricidade 66
12.3 Coaxialidade 67
12.4 Simetria 67
12.5 Tolerância de batimento 68
REFERÊNCIAS 72
4. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 4
1 INTRODUÇÃO A METROLOGIA
Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos?
As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram
referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer
pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o
passo.
Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje.
Veja os seus correspondentes em centímetros:
1 polegada = 2,54 cm
1 pé = 30,48 cm
1 jarda = 91,44 cm
O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da humanidade. E lá,
no Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com dimensões muito específicas,
medidas em côvados.
O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três palmos,
aproximadamente, 66 cm.
5. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 5
Em geral, essas unidades eram baseadas nas
medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões
deveriam ser respeitados por todas as pessoas que,
naquele reino, fizessem as medições.
Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam, como
padrão de medida de comprimento, o cúbito:
distância do cotovelo à ponta do dedo médio.
Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para outra,
ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas. Para serem úteis, era necessário que os
padrões fossem iguais para todos.
Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do próprio corpo,
eles passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo comprimento. Foi assim que
surgiu o cúbito-padrão. Com o tempo, as barras passaram a ser construídas de madeira, para facilitar o
transporte. Como a madeira logo se gastava, foram gravados comprimentos equivalentes a um cúbito-
padrão nas paredes dos principais templos. Desse modo, cada um podia conferir periodicamente sua barra
ou mesmo fazer outras, quando necessário.
Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos eram a
polegada, o pé, a jarda e a milha. Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão de
medidas. A Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma barra
de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbada na parede externa do Grand Chatelet,
nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o cúbito-padrão, cada interessado poderia conferir
seus próprios instrumentos. Uma toesa é equivalente a seis pés, aproximadamente, 182,9 cm.
Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser refeito. Surgiu,
então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que pudesse ser encontrada
na natureza e, assim, ser facilmente copiada, constituindo um padrão de medida.
Havia também outra exigência para essa unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos
segundo o sistema decimal. O sistema decimal já havia sido inventado na Índia, quatro séculos antes de
Cristo.
Finalmente, um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França,
num projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790. Estabelecia-
se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um quarto do meridiano
terrestre.
Finalmente, um sistema com essas características
foi apresentado por Talleyrand, na França, num
projeto que se transformou em lei naquele país,
sendo aprovada em 8 de maio de 1790.
Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria
ser igual à décima milionésima parte de um quarto
do meridiano terrestre.
Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o
termo grego metron significa medir). Os
astrônomos franceses Delambre e Mechain foram
incumbidos de medir o meridiano. Utilizando a
toesa como unidade, mediram a distância entre
Dunkerque (França) e Montjuich (Espanha).
Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que
foi materializada numa barra de platina de secção
retangular de 4,05 x 25 mm.
O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade padrão metro, que assim foi
definido:
Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.
6. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 6
Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a
ser denominado metro dos arquivos. Com o desenvolvimento
da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do
meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente.
Assim, a primeira definição foi substituída por uma segunda:
Metro é a distância entre os dois extremos da barra de
platina depositada nos Arquivos da França e apoiada nos
pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau
Celsius.
Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida com
o gelo fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema métrico foi
implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, então, um prazo de dez
anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.
Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou-se que o metro
dos arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão
perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra também não era suficientemente
rígida.
Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, que recebeu:
• seção transversal em X, para ter maior estabilidade;
• uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável;
• dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.
Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:
Metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra
do padrão internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional des Poids et
Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760
mmHg e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão.
Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa temperatura que o
metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo comprimento do padrão que se encontra na
França, na temperatura de zero grau Celsius.
Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é
recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª Conferência
Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial), em sua resolução 3/84, assim definiu o metro:
Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de
do segundo.
É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior exatidão o
valor da mesma unidade: o metro.
MEDIDAS INGLESAS
A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um sistema de medidas
próprio, facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua sociedade.
Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser o mais
usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo 0,91440 m. As divisões
da jarda (3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores expressos no sistema
métrico:
• 1 yd (uma jarda) = 0,91440 m
• 1 ft (um pé) = 304,8 mm
• 1 inch (uma polegada) = 25,4 mm
PADRÕES DO METRO NO BRASIL
Em 1826, foram feitas 32 barras-padrão na França. Em 1889, determinou-se que a barra nº 6
seria o metro dos Arquivos e a de nº 26 foi destinada ao Brasil. Este metro-padrão encontra-se no IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
7. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 7
MULTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO METRO
A tabela 1 apresenta os múltiplos e submúltiplos do metro, baseado no Sistema Internacional de
Medidas (SI).
Tabela 1 Multiplos e submultiplos do metro.
1.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE
UNIDADES
É um sistema coerente, pois as unidades
derivadas são obtidas por um processo de
multiplicação e divisão das unidades de base, sem
utilização de fatores numéricos, exceto o número.
Exemplos:
- Área Distância x Distância m
2
- Velocidade Distância/Tempo m/s
- Aceleração Velocidade/Tempo m/s
2
- Força Massa x Aceleração 1N
1kgf.m/s
2
- Pressão Força/Área 1Pa
1N/m
2
- Energia Força x Distância 1 J
1N/m
2
- Potência Energia/Tempo 1 W
1 J/s
UNIDADES DE BASE
Grandeza Unidade Simbolo
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampére A
Temperatura termodinâmica Kelvin K
Quantidade de matéria Mol mol
Intensidade luminosa Candela cd
DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE BASE
METRO: é o comprimento do caminho percorrido
pela luz no vácuo, no intervalo de tempo de 1/299
792 458 s. O valor exato da velocidade da luz é
299 792 458 m/s (constante física fundamental);
• QUILOGRAMA: massa de um cilindro de platina
iridiada mantido pelo BIPM em Paris. É a única
unidade ainda definida por um artefato;
8. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 8
• SEGUNDO: duração de 9.192.631.770 ciclos de
radiação proveniente da transição entre dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do átomo de
césio 133;
• AMPÈRE: corrente que produz uma força de
2.10-7
newtons por metro de comprimento entre
dois longos condutores afastados de um metro
entre si;
• KELVIN: 1/273,16 da temperatura do ponto
tríplice da água;
• CANDELA: intensidade luminosa em uma dada
direção de uma fonte de radiação monocromática
de
freqüência 540.1012
Hz e cuja intensidade radiante
nesta direção é de 1/683 watts/esterradiano;
MOL: quantidade de substância de um sistema
que contém tantos itens elementares quantos são
os átomos em 0,012 kg de carbono 12.
UNIDADES SUPLEMENTEARES
Grandeza Unidade Simbolo
Ângulo plano Radiano rad
Ângulo sólido esterradiano sr
UNIDADES DERIVADAS
Grandeza Unidade Simbolo
Área Metro quadrado m
2
Volume Metro cúbico m
3
Velocidade Metro por segundo m/s
Densidade de corrente Ampére por metro
quadrado
A/m
2
Luminância Candela por metro
quadrado
cd/m
2
Frequência hertz Hz
S
-1
Força newton N
m.kg/s
2
Pressão pascal Pa
N/m
2
Energia, trabalho joule J
N.m
Potência, fluxo radiante watt W
J/s
Carga elétrica coulomb C
s.A
Potencial elétrico, f.e.m. volt V
W/A
Resistência elétrica ohm Ω
V/A
Condutância elétrica siemens S
A/V
Fluxo magnético weber Wb
V.s
Densidade de fluxo
magnético
tesla T
Wb/m
2
N/(A.m)
Temperatura Grau Celsius °C
Fluxo luminoso lumens lm
cd.sr
Iluminância lux Lx
lm/m
2
Prefixos SI
Fator Nome Símbolo
1018 Exa E
1015 peta P
1012 tera T
109 giga G
106 mega M
103 quilo k
102 hecto h
101 deca da
Fator Nome Símbolo
10-3 mili m
10-6 micro μ
10-9 nano n
10-12 pico P
OBSERAÇÕES:
• Por motivos históricos, o nome da unidade SI de
massa contém o prefixo quilo. Por convenção, os
múltiplos e submúltiplos dessa unidade são
formados pela adjunção de outros prefixos SI à
palavra grama e ao símbolo g;
• Os prefixos desta tabela podem ser também
empregados com unidades que não pertencem ao
SI;
OUTRAS UNIDADES ACEITAS NO SI
Grandeza Unidade Símbolo Equivalência
volume litro L ou l 0,001 m
3
grau ° π/180 rad
minuto ‘ π/10800radÂngulo plano
segundo “ π/648000 rad
Massa tonelada t 1000 kg
minuto min 60 s
hora h 3600 sTempo
dia d 86400 s
freqüência Rotação por
minuto
rpm 1/60 hz
GRAFIA DAS UNIDADES
Grafia dos nomes de unidades
• Quando escritos por extenso, os nomes de
unidades começam por letra minúscula, exceto o
grau Celsius.
Ex.: ampére, kelvin, newton;
• A unidade pode ser escrita por extenso ou
representada pelo seu símbolo, não sendo
admitidas combinações de partes escritas por
extenso com partes expressas por símbolo.
Ex.: quilovolts por milímetro ou kV/mm.
Assim sendo, é inadequado escrever
quilovolts/mm.
9. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 9
Plural dos nomes de unidades
Quando os nomes de unidades são escritos
ou pronunciados por extenso, a formação do plural
obedece às regras básicas:
⇒ Os prefixos são invariáveis;
⇒ Os nomes de unidades recebem a letra “s”
quando:
• São palavras simples. Ex: ampéres,
candelas, joules, volts, mols, pascals, decibels;
• São palavras compostas sem hífen. Ex:
ampéres-horas, newtons-metros, pascals-
segundos;
⇒ Os nomes ou partes dos nomes de unidades
não recebem a letra “s” no final quando:
• Terminam pelas letras s, x, ou z. Ex:
siemens, lux, hertz;
• Correspondem ao denominador de
unidades compostas por divisão. Ex: quilômetros
por hora, watts por esterradiano;
• Em palavras compostas, são elementos
complementares de nomes de unidades ligados a
estes por hífen ou preposição. Ex: anos-luz,
elétron-luz, quilogramas-força.
Grafia dos símbolos de unidades
• Os símbolos são invariáveis, não sendo
admitido colocar, após o símbolo, seja ponto de
abreviatura, seja “s” de plural, sejam sinais, letras
ou índices;
• Os prefixos SI nunca são justapostos no
mesmo símbolo. Ex.: mμm (milimicrometro) ao
invés de nm (nanômetro);
• Os prefixos SI podem coexistir num
símbolo composto por multiplicação ou divisão.
Ex.: kN.cm, kV/mm;
• Os símbolos de uma mesma unidade
podem coexistir num símbolo composto por
divisão. Ex.: kWh/h;
• O símbolo é escrito no mesmo
alinhamento do número a que se refere, e não
como expoente ou índice. São exceções os
símbolos das unidades não SI de ângulo plano (° ‘
“), os expoentes dos símbolos que têm expoente,
o sinal ° do símbolo do grau Celsius e os símbolos
que têm divisão indicada por traço de fração
horizontal;
• O símbolo de uma unidade composta por
multiplicação pode ser formado pela justaposição
dos símbolos componentes e que não cause
ambigüidade ou mediante a colocação de um
ponto entre os símbolos componentes, na base da
linha ou a meia altura. Ex.: VA, kWh, N.m, m.s
-1
;
Grafia dos números
As prescrições desta seção não se aplicam
aos números que não representam quantidades
por exemplo, numeração de elementos em
seqüência, códigos de identificação, datas,
números de telefones, etc.).
Para separar a parte inteira de parte decimal
de um número, é empregada sempre uma vírgula;
quando o valor absoluto do número é menor que
1, coloca-se 0 à esquerda da vírgula;
Os números que representam quantias em
dinheiro, ou quantidades de mercadorias, bens ou
serviços em documentos para efeito fiscal, jurídico
e/ou comercial, devem ser escritos com os
algarismos separados em grupos de três, a contar
da vírgula para a esquerda e para a direita, com
pontos separando esses grupos entre si.
Nos demais casos são recomendados que
os algarismos da parte inteira e os da parte
decimal dos números sejam separados em grupos
de três a contar da vírgula para a esquerda e para
a direita, com pequenos espaços entre esses
grupos (por exemplo, em trabalhos de caráter
técnico ou científico), mas é também admitido que
os algarismos da parte inteira e os da parte
decimal sejam escritos seguidamente (isto é, sem
separação em grupos);
Para exprimir números sem escrever ou
pronunciar todos os seus algarismos:
• Para os números que representam
quantias em dinheiro, ou quantidades de
mercadorias, bens ou serviços, são empregadas,
de uma maneira geral, as palavras:
Mil = 10
3
= 1000
Milhão = 106
= 1000 000
Bilhão = 109
= 1000 000 000
Trilhão = 1012
= 1000 000 000 000
• Para trabalhos de caráter técnico ou
científico, é recomendado o emprego dos prefixos
SI ou fatores decimais.
Espaçamento entre número e símbolo
O espaçamento entre o número e o símbolo
da unidade correspondente deve atender à
conveniência de cada caso, assim, por exemplo:
• Em frases de texto correntes, é dado
normalmente o espaçamento correspondente a
uma ou meia letra,
mas não se deve dar espaçamento quando há
possibilidade de fraude;
• Em colunas de tabelas, é facultado utilizar
espaçamentos diversos entre os números e os
símbolos das
unidades correspondentes.
Pronúncia dos múltiplos e submúltiplos
decimais das unidades
Na forma oral, os nomes dos múltiplos e
submúltiplos decimais das unidades são
pronunciados por extenso, prevalecendo a sílaba
tônica da unidade.
As palavras quilômetro, decímetro,
centímetro e milímetro, consagradas pelo uso com
o acento tônico deslocado para o prefixo, são as
únicas exceções a esta regra.
Assim sendo, os outros múltiplos e
submúltiplos decimais do metro devem ser
pronunciados com o acento tônico na penúltima
sílaba (me).
10. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 10
Exemplos: magametro, micrômetro (distinto de
micrômetro instrumento de medição), nanômetro,
etc.
ALGARISMOS SIGNFICATIVOS
Quantidade de algarismos significativos
Algarismos significativos são todos aqueles
que possuem um significado físico e fornecem a
informação real do valor de uma grandeza.
Ex.: 4,7 cm; 4,65 cm.
Os algarismos significativos do valor de uma
grandeza são todos aqueles necessários na
notação científica, exceto os expoentes de dez.
Ex.: 1,20 x 10³ (três algarismos significativos).
2,450 x 10² (quatro algarismos significativos).
Os zeros que apenas indicam a ordem de
grandeza do valor medido não são considerados
algarismos significativos.
Ex.: 0,00350 (três algarismos significativos)
0,1 (um algarismo significativo)
Algarismos corretos e avaliados (interpolação)
Imagine que você esteja realizando a
medida de um comprimento de uma barra com
uma régua cuja menor divisão é de 1 mm.
Ao tentar expressar o resultado desta
medida, você percebe que ela está compreendida
entre 14,3 cm e 14,4 cm. A fração de milímetro
que deverá ser acrescentada a 14,3 cm terá que
ser avaliada, pois a régua não apresenta divisões
inferiores a 1 mm.
Para fazer esta avaliação, você deverá
imaginar o intervalo entre 14,3 e 14,4 cm
subdividido em dez partes iguais, e, com isto, a
fração de milímetro que deverá ser acrescentada a
14,3 cm poderá ser obtida com razoável
aproximação.
Podemos avaliar a fração mencionada como
sendo cinco décimos de milímetro e o resultado da
medida poderá ser expresso como 14,35 cm.
Observe que estamos seguros com relação
aos algarismos 1, 4 e 3, pois eles foram obtidos
através de divisões inteiras da régua, ou seja, eles
são algarismos corretos.
Entretanto, o algarismo 5 foi avaliado, isto é,
você não tem muita certeza sobre o seu valor e
outra pessoa poderia avaliá-lo como sendo 4 ou 6,
por exemplo. Por isto, este algarismo avaliado é
chamado algarismo duvidoso ou algarismo incerto.
É óbvio que não haveria sentido em tentar
descobrir qual algarismo deveria ser escrito na
medida após o algarismo 5.
Para isto, seria necessário imaginar o
intervalo de 1 mm dividido mentalmente em 100
partes iguais, o que evidentemente seria
impossível. Portanto, se o resultado da medida
fosse apresentado como 14,357 cm, por exemplo,
poderíamos afirmar que a avaliação do algarismo
7 (segundo algarismo avaliado), não tem nenhum
significado e assim, ele não deveria figurar no
resultado.
Pelo que vimos acima, no resultado de uma
medida devem figurar somente os algarismos
corretos (exatos) e o primeiro algarismo avaliado.
Esta maneira de proceder é adotada
convenientemente na apresentação de resultados
de medidas e são denominados algarismos
significativos.
Desta maneira, o resultado da medida da
figura anterior deve ser expresso como 14,35 cm.
Se cada divisão de 1 mm da régua da figura
anterior fosse realmente subdividida em 10 partes
iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento da
barra (usando, por exemplo, um microscópio), o
algarismo 5 passaria a ser correto, pois iria
corresponder a uma divisão inteira da régua.
Neste caso, o algarismo seguinte seria o primeiro
avaliado e passaria a ser, portanto um algarismo
significativo. Se nesta avaliação fosse encontrado
o algarismo 7, por exemplo, o resultado da medida
poderia ser escrito como 14,357 cm, sendo todos
estes algarismos significativos. Por outro lado, se
a régua da figura não possuísse as divisões de
milímetros, apenas os algarismos 1 e 4 seriam
corretos.
O 3 seria o primeiro algarismo avaliado e o
resultado da medida seria expresso por 14,3 cm, com
apenas 3 algarismos significativos.
Observamos, portanto, que o número de
algarismos significativos a serem apresentados, como
resultado da medida de uma determinada grandeza,
dependerá do instrumento utilizado.
A convenção de se apresentar o resultado de
uma medida, contemplando apenas algarismos
significativos, é adotada de maneira geral, não só em
medições de comprimentos, mas também na medida de
massas, temperaturas, forças etc.
Esta convenção é usada também ao se
apresentar resultados de cálculos envolvendo medidas
das grandezas. Quando alguém informar que mediu ou
calculou a temperatura de um objeto e encontrou o valor
de 37,82°C, você deverá entender que a medida ou
cálculo foi feita de tal modo que os algarismos 3, 7 e 8
são corretos e o 2 é duvidoso.
11. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 11
A partir deste momento, podemos então
compreender que 2 medidas expressas por 42 cm e
42,0 cm, não representam exatamente a mesma coisa.
Na primeira o algarismo 2 é avaliado e não se tem
certeza sobre o seu valor.
Na segunda, o algarismo 2 é correto sendo o
zero duvidoso. Do mesmo modo, resultados como 7,65
kg e 7,67 kg, por exemplo, não são fundamentalmente
diferentes, pois diferem apenas no algarismo duvidoso.
REGRAS DE ARREDONDAMENTO
Quando o algarismo seguinte ao último
algarismo a ser conservado for inferior a
5, o último algarismo a ser conservado
permanecerá sem modificação:
1,333 arredondando para a primeira decimal
resultam 1,3.
Quando o algarismo seguinte ao último
algarismo a ser conservado for superior
ou igual a 5, o último algarismo a ser
conservado deverá ser aumentado de
uma unidade:
1,666 arredondando para a primeira casa decimal
resultam 1,7;
4,8505 arredondando para a primeira casa
decimal resultam 4,9.
Operações de adição e subtração
Suponha que se deseje adicionar ou subtrair
as seguintes parcelas:
2807,5 + 0,0648 + 83,645 + 525,35
Para que o resultado da adição contenha
apenas algarismos significativos, deveremos
inicialmente observar qual das parcelas possui o
menor número de casas decimais. No exemplo
acima, é a parcela 2807,5 com apenas uma casa
decimal.
Esta parcela será mantida como está e as
demais parcelas deverão ser arredondadas de
modo a ficar com o mesmo número de casas
decimais que ela.
Utilizando-se as regras para
arredondamento descritas anteriormente, as
parcelas agora arredondadas para uma casa
decimal ficarão:
2807,5 + 0,1 + 83,6 + 525,4 = 3416,6
2807,5 – 0,1 – 83,6 – 525,4 = 1898,4
Operações de multiplicação e divisão
Multiplica-se e divide-se normalmente,
conservando no resultado a quantidade de casas
decimais do termo que as tiver em menor
quantidade.
Ex.: 6,1× 4,9 = 29,89 → 29,9
Observações:
• Quando realizamos mudanças de
unidades, devemos tomar cuidado para não
escrever zeros que não são significativos. Por
exemplo, suponha que ao expressar em gramas
uma medida de 7,3 kg = 7300 g, estaríamos dando
a idéia errônea de que o três é um algarismo
correto, sendo o último zero um algarismo
duvidoso. Para evitar este erro de interpretação,
lançamos mão da notação científica e escrevemos
7,3 kg = 7,3.10³ g. Desta forma, a mudança de
unidade foi feita e continuamos a indicar que o três
é o algarismo duvidoso;
• Quando se tratar de operações com
números inteiros, por exemplo, os termos de um
número fracionário, não se aplicam as regras aqui
expostas.
Ex.: 7/16” = 0,4375”
3/8” = 0,375”
• Quando se tratar de operações de raiz
quadrada de um número com n algarismos, o
resultado deverá conter no máximo n algarismos
significativos e no mínimo n-1 algarismos
significativos.
ANOTAÇÕES
12. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 12
Verificando o entendimento:
Exercícios:
Efetuar as operações abaixo.
1) Expressar:
A) Área =
B) Velocidade =
C) Aceleração =
D) Força =
E) Joule =
F) Potência =
G)
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento
Massa
Tempo
Corrente elétrica
Temperatura termodinâmica
Quantidade de matéria
Intensidade luminosa
Ângulo plano
Ângulo sólido
Área
Volume
Velocidade
Densidade de corrente
Luminância
Frequência
Força
Pressão
Energia, trabalho
Potência
Potencial elétrico, f.e.m.
Resistência elétrica
Temperatura
13. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 13
2) DEFINA:
a) Metro:
b) Quilograma:
c) Segundo:
d) Kelvin:
e) MOL:
3) Relacione os fatores e prefixos do SI, aos respectivos nomes e símbolos
Fator Nome Símbolo
1018
1015
1012
109
106
103
102
101
Fator Nome Símbolo
10-3
10-6
10-9
10-12
ARQUIMEDES: ☺
Foi um dos poucos pensadores gregos que realizaram experiências para provar suas teorias. Inventou
diversos dispositivos mecânicos, como a alavanca, a roldana, o parafuso e a roda dentada.
Arquimedes disse:
“Dá-me um ponto de apoio que levantarei o mundo”.
⇒ Algumas leis da física sobre corpos flutuantes estabelecidas por Arquimedes são aceitas até hoje.
14. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 14
4) Muitos padrões de medidas de grandezas foram criados por povos diversos em diferentes épocas.
Em 1948 o Comitê internacional de Pesos e Medidas começou a estudar uma regulamentação completa,
cujo trabalho foi concluído seis anos depois. Em 1969 foi criado o Sistema Internacional de Unidades (SI),
cujas unidades de comprimento, massa e tempo foram regulamentadas. (PARANÁ, 1993).
Diante deste contexto, analise as afirmativas abaixo.
I) Quando escritos por extenso, os nomes de unidades começam por letra minúscula,
exceto o grau Celsius.
II) Os prefixos SI podem coexistir num símbolo composto por multiplicação ou divisão, com
por exemplo kN.cm, que significa quilo newton vezes centímetro.
III) Um grau possui 3660 segundos.
Agora, marque a alternativa correta.
a) Somente a I está correta.
b) Somente a II está correta
c) Somente a III está correta
d) I e II estão corretas
e) I e III estão corretas.
5) Calcule quantos gramas estão contidos em:
75 kg = 1,5 ton =
10-5
kg = 0,8 mg =
6) Calcule quantos metros estão contidos em:
108 km = 103
cm =
10-2
mm = 1 km =
7) Um recipiente de 2 ℓ está cheio de bolinhas de isopor, de volume aproximadamente igual a 4.10-3
cm3
cada uma. Sabendo que 1 ℓ = 1000 cm3
, quantas bolinhas de isopor há no recipiente?
8) No S.I, a unidade de comprimento é:
a) m. b) km. c) cm. d) dm.
9) Se colocados, um em seguida ao outro, os cigarros de 100mm consumidos durante dez anos por
um fumante que, sistematicamente, fumasse vinte cigarros por dia, seria possível cobrir uma distância, em
metros de:
a) 5,7.10
3
b) 7,3.103
c) 8,2.103
d) 9,6.103
e) 15.103
10) O volume de uma placa retangular com lados iguais a 40 cm e 1,2m e espessura de 2mm é de;
a) 9,6.10-6
m3
b) 9,6.102
cm3
c) 9,6.108
mm3
d) 96 m3
e) 96 cm3
Notas Importantes:
FORÇA: ⇒ Agente capaz de modificar a forma ou o estado de movimento de um corpo e, às vezes, ambos:
Exemplo: Deformação = Elástica ou plástica
Unidades de força na Engenharia
15. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 15
QUILOGRAMA FORÇA (kgf) – Relaciona-se com Newton:
1 kgf = 9,8 N ⇒ podendo-se usar de forma aproximada 1 kgf = 10 N.
PESO x MASSA
De acordo com Isaac Newton, a matéria (massa) atrai a matéria (massa). Como a atração é função direta
da massa em questão, quanto maior forem elas, maior será a atração e vice-versa.
Diferenças entre pesos e massas
1ª Diferença
Peso: Grandeza vetorial - Massa: Grandeza escalar.
2ª Diferença
Instrumento de medida – Peso: Dinamômetro ou balança de mola - Massa: Balança.
3ª Diferença ( Sistema MKS)
Peso: (N) - Massa: (kg)
Formula do Peso: P = m.g ⇒ g = gravidade = 9,8 m/s2
≅10ms2
GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA
Velocidade → Grandeza (porque
se mede) - km/h (m/s)
Massa → Grandeza (porque se
mede) – Quilograma
Tempo → Grandeza (porque se
mede) minuto, segundo.
16. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 16
Exemplos e aplicações
1. No dimensionamento de circuitos automáticos e em outras aplicações na engenharia, utilizada a
unidade de pressão bar = 105
N/m2 (pascal). Expressar bar em:
a) kgf/m2
b)Kgf/cm2
c)Kgf/mm2
Kgf = 9,80665NDados
a) bar para kgf/m2
b) bar para kgf/cm2
c) bar para kgf/mm2
2. A produção de petróleo no Brasil, em 1994, foi de 500.000 barris/dia. Essa produção equivale a:
a) Quantos litros de petróleo/dia;
b) Quantos metros cúbicos de petróleo/dia;
LE 1- Sistema internacional de unidades
17. Capítulo 2 – MEDIDAS E CONVERSÕES 17
2 MEDIDAS E CONVERSÕES
2.1 Sistema inglês
O sistema inglês tem como padrão a
jarda. A jarda também tem sua história. Esse
termo vem da palavra inglesa yard que significa
“vara”, em referência a uso de varas nas
medições. Esse padrão foi criado por alfaiates
ingleses.
No século XII, em conseqüência da sua
grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo
rei Henrique I. A jarda teria sido definida, então,
como a distância entre a ponta do nariz do rei e a
de seu polegar, com o braço esticado.
A exemplo dos antigos bastões de um
cúbito, foram construídas e distribuídas barras
metálicas para facilitar as medições. Apesar da
tentativa de uniformização da jarda na vida prática,
não se conseguiu evitar que o padrão sofresse
modificações.
As relações existentes entre a jarda, o pé e a
polegada também foram instituídas por leis, nas
quais os reis da Inglaterra fixaram que:
1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés
1 milha terrestre = 1.760 jardas
Leitura de medidas em polegadas
½” = Meia polegada
¼” = um quarto de polegada
⅛” = um oitavo de polegada
"
16
1 = um desesseis avos de
polegada
"
32
1 = um trinta e dois avos de
polegada.
"
64
1 = um sessenta e quatro
avos de polegada.
"
128
1 = um cento e vinte e oito
avos de polegada.
Os numeradores das frações devem ser números
ímpares;
½”, ¾”, ⅝”, "
16
15 , ...
Quando o numerador for par, deve-se proceder à
simplificação da fração:
"""
4
3
2
2
8
6
=→÷
"""
8
1
8
8
64
8
=→÷
Sistema inglês – Fração decimal
A divisão da polegada em submúltiplos
de ½”, ¼”, ⅛”, em vez de facilitar, complica os
cálculos na indústria. Por essa razão, criou-se a
divisão decimal da polegada. Na prática, a
polegada subdivide-se em milésimo e décimos de
milésimo.
Por exemplo:
a) 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos
b) 1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de
milésimos
c) .725" = 725 milésimos de polegada
Note que, no sistema inglês, o ponto
indica separação de decimais. Nas medições em
que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão
de milionésimos de polegada, também chamada
de micropolegada. Em inglês, “micro inch”. É
representado por m inch.
Exemplo:
.000 001" = 1 m inch
Conversões
Sempre que uma medida estiver em uma unidade
diferente da dos equipamentos utilizados, deve-se
convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).
Para converter polegada fracionária em milímetro,
deve-se multiplicar valor em polegada fracionária
por 25,4.
Exemplos:
a) 2" = 2 x 25,4 = 50,8 mm
b) 525,9
8
2,76
8
4,253
8
3 "
==÷
x
Exercícios.
Faça a conversão de polegada fracionada em
milímetros
a) =
"
32
5
b) =
"
16
5
c) =
"
128
1
d) ="5
e) =
"
8
5
1
f) =
"
4
3
g) =
"
64
27
h) =
"
128
33
i) =
"
8
1
2
18. Capítulo 2 – MEDIDAS E CONVERSÕES 18
j) =
"
8
5
3
A conversão de milímetro em polegada fracionária
é feita dividindo-se o valor em milímetro por 25,4 e
multiplicando-o por 128. O resultado deve ser
escrito como numerador de uma fração cujo
denominador é 128. Caso o numerador não dê um
número inteiro, deve-se arredondá-lo para o
número inteiro mais próximo.
Exemplos:
a) 12,7 mm
128
"64
128
1285,0
128
128
4,25
7,12
7,12 ==
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
x
x
Simplificando;
2
"1
4
2
8
4
16
8
32
16
64
32
128
64 "
======
b) 19,8”;
128
"99
128
128
4,25
8,19
8,19 =
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
x
, arredondando;
"
32
25
64
50
128
100
128
100 "
==ndoSimplifica
Regra prática - Para converter milímetro
em polegada ordinária, basta multiplicar o valor
em milímetro por 5,04, mantendo-se 128 como
denominador. Arredondar, se necessário.
Exemplos:
a) →=
128
008,64
128
04,57,12 "
x
arredondando
"
128
64
simplificando:
""
2
1
128
64
=
b) arredondando
"
128
100
simplificando;
""
32
25
128
100
=
Observação: O valor 5,04 foi encontrado pela
relação 03937,5
4,25
128 "
= que arredondada é igual
a 5,04.
Exercícios
a) 1,5875 mm
b) 19,05 mm
c) 25.00 mm
d) 31,750 mm
e) 127,00 mm
f) 9,9219 mm
g) 4,3656 mm
h) 10,319 mm
i) 14.684 mm
j) 18,256 mm
l) 88,900 mm
m) 133,350 mm
A polegada milesimal é convertida em polegada
fracionária quando se multiplica a medida
expressa em milésimo por uma das divisões da
polegada, que passa a ser o denominador da
polegada fracionária resultante.
Exemplo:
Escolhendo a divisão 128 da polegada, usaremos
esse número para:
• multiplicar a medida em polegada
milesimal: .125" x 128 = 16";
• figurar como denominador (e o resultado
anterior como numerador):
Exemplo:
a)
"""
8
1
...
64
8
128
16
=
b) Converter 0,750" em polegada fracionária;
"
4
3
128
96
128
128
750.
== Kx
Exercícios
Converter polegada milesimal em polegada
fracionária:
a) .625”
b) .1563”
c) .3125”
d) .9688”
e) 1.5625”
f) 4.750”
19. Capítulo 2 – MEDIDAS E CONVERSÕES 19
Para converter polegada fracionária em
polegada milesimal, divide-se o numerador da
fração pelo seu denominador.
Exemplos;
a) "375.
8
5
8
5"
==
b) "3125.
16
5
16
5
"
==
Exercícios
Converter polegada fracionária em polegada
milesimal:
a) =
8
5"
b) =
32
17"
c) =
8
1
1
"
d) =
16
9
2
"
Para converter polegada milesimal em
milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4.
Exemplo:
Converter .375" em milímetro: .375" x 25,4 = 9,525
mm
Exercícios
a) .6875”
b) .3906”
c) 1.250”
d)
2.7344”
Para converter milímetro em polegada milesimal,
basta dividir o valor em milímetro por 25,4.
Exemplos:
a) 5,08
mm
= "200.
4,25
08,5
=
b) 18 mm "7086.
4,25
18
= arredondando = .709”
Exercícios
Converter milímetro em polegada milesimal.
a) 12,7 mm =
b) 1.588 mm =
c) 17 mm =
d) 20,240
mm
=
e) 57,15 mm =
f) 139,70
mm
=
Representação gráfica
A equivalência entre os diversos
sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser
melhor compreendida graficamente.
20. Capítulo 2 – MEDIDAS E CONVERSÕES 20
Marque com um X a resposta correta.
Exercício 1
A Inglaterra e os Estados Unidos adotam como medida-padrão:
a) ( ) a jarda;
b) ( ) o côvado;
c) ( ) o passo;
d) ( ) o pé.
Exercício 2
Um quarto de polegada pode ser escrito do seguinte modo:
a) ( ) 1 · 4
b) ( ) 1 x 4
c) ( ) ¼”
d) ( ) 1 - 4
Exercício 3
2" convertidas em milímetro correspondem a:
a) ( ) 9,52 mm;
b) ( ) 25,52 mm;
c) ( ) 45,8 mm;
d) ( ) 50,8 mm.
Exercício 4
12,7 mm convertidos em polegada correspondem a:
a) ( ) ¼”
b) ( ) ½ “
c) ( ) ⅛”
d) ( ) "
16
9
21. Capítulo 3 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO SIMPLES 21
3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO SIMPLES
3.1 Régua Graduada
A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos de
medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono ou de aço
inoxidável, conforme figura 1. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro
(mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações, conforme o sistema inglês.
Figura 1 Foto de um exemplo de régua graduada.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 3
Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior à menor graduação.
Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou
"
32
1 ”
. As réguas graduadas apresentam-se nas
dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são
as de 150 mm (6") e 300 mm (12").
TIPOS E USOS
A figura 2 mostra um desenho representativo de régua graduada, onde em (A) a régua é sem encosto e em
(B) a régua graduada com encosto, destinada a medição de comprimento a partir de uma face externa, a
qual é utilizada como encosto.
Figura 2 Foto de um exemplo de régua graduada.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 3
CARACTERÍSTICAS
De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas e bem
definidas, e faces polidas.
As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados
termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes,
eqüidistantes e finos.
A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais.
CONSERVAÇÃO
• Evitar que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas comuns de trabalho;
• Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação;
• Não flexionar a régua: isso pode empená-la ou quebrá-la;
• Não utilizá-la para bater em outros objetos;
• Limpá-la após o uso, removendo a sujeira. Aplicar uma leve camada de óleo fino, antes de guardar
a régua graduada.
3.2 Metro Articulado
A figura 3 mostra um exemplo de metro articulado, usado para medições lineares. Pode ser
fabricado em madeira, alumínio ou fibra.
(A)
(B)
22. Capítulo 3 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO SIMPLES 22
Figura 3 Foto de um metro articulado e das faces graduadas.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 3
No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.
A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero da escala,
isto é, o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a medir. O traço da escala que
coincidir com a outra extremidade indicará a medida.
CONSERVAÇÃO
• Abrir o metro articulado de maneira correta;
• Evitar que ele sofra quedas e choques;
• Lubrificar suas articulações.
3.3 Trena
A figura 4 mostra exemplos de trena, que Trata-se de um instrumento de medição constituído por
uma fita de aço, fibra ou tecido, graduada em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ou no
sistema inglês, ao longo de seu comprimento, com traços transversais.
Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que permite
recolher a fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado de
trava.
Figura 4 Foto de um metro articulado e das faces graduadas.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 3
A fita das trenas de bolso são de aço fosfatizado ou esmaltado e apresentam largura de 12, 7 mm
e comprimento entre 2 m e 5 m.
Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser planas ou curvas. As de geometria plana
permitem medir perímetros de cilindros, por exemplo.
Resolver o exercício 1 IMS.
23. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 23
4 PAQUÍMETRO
O paquímetro (fig 5) é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas, externas
e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza
um cursor.
Figura 5 Representação esquemática de um paquímetro e identificação de suas partes.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de folga. Ele é
dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier.
Essa escala permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa. O paquímetro é usado
quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena. Os instrumentos mais utilizados apresentam
uma resolução de:
As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento
geralmente é feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a
20ºC.
4.1 Paquímetro universal
O paquímetro universal (fig. 6) é utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de
ressaltos. Trata-se do tipo mais usado.
Figura 6 Desenho representativo de um paquímetro universal e quatro vistas em detalhes de medição.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
24. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 24
O paquímetro universal pode possuir um relógio acoplado ao cursor, como mostra a figura 5, que
facilita a leitura agilizando a medição.
Figura 7 Foto de um paquímetro universal com medidor de ponteiros acoplado ao cursor.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
Outra versão do paquímetro universal é apresentada na figura 5. O paquímetro com bico móvel,
também conhecido com basculante é empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de
diâmetros diferentes.
Figura 8 Foto de uma operação de medição com paquímetro universal de bico móvel.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
4.2 Paquímetro de profundidade
O paquímetro de profundidade (fig. 9) serve para medir a profundidade de furos não vazados,
rasgos, rebaixos etc. Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho.
Figura 9 Desenho representativo de dois paquímetros de profundidade, com haste simples e com haste gancho.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
25. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 25
4.3 Paquímetro duplo
O paquímetro duplo (fig. 10) é usado para medir dentes de engrenagens.
Figura 10 Foto de uma operação de medição usando um paquímetro duplo.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
4.4 Paquímetro digital
O paquímetro digital mostrado na figura 11 é utilizado para leitura rápida, livre de erro de
paralaxe, e ideal para controle estatístico.
Figura 11 Foto de dois paquímetros digitais.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
4.5 Traçador de altura
O traçador de altura, figura 12, Esse instrumento baseia-se no mesmo princípio de funcionamento
do paquímetro, apresentando a escala fixa com cursor na vertical. É empregado na traçagem de peças,
para facilitar o processo de fabricação e, com auxílio de acessórios, no controle dimensional.
26. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 26
Figura 12 Foto de dois paquímetros digitais.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
4.6 Princípio do nônio
A escala do cursor , mostrada na figura 13, é chamada de nônio ou vernier, em homenagem ao
português Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier, considerados seus inventores. O nônio possui uma
divisão a mais que a unidade usada na escala fixa.
Figura 13 Desenho esquemático de um paquímetro mostrando o nônio em detalhe e a escala fixa.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
No sistema métrico, existem paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes a
nove milímetros (9 mm). Há, portanto, uma diferença de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o
primeiro traço da escala móvel, como mostra a figura 14.
Figura 14 Desenho esquemático de um paquímetro mostrando o nônio em detalhe e a escala fixa, com a diferença de
0,1mm.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
27. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 27
A diferença tende a aumentar de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm entre
o terceiros traços e assim por diante, conforme mostrado na figura 15.
Figura 15 Foto de dois paquímetros digitais.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 4
4.7 Cálculo da resolução
As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser calculadas pela
sua resolução.
A resolução é a menor medida que o instrumento oferece. Ela é calculada utilizando-se a seguinte fórmula:
Resolução =
UDN
UEF
UEF = unidade da escala fixa
NDN = número de divisões do nônio
Exemplo:
• Nônio com 10 divisões
Resolução =
divisões10
mm1
= 0,1mm
• Nônio com 20 divisões
Resolução =
divisões20
mm1
= 0,05mm
• Nônio com 50 divisões
Resolução =
divisões50
mm1
= 0,02mm
4.8 Paquímetro no sistema métrico
Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do nônio corresponde à
leitura em milímetro.
Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um deles coincidir com um
traço da escala fixa.
Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nônio. Para você
entender o processo de leitura no paquímetro, é apresentado, a seguir, dois exemplos de leitura.
• Escala em milímetro e nônio com 10 divisões;
Resolução =
UDN
UEF
=
divisões10
mm1
= 0,1mm;
Leitura
1,0 mm → escala fixa
0,3 mm → nônio (traço coincidente: 3º)
1,3 mm → total (leitura final)
Leitura
103,0 mm → escala fixa
0,5 mm → nônio (traço coincidente: 5º)
103,5 mm → total (leitura final)
Resolver exercícios - Exercícios3- PQSM
28. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 28
4.9 Paquímetro no sistema inglês
Leitura em polegada milesimal
No paquímetro em que se adota o
sistema inglês, cada polegada da escalafixa
divide-se em 40 partes iguais. Cada divisão
corresponde a:
⇒
Como o nônio tem 25 divisões, a
resolução desse paquímetro é:
Resolução =
NDN
UEF
=
25
"25,0
= 0,01”
O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro. Contam-se as unidades
.025" que estão à esquerda do zero (0) do nônio e, a seguir, somam-se os milésimos de polegada indicados
pelo ponto em que um dos traços do nônio coincide com o traço da escala fixa. Veja a figura 16.
Figura 16 Representação esquemática de paquímetro no sistema inglês e dois exemplos de leituras.
Fonte: TELECURSO 2000 Profissionalizante: metrologia – aula 6
EXERCÍCIOS
Com base no exemplo, tente fazer as três leituras
a seguir. Escreva a medida lida em cada uma das
linhas pontilhadas;
Leitura: .................................................................
Leitura: .................................................................
Leitura: .................................................................
Leitura em polegada fracionada
No sistema inglês, a escala fixa do
paquímetro é graduada em polegada e frações de
polegada. Esses valores fracionários da polegada
são complementados com o uso do nônio.
Para utilizar o nônio, precisamos saber
calcular sua resolução:
Resolução=
NDN
UEF
=
8
16
1
"
=
128
1
8
1
16
1
8
16
1
=×=÷
Assim, cada divisão do nônio vale
"
128
1
;
Duas divisões corresponderão a
64
1
ou
128
2 ""
e
assim por diante. Veja a figura 17.
Figura 17 Representação esquemática do nônio de um
paquímetro em polegada fracionada.
29. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 29
A partir daí, vale a explicação dada no
item anterior: adicionar à leitura da escala fixa a do
nônio.
A figura 18 mostra um exemplo de como
pode-se ler
4
3"
na escala fixa e
128
3"
no nônio.
A medida total equivale à soma dessas
duas leituras.
Figura 18 Representação esquemática de um paquímetro em polegada fracionada e um exemplo de leitura.
Exemplo 2
Observações: As frações sempre devem ser simplificadas.
30. Capítulo 4 - PAQUÍMETRO 30
Pode-se perceber que medir em
polegada fracionária exige operações mentais.
Para facilitar a leitura desse tipo de medida, veja
os seguintes procedimentos:
1º passo - Verifique se o zero (0) do nônio
coincide com um dos traços da escala fixa. Se
coincidir, faça a leitura somente na escala fixa.
2º passo - Quando o zero (0) do nônio não
coincidir, verifique qual dos traços do nônio está
nessa situação e faça a leitura do nônio.
3º passo - Verifique na escala fixa quantas
divisões existem antes do zero (0) do nônio.
4º passo - Sabendo que cada divisão da escala
fixa equivale a: e com base
na leitura do nônio, escolhemos uma fração da
escala fixa de mesmo denominador. Por exemplo:
Leitura do nônio:
64
3"
, fração escolhida da escala
fixa
64
4"
;
Leitura do nônio:
128
7"
, fração escolhida da escala
fixa
128
8"
;
5º passo - Multiplique o número de divisões da
escala fixa (3º passo) pelo numerador da fração
escolhida (4º passo). Some com a fração do nônio
(2º passo) e faça a leitura final.
Exemplos de leitura utilizando os passos;
Colocação de medida no paquímetro em
polegada fracionada.
31. Capítulo 5 - PAQUÍMETRO 31
Para abrir um paquímetro em uma medida
dada em polegada fracionária, devemos:
1º passo - Verificar se a fração tem denominador
128. Se não tiver, deve-se substituí-la pela sua
equivalente, com denominador 128.
Exemplo:
64
9"
não tem denominador 128.
64
9"
⇒
128
18"
é uma fração equivalente, com
denominador 128.
Observação: o numerador é dividido por 8, pois 8
é o número de divisões do nônio.
2º passo - Dividir o numerador por 8.
Utilizando o exemplo acima:
3º passo - O quociente indica a medida na escala
fixa; o resto mostra o número do traço do nônio
que coincide com um traço da escala fixa.
Outro exemplo:
Abrir o paquímetro na medida
128
25"
A fração já está com denominador 128.
O paquímetro deverá indicar o 3º traço
da escala fixa e apresentar o 1º traço do nônio
coincidindo com um traço da escala fixa.
Resolver exercícios 4 – PQSI.
ANOTAÇÕES
32. Capítulo 5 - PAQUÍMETRO 32
4.10 Conservação do paquímetro
Todos devem aprender a usar
corretamente o paquímetro, quais os possíveis
erros de leitura e quais os cuidados que se deve
ter para conservá-lo.
Erros de leitura
Além da falta de habilidade do operador,
outros fatores podem provocar erros de leitura no
paquímetro, como, por exemplo, a paralaxe e a
pressão de medição.
Paralaxe
Dependendo do ângulo de visão do
operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois
devido a esse ângulo, aparentemente há
coincidência entre um traço da escala fixa com
outro da móvel.
O cursor onde é gravado o nônio, figura
19, por razões técnicas de construção,
normalmente tem uma espessura mínima (a), e é
posicionado sobre a escala principal. Assim, os
traços do nônio (TN) são mais elevados que os
traços da escala fixa (TM).
Colocando o instrumento em posição
não perpendicular à vista e estando sobrepostos
os traços TN e TM, cada um dos olhos projeta o
traço TN em posição oposta, o que ocasiona um
erro de leitura.
Para não cometer o erro de paralaxe, é
aconselhável que se faça a leitura situando o
paquímetro em uma posição perpendicular aos
olhos.
Figura 19 Representação esquemática de parte de um
paquímetro em corte com vista frontal e detalhe
trimensional.
Pressão de medição
Já o erro de pressão de medição
origina-se no jogo do cursor, controlado por uma
mola. Veja na figura 20, que neste tipo de erro
pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação
à régua, o que altera a medida.
Figura 20 Representação esquemática de parte de um
paquímetro em corte com vista frontal e detalhe
trimensional.
Para se deslocar com facilidade sobre a
régua, o cursor deve estar bem regulado: nem
muito preso, nem muito solto. O operador deve,
portanto, regular a mola, adaptando o instrumento
à sua mão. Caso exista uma folga anormal, os
parafusos de regulagem da mola, figura 21, devem
ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e,
em seguida, retornando ⅛ de volta
aproximadamente.
Após esse ajuste, o movimento do
cursor deve ser suave, porém sem folga.
Figura 21 Representação esquemática de parte de um
paquímetro em corte com vista trimensional.
33. Capítulo 5 - PAQUÍMETRO 33
Técnica de utilização do paquímetro
Para ser usado corretamente, o
paquímetro precisa ter:
• seus encostos limpos;
• a peça a ser medida deve estar
posicionada corretamente entre os
encostos.
A figura 22 (a) mostra como abrir o
paquímetro com uma distância maior que a
dimensão do objeto a ser medido. O centro do
encosto fixo deve ser encostado em uma das
extremidades da peça. Convém que o paquímetro
seja fechado suavemente até que o encosto móvel
toque a outra extremidade, como mostrado na
figura 22 (b).
(a)
(b)
Figura 22 Foto de uma operação de medição com
paquímetro em duas posições.
Feita a leitura da medida, o paquímetro
deve ser aberto e a peça retirada, sem que os
encostos a toquem.
As recomendações seguintes referem-
se à utilização do paquímetro para determinar
medidas:
• externas;
• internas;
• de profundidade;
• de ressaltos.
Nas medidas externas, mostradas na
figura 23, a peça a ser medida deve ser colocada
o mais profundamente possível entre os bicos de
medição para evitar qualquer desgaste na ponta
dos bicos.
A figura 24 mostra que para maior
segurança nas medições, as superfícies de
medição dos bicos e da peça devem estar bem
apoiadas. Nas medidas internas, as orelhas
precisam ser colocadas o mais profundamente
possível. O paquímetro deve estar sempre
paralelo à peça que está sendo medida.
Figura 23 Desenho esquemático mostrando o modo certo
e errado para medição de superfície de superfícies
externas.
(a)
(b)
Figura 24 Desenho esquemático de operações de medição
com paquímetro, mostrando condições certas e erradas.
34. Capítulo 5 - PAQUÍMETRO 34
Nas medidas de ressaltos, figura 25,
coloca-se a parte do paquímetro apropriada para
ressaltos perpendicularmente à superfície de
referência da peça. Não se deve usar a haste de
profundidade para esse tipo de medição, porque
ela não permite um apoio firme.
Figura 25 Representação esquemática da medição de
ressaltos com paquímetro.
Conservação
• Manejar o paquímetro sempre com todo
cuidado, evitando choques.
• Não deixar o paquímetro em contato com
outras ferramentas, o que pode lhe causar
danos.
• Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso
prejudica a graduação.
• Ao realizar a medição, não pressionar o
cursor além do necessário.
• Limpar e guardar o paquímetro em local
apropriado, após sua utilização.
Testes
Marque com um X a resposta correta.
Exercício 1
Quando o cursor tem uma espessura muito
grossa, pode ocorrer erro de leitura por:
a) ( ) pressão;
b) ( ) paralaxe;
c) ( ) desvio;
d) ( ) desregulagem.
Exercício 2
No caso de erro de leitura devido à pressão de
medida, é necessário:
a) ( ) fixar o cursor;
b) ( ) controlar o encosto;
c) ( ) regular a mola;
d) ( ) inclinar o encosto.
Exercício 3
Ao medir uma peça, ela deve ficar bem colocada
entre os bicos de medição para evitar:
a) ( ) erro de paralaxe;
b) ( ) erros de medidas dos bicos;
c) ( ) pressão das pontas dos bicos;
d) ( ) desgaste das pontas dos bicos.
Exercício 4
Ao medir o furo de uma peça, o paquímetro deve
ficar sempre na posição:
a) ( ) inclinada;
b) ( ) perpendicular;
c) ( ) vertical;
d) ( ) paralela.
ANOTAÇÕES
35. Capítulo 5 – MICROMETRO 35
5 MICRÔMETRO
Jean Louis Palmer apresentou, pela
primeira vez, um micrômetro para requerer sua
patente. O instrumento permitia a leitura de
centésimos de milímetro, de maneira simples.
Com o decorrer do tempo, o micrômetro
foi aperfeiçoado e possibilitou medições mais
rigorosas e exatas do que o paquímetro.
De modo geral, o instrumento é
conhecido como micrômetro. Na França,
entretanto, em homenagem ao seu inventor, o
micrômetro é denominado Palmer.
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento do
micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso
e porca como mostrados na figura 26. Assim, há
uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der
uma volta completa, provocará um descolamento
igual ao seu passo.
Figura 26 Desenho representativo do parafuso com a
porca, o movimento e o passo da rosca.
Desse modo, dividindo-se a cabeça do
parafuso, podem-se avaliar frações menores que
uma volta e, com isso, medir comprimentos
menores do que o passo do parafuso.
Nomenclatura
A figura 27 mostra os componentes de
um micrômetro.
Os principais componentes de um
micrômetro são:
• O arco é constituído de aço especial ou
fundido, tratado termicamente para
eliminar as tensões internas.
• O isolante térmico, fixado ao arco, evita
sua dilatação porque isola a transmissão
de calor das mãos para o instrumento.
• O fuso micrométrico é construído de aço
especial temperado e retificado para
garantir exatidão do passo da rosca.
• As faces de medição tocam a peça a ser
medida e, para isso, apresentam-se
rigorosamente planos e paralelos. Em
alguns instrumentos, os contatos são de
metal duro, de alta resistência ao
desgaste.
• A porca de ajuste permite o ajuste da folga
do fuso micrométrico, quando isso é
necessário.
• O tambor é onde se localiza a escala
centesimal. Ele gira ligado ao fuso
micrométrico. Portanto, a cada volta, seu
deslocamento é igual ao passo do fuso
micrométrico.
• A catraca ou fricção assegura uma
pressão de medição constante.
• A trava permite imobilizar o fuso numa
medida predeterminada.
Figura 27 Representação esquemática de um paquímetro, mostrando e identificando as partes.
36. Capítulo 5 – MICROMETRO 36
Características
Os micrômetros caracterizam-se pela:
• capacidade;
• resolução;
• aplicação.
A capacidade de medição dos
micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1"),
variando o tamanho do arco de 25 em 25 mm (ou
1 em 1"). Podem chegar a 2000 mm (ou 80").
A resolução nos micrômetros pode ser
de 0,01 mm; 0,001 mm; .001" ou .0001".
No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0 a
1", quando as faces dos contatos estão juntas, a
borda do tambor coincide com o traço zero (0) da
bainha. A linha longitudinal, gravada na bainha,
coincide com o zero (0) da escala do tambor,
conforme mostra o exemplo da figura 28.
Figura 28 Desenho representativo da bainha e do tambor,
com destaque para a leitura.
Para diferentes aplicações, temos os
seguintes tipos de micrômetro.
De profundidade, figura 29. Conforme a
profundidade a ser medida, utilizam-se hastes de
extensão, que são fornecidas juntamente com o
micrômetro.
Figura 29 Foto de um modelo de micrometro de
profundidade.
A figura 30 mostra um exemplo de
micrometro com arco profundo, que serve para
medições de espessuras de bordas ou de partes
salientes das peças.
Figura 30 Foto de um modelo de micrometro com arco
profundo.
A figura 31 mostra um micrometro com
disco nas hastes. O disco aumenta a área de
contato possibilitando a medição de papel,
cartolina, couro, borracha, pano etc. Também é
empregado para medir dentes de engrenagens.
Figura 31 Foto de uma operação com micrometro de
discos nas hastes.
A figura 32 mostra um micrometro usado
para medição de roscas. Especialmente
construído para medir roscas triangulares, este
micrômetro possui as hastes furadas para que se
possam encaixar as pontas intercambiáveis,
conforme o passo para o tipo da rosca a medir.
37. Capítulo 5 – MICROMETRO 37
Figura 32 Foto de uma operação de medição de rosca
com micrometro de medição de roscas triangulares.
Outro tipo característico é o micrômetro
com contato em forma de “V”, figura 33. É
especialmente construído para medição de
ferramentas de corte que possuem número ímpar
de cortes (fresas de topo, macho, alargadores
etc.). Os ângulos em “V” dos micrômetros para
medição de ferramentas de 3 cortes é de 60º; 5
cortes, 108º e 7 cortes, 128º34’17".
Para medir parede de tubos é usado o
modelo de micrometro apresentado na figura 34.
Este micrômetro é dotado de arco
especial e possui o contato a 90º com a haste
móvel, o que permite a introdução do contato fixo
no furo do tubo.
O micrometro da figura 35 é É para uso
comum, porém sua leitura pode ser efetuada no
tambor ou no contador mecânico. Facilita a leitura
independentemente da posição de observação
(erro de paralaxe).
Figura 33 Foto do micrometro em forma de “V”.
Figura 34 Desenho representativo da bainha e do tambor,
com destaque para a leitura.
Figura 35 Foto de um micrômetro contador mecânico.
38. Capítulo 5 – MICROMETRO 38
Para leitura rápida e livre de erros de paralaxe, é usado o micrometro digital, figura 36. próprio
para uso em controle estatístico de processos, juntamente com microprocessadores.
Figura 36 Foto de um micrômetro digital.
Testes
Exercício 1
Assinale com um X a resposta correta.
Exercício 2
O micrômetro centesimal foi inventado por:
a) ( ) Carl Edwards Johanson;
b) ( ) Pierre Vernier;
c) ( ) Jean Louis Palmer;
d) ( ) Pedro Nunes.
Exercício 3
Os micrômetros têm as seguintes características:
(a) capacidade, graduação do tambor,
aplicação
(b) tamanho da haste, arco, parafuso
micrométrico;
(c) aplicação, capacidade, resolução;
(d) tambor, catraca, resolução;
Exercício 4
Para medir uma peça com Æ 32,75, usa-se
micrômetro com a seguinte capacidade de
medição:
a) ( ) 30 a 50;
b) ( ) 25 a 50;
c) ( ) 0 a 25;
d) ( ) 50 a 75.
Exercício 5
O micrômetro mais adequado para controle
estatístico de processo é o:
a) ( ) contador mecânico;
b) ( ) digital eletrônico;
c) ( ) com contatos em forma de V;
d) ( ) com disco nas hastes.
39. Capítulo 5 – MICROMETRO 39
5.1 Micrometro no sistema métrico
Como se faz o cálculo de leitura em um
micrômetro? A cada volta do tambor, o fuso
micrométrico avança uma distância chamada
passo.
A resolução de uma medida tomada em
um micrômetro corresponde ao menor
deslocamento do seu fuso. Para obter a medida,
divide-se o passo pelo número de divisões do
tambor.
Se o passo da rosca é de 0,5 mm e o
tambor tem 50 divisões, a resolução será:
Resolução =
50
mm5,0
= 0,01mm
Na figura 37 pode-se notar que, girando
o tambor, cada divisão provocará um
deslocamento de 0,01 mm no fuso.
Figura 37 Desenho representativo do tambor e suas
divisões.
Leitura no micrômetro com resolução de
0,01 mm.
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala
da bainha.
2º passo - leitura dos meios milímetros, também
na escala da bainha.
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na
escala do tambor.
Exemplos
Exercício 1
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
Leitura: ...................................................................
Leitura: ...................................................................
Veja se acertou. As respostas corretas são:
a) 2,64 mm
b) 10,37 mm
Micrômetro com resoluçãode 0,001mm
Quando no micrômetro houver nônio,
ele indica o valor a ser acrescentado à leitura
obtida na bainha e no tambor. A medida indicada
pelo nônio é igual à leitura do tambor, dividida pelo
número de divisões do nônio.
Se o nônio tiver dez divisões marcadas
na bainha, sua resolução será:
Leitura no micrômetro com resolução de 0,001mm.
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala
da bainha.
40. Capítulo 5 – MICROMETRO 40
2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma
escala.
3º passo - leitura dos centésimos na escala do
tambor.
4º passo -leitura dos milésimos com o auxílio do
nônio da bainha, verificando qual dos traços do
nônio coincide com o traço do tambor.
A leitura final será a soma dessas quatro
leituras parciais.
Exemplos:
Exercícios
Faça a leitura e escreva na linha pontilhada
Leitura: ...................................................................
Leitura: ...................................................................
ANOTAÇÕES
Resolver o exercício 5 MQSM
41. Capítulo 5 – MICROMETRO 41
5.2 Micrometro no sistema inglês
Embora o sistema métrico seja oficial no Brasil, muitas empresas trabalham com o sistema inglês.
É por isso que existem instrumentos de medição nesse sistema, inclusive micrômetros, cujo uso depende
de conhecimentos específicos.
Leitura no sistema inglês
No sistema inglês, o micrômetro apresenta as seguintes características:
• na bainha está gravado o comprimento de uma polegada, dividido em 40 partes iguais. Desse
modo, cada divisão equivale a 1" : 40 = .025";
• o tambor do micrômetro, com resolução de .001", possui 25 divisões.
A figura 38 apresenta um desenho esquemático do micrômetro no sistema inglês, destacando as
divisões do tambor e da bainha.
Figura 38 Representação esquemática do micrômetro no sistema métrico e das divisões da bainha e do tambor.
Para medir com o micrômetro de
resolução .001" como mostrado na figura 39, lê-se
primeiro a indicação da bainha. Depois, soma-se
essa medida ao ponto de leitura do tambor que
coincide com o traço de referência da bainha.
Figura 39 Desenho representativo do tambor e suas
divisões.
42. Capítulo 5 – MICROMETRO 42
Bainha → 0,675”
Tambor → 0,019”
Leitura → 0,694”
Exercícios
(a)
Leitura: ...................................................................
(b)
Leitura: ...................................................................
Veja se acertou. As respostas corretas são:
a) .214"
b) .352"
Micrômetro com resolução 0,0001"
Para a leitura no micrômetro de .0001",
além das graduações normais que existem na
bainha (25 divisões), há um nônio com dez
divisões. O tambor divide-se, então, em 250 partes
iguais.
A leitura do micrômetro é:
• Sem nônio
• Com nônio
Para medir, basta adicionar as leituras
da bainha, do tambor e do nônio. Veja o exemplo
da figura 40.
Figura 40 Desenho representativo da bainha e do tambor
de um micrômetro no sistema inglês.
Bainha → 0,375”
tambor → 0,005”+
nônio → 0,0004
Leitura total → 0,3804
Exercícios
(a)
Leitura: ...................................................................
(b)
Leitura: ...................................................................
Conservação
• Limpar o micrômetro, secando-o com um
pano limpo e macio (flanela).
• Untar o micrômetro com vaselina líquida,
utilizando um pincel.
• Guardar o micrômetro em armário ou
estojo apropriado, para não deixá-lo
exposto à sujeira e à umidade.
• Evitar contatos e quedas que possam
riscar ou danificar o micrômetro e sua
escala.
44. Capítulo 5 – MICROMETRO 44
5.3 Micrometro interno
Para medição de partes internas
empregam-se dois tipos de micrômetros:
micrômetro interno de três contatos, micrômetro
interno de dois contatos (tubular e tipo
paquímetro).
O micrômetro interno, figura 41, é usado
exclusivamente para realizar medidas em
superfícies cilíndricas internas, permitindo leitura
rápida e direta. Sua característica principal é a de
ser auto-centrante, devido à forma e à disposição
de suas pontas de contato, que formam, entre si,
um ângulo de 120º.
Figura 41 Foto de um micrômetro interno e exemplo de sua
aplicação.
A figura 42 apresenta o micrometro
interno tubular, empregado para medições
internas acima de 30 mm.
Devido ao uso em grande escala do
micrômetro interno de três contatos pela sua
versatilidade, o micrômetro tubular atende quase
que somente a casos especiais, principalmente as
grandes dimensões.
Figura 42 Foto de um micrômetro interno tubular.
A figura 43 mostra um exemplo de
micrômetro do tipo paquímetro erve para medidas
acima de 5 mm e, a partir daí, varia de 25 em
25mm.
Figura 43 Foto de um micrômetro interno tubular.
A leitura em micrômetro tubular e
micrômetro tipo paquímetro é igual à leitura em
micrômetro externo.
ANOTAÇÕES
45. Capítulo 6 –CALIBRADORES 45
6 CALIBRADORES
A medida indireta por comparação
consiste em confrontar a peça que se quer medir
com aquela de padrão ou dimensão aproximada.
Assim, um eixo pode ser medido indiretamente,
utilizando-se um calibrador para eixos, e o furo de
uma peça pode ser comparado com um calibrador
tampão.
Calibradores são instrumentos que
estabelecem os limites máximo e mínimo das
dimensões que desejamos comparar. Podem ter
formatos especiais, dependendo das aplicações,
como, por exemplo, as medidas de roscas, furos e
eixos.
Geralmente fabricados de aço-carbono
e com as faces de contato temperadas e
retificadas, os calibradores são empregados nos
trabalhos de produção em série de peças
intercambiáveis, isto é, peças que podem ser
trocadas entre si, por constituírem conjuntos
praticamente idênticos.
Quando isso acontece, as peças estão
dentro dos limites de tolerância, isto é,
entre o limite máximo e o limite mínimo, quer dizer:
passa/não-passa.
Tipos de calibrador
Calibrador tampão (para furos).
O funcionamento do calibrador tampão é
bem simples: o furo que será medido deve permitir
a entrada da extremidade mais longa do tampão
(lado passa), mas não da outra extremidade (lado
não-passa). Por exemplo, no calibrador tampão
50H7, a extremidade cilíndrica da esquerda (50
mm + 0,000 mm, ou seja, 50 mm) deve passar
pelo furo. O diâmetro da direita (50 mm + 0,030
mm) não deve passar pelo furo. O lado não-passa
tem uma marca vermelha, como mostrada na
figura 44. Esse tipo de calibrador é normalmente
utilizado em furos e ranhuras de até 100 mm.
Figura 44 Desenho representativo de um calibrador do tipo
tampão, passa/não-passa.
A figura 45 mostra um calibrador de
boca. Esse calibrador tem duas bocas para
controle: uma passa, com a medida máxima, e a
outra não-passa, com a medida mínima.
Figura 45 Desenho representativo de um calibrador de
boca.
Para dimensões muito grandes, são
utilizados dois calibradores de bocas separadas:
um passa e o outro não-passa.
Os calibradores de bocas separadas,
figura 46, são usados para dimensões
compreendidas entre 100 mm e 500 mm.
Figura 46 Desenho representativo de um calibrador de
boca separada.
Para verificações com maior rapidez,
foram projetados calibradores de bocas
escalonadas ou de bocas progressivas, mostrado
na figura 47. O eixo deve passar no diâmetro
máximo (Dmáx.) e não passar no diâmetro mínimo
(Dmín.). Sua utilização compreende dimensões de
até 500 mm.
Figura 47 Desenho representativo de um calibrador de
boca escalonada.
Para dimensões internas, na faixa de 80
a 260 mm, tendo em vista a redução de seu peso,
usa-se o calibrador chato ou calibrador de contato
parcial, figura 48.
46. Capítulo 6 –CALIBRADORES 46
Figura 48 Desenho representativo em duas vistas de um
calibrador chato.
Para dimensões internas entre 100 e
260 mm, usa-se o calibrador escalonado
representado na figura 49.
Figura 49 Desenho representativo em duas vistas de um
calibrador escalonado para medidas entre 100 e 260 mm.
Para dimensões acima de 260 mm, usa-
se o calibrador tipo vareta, mostrado na figura 50,
onde as varetas são hastes metálicas com as
pontas em forma de calota esférica.
Figura 50 Desenho representativo de um calibrador do tipo
vareta.
O calibrador de boca ajustável, figura
51, resolve o problema das indústrias médias e
pequenas pela redução do investimento inicial na
compra desses equipamentos.
Um modelo é o calibrador ajustável para
eixo tem dois ou quatro parafusos de fixação e
pinos de aço temperado e retificado. É
confeccionado de ferro fundido, em forma de
ferradura.
A dimensão máxima pode ser ajustada
entre os dois pinos anteriores, enquanto a
dimensão mínima é ajustada entre os dois pinos
posteriores.
Figura 51 Foto e desenho representativo de um calibrador
ajustável.
Nota: Esse calibrador normalmente é ajustado com auxílio de
blocos-padrão.
As duas peças de um conjunto cônico
podem ser verificadas por meio de um calibrador
tampão cônico e de um anel cônico, mostrados na
figura 52.
Para a verificação simples do cone,
tenta-se uma movimentação transversal do
padrão. Quando o cone é exato, o movimento é
nulo. Em seguida, procede-se à verificação por
atrito, depois de ter estendido sobre a superfície
do cone padrão uma camada muito fina de
corante, que deixará traços nas partes em contato.
Por fim, verifica-se o diâmetro pela posição de
penetração do calibrador. Esse método é muito
sensível na calibração de pequenas inclinações.
Figura 52 Desenho representativo de dois modelos de
calibradores, um calibrador tampão cônico e um calibrador
anel cônico padrão.
47. Capítulo 6 –CALIBRADORES 47
O calibrador cônico morse possibilita
ajustes com aperto enérgico entre peças que
serão montadas ou desmontadas com freqüência.
Sua conicidade é padronizada, podendo ser
macho ou fêmea, conforme mostra a figura 53.
Figura 53 Desenho representativo de um calibrador do tipo
cone morse.
Um processo usual e rápido de verificar
roscas consiste no uso dos calibradores de rosca.
São peças de aço, temperadas e retificadas,
obedecendo a dimensões e condições de
execução para cada tipo de rosca. O calibrador de
rosca da figura 54 é um tipo usual de calibrador de
anel, composto por dois anéis, sendo que um lado
passa e o outro não passa, para a verificação da
rosca externa.
O outro calibrador da figura 55 é o
modelo comum do tampão de rosca, servindo a
verificação de rosca interna.
A extremidade de rosca mais longa do
calibrador tampão verifica o limite mínimo: ela
deve penetrar suavemente, sem ser forçada, na
rosca interna da peça que está sendo verificada.
Diz-se lado passa. A extremidade de rosca mais
curta não-passa, verifica o limite máximo.
Figura 54 Desenho representativo de um calibrador de
rosca.
Nota: As ranhuras servem para coletar os cavacos ou sujeiras
que estejam aderidos aos filetes das roscas. É conveniente
limpar cuidadosamente as roscas antes de fazer a verificação
Figura 55 Desenho representativo de um calibrador
tampão.
Conservação
• Evitar choques e quedas.
• Limpar e passar um pouco de óleo fino,
após o uso.
• Guardar em estojo e em local apropriado.
Testes
Marque com X a resposta correta.
Exercício 1
Medição indireta é feita com:
a) ( ) paquímetro;
b) ( ) micrômetro;
c) ( ) calibradores;
d) ( ) escala.
Exercício 2
As dimensões de furo cilíndrico estarão
dentro das tolerâncias quando o calibrador tampão
(passa/não-passa):
a) ( ) passar o diâmetro menor e não passar o
diâmetro maior;
b) ( ) não passar o diâmetro menor;
c) ( ) não passar os dois diâmetros;
d) ( ) passar os dois diâmetros.
Exercício 3
As dimensões de um eixo estará dentro das
tolerâncias quando o calibrador
de bocas (passa/não-passa):
a) ( ) passar na boca menor e não passar na
boca maior;
b) ( ) passar na boca maior e não passar a boca
menor;
c) ( ) passar na boca maior e na boca menor;
d) ( ) não passar a boca menor e na boca maior.
Exercício 4
Para comparar o diâmetro interno de um furo
cilíndrico e o diâmetro médio de uma rosca
externa, usam-se os calibradores:
a) ( ) de boca ajustável e regulável;
b) ( ) tampão e regulável;
c) ( ) de boca escalonada e chata;
d) ( ) tampão e chato.
Exercício 5
Para comparar dimensões internas acima de 260
mm, usa-se:
a) ( ) calibrador tampão;
b) ( ) calibrador chato;
c) ( ) calibrador cônico morse;
d) ( ) calibrador de varetas.
48. Capítulo 7 –VERIFICADORES 48
7 VERIFICADORES
Esquadro
É um instrumento em forma de ângulo
reto, construído de aço, ou granito. Usa-se para
verificação de superfícies em ângulo de 90º.
Um dos mais usados é o esquadro com
lâmina biselada, figura 56, utilizado para se obter
melhor visualização, em virtude da pequena
superfície de contato.
Figura 56 Desenho representativo de um esquadro com
lâmina biselada.
Conservação
• Manter os esquadros livres de batidas.
• Conservá-los sem rebarbas, limpos.
• Lubrificá-los e guardá-los em lugar onde
não haja atrito com outras ferramentas (o
esquadro de granito não deve ser
lubrificado).
Em determinados trabalhos em série, há
necessidade de se lidar com perfis complexos,
com furações, suportes e montagens. Nesse caso,
utilizam-se gabaritos para verificação e controle,
ou para facilitar certas operações. A figura 57
apresenta um exemplo de aplicação dos gabaritos.
Os gabaritos são instrumentos
relativamente simples, confeccionados de aço-
carbono, podendo ser fabricado pelo próprio
mecânico. Suas formas, tipos e tamanhos variam
de acordo com o trabalho a ser realizado.
Os gabaritos comerciais são
encontrados em formatos padronizados.
Temos, assim, verificadores de raios, de
ângulo fixo para ferramentas de corte,
escantilhões para rosca métrica e whithworth etc.
Figura 57 Desenho representativo de um esquadro com
lâmina biselada.
Outro instrumento de verificação é o
verificador de raios, mostrado na figura 57, que
serve para verificar raios internos e externos. Em
cada lâmina é estampada a medida do raio. Suas
dimensões variam, geralmente, de 1 a 15 mm ou
de ” a ”.
Figura 58 Foto de um modelo de verificador de raios.
Para medir ângulos usa-se o verificador
de superfícies em ângulos, mostrado na figura 59.
Em cada lâmina vem gravado o ângulo, que varia
de 1º a 45º.
Figura 59 Desenho representativo de um medidor de
ângulos.
Para verificar a posição de ferramentas
para roscar, em tornos mecânicos, pode-se usar o
escantilhão mostrado na figura 60.
Figura 60 Desenho representativo de um escantilhão.
Para verificar roscas em todos os
sistemas, utiliza-se o verificador de rosca. Em
suas lâminas está gravado o número de fios por
polegada ou o passo da rosca em milímetros. A
figura 60 mostra um verificador de roscas em mm.
Figura 61 Foto de um verificador de roscas em mm.
49. Capítulo 7 –VERIFICADORES 49
Para verificar ângulos de brocas, usa-se
o verificador de ângulos de brocas, mostrados na
figura 61. Serve para a verificação do ângulo de
59º e para a medição da aresta de corte de
brocas.
Figura 62 Foto de um verificador de ângulo de broca,
mostrando uma operação de medição.
O verificador de folga, mostrado na
figura 63 é confeccionado de lâminas de aço
temperado, rigorosamente calibradas em diversas
espessuras. As lâminas são móveis e podem ser
trocadas. São usadas para medir folgas nos
mecanismos ou conjuntos.
Figura 63 Foto de um verificador de folgas para
componentes mecânicos.
De modo geral, os verificadores de folga
se apresentam em forma de canivete. Em
ferramentaria, entretanto, utilizam-se calibradores
de folga em rolos.
Obs.: Não exercer esforço excessivo, o que pode
danificar suas lâminas.
A fieira, ou verificador de chapas e fios,
destina-se à verificação de espessuras e
diâmetros. A figura 64 mostra dois exemplos de
fieiras. Os dois modelos são de aço temperado.
Caracterizam-se por uma série de entalhes. Cada
entalhe corresponde, rigorosamente, a uma
medida de diâmetro de fios ou espessuras de
chapas, conforme a fieira adotada.
A verificação é feita por tentativas,
procurando o entalhe que se ajusta ao fio ou à
chapa que se quer verificar.
Figura 64 Foto de dois modelos de verificadores de
espessura.
Exercício 2
O esquadro é utilizado para verificar superfícies
em ângulos:
a) ( ) menor que 90º;
b) ( ) maior que 90º;
c) ( ) igual a 90º;
d) ( ) igual a 100º.
Exercício 3
Os calibradores escantilhão, ângulo de 59º e folga
servem, respectivamente, para:
a) ( ) calibrar roscas, afiação de broca, medir
espessura;
b) ( ) posicionar ferramentas, calibrar superfície
em ângulo, calibrar;
c) ( ) calibrar roscas, afiação de broca, medição
de folga;
d) ( ) posicionar ferramentas, afiação de broca,
medição de folga.
Exercício 4
O instrumento destinado à verificação de
espessura e diâmetro é:
a) ( ) verificador de folga;
b) ( ) verificador de raios;
c) ( ) fieira;
d) ( ) verificador de diâmetro;
50. Capítulo 8 – RELÓGIO COMPARADOR 50
8 RELÓGIO COMPARADOR
Medir a grandeza de uma peça por comparação é determinar a diferença da grandeza existente
entre ela e um padrão de dimensão predeterminado. Daí originou-se o termo medição indireta.
O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma escala e um
ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta de contato.
O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As diferenças
percebidas nele pela ponta de contato são amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro
rotativo diante da escala.
Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a diferença é
positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a estabelecida. Se o ponteiro girar em
sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão que a
estabelecida.
Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução de 0,01
mm. O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porém os mais comuns são de 1 mm, 10
mm, .250" ou 1". A figura 65 mostra um modelo de relógio comparador, com identificação dos seus
principais componentes.
Figura 65 Foto de um modelo de relógio comparador e identificação de seus principais
componentes.
Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses limitadores são móveis, podendo ser
ajustados nos valores máximo e mínimo permitidos para a peça que será medida.
Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos relógios comparadores. Sua
finalidade é possibilitar controle em série de peças, medições especiais de superfícies verticais, de
profundidade, de espessuras de chapas etc.
As próximas figuras mostram esses dispositivos destinados à medição de profundidade e de
espessuras de chapas.
Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das vantagens de seu
emprego é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do diâmetro ou de defeitos, como
conicidade, ovalização etc.
Consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma ponta de
contato em movimento axial transmitido a um relógio comparador, no qual pode-se obter a leitura da
dimensão. O instrumento deve ser previamente calibrado em relação a uma medida padrão de referência.
Esse dispositivo é conhecido como medidor interno com relógio comparador ou súbito.
Condições de uso
Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em boas
condições de uso.
A verificação de possíveis erros é feita da seguinte maneira: com o auxílio de um suporte de
relógio, tomam-se as diversas medidas nos blocos-padrão. Em seguida, deve-se observar se as medidas
obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São encontrados também calibradores específicos para
relógios comparadores. Veja o exemplo da figura 66.
51. Capítulo 8 – RELÓGIO COMPARADOR 51
Figura 66 Desenho representativo de um procedimento de medição com relógio comparador.
Observação: Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma posição anterior a
zero. Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o ajuste do zero. Colocar o relógio
sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não incorrer em erros de medida.
Aplicações dos relógios comparadores
52. Capítulo 8 – RELÓGIO COMPARADOR 52
Conservação
• Descer suavemente a ponta de contato
sobre a peça.
• Levantar um pouco a ponta de contato ao
retirar a peça.
• Evitar choques, arranhões e sujeira.
• Manter o relógio guardado no seu estojo.
• Os relógios devem ser lubrificados
internamente nos mancais das
engrenagens.
Exercícios
A posição inicial do ponteiro pequeno
mostra a carga inicial ou de medição.
• Deve ser registrado se a variação é
negativa ou positiva.
• Leitura de relógio comparador (milímetro)
Resolver o exercício - RC
Leitura:
Leitura:
53. Capítulo 9 –GONIÔMETRO 53
9 GONIÔMETRO
O goniômetro é um instrumento de
medição ou de verificação de medidas angulares.
O goniômetro simples, também
conhecido como transferidor de grau, é utilizado
em medidas angulares que não necessitam
extremo rigor. Sua menor divisão é de 1º (um
grau). Há diversos modelos de goniômetro. A
figura 67 mostra um tipo bastante usado, em que
se podem observar as medidas de um ângulo
agudo e de um ângulo obtuso.
Figura 67 Desenho representativo de dois modelos de
goniômetro, com identificação de seus principais
componentes.
Na figura 68, é apresentado um goniômetro de precisão. O disco graduado apresenta quatro
graduações de 0 a 90º. O articulador gira com o disco do vernier e, em sua extremidade, há um ressalto
adaptável à régua.
Figura 68 Desenho representativo de um goniômetro de precisão com identificação de seus principais
componentes.
54. Capítulo 9 –GONIÔMETRO 54
Conservação
• Evitar quedas e contato com ferramentas
de oficina.
• Guardar o instrumento em local
apropriado, sem expô-lo ao pó ou à
umidade.
Exercícios
(a)
Leitura
(b)
Leitura
(c)
Leitura
(d)
Leitura
Resolver Exercício 7 - GON
ANOTAÇÕES
55. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 55
10 TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE
FORMA
Apesar do alto nível de desenvolvimento
tecnológico, ainda é impossível obter superfícies
perfeitamente exatas. Por isso, sempre se mantém
um limite de tolerância nas medições. Mesmo
assim, é comum aparecerem peças com
superfícies fora dos limites de tolerância, devido a
várias falhas no processo de usinagem, nos
instrumentos ou nos procedimentos de medição.
Nesse caso, a peça apresenta erros de forma.
Conceito de erro de forma
Um erro de forma corresponde à
diferença entre a superfície real da peça e a forma
geométrica teórica.
A forma de um elemento será correta
quando cada um dos seus pontos for igual ou
inferior ao valor da tolerância dada.
A diferença de forma deve ser medida
perpendicularmente à forma geométrica teórica,
tomando-se cuidado para que a peça esteja
apoiada corretamente no dispositivo de inspeção,
para não se obter um falso valor.
Causas
Os erros de forma são ocasionados por
vibrações, imperfeições na geometria da máquina,
defeito nos mancais e nas árvores etc.
Tais erros podem ser detectados e
medidos com instrumentos convencionais e de
verificação, tais como réguas, micrômetros,
comparadores ou aparelhos específicos para
quantificar esses desvios.
Conceitos básicos
Definições, conforme NBR 6405/1988.
Superfície real: superfície que separa o corpo do
ambiente.
• Superfície geométrica: superfície ideal
prescrita nos desenhos e isenta de erros.
Exemplos: superfícies plana, cilíndrica,
esférica.
• Superfície efetiva: superfície levantada
pelo instrumento de medição. É a
superfície real, deformada pelo
instrumento.
Com instrumentos, não é possível o
exame de toda uma superfície de uma só vez. Por
isso, examina-se um corte dessa superfície de
cada vez.
Assim, define-se:
• Perfil real: corte da superfície real.
• Perfil geométrico: corte da superfície
geométrica.
• Perfil efetivo: corte da superfície efetiva.
As diferenças entre o perfil efetivo e o
perfil geométrico são os erros apresentados pela
superfície em exame e são genericamente
classificados em dois grupos:
• Erros macrogeométricos: detectáveis por
instrumentos convencionais.
Exemplos: ondulações acentuadas,
conicidade, ovalização etc.
• Erros microgeométricos: detectáveis
somente por rugosímetros, perfiloscópios
etc. São também definidos como
rugosidade.
Tabela 2 Classificação e simbologia das condições
geométricas .
Tolerância de forma (para elemento isolado)
10.1 Retilineidade
Símbolo ▬
É a condição pela qual cada linha deve
estar limitada dentro do valor de tolerância
especificada.
Se o valor da tolerância (t) for precedido pelo
símbolo Æ , o campo de tolerância será limitado
por um cilindro “t”, conforme figura 68.
Figura 69 Desenho representativo de um cilindro com
diâmetro “t” , que limita o campo de tolerância da
retilineidade.
56. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 56
A figura 70 (a) apresenta a
especificação do desenho, com a simbologia de
tolerância. A figura 70 (b) mostra um exemplo de
interpretação da especificação do desenho, onde
o eixo do cilindro de 20 mm de diâmetro deverá
estar compreendido em uma zona cilíndrica de 0,3
mm de diâmetro.
(a)
(b)
Interpretação
Figura 70 Especificação e interpretação de retilineidade
para um cilindro com diâmetro 20 mm e tolerância de
retilineidade 0,3 mm
A figura 71 apresenta o exemplo de
aplicação de retilineidade para tolerância de
retilineidade em duas direções de um mesmo
plano, o campo de tolerância daquela superfície é
de 0,5mm na direção da figura 71 (a), e de 0,1mm
na direção da figura 71(b).
Figura 71 Especificação de tolerância para retilineidade em
duas direções.
Uma parte qualquer da geratriz do
cilindro com comprimento igual a 100 mm deve
ficar entre duas retas paralelas, distantes 0,1 mm.
A figura 72 (a) mostra a especificação do desenho
e a figura 72 (b) a interpretação.
(a) (b)
Figura 72 Especificação de tolerância para retilineidade em
uma parte qualquer da geratriz, com interpretação.
A figura 73 mostra o método de medição para
retilineidade, com relógio comparador.
Figura 73 Desenho representativo do método de medição.
10.2 Planeza
Símbolo:
É a condição pela qual toda superfície
deve estar limitada pela zona de tolerância “t”,
compreendida entre dois planos paralelos,
distantes de “t”, conforme mostra a figura 74.
Figura 74 Desenho representativo da condição de planeza.
Tolerância dimensional e planeza: Quando, no
desenho do produto, não se especifica a tolerância
de planeza, admite-se que ela possa variar, desde
que não ultrapasse a tolerância dimensional, como
mostrado na figura 75.
Especificação
(b)
Especificação
(a)
57. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 57
Figura 75 Desenho representativo da condição de planeza.
Pode-se observar na figura 76 (b), pela,
que a tolerância de planeza é independente da
tolerância dimensional especificada pelos limites
de medida. Conclui-se que a zona de tolerância de
forma (planeza) poderá variar dequalquer maneira,
dentro dos limites dimensionais. Mesmo assim,
satisfará às especificações da tolerância.
Figura 76 Desenho representativo da condição de planeza,
com tolerância de planeza (a) e tolerância dimensional (b).
A tolerância de planeza tem uma
importante aplicação na construção de máquinas-
ferramenta, principalmente guias de assento de
carros, cabeçote etc.
Geralmente, os erros de planicidade
ocorrem devido aos fatores:
• Variação de dureza da peça ao longo do
plano de usinagem.
• Desgaste prematuro do fio de corte.
• Deficiência de fixação da peça,
provocando movimentos indesejáveis
durante a usinagem.
• Má escolha dos pontos de locação e
fixação da peça, ocasionando deformação.
• Folga nas guias da máquina.
• Tensões internas decorrentes da
usinagem, deformando a superfície.
As tolerâncias admissíveis de planeza
mais aceitas são:
• Torneamento: 0,01 a 0,03 mm;
• Fresamento: 0,02 a 0,05 mm;
• Retífica: 0,005 a 0,01 mm.
10.3 Circularidade
Símbolo:
É a condição pela qual qualquer círculo
deve estar dentro de uma faixa definida por dois
círculos concêntricos, distantes no valor da
tolerância especificada. A figura 77(a) mostra a
especificação do desenho e a figura 77(b) a
interpretação. O campo de tolerância em qualquer
seção transversal é limitado por dois círculos
concêntricos e distantes 0,5 mm.
(a)
(b)
Figura 77 . Desenho de uma peça cilíndrica mostrando em
(a) a especificação do desenho e em (b) a interpretação.
A figura 78 apresenta o desenho do
contorno de cada seção transversal que deve
estar compreendido numa coroa circular de 0,1mm
de largura.
(a)
(b)
58. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 58
Figura 78 Desenho representativo de uma peça cilíndrica
cônica e sua especificação.
Normalmente, não será necessário
especificar tolerâncias de circularidade, pois, se os
erros de forma estiverem dentro das tolerâncias
dimensionais, eles serão suficientemente
pequenos para se obter a montagem e o
funcionamento adequados da peça.
Entretanto, há casos em que os erros
permissíveis, devido a razões funcionais, são tão
pequenos que a tolerância apenas dimensional
não atenderia à garantia funcional.
Se isso ocorrer, será necessário
especificar tolerâncias de circularidade. É o caso
típico de cilindros dos motores de combustão
interna, nos quais a tolerância dimensional pode
ser aberta (H11), porém a tolerância de
circularidade tem de ser estreita, para evitar
vazamentos.
Circularidade
métodos de medição - O erro de circularidade é
verificado na produção com um dispositivo de
medição entre centros. Se a peça não puder ser
medida entre centros, essa tolerância será difícil
de ser verificada, devido à infinita variedade de
erros de forma que podem ocorrer em virtude da
dificuldade de se estabelecer uma superfície
padrão, com a qual a superfície pudesse ser
comparada. Em geral, adota-se um prisma em “V”
e um relógio comparador, ou um relógio
comparador que possa fazer medidas em três
pontos, como mostrado nos exemplos da figura
79.
Figura 79 Desenho representativo dos sistemas de
verificação de circularidade em peças sem centros.
A medição mais adequada de
circularidade é feita por aparelhos especiais de
medida de circularidade utilizados em metrologia,
cujo esquema é mostrado na figura 80.
Figura 80 Desenho representativo da medição de
tolerância de circularidade.
A linha de centro de giro é perpendicular
à face da peça, e passa pelo centro determinado
por dois diâmetros perpendiculares da peça
(considerada no seu plano da face).
Na usinagem em produção, podem-se
adotar os valores de circularidade:
• Torneamento: até 0,01 mm;
• Mandrilamento: 0,01 a 0,015 mm;
• Retificação: 0,005 a 0,015 mm.
10.4 Cilindricidade
Símbolo:
É a condição pela qual a zona de
tolerância especificada é a distância radial entre
dois cilindros coaxiais, conforme mostrado na
figura 81.
59. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 59
Interpretação
Figura 81 desenho representativo da medição de tolerância
de circularidade.
Na interpretação da figura 80, a
superfície considerada deve estar compreendida
entre dois cilindros coaxiais, cujos raios diferem
0,2 mm.
A circularidade é um caso particular de
cilindricidade, quando se considera uma seção do
cilindro perpendicular à sua geratriz.
A tolerância de cilindricidade engloba:
• Tolerâncias admissíveis na seção
longitudinal do cilindro, que compreende
conicidade, concavidade e convexidade.
• Tolerância admissível na seção
transversal do cilindro, que corresponde à
circularidade.
Cilindricidade: método de medição;
- Para se medir a tolerância de cilindricidade,
utiliza-se o dispositivo representado na figura 82.
Figura 82 desenho representativo do dispositivo de
medição para tolerância de circularidade.
A peça é medida nos diversos planos de
medida, e em todo o comprimento. A diferença
entre as indicações máxima e mínima não deve
ultrapassar, em nenhum ponto do cilindro, a
tolerância especificada.
10.5 Forma de uma linha qualquer
Símbolo:
O campo de tolerância é limitado por
duas linhas envolvendo círculos cujos diâmetros
sejam iguais à tolerância especificada e cujos
centros estejam situados sobre o perfil geométrico
correto da linha. A figura 83 mostra a
especificação do desenho e a interpretação.
Em cada seção paralela ao plano de
projeção, o perfil deve estar compreendido entre
duas linhas envolvendo círculos de 0,4 mm de
diâmetro, centrados sobre o perfil geométrico
correto.
(a)
(b)
Figura 83 Desenho representativo do dispositivo de
medição para tolerância de circularidade.
10.6 Forma de uma superfície qualquer
Símbolo:
O campo de tolerância é limitado por
duas superfícies envolvendo esferas de diâmetro
igual à tolerância especificada e cujos centros
estão situados sobre uma superfície que tem a
forma geométrica correta. A figura 84 mostra a
especificação do desenho e a interpretação.
Na figura 84 (b) a superfície considerada deve
estar compreendida entre duas superfícies
envolvendo esferas de 0,2 mm de diâmetro,
centradas sobre o perfil geométrico correto.
(a)
(b)
Figura 84 Desenho representativo de uma superfície
qualquer, com especificação do desenho e interpretação.
60. Capítulo 10 - TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS E DE FORMAS 60
Testes
Marque com X a resposta correta.
Exercício 1
Um erro de forma corresponde à diferença entre a superfície real da peça e a forma:
a) ( ) planejada;
b) ( ) geométrica teórica;
c) ( ) calculada;
d) ( ) projetada.
Exercício 2
Quando cada um dos pontos de uma peça for igual ou inferior ao valor da tolerância, diz-se que a forma da
peça está:
a) ( ) incorreta;
b) ( ) aceitável;
c) ( ) inaceitável;
d) ( ) correta.
Exercício 3
Por meio da régua, micrômetro, comparador, os erros de forma podem ser:
a) ( ) detectados e corrigidos;
b) ( ) detectados e eliminados;
c) ( ) detectados e medidos;
d) ( ) detectados e reduzidos.
Exercício 4
Erros como ondulações acentuadas, conicidade, ovalização denominam-se erros:
a) ( ) microgeométricos;
b) ( ) de rugosidade;
c) ( ) macrogeométricos;
d) ( ) de circularidade.
Exercício 5
Erros microgeométricos podem ser definidos como:
a) ( ) ondulação;
b) ( ) circularidade;
c) ( ) rugosidade;
d) ( ) planeza.
Exercício 6
Desenhe os símbolos de:
Planeza;
Circularidade;
Cilindricidade;
Retilineidade.
Exercício 7
O desgaste prematuro do fio de corte pode causar erro de:
a) ( ) planicidade;
b) ( ) retilineidade;
c) ( ) circularidade;
d) ( ) forma.