O documento apresenta dois métodos para estimar a infiltração: o Método de Horton, que modela a capacidade de infiltração ao longo do tempo, e o Método da Curva Número, que estima a capacidade de armazenamento do solo de acordo com o tipo de solo, uso e umidade. Exemplos ilustram como aplicar as equações de cada método para calcular parâmetros de infiltração e armazenamento.
1. E S T I M A T I V A
DA
I N F I L T R A Ç Ã O
Aluna de mestrado: Myrla de Souza Batista
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
DEC/CCT/UFCG – Pós-Graduação
Área de concentração: Recursos Hídricos
ESTÁGIO DOCÊNCIA
Disciplina: Hidrologia Aplicada
4. Método de HortonMétodo de Horton
A capacidade de infiltração pode ser representada
por:
Onde:
f é a capacidade de infiltração no tempo t (mm/h)
f0 é a capacidade de infiltração inicial para t = 0 (mm/h);
fc é a capacidade de infiltração final (mm/h);
k é uma constante para cada curva (h-1
);
t é o tempo (h);
OBS: fo, fc e k são parâmetros ligados ao tipo de solo (ver grupos
de solo A, B, C e D)
( ) tk
cc effff ⋅−
⋅−+= 0
f(mm/h)
t(h)
K1 (arenoso)
K2(argiloso)
k
5. GRUPOS HIDROLÓGICOS DE
SOLOS
Grupo A – Solos arenosos profundos; tem alta
capacidade de infiltração e geram pequenos
escoamentos;
Grupo B – Solos franco arenosos pouco profundos; tem
menor capacidade de infiltração e geram
maiores escoamentos do que o solo A;
Grupo C – Solos franco argilosos; tem menor
capacidade de infiltração e geram maiores
escoamento do que A e B.
Grupo D – Solos argilosos expansivos; tem baixa
capacidade de infiltração e geram grandes
escoamentos.
6. A equação de
Horton deve ser
ajustada a curva da
capacidade de
infiltração.
Método de HortonMétodo de Horton
Este ajuste é
realizado a partir da
variação dos
parâmetros K, fo e fc
da equação.
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
7:55 9:07 10:19 11:31 12:43 13:55 15:07
Horário
I,f(mm/h)
I (mm/h)
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
7:55 9:07 10:19 11:31 12:43 13:55 15:07
Horário
I,f(mm/h)
I (mm/h) f (mm/h)
7. Exercício
1. Determine a capacidade de
infiltração pela equação de Horton,
com os parâmetros ajustados para os
dados observados abaixo.
Tempo
(h)
8:05 8:10 8:15 8:25 8:45 9:25 10:05 10:45 11:25 12:05 12:45 13:25 14:05
I
(mm/h)
- 54,0 42,0 24,0 16,5 12,0 11,25 10,50 9,75 9,00 9,00 9,00 9,00
9. Método da Curva Número (CN)
Este método foi proposto pelo Soil Conservation
Service (SCS) e permite determinar a capacidade
de armazenamento do solo (S) em função do
grupo de solo (A, B, C ou D), da umidade
antecedente e do uso do solo pela equação:
254
25400
−=
CN
S
Onde:
S é a retenção potencial do solo (mm) e despende do tipo de
solo;
CN é o valor da curva número e é função do grupo de solo,
umidade antecedente e uso do solo.
10. Método da Curva Número (CN)
O CN depende de 3 fatores:
Tipo de solo (A, B, C ou D);
Uso do solo (agrícola, urbano, etc);
Umidade antecedente do solo
Condição I (seca: P5dias < 13 mm)
Condição II (normal: 13 < P5dias < 53 mm)
Condição III (úmida: P5dias > 53 mm)
11. GRUPOS HIDROLÓGICOS DE
SOLOS
Grupo A – Solos arenosos profundos; tem alta
capacidade de infiltração e geram pequenos
escoamentos;
Grupo B – Solos franco arenosos pouco profundos; tem
menor capacidade de infiltração e geram
maiores escoamentos do que o solo A;
Grupo C – Solos franco argilosos; tem menor
capacidade de infiltração e geram maiores
escoamento do que A e B.
Grupo D – Solos argilosos expansivos; tem baixa
capacidade de infiltração e geram grandes
escoamentos.
12. Método da Curva Número (CN)
Valores CN (condição II – 13 <P5dias < 53mm):
Uso do solo Superfície A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90
Plantações regulares Em curva de nível 67 77 83 87
Terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88
Plantações de
cereais
Em curva de nível 62 74 82 85
Terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87
Plantações de
legumes ou
cultivados
Em curva de nível 60 72 81 84
Terraceado em nível 57 70 78 89
Pobres 68 79 86 89
Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80
13. Método da Curva Número (CN)
Uso do solo Superfície A B C D
Pastagens Pobres, em curva de nível 47 67 81 88
Normais, em curva de nível 25 59 75 83
Boas, em curva de nível 6 35 70 79
Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras
Estradas de Terra
Normais 56 75 86 91
Más 72 82 87 89
De superfície dura 74 84 90 92
Florestas Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
Esparsas 46 68 78 84
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76
Valores CN (condição II – 13 <P5dias < 53mm):
14. Método da Curva Número (CN)
Valores CN para as condições I e III de umidade
antecedente = f(CN da condição II):
CONDIÇÃO I – solos secos – as chuvas nos últimos 5
dias não ultrapassam 13 mm.
CONDIÇÃO II – situação média na época das cheias – as
chuvas nos últimos 5 dias totalizaram entre 13
e 53 mm.
CONDIÇÃO III – solo úmido (próximo da saturação) –
as chuvas nos últimos 5 dias foram superiores
a 53 mm e as condições meteorológicas forma
desfavoráveis a altas taxas de evaporação.
15. Método da Curva Número (CN)
CN da Condição I:
CN da Condição III:
)(058,010
)(2,4
)(
IICN
IICN
ICN
⋅−
⋅
=
)(13,010
)(23
)(
IICN
IICN
IIICN
⋅+
⋅
=
16. Exercício
2. Em uma bacia com solo tipo B e condição II de
umidade, determinar a capacidade de
armazenamento para os seguintes usos:
a) Pastagens Normais;
b) Plantações de cereais em curva de nível;
2. Qual seria a capacidade do solo nas condições
de umidade I e III?
17. Exercício
4. Considere agora a bacia com três grupos de
solo A (plantações pobres), B (Pastagens) e D
(Florestas esparsas), com proporções de 20%,
50% e 30% respectivamente. Determine a
capacidade de armazenamento da bacia?