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1
Avaliadores de
Artigo Científico
O processo editorial
2
2
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
Conteudista:
Claudio Paixão Anastácio de Paula (conteudista, 2021);
Eliane Pawlowski de Oliveira Araújo (conteudista, 2021);
Fernanda Oliveto (conteudista, 2021);
Keila Rêgo Mendes (conteudista, 2021);
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
3
Sumário
Unidade 1: Atores envolvidos....................................................................................................4
1.1.1 Conselho Editorial.
........................................................................................................................................ 6
1.1.2 Comitês científicos....................................................................................................................................... 7
1.1.3 O papel do editor.......................................................................................................................................... 7
1.1.4 O papel do avaliador.
.................................................................................................................................10
1.1.5 Equipe e estrutura de apoio ...................................................................................................................10
Referências..............................................................................................................................................................12
Unidade 2: Fluxo de atividades............................................................................................... 13
2.1 Etapas do processo editorial......................................................................................................................13
2.1.1 A etapa de pré-submissão......................................................................................................................13
2.1.2 A etapa de submissão.
..............................................................................................................................15
2.1.3 A etapa de pós-submissão.
.....................................................................................................................16
Referências..............................................................................................................................................................21
4
1.1 A estrutura editorial de um periódico científico
Você, assim como eu e a maioria das pessoas desta geração, estamos envolvidos com tecnologia durante
quase todo o tempo, concorda? Mas, e no princípio da comunicação científica, como as coisas aconteciam?
Se você pensou/respondeu que era por cartas, acertou! No princípio da comunicação científica, os relatos
de pesquisa eram divulgados por meio da troca de cartas entre os investigadores e atas de reuniões.
Somente a partir do século XVII a divulgação dos achados em pesquisas passou a ser promovida por
meio de publicação de revistas científicas, e apenas a partir do século XIX essas revistas adquiriram as
características atuais (STUMPF, 1996).
Desdesuacriação,osperiódicoscientíficos,cujafunçãoédisseminaro“conhecimentonovoerelevante”,passaram
por várias transformações, seja de suporte (impresso ou digital), seja de estrutura de publicação (autores, editores,
revisores, comitês) ou viés (acesso livre, acesso aberto, acesso restrito, submissão paga, assinatura etc).
Unidade 1: Atores envolvidos
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os atores envolvidos no processo editorial e diferenciar
a função de cada um.
Neste módulo, será apresentado o processo editorial, destacando quais são os atores envolvidos nesse processo,
assim como o seu fluxo de atividades.
O módulo 2 está estruturado da seguinte forma:
O processo editorial
MÓDULO
2
• Unidade 1 – Atores envolvidos
• Unidade 2 – Fluxo de atividades
5
É inegável, entretanto, o fato de que, desde o surgimento das publicações científicas periódicas até o atual
momento, as revistas científicas se constituíram como meio mais rápido e economicamente viável para os
pesquisadores darem visibilidade aos resultados de seus estudos, e isso pode ser verificado pela quantidade
de revistas científicas existentes. Numa reportagem publicada pelo Jornal da USP, em 2019, foi estimada
a existência de cerca de 40 mil revistas científicas, sendo que a mais antiga, a Philosophical Transactions of
the Royal Society of London completou, naquela data, 354 anos de existência.
Saiba mais:
Uma reflexão que tem sido feita por Bernd Frohmann questiona a função dos
periódicos científicos colocada tradicionalmente como “gerar conhecimento novo”.
Para o autor, essa visão clássica da comunicação científica deve ser substituída pelo
entendimento de que o propósito desse veículo de comunicação é contribuir para
a “construção da objetividade do mundo natural”. Acompanhe essa discussão em:
FROHMANN, B. The role of the scientific paper in science information systems. The
Journal of Education for Library and Information Science, v. 42, p.13-28, 2000,
disponível aqui.
Saiba mais:
Ouça o podcast com o professor José Eli da Veiga, na Rádio USP, e leia a reportagem
do Jornal da USP, ambos disponíveis aqui.
O que será que garantiu tamanha longevidade a esse periódico científico? Vários autores têm feito reflexões
interessantes sobre o que pode favorecer o sucesso editorial de uma revista acadêmica. Dentre as variáveis
possíveis, optou-se por explorar neste curso o aspecto estrutural do periódico, porque esse pode influenciar
não só a perenidade, mas a qualidade da publicação. Dessa forma, conhecer seu funcionamento é um
aspecto importante para o avaliador de artigos científicos que deve compreender como a atividade que ele
exerce nesse processo se situa na estrutura editorial.
De modo provocativo, reflita sobre a pergunta feita por Piotr Trzesniak (2009):
Você já tinha pensado sobre isso? Ou já vivenciou esse tipo de situação? Pois é, e por mais incrível que
pareça, essa não é uma realidade distante. Acontece com mais frequência do que se imagina. Conforme
destaca Valdir Gomes (2010), as “falências editoriais” são situações conhecidas no meio editorial e possuem
motivações diversas.
O que acontece com a revista se o atual editor vier a faltar? Caso a resposta seja “não
se sabe” ou, pior, “a revista para de circular”, algo precisa ser feito com muita urgência.
(TRZESNIAK, 2009, p. 88)
6
Para que um periódico tenha perenidade, é recomendável que não esteja vinculado apenas à vontade ou
responsabilidade de um único pesquisador, mas tenha uma retaguarda institucional. O suporte de uma
instituição favorece a longevidade e indica que os artigos publicados buscam atender padrões de mérito
científico. Mesmo que determinadas tarefas sejam condensadas em uma única pessoa, em decorrência do
pequeno porte da revista, a existência de certas atividades no processo editorial é condição básica para
uma publicação de qualidade.
As estruturas/atividades/instâncias ou, resumindo num único termo, os vários atores que compõem a
estrutura de apoio ao processo de editoração são vistos de forma diferenciada. Alguns autores, como
Pereira (2019, p.135), inserem como personagens desse processo:
a) Casa editorial;
b) Editor;
c) Editores associados;
d) Editores de seção;
e) Editor técnico;
f) Editor de estilo;
g) Editor de cópias;
h) Equipe editorial;
i) Comitê editorial;
j) Revisores;
k) Autores;
l) Bibliotecário;
m) Secretariado;
n) Diagramador;
o) Empresas especializadas em estruturação de
textos em formatos eletrônicos diversos (ASCII,
PDF, HTML ou XML);
p) Prestadoras de serviços editoriais.
Para a finalidade deste curso, vamos abordar apenas cinco elementos desse processo que, em linhas gerais,
representam as atividades e caracterizam a estrutura de funcionamento de um periódico científico.
1.1.1 Conselho Editorial
O Conselho Editorial corresponde a um grupo de pessoas que examina as questões administrativas e
políticas do periódico e determina as diretrizes a serem seguidas. Os Conselhos são específicos de cada
periódico e devem atuar de forma coerente com a finalidade da publicação.
Em linhas gerais, são consideradas atribuições dessa instância:
• Discutir e aprovar as regras sobre sua própria constituição e a constituição do conselho científico, sobre
a escolha do editor-chefe e a existência e o quantitativo de outros editores;
• Definir a política editorial, a missão e o regulamento do periódico, deliberando sobre aspectos
relacionados à periodicidade, seções da publicação, possibilidade de números especiais, dentre outros;
• Sugerir critérios gerais para recusa e aceitação de artigos a serem publicados e a ênfase que esses
artigos devem ter em consonância com a missão da publicação;
• Analisar e aprovar o balanço anual e o orçamento do periódico;
• Definir gratuidade, cobrança ou restrição para acesso ao periódico;
• Estabelecer e zelar pelo atendimento das diretrizes para a preservação de documentos e objetos digitais
difundidos por meio do periódico (TRZESNIAK, 2001).
7
A definição de uma política editorial é um elemento estratégico para o processo editorial. Por meio dela, entre
outras questões, define-se as diretrizes básicas do periódico, como “por que” publicar, “o que” publicar, “como”
publicar, “quando” publicar, “quanto” publicar e “onde” publicar. Raul Rosinha admite como um conceito de
política editorial “a arte ou ciência relativa à organização, coordenação e execução de atividades orientadas a
comunicar, sob a forma escrita (isso, sob certos aspectos, pode ser estendido a outros tipos de comunicação),
todo e qualquer fato de interesse de determinado(s) grupo(s) ou público(s)” (ROSINHA, 1989, p. 252).
1.1.2 Comitês Científicos
1.1.3 O papel do editor
O Comitê Científico de um periódico acadêmico é formado por um grupo de pesquisadores especialistas
selecionados de forma a contemplar as diferentes áreas e subáreas atendidas pela publicação. Tem como
objetivo auxiliar o editor na tomada de decisão sobre os artigos a serem publicados, o que implica atuarem
tanto na escolha dos consultores ad hoc quanto na discussão de dúvidas sobre pareceres relacionados aos
artigos submetidos à revista.
Esse Comitê é responsável pela uniformidade, continuidade, qualidade e rigor científico do que é publicado
no periódico. Suas atribuições estão relacionadas a:
1 Atuar como consultores do editor no
tocante à interpretação da política editorial;
2 Indicar avaliadores para analisarem os
manuscritos submetidos ao periódico;
3 Analisar os pareceres e recomendação
sobre a rejeição ou publicação de artigos;
4 Atuar como árbitros de desempate
quando uma contribuição tiver recebido
pareceres antagônicos;
5 Supervisionar o processo de arbitramento
de artigos por delegação do editor
(TRZESNIAK, 2001).
Para a composição desse Comitê, é recomendável que seus integrantes atendam não apenas a diferentes
subáreas, mas também representam geograficamente diversas regiões conforme o perfil da publicação.
Segundo Trzesniak (2009), o número de integrantes do Comitê científico deve estar entre 20% e 35%
da expectativa de submissões anuais, com um mínimo de dois pesquisadores por área ou subárea do
conhecimento. Mas, diferente do Conselho Editorial, esse Comitê não precisa trabalhar coletivamente
reunindo-se para deliberar sobre as matérias: os membros trabalham individualmente e interagem
diretamente com o editor.
O editor é a pessoa responsável por fazer o periódico ser publicado dentro dos prazos previstos, zelar para
que os artigos tenham qualidade, relevância e atendam não só aos objetivos e à política estabelecidos para
a publicação, mas que também versem sobre temas atuais e interessantes para o leitor. É ele que gerencia
todo o processo de produção editorial de uma revista científica.
Uma tarefa hercúlea, não é mesmo? É muito antiga! Conforme menciona Gomes (2010):
Muito antes do surgimento das primeiras publicações científicas, é possível verificar o
aperfeiçoamento de uma atividade que já existia desde Roma antiga, voltada, ainda de forma
artesanal, para a organização, sistematização e difusão do conhecimento: o editor na figura
do copista erudita, responsável pela pesquisa, preparação e reprodução caligráfica de textos
escolhidos como importantes para o desenvolvimento cultural humano. (GOMES, 2010, p. 157)
8
O editor configura-se, portanto, como um dos pilares responsáveis por garantir a existência e qualidade
desse veículo especializado de comunicação científica. Em virtude da importância no processo editorial,
essa atividade pode ser compartilhada entre vários tipos de editores. Dependendo da estrutura e finalidade
do periódico, há, por exemplo, o editor-assistente, que é o encarregado do dia a dia da publicação; o editor-
associado, que é o responsável por uma área temática dentro de um periódico que cobre mais de um campo
de conhecimento; o editor-convidado, que é responsável por um número especial do periódico dedicado a
um determinado tema; entre várias outras tipologias.
Nosso foco, neste tópico, será apresentar o “editor-chefe”, denominado neste curso apenas como
editor, aquele que é o responsável pela configuração da revista e organização das edições. Essas
tarefas compreendem várias atividades e responsabilidades ligadas, não apenas a zelar pela
qualidade do conteúdo e buscar por bases de indexação, mas também atentar para a exogenia
no âmbito dos autores, do corpo editorial e dos avaliadores.
No aspecto da qualidade do conteúdo, é recomendável ao editor:
Tarefas do editor-chefe.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
1
Editor
1- Priorizar a
originais e de revisão;
2 - Observ
pesquisadores dando
ênfase a conteúdos de autor
ia de mestres, doutores e
pesquisadores que possuam
estágio pós-doutoral;
3 - Zelar para que ocorra
a avaliação pelos pares e
sejam observadas as
normas previstas na
4 - Cuidar da qualidade
gr revista e do
conteúdo, com a
revisão textual e com a
qualidade da tradução.
9
O processo editorial pressupõe que os editores
empreendam esforços na avaliação inicial dos
artigos que lhe são submetidos (chamada de desk
review), na busca dos especialistas mais adequados
para avaliá-los e na análise dos pareceres emitidos,
buscando publicar os melhores artigos, respeitando
nesse processo os padrões de anonimato. Nessa
perspectiva, o papel do editor se conforma como
um intermediário entre o autor e os avaliadores.
No tocante à disseminação da informação, o editor
deve estar atento à periodicidade de publicação,
ao cumprimento do número mínimo de artigos de
cada edição, segundo os critérios estabelecidos
pela Capes (quando essa não for de publicação
continuada), e à indexação em bases de dados.
Como a indexação aumenta as chances de um
artigo ser localizado, lido e citado, é essencial que o
editor verifique questões relacionadas ao ISSN, ao
DOI e aos metadados para atender às exigências
das bases e dar visibilidade à publicação. Cabe
destacar que a indexação do periódico nas
principais bases de dados é um parâmetro para
avaliar a qualidade dos textos científicos.
É importante ressaltar que esse tópico do curso
não visa esgotar o tema que, pelo que você deve ter
percebido, envolve inúmeros aspectos do processo
editorial. Mas um ponto importante para que você
reconheça refere-se à questão da acessibilidade
em artigos de periódicos digitais. A Lei 13.146, de
2015, em seu artigo 68, preconiza sobre conteúdos
disponibilizados em formato digital que devem
permitir, para os deficientes visuais, a leitura
com voz sintetizada, ampliação de caracteres e
impressão em braille. Essas orientações, assim
como as Recomendações de Acessibilidade para
Conteúdo WEB (WCAG) 2.0, da W3C, devem ser
observadas pelo editor atento à responsabilidade
social relativa ao acesso à informação científica.
Saiba mais:
O capítulo 4 do livro Gestão editorial de periódicos científicos: tendências e
boas práticas, publicado em 2020, intitulado “Como pensar a acessibilidade
em artigos de periódicos: tendências em design universal para pessoas com
deficiência visual”, de autoria de José Carlos Rodrigues e Salete Cecília de
Souza, trata especificamente desse tema. O livro está disponível aqui.
Antes de prosseguir, sugerimos que você recapitule o que falamos até agora. O Quadro a seguir apresenta
um resumo dos conceitos destacados até aqui baseado no que estabelece a NBR 6021/2003, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):
Conselho editorial Grupo de pessoas encarregadas de elaborar as diretrizes, estabelecer
o perfil político, filosófico e editorial de uma casa publicadora.
Comissão editorial,
técnica ou científica
Grupo de pessoas responsáveis pela seleção de textos a serem
publicados, que se enquadrem na política estabelecida pelo conselho
editorial.
Editor Responsável pela direção da publicação.
Editora Casa publicadora, pessoas (s) ou instituição (ões) responsável (eis)
pela produção editorial de uma publicação.
Definições baseadas na ABNT.
Fonte: Adaptado de Pereira (2011, p. 542).
10
1.1.4 O papel do avaliador
1.1.5 Equipe e estrutura de apoio
O avaliador de artigo científico é um especialista convidado para analisar um texto oriundo de pesquisas,
que foi submetido a uma revista científica visando a publicização dos resultados. Essa análise irá se
consolidar na emissão de um parecer, o qual indicará se há pontos que necessitam de revisão e se o artigo
deve ou não ser publicado.
A avaliação, dentro do processo editorial, parte da premissa de que o artigo científico deve ser submetido ao
crivo de outros pesquisadores, como forma de verificação e legitimidade, antes de ser publicado. Considera,
para tanto, os avaliadores como indivíduos competentes na área do artigo que avaliam e que dedicam seu
melhor esforço à atividade. Considera, também, que os especialistas que aceitam revisar um artigo o fazem
como dever para com a comunidade científica a qual integram, assim como para alimentar seu currículo
acadêmico.
Aqui, será tratado especificamente da atividade do avaliador, as competências necessárias para realizar uma
boa análise e as características de uma avaliação de qualidade. Também será abordado sobre o processo
avaliativo, conteúdo que irá lhe dar subsídios para entender como se configura essa atividade na prática.
Por ora, ressalta-se que apenas o avaliador, nos periódicos científicos, tem sua atividade sustentada no
modelo denominado avaliação por pares. Segundo Pereira (2019), essa modalidade de avaliação consiste
em uma:
Além de envolver os atores mencionados, os artigos submetidos a um periódico científico precisam passar
por outros crivos e avaliações para serem considerados adequados à publicação. Fazem parte desse
processo:
revisão sistemática e crítica do artigo, submetido a dois ou mais membros da comunidade
científica, selecionados por um editor visando avaliar a originalidade, clareza metodológica, o
significado e alcance das conclusões, o grau em que as evidências apresentadas sustentam
as conclusões dadas e a atribuição apropriada das fontes originais consultadas.
1 A revisão de redação, de português ou
idioma estrangeiro;
2 A adaptação do texto e das ilustrações ao
estilo da publicação;
3 A revisão estatística;
4 A normalização, adequação dos trabalhos
aos padrões estéticos da revista etc.
Todo esse processo tem o objetivo de padronizar o artigo conforme as normas da publicação. Muitas dessas
atividades são realizadas apenas nos periódicos de grande porte que dispõem de equipe apta à realização
dessas tarefas, como por exemplo, o Periódico CAPES. Nas estruturas de menor porte, algumas dessas
atividades, ou não são feitas, ou são realizadas por poucas pessoas que acumulam várias atribuições.
Os integrantes da equipe de apoio de uma revista científica desempenham, portanto, funções voltadas aos
procedimentos técnicos necessários para a diagramação e publicação dos textos aprovados. A realização
de procedimentos técnicos representa a etapa de preparação do artigo para sua divulgação e também o
preparo do meio pelo qual esse será divulgado. Isso inclui, em alguns casos, a definição do projeto gráfico,
a diagramação e a elaboração da capa da edição que podem ser feitos, em algumas revistas, por empresas
especializadas. Nessa fase do processo, o editor, ou os editores adjuntos, organizam o sumário e preparam
a seção editorial. (RODRIGUES et al., 2015)
11
Também fazem parte da equipe de apoio os profissionais responsáveis pelos procedimentos tecnológicos,
como aqueles que executam operações de software, manutenção das publicações online, desenvolvendo
tarefas relacionadas à recuperação da informação por usuários, uma vez que integra o processo de
editoração a existência de softwares específicos para a submissão e acompanhamento dos artigos.
Com esse tópico, terminamos a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Parabéns! Para
seguir com seus estudos, continue a leitura da próxima unidade.
12
Referências
BRASIL, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Disponível em: http:/
/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13146.htm.
GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf.
Inf., Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147
PEREIRA, Juan Carlos Debali da Cunha. Processo editorial de periódicos científicos.
(MestradoemCiênciadaInformação)–UniversidadeFederaldeSantaCatarina.Florianópolis,
175 p. 2019.
PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.
RODRIGUES, Rosângela Schwarz; QUARTIERO, Emanoel; NEUBERT, Patrícia. Periódicos
científicos brasileiros indexados na Web of Science e Scopus: estrutura editorial e elementos
básicos. Informação & Sociedade: Estudos,[S. l.], v. 25, n. 2, p. 138, 2015. Disponível em:
https:/
/periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/117.
ROSINHA, Raul C. Política editorial, aspectos a considerar. R. Biblioteconomia. Brasília,
17 (2), p. 249-258, jul/dez 1989. Disponível e: https://brapci.inf.br/_repositorio/2011/07/
pdf_082340925f_0017733.pdf.
STUMPF, Ida Regina Chitto. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, v.
25, n.3, 1996 . Disponível em http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/637/641.
TRZESNIAK, Piotr. A estrutura editorial de um periódico científico. In: A. A. Z. P. Sabadini,M.
I. C. Sampaio, & S. H. Koller (Orgs.), Publicar em psicologia: um enfoque para a revista
científica (pp. 87-102). São Paulo: Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia;
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 2009. Disponível em: https://
www.researchgate.net/publication/233401784_A_estrutura_editorial_de_um_periodico_
cientifico?channel=doi&linkId=0912f50a40e800bf67000000&showFulltext=true.
13
2.1 Etapas do processo editorial
2.1.1 A etapa de pré-submissão
O processo editorial não se inicia apenas a partir da submissão de um artigo em um periódico científico
para fins de publicização. Antes, esse processo tem seu início na fase de desenvolvimento da pesquisa e
se encerra com a publicação do manuscrito, seja em suporte impresso ou digital. Para publicar, é preciso
pesquisar! Por meio da publicação se dissemina o conhecimento gerado e são alimentadas as métricas de
desempenho, tanto individuais quanto institucionais.
Há várias maneiras de descrever o processo de publicação de um artigo científico. Para fins didáticos,
vamos apresentar, ao longo do estudo, as etapas do processo editorial divididas em três momentos: o de
pré-submissão, o de submissão e o de pós-submissão.
Independente do tipo de pesquisa, da área de conhecimento e da comunidade científica a que o pesquisador
esteja vinculado, alguns aspectos são comuns em qualquer processo editorial. Um aspecto que importa
destacar se refere à tipologia do artigo a ser produzido. Isso porque a redação do artigo irá refletir uma
característica da pesquisa realizada que está relacionada ao propósito da investigação conduzida pelo autor.
Phelan, Ferreira e Salvador (2002) classificam os artigos científicos em teóricos, empíricos ou estudos de
caso. Essa tipologia pode influenciar o processo de publicação, uma vez que há periódicos (principalmente
os internacionais) que priorizam a publicação de apenas um tipo de artigo ou apresentam restrições por
tipologia. Há revistas americanas da área de administração, por exemplo, que não publicam estudos de
caso; outras, como o Academy of Management Journal, assumem a sua preferência por artigos empíricos;
e outras, como o Academy of Management Review, restringem sua publicação a artigos teóricos. (SERRA;
FIATES; FERREIRA, 2008; SERRA; FERREIRA, 2015).
É importante notar que enquanto se situa na etapa de desenvolvimento da pesquisa, o processo editorial
envolve apenas um personagem, ou seja, o autor. Contudo, a partir da decisão de publicar os achados
da investigação, outros personagens são inseridos no processo, uma vez que a redação do artigo será
influenciada pelas diretrizes estabelecidas pelo periódico.
Assim, nesta etapa de pré-submissão, as atividades, escolhas e preferências são originárias das decisões
do pesquisador, e um dos questionamentos que se apresenta a eLe no papel de autor se refere a “onde
publicar?”. Essa decisão irá influenciar todo o processo avaliativo já que o artigo deve estar alinhado com a
linha editorial do periódico e pode ser recusado por não se enquadrar no escopo da publicação escolhida.
Unidade 2: Fluxo de atividades
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o fluxo de atividades do processo editorial.
14
Etapa de pré-submissão.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
A escolha de uma revista inapropriada pode encurtar o processo de submissão levando a uma rejeição logo
no início. Nesse sentido, a seleção de onde publicar deve considerar a missão do periódico, o público-alvo
a que se destina e o escopo de artigos que a publicação aceita, pois nem todo artigo é adequado para toda
revista. Deve considerar também o tipo do periódico no qual se deseja publicar, se de acesso aberto ou não.
Saiba mais:
O Directory of Open Access Journal (DOAJ) é um diretório online que
disponibiliza a relação de periódicos científicos de livre acesso com o
objetivo de aumentar a visibilidade, acessibilidade, reputação, uso e impacto
de periódicos de pesquisa acadêmica de acesso aberto, revisados e de
qualidade, independentemente da área geográfica ou idioma. Para acessá-
lo, clique aqui.
A redação do artigo deverá, portanto, ser orientada pelas diretrizes do periódico escolhido. Essas diretrizes
envolvem vários aspectos que vão desde atender às especificações do formato do documento (Word, PDF,
número de páginas, tamanho e tipo de letra e espaçamento etc.) até a observar alguns pré-requisitos, como
ser original e inédito, por exemplo.
Um elemento importante na seleção da revista científica para a publicação do artigo se refere à sua
periodicidade, o que pode fazer com que um manuscrito demore de alguns meses a mais de um ano para ser
publicado. Dependendo do tipo de achado de pesquisa a ser publicizado, esse tempo pode comprometer o
ineditismo e a atualidade dos resultados a serem divulgados.
O idioma utilizado na redação do artigo também é fator que impacta a sua visibilidade junto à comunidade
científica. Alguns periódicos, por exemplo, exigem que os artigos aprovados para publicação, além do
original em língua portuguesa, também sejam submetidos em inglês.
15
2.1.2 A etapa de submissão
O processo de submissão do artigo científico a um periódico consiste no envio do texto ao editor da revista
para ser avaliado por especialistas com a finalidade de publicação. Vamos abordar, neste curso, a submissão
do artigo a um periódico veiculado em suporte digital. Essa modalidade implica o acesso a uma plataforma
disponibilizada na web, por meio do uso de login e senha e a inserção do documento obedecendo algumas
etapas. Esse procedimento tem sido facilitado devido ao fato de muitos periódicos terem adotado o mesmo
sistema de gerenciamento, o Open Journal System (OJS), sistema online gratuito e sem fins lucrativos para
submissão de manuscritos.
Etapa de Submissão.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
A submissão de um artigo a um periódico implica o aceite e atendimento automático de algumas condições.
Essas irão variar conforme a política editorial, mas, de maneira geral, essas condições versam sobre:
O direito autoral:
quando o autor assegura sua responsabilidade
sobre o conteúdo;
O tipo de divulgação e condição de disseminação
da informação:
se o acesso ao artigo pelo leitor será em formato
aberto, licenciado sob uma Licença Creative
Commons, ou será restrito mediante pagamento
ou assinatura;
A gratuidade ou não da submissão:
tanto as revistas de acesso restrito quanto as
de acesso aberto podem cobrar uma taxa para a
submissão do manuscrito com o objetivo de auxiliar
a financiar a administração editorial;
O anonimato na avaliação:
condição relativa à política de privacidade adotada,
na qual os artigos são enviados aos avaliadores
sem identificação de autoria e a identificação dos
avaliadores também não é revelada aos autores.
16
Saiba mais:
Você sabe o que é uma Licença Creative Commons? De forma simplista
podemosdefini-lacomoumtipodelicençaquepossibilitaocompartilhamento
e uso da obra de outro autor. Mas o projeto é muito mais do que isso! Saiba
mais sobre essa iniciativa acessando o livro “O que é Creative Commons?
novos modelos de direito autoral em um mundo mais criativo”, publicado por
Sérgio Branco e Walter Britto, em 2013, disponível aqui.
2.1.3 A etapa de pós-submissão
Selecionado o periódico, é submetido o artigo por meio da plataforma, um longo caminho se inicia e você, como
avaliador, é um dos atores que dará legitimidade a esse processo que compreende as seguintes atividades:
a) Avaliação inicial do artigo
A primeira atividade que ocorre após a submissão é a averiguação se o texto se enquadra no perfil do
periódico escolhido. Essa atividade, que é o primeiro filtro do processo editorial, é desempenhada pelo editor
assessorado, quando necessário, por outros editores ou membros do corpo editorial. Essa é uma etapa
importante, pois o artigo pode ser rejeitado logo no início do processo caso seja considerado inadequado
ou de baixa prioridade.
No caso de estar coerente com a linha do periódico, é feita, em seguida, uma avaliação superficial de sua
qualidade, que também pode levar à rejeição do artigo caso seja identificado algum problema metodológico
evidente ou verificado que o artigo não atendeu a algum requisito preestabelecido como condição para
aceite da submissão. Como isso se configura na prática? Veja o exemplo prático dessa situação, listado a
seguir e apresentado por Pereira (2011, p. 537):
Tipos de artigos inadequados para publicação em periódicos clínicos gerais:
Editores da Revista da Associação Médica Brasileira (JAMA) raramente aceitarão artigos com as
seguintes características:
1 Relatosdepesquisabásica(invitroouinvivo),
de desenvolvimento de modelos matemáticos
ou sobre temas muitos especializados;
2 Textos opinativos não encomendados pelo
editor, exceto se contiverem comentários sobre
investigaçãopublicadaemnúmeroanteriorrecente;
3 Dissertações e teses se o autor não as
adaptar para artigo científico;
4 Artigos que não revelem algo de novo,
assim como textos muito semelhantes a
outros já publicados pelo mesmo autor;
5 Relatos de estudos que utilizaram
método pouco elaborado, dentre os quais
pesquisa sem grupo-controle e diretrizes
baseadas em opinião de peritos em lugar
de fundamentadas em rigorosas evidências
científicas.
17
b) Avaliação por especialistas
Ultrapassada a primeira triagem, o artigo passa à categoria de “potencial candidato à publicação”, sendo
enviado para a avaliação por especialistas, ou seja, por você, avaliador de artigo científico! Esse processo
tem como propósito averiguar a qualidade do material submetido e visa subsidiar o editor na decisão sobre
a publicação, ou não, do artigo.
A atividade de avaliação pode conter variantes, como a possibilidade de o próprio autor ser solicitado a
fornecer nomes de especialistas para atuarem como árbitros, ou o texto ser analisado por um estatístico,
caso haja indicação para isso.
Dessa etapa podem advir três indicações:
- aprovação;
- aprovação com ajustes; ou
- rejeição.
No caso da aprovação por ajustes é possível que o ciclo de avaliação se repita, voltando o artigo para os
avaliadores após as intervenções do autor. Também pode ocorrer do artigo retificado ser encaminhado a outra
instância desse processo para que seja feita a certificação de que os ajustes solicitados foram realizados.
É importante destacar que a avaliação de artigos científicos, embora apresente certo teor de subjetividade, está
centrada em critérios objetivos. Esses critérios encontram-se presentes nas diretrizes formuladas para orientar
o processo e nos formulários que o editor encaminha aos avaliadores a fim de orientar a análise do manuscrito.
Saiba mais:
Veja o exemplo de um formulário avaliativo apresentado por Serra e Ferreira
(2015), clicando aqui.
c) Comunicação do resultado
Reunidos os pareceres dos avaliadores, é tomada a decisão final pelo editor. Essa decisão é comunicada
ao autor, acompanhada de cópia, transcrição ou síntese dos pareceres, na qual constam a decisão, as
observações e as recomendações. Deve-se cuidar para que essa comunicação ocorra de forma adequada,
principalmente quando implicar aprovação com ressalvas ou rejeição. Observe a imagem a seguir e reflita
sobre a importância de uma comunicação adequada!
18
Comunicar-se ou não.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
Caso o parecer indique a necessidade de revisão do manuscrito, essa comunicação desencadeará o processo
de realização das correções pelo autor, posterior verificação da incorporação das mudanças sugeridas
pelo editor, avaliadores ou equipe, procedimento que ocorre de forma particular a cada revista científica
conforme parecer exarado ou estrutura de funcionamento. Não havendo retificações a serem feitas, ou
o parecer tendo indicado a recusa do manuscrito, o processo editorial se encaminha para o encerramento
após a comunicação do resultado ao autor.
d) Edição de textos e editoração
Aprovado o texto sem ressalvas, ou com as intervenções solicitadas feitas pelo autor, o manuscrito é
encaminhado pelo editor para o editor de textos, que fará a revisão ortográfica e gramatical. Depois, o
artigo vai para a editoração, quando será diagramado dentro dos padrões da revista.
e) Publicação
Considerada a última etapa do processo editorial, a publicação implica a disponibilização do artigo científico
para acesso pelos leitores. Esse processo, denominado Ahead of Print (AOP), implica a montagem de
uma edição observada a aprovação de um número predeterminado de artigos, além da periodicidade de
publicação da revista. Dependendo do perfil do periódico científico, o processo editorial, considerado da
submissão à publicação do artigo, pode girar em torno de alguns meses a mais de um ano, conforme
comentado anteriormente. Entretanto, um movimento que tem ganhado forças no Brasil desde 2016 –
denominado Publicação Contínua (ou em Fluxo Contínuo) – vem contribuindo para a rapidez no processo de
comunicação ao possibilitar a publicação de artigos sem a necessidade de esperar a composição completa
dos fascículos ou de edições seriadas.
19
Aprovação dos artigos
Aprovação da publicação dos artigos avaliados pelos pares pelo editor-chefe e pelo comitê de redação.
Avaliação pelos pares
Encaminhamento dos originais aos avaliadores para emissão de parecer quanto a publicação.
Avaliação da submissão
Avaliação prévia dos artigos para verificar a adequação do artigo ao periódico.
Saiba mais:
A Publicação Contínua (ou em Fluxo Contínuo) é um método de publicação
online que possibilita que os periódicos não acumulem artigos já aprovados à
espera da composição e diagramação de um próximo número de uma revista
científica. Sua finalidade é acelerar os processos de comunicação das pesquisas,
contribuindo para a disponibilização imediata para fins de leitura e citação.
Conheça o Guia para Publicação Contínua, editado pela Scielo, clicando aqui.
Acesse também o artigo publicado por Abel Packer (PACKER, A. et al.
Acelerando a comunicação das pesquisas: as ações do SciELO [online]. SciELO
em Perspectiva, 2016) disponível aqui.
Cabe ressaltar que a modalidade de Publicação Contínua pode ser adotada por qualquer periódico, não
sendo indicada, contudo, para as revistas que precisam manter um periódico impresso devido à necessidade
da paginação clássica dos artigos dentro de uma edição.
Voltando a falar das etapas do processo editorial, você pode visualizá-las como um fluxo de atividades.
Independente do suporte, o fluxo editorial de um periódico científico tem apresentado ao longo do tempo
as mesmas funções com pequenas variações.
Submissão de artigos
Envio de originais pelos autores para avaliação pelo periódico.
Edição de Layout
Produção gráfica e diagramação dos artigos conforme o padrão adotado pelo periódico.
Edição de Texto
Após aprovação dos artigos: revisão, normalização e tradução dos textos.
Publicação
Disponibilização da edição final.
Etapa 1
Etapa 2
Início
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
20
Esse fluxo pode ser apresentado, por exemplo, como um rol de atividades realizadas sequencialmente
envolvendo os atores do processo e as funções desempenhadas em cada etapa. Observe abaixo:
Fluxo do processo editorial – atividades por atores.
Fonte: CEPED/UFSC (2021), baseado em: https://revistas.ufpr.br/wp/fluxo-editorial/.
Com esse tópico, você termina a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Qualquer
dúvida, retorne ao texto!
21
Referências
BRAGA, Maria Elisa Rangel. Como escrever artigo científico. 2013. Disponível em http://aai.
bireme.org/wp-content/blogs.dir/2/files/2013/08/Como-avaliar-artigo-cientifico_2013.pdf.
COLEÇÃO Os Pensadores. Os Pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
FERREIRA, Manuel A.; CANELA, Renata; PINTO, Cláudia F. O processo editorial dos periódicos e
dicas para a publicação. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 01-22, mai./
ago. 2014. https://www.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/307.
GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf.Inf.,
Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147.
GONÇALVES, Jonas Rodrigo; COSTA, Danilo; GONÇALVES, João Carlos. Cumprimento dos
critérios Qualis periódicos no intuito de se configurar como uma revista acadêmica de qualidade.
Revista JRG de Estudos Acadêmicos, [S. l.], v.2, n.5, p.01–14, 2019. Disponível em: http://
revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/143.
GONDIM, Sônia. A face oculta do parecerista: Discussões éticas sobre o processo de avaliação de
mérito de trabalhos científicos. Organizações e Sociedade, 11(31), 195-199. 2004. Disponível
em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10716.
KOLAKOWSKI, Leszek. Ética: conceito, filosofia/filosofias. In: Enciclopédia Einaudi. V. 37. 1997.
PATRUS, Roberto; DANTAS, Douglas Cabral; SHIGAKI, Helena Belintani. O produtivismo
acadêmico e seus impactos na pós-graduação stricto sensu: uma ameaça à solidariedade entre
pares? Cad. EBAPE.BR, v. 13, nº 1, artigo 1, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/cebape/a/HL7xXqvSVnf43TjFfQ4NVwt/?lang=pt&format=pdf.
PENDERGAST, Gerard. The art of reviewing. International Journal of Advertising, v. 26, n. 2, p.
277-280, 2007.
PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2011.
PHELAN, Steven.; FERREIRA, Manuel Aníbal S. P. Vasconcelos.; SALVADOR, Rommel. The
first twenty years of the Strategic Management Journal: 1980-1999. Strategic Management
Journal, v. 23, p. 1161-1168, 2002.
PINHO, José Antônio Gomes. Brevíssimo manual do editor: Considerações sobre submissão
e avaliação de artigos, o papel dos pareceristas e do editor de revistas científicas.
Organizações e Sociedade, 12(34), 169-173 , 2005. Disponível em https://periodicos.ufba.br/
index.php/revistaoes/article/view/10798/7746.
PITHAN, Lívia Haygert; VIDAL, Tatiane Regina Amando. O plágio acadêmico como um
problema ético, jurídico e pedagógico. Direito & Justiça, v. 39, n. 1, p. 77-82, jan./jun. 2013.
22
Referências
Disponível em https://www.unifac.edu.br/images/materiais_de_apoio/2015/ed_fisica/leone/
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academia.edu/2567478/Mem%C3%B3ria_e_Esquecimento_na_Gr%C3%A9cia_Antiga_Da_
Complementaridade_%C3%A0_Contradi%C3%A7%C3%A3o.
RODRIGUES, Camila Martins; SANTOS, Gildenir Carolino. A importância e o impacto da
Publicação Contínua (PC) nos Periódicos Eletrônicos. Blog PPEC, Campinas, v.1, n.1, jan. 2019.
ISSN 2526-9429. Disponível em: http://periodicos.sbu.unicamp.br/blog/index.php/2019/01/15/
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RODRIGUES, Rosângela Schwarz; QUARTIERO, Emanoel; NEUBERT, Patrícia. Periódicos
científicos brasileiros indexados na Web of Science e Scopus: estrutura editorial e elementos
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ROSINHA, Raul C. Política editorial, aspectos a considerar. R. Biblioteconomia. Brasília,
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SCIELO. Critérios, política e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos
científicos na Coleção SciELO Brasil. 2014.
SERRA, Fernando A. Ribeiro; FERREIRA, Manuel Portugal. Proposta de um Modelo para o
Instrumento de Avaliação pelos Pareceristas. Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE,
Vol. 14, N.1. Janeiro/Março. 2015.
SERRA, Fernando A. Ribeiro; FIATES, Gabriela Gonçalves; FERREIRA, Manuel Portugal. Publicar
é difícil ou faltam competências? O desafio de pesquisar e publicar em revistas científicas na
visão de editores e revisores internacionais. RAM, ver. Adm. Mackenzie 9(4), Jun 2008. https://
doi.org/10.1590/S1678-69712008000400004.
SILVA, Armando Malheiro; ARAUJO, Eliane Pawlowski Oliveira; PAULA, Claudio Paixão
Anastácio. O Fyborg e a ética da informação ou os limites de uma ética antropocêntrica. Revista
da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 60–77, 2021. DOI:
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SPINAK, Ernesto. Ética editorial e o problema do plágio [online]. SciELO em Perspectiva, 2013.
Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2013/10/02/etica-editorial-e-o-problema-do-plagio.
STUMPF, Ida Regina Chitto. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, v.
25, n.3, 1996 . Disponível em http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/637/641.
23
Referências
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. A Pesquisa e a Produção de Conhecimentos. In:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO. Caderno de
formação: formação de professores: educação cultura e desenvolvimento. v. 3. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2010. Disponível em: http://www.acervodigital.unesp.br/handle/123456789/192.
TRZESNIAK, Piotr. Cargos e funções associados à publicação científica: uma proposta de
nomenclatura. In: X Curso de editoração científica. Petrópolis, RJ: Associação Brasileira de
Editores Científicos, 2001.
TRZESNIAK, Piotr. A estrutura editorial de um periódico científico. In: A. A. Z. P. Sabadini,M.
I. C. Sampaio, & S. H. Koller (Orgs.), Publicar em psicologia: um enfoque para a revista
científica (pp. 87-102). São Paulo: Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia;
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 2009. Disponível em https://www.
researchgate.net/publication/233401784_A_estrutura_editorial_de_um_periodico_
cientifico?channel=doi&linkId=0912f50a40e800bf67000000&showFulltext=true.
WEITZEL, Simone da Rocha. Os repositórios de e-prints como nova forma de organização
da produção científica: o caso da área das Ciências da Comunicação no Brasil. 2006. Tese
(Doutorado em Cultura e Informação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2006. doi:10.11606/T.27.2006.de-14052009-133509.
WEITZEL, Simone da Rocha. Fluxo da informação científica. In: POBLACIÓN, Dinah Aguiar;
WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto. Comunicação & produção científica:
contexto, indicadores e avaliação. Organizador. São Paulo: Angellara, 2006.
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  • 2. 2 Enap Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF Conteudista: Claudio Paixão Anastácio de Paula (conteudista, 2021); Eliane Pawlowski de Oliveira Araújo (conteudista, 2021); Fernanda Oliveto (conteudista, 2021); Keila Rêgo Mendes (conteudista, 2021); Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
  • 3. 3 Sumário Unidade 1: Atores envolvidos....................................................................................................4 1.1.1 Conselho Editorial. ........................................................................................................................................ 6 1.1.2 Comitês científicos....................................................................................................................................... 7 1.1.3 O papel do editor.......................................................................................................................................... 7 1.1.4 O papel do avaliador. .................................................................................................................................10 1.1.5 Equipe e estrutura de apoio ...................................................................................................................10 Referências..............................................................................................................................................................12 Unidade 2: Fluxo de atividades............................................................................................... 13 2.1 Etapas do processo editorial......................................................................................................................13 2.1.1 A etapa de pré-submissão......................................................................................................................13 2.1.2 A etapa de submissão. ..............................................................................................................................15 2.1.3 A etapa de pós-submissão. .....................................................................................................................16 Referências..............................................................................................................................................................21
  • 4. 4 1.1 A estrutura editorial de um periódico científico Você, assim como eu e a maioria das pessoas desta geração, estamos envolvidos com tecnologia durante quase todo o tempo, concorda? Mas, e no princípio da comunicação científica, como as coisas aconteciam? Se você pensou/respondeu que era por cartas, acertou! No princípio da comunicação científica, os relatos de pesquisa eram divulgados por meio da troca de cartas entre os investigadores e atas de reuniões. Somente a partir do século XVII a divulgação dos achados em pesquisas passou a ser promovida por meio de publicação de revistas científicas, e apenas a partir do século XIX essas revistas adquiriram as características atuais (STUMPF, 1996). Desdesuacriação,osperiódicoscientíficos,cujafunçãoédisseminaro“conhecimentonovoerelevante”,passaram por várias transformações, seja de suporte (impresso ou digital), seja de estrutura de publicação (autores, editores, revisores, comitês) ou viés (acesso livre, acesso aberto, acesso restrito, submissão paga, assinatura etc). Unidade 1: Atores envolvidos Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os atores envolvidos no processo editorial e diferenciar a função de cada um. Neste módulo, será apresentado o processo editorial, destacando quais são os atores envolvidos nesse processo, assim como o seu fluxo de atividades. O módulo 2 está estruturado da seguinte forma: O processo editorial MÓDULO 2 • Unidade 1 – Atores envolvidos • Unidade 2 – Fluxo de atividades
  • 5. 5 É inegável, entretanto, o fato de que, desde o surgimento das publicações científicas periódicas até o atual momento, as revistas científicas se constituíram como meio mais rápido e economicamente viável para os pesquisadores darem visibilidade aos resultados de seus estudos, e isso pode ser verificado pela quantidade de revistas científicas existentes. Numa reportagem publicada pelo Jornal da USP, em 2019, foi estimada a existência de cerca de 40 mil revistas científicas, sendo que a mais antiga, a Philosophical Transactions of the Royal Society of London completou, naquela data, 354 anos de existência. Saiba mais: Uma reflexão que tem sido feita por Bernd Frohmann questiona a função dos periódicos científicos colocada tradicionalmente como “gerar conhecimento novo”. Para o autor, essa visão clássica da comunicação científica deve ser substituída pelo entendimento de que o propósito desse veículo de comunicação é contribuir para a “construção da objetividade do mundo natural”. Acompanhe essa discussão em: FROHMANN, B. The role of the scientific paper in science information systems. The Journal of Education for Library and Information Science, v. 42, p.13-28, 2000, disponível aqui. Saiba mais: Ouça o podcast com o professor José Eli da Veiga, na Rádio USP, e leia a reportagem do Jornal da USP, ambos disponíveis aqui. O que será que garantiu tamanha longevidade a esse periódico científico? Vários autores têm feito reflexões interessantes sobre o que pode favorecer o sucesso editorial de uma revista acadêmica. Dentre as variáveis possíveis, optou-se por explorar neste curso o aspecto estrutural do periódico, porque esse pode influenciar não só a perenidade, mas a qualidade da publicação. Dessa forma, conhecer seu funcionamento é um aspecto importante para o avaliador de artigos científicos que deve compreender como a atividade que ele exerce nesse processo se situa na estrutura editorial. De modo provocativo, reflita sobre a pergunta feita por Piotr Trzesniak (2009): Você já tinha pensado sobre isso? Ou já vivenciou esse tipo de situação? Pois é, e por mais incrível que pareça, essa não é uma realidade distante. Acontece com mais frequência do que se imagina. Conforme destaca Valdir Gomes (2010), as “falências editoriais” são situações conhecidas no meio editorial e possuem motivações diversas. O que acontece com a revista se o atual editor vier a faltar? Caso a resposta seja “não se sabe” ou, pior, “a revista para de circular”, algo precisa ser feito com muita urgência. (TRZESNIAK, 2009, p. 88)
  • 6. 6 Para que um periódico tenha perenidade, é recomendável que não esteja vinculado apenas à vontade ou responsabilidade de um único pesquisador, mas tenha uma retaguarda institucional. O suporte de uma instituição favorece a longevidade e indica que os artigos publicados buscam atender padrões de mérito científico. Mesmo que determinadas tarefas sejam condensadas em uma única pessoa, em decorrência do pequeno porte da revista, a existência de certas atividades no processo editorial é condição básica para uma publicação de qualidade. As estruturas/atividades/instâncias ou, resumindo num único termo, os vários atores que compõem a estrutura de apoio ao processo de editoração são vistos de forma diferenciada. Alguns autores, como Pereira (2019, p.135), inserem como personagens desse processo: a) Casa editorial; b) Editor; c) Editores associados; d) Editores de seção; e) Editor técnico; f) Editor de estilo; g) Editor de cópias; h) Equipe editorial; i) Comitê editorial; j) Revisores; k) Autores; l) Bibliotecário; m) Secretariado; n) Diagramador; o) Empresas especializadas em estruturação de textos em formatos eletrônicos diversos (ASCII, PDF, HTML ou XML); p) Prestadoras de serviços editoriais. Para a finalidade deste curso, vamos abordar apenas cinco elementos desse processo que, em linhas gerais, representam as atividades e caracterizam a estrutura de funcionamento de um periódico científico. 1.1.1 Conselho Editorial O Conselho Editorial corresponde a um grupo de pessoas que examina as questões administrativas e políticas do periódico e determina as diretrizes a serem seguidas. Os Conselhos são específicos de cada periódico e devem atuar de forma coerente com a finalidade da publicação. Em linhas gerais, são consideradas atribuições dessa instância: • Discutir e aprovar as regras sobre sua própria constituição e a constituição do conselho científico, sobre a escolha do editor-chefe e a existência e o quantitativo de outros editores; • Definir a política editorial, a missão e o regulamento do periódico, deliberando sobre aspectos relacionados à periodicidade, seções da publicação, possibilidade de números especiais, dentre outros; • Sugerir critérios gerais para recusa e aceitação de artigos a serem publicados e a ênfase que esses artigos devem ter em consonância com a missão da publicação; • Analisar e aprovar o balanço anual e o orçamento do periódico; • Definir gratuidade, cobrança ou restrição para acesso ao periódico; • Estabelecer e zelar pelo atendimento das diretrizes para a preservação de documentos e objetos digitais difundidos por meio do periódico (TRZESNIAK, 2001).
  • 7. 7 A definição de uma política editorial é um elemento estratégico para o processo editorial. Por meio dela, entre outras questões, define-se as diretrizes básicas do periódico, como “por que” publicar, “o que” publicar, “como” publicar, “quando” publicar, “quanto” publicar e “onde” publicar. Raul Rosinha admite como um conceito de política editorial “a arte ou ciência relativa à organização, coordenação e execução de atividades orientadas a comunicar, sob a forma escrita (isso, sob certos aspectos, pode ser estendido a outros tipos de comunicação), todo e qualquer fato de interesse de determinado(s) grupo(s) ou público(s)” (ROSINHA, 1989, p. 252). 1.1.2 Comitês Científicos 1.1.3 O papel do editor O Comitê Científico de um periódico acadêmico é formado por um grupo de pesquisadores especialistas selecionados de forma a contemplar as diferentes áreas e subáreas atendidas pela publicação. Tem como objetivo auxiliar o editor na tomada de decisão sobre os artigos a serem publicados, o que implica atuarem tanto na escolha dos consultores ad hoc quanto na discussão de dúvidas sobre pareceres relacionados aos artigos submetidos à revista. Esse Comitê é responsável pela uniformidade, continuidade, qualidade e rigor científico do que é publicado no periódico. Suas atribuições estão relacionadas a: 1 Atuar como consultores do editor no tocante à interpretação da política editorial; 2 Indicar avaliadores para analisarem os manuscritos submetidos ao periódico; 3 Analisar os pareceres e recomendação sobre a rejeição ou publicação de artigos; 4 Atuar como árbitros de desempate quando uma contribuição tiver recebido pareceres antagônicos; 5 Supervisionar o processo de arbitramento de artigos por delegação do editor (TRZESNIAK, 2001). Para a composição desse Comitê, é recomendável que seus integrantes atendam não apenas a diferentes subáreas, mas também representam geograficamente diversas regiões conforme o perfil da publicação. Segundo Trzesniak (2009), o número de integrantes do Comitê científico deve estar entre 20% e 35% da expectativa de submissões anuais, com um mínimo de dois pesquisadores por área ou subárea do conhecimento. Mas, diferente do Conselho Editorial, esse Comitê não precisa trabalhar coletivamente reunindo-se para deliberar sobre as matérias: os membros trabalham individualmente e interagem diretamente com o editor. O editor é a pessoa responsável por fazer o periódico ser publicado dentro dos prazos previstos, zelar para que os artigos tenham qualidade, relevância e atendam não só aos objetivos e à política estabelecidos para a publicação, mas que também versem sobre temas atuais e interessantes para o leitor. É ele que gerencia todo o processo de produção editorial de uma revista científica. Uma tarefa hercúlea, não é mesmo? É muito antiga! Conforme menciona Gomes (2010): Muito antes do surgimento das primeiras publicações científicas, é possível verificar o aperfeiçoamento de uma atividade que já existia desde Roma antiga, voltada, ainda de forma artesanal, para a organização, sistematização e difusão do conhecimento: o editor na figura do copista erudita, responsável pela pesquisa, preparação e reprodução caligráfica de textos escolhidos como importantes para o desenvolvimento cultural humano. (GOMES, 2010, p. 157)
  • 8. 8 O editor configura-se, portanto, como um dos pilares responsáveis por garantir a existência e qualidade desse veículo especializado de comunicação científica. Em virtude da importância no processo editorial, essa atividade pode ser compartilhada entre vários tipos de editores. Dependendo da estrutura e finalidade do periódico, há, por exemplo, o editor-assistente, que é o encarregado do dia a dia da publicação; o editor- associado, que é o responsável por uma área temática dentro de um periódico que cobre mais de um campo de conhecimento; o editor-convidado, que é responsável por um número especial do periódico dedicado a um determinado tema; entre várias outras tipologias. Nosso foco, neste tópico, será apresentar o “editor-chefe”, denominado neste curso apenas como editor, aquele que é o responsável pela configuração da revista e organização das edições. Essas tarefas compreendem várias atividades e responsabilidades ligadas, não apenas a zelar pela qualidade do conteúdo e buscar por bases de indexação, mas também atentar para a exogenia no âmbito dos autores, do corpo editorial e dos avaliadores. No aspecto da qualidade do conteúdo, é recomendável ao editor: Tarefas do editor-chefe. Fonte: CEPED/UFSC (2021). 1 Editor 1- Priorizar a originais e de revisão; 2 - Observ pesquisadores dando ênfase a conteúdos de autor ia de mestres, doutores e pesquisadores que possuam estágio pós-doutoral; 3 - Zelar para que ocorra a avaliação pelos pares e sejam observadas as normas previstas na 4 - Cuidar da qualidade gr revista e do conteúdo, com a revisão textual e com a qualidade da tradução.
  • 9. 9 O processo editorial pressupõe que os editores empreendam esforços na avaliação inicial dos artigos que lhe são submetidos (chamada de desk review), na busca dos especialistas mais adequados para avaliá-los e na análise dos pareceres emitidos, buscando publicar os melhores artigos, respeitando nesse processo os padrões de anonimato. Nessa perspectiva, o papel do editor se conforma como um intermediário entre o autor e os avaliadores. No tocante à disseminação da informação, o editor deve estar atento à periodicidade de publicação, ao cumprimento do número mínimo de artigos de cada edição, segundo os critérios estabelecidos pela Capes (quando essa não for de publicação continuada), e à indexação em bases de dados. Como a indexação aumenta as chances de um artigo ser localizado, lido e citado, é essencial que o editor verifique questões relacionadas ao ISSN, ao DOI e aos metadados para atender às exigências das bases e dar visibilidade à publicação. Cabe destacar que a indexação do periódico nas principais bases de dados é um parâmetro para avaliar a qualidade dos textos científicos. É importante ressaltar que esse tópico do curso não visa esgotar o tema que, pelo que você deve ter percebido, envolve inúmeros aspectos do processo editorial. Mas um ponto importante para que você reconheça refere-se à questão da acessibilidade em artigos de periódicos digitais. A Lei 13.146, de 2015, em seu artigo 68, preconiza sobre conteúdos disponibilizados em formato digital que devem permitir, para os deficientes visuais, a leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres e impressão em braille. Essas orientações, assim como as Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo WEB (WCAG) 2.0, da W3C, devem ser observadas pelo editor atento à responsabilidade social relativa ao acesso à informação científica. Saiba mais: O capítulo 4 do livro Gestão editorial de periódicos científicos: tendências e boas práticas, publicado em 2020, intitulado “Como pensar a acessibilidade em artigos de periódicos: tendências em design universal para pessoas com deficiência visual”, de autoria de José Carlos Rodrigues e Salete Cecília de Souza, trata especificamente desse tema. O livro está disponível aqui. Antes de prosseguir, sugerimos que você recapitule o que falamos até agora. O Quadro a seguir apresenta um resumo dos conceitos destacados até aqui baseado no que estabelece a NBR 6021/2003, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): Conselho editorial Grupo de pessoas encarregadas de elaborar as diretrizes, estabelecer o perfil político, filosófico e editorial de uma casa publicadora. Comissão editorial, técnica ou científica Grupo de pessoas responsáveis pela seleção de textos a serem publicados, que se enquadrem na política estabelecida pelo conselho editorial. Editor Responsável pela direção da publicação. Editora Casa publicadora, pessoas (s) ou instituição (ões) responsável (eis) pela produção editorial de uma publicação. Definições baseadas na ABNT. Fonte: Adaptado de Pereira (2011, p. 542).
  • 10. 10 1.1.4 O papel do avaliador 1.1.5 Equipe e estrutura de apoio O avaliador de artigo científico é um especialista convidado para analisar um texto oriundo de pesquisas, que foi submetido a uma revista científica visando a publicização dos resultados. Essa análise irá se consolidar na emissão de um parecer, o qual indicará se há pontos que necessitam de revisão e se o artigo deve ou não ser publicado. A avaliação, dentro do processo editorial, parte da premissa de que o artigo científico deve ser submetido ao crivo de outros pesquisadores, como forma de verificação e legitimidade, antes de ser publicado. Considera, para tanto, os avaliadores como indivíduos competentes na área do artigo que avaliam e que dedicam seu melhor esforço à atividade. Considera, também, que os especialistas que aceitam revisar um artigo o fazem como dever para com a comunidade científica a qual integram, assim como para alimentar seu currículo acadêmico. Aqui, será tratado especificamente da atividade do avaliador, as competências necessárias para realizar uma boa análise e as características de uma avaliação de qualidade. Também será abordado sobre o processo avaliativo, conteúdo que irá lhe dar subsídios para entender como se configura essa atividade na prática. Por ora, ressalta-se que apenas o avaliador, nos periódicos científicos, tem sua atividade sustentada no modelo denominado avaliação por pares. Segundo Pereira (2019), essa modalidade de avaliação consiste em uma: Além de envolver os atores mencionados, os artigos submetidos a um periódico científico precisam passar por outros crivos e avaliações para serem considerados adequados à publicação. Fazem parte desse processo: revisão sistemática e crítica do artigo, submetido a dois ou mais membros da comunidade científica, selecionados por um editor visando avaliar a originalidade, clareza metodológica, o significado e alcance das conclusões, o grau em que as evidências apresentadas sustentam as conclusões dadas e a atribuição apropriada das fontes originais consultadas. 1 A revisão de redação, de português ou idioma estrangeiro; 2 A adaptação do texto e das ilustrações ao estilo da publicação; 3 A revisão estatística; 4 A normalização, adequação dos trabalhos aos padrões estéticos da revista etc. Todo esse processo tem o objetivo de padronizar o artigo conforme as normas da publicação. Muitas dessas atividades são realizadas apenas nos periódicos de grande porte que dispõem de equipe apta à realização dessas tarefas, como por exemplo, o Periódico CAPES. Nas estruturas de menor porte, algumas dessas atividades, ou não são feitas, ou são realizadas por poucas pessoas que acumulam várias atribuições. Os integrantes da equipe de apoio de uma revista científica desempenham, portanto, funções voltadas aos procedimentos técnicos necessários para a diagramação e publicação dos textos aprovados. A realização de procedimentos técnicos representa a etapa de preparação do artigo para sua divulgação e também o preparo do meio pelo qual esse será divulgado. Isso inclui, em alguns casos, a definição do projeto gráfico, a diagramação e a elaboração da capa da edição que podem ser feitos, em algumas revistas, por empresas especializadas. Nessa fase do processo, o editor, ou os editores adjuntos, organizam o sumário e preparam a seção editorial. (RODRIGUES et al., 2015)
  • 11. 11 Também fazem parte da equipe de apoio os profissionais responsáveis pelos procedimentos tecnológicos, como aqueles que executam operações de software, manutenção das publicações online, desenvolvendo tarefas relacionadas à recuperação da informação por usuários, uma vez que integra o processo de editoração a existência de softwares específicos para a submissão e acompanhamento dos artigos. Com esse tópico, terminamos a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Parabéns! Para seguir com seus estudos, continue a leitura da próxima unidade.
  • 12. 12 Referências BRASIL, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: http:/ /www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/ lei/l13146.htm. GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf. Inf., Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147 PEREIRA, Juan Carlos Debali da Cunha. Processo editorial de periódicos científicos. (MestradoemCiênciadaInformação)–UniversidadeFederaldeSantaCatarina.Florianópolis, 175 p. 2019. PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. RODRIGUES, Rosângela Schwarz; QUARTIERO, Emanoel; NEUBERT, Patrícia. Periódicos científicos brasileiros indexados na Web of Science e Scopus: estrutura editorial e elementos básicos. Informação & Sociedade: Estudos,[S. l.], v. 25, n. 2, p. 138, 2015. Disponível em: https:/ /periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/117. ROSINHA, Raul C. Política editorial, aspectos a considerar. R. Biblioteconomia. Brasília, 17 (2), p. 249-258, jul/dez 1989. Disponível e: https://brapci.inf.br/_repositorio/2011/07/ pdf_082340925f_0017733.pdf. STUMPF, Ida Regina Chitto. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, v. 25, n.3, 1996 . Disponível em http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/637/641. TRZESNIAK, Piotr. A estrutura editorial de um periódico científico. In: A. A. Z. P. Sabadini,M. I. C. Sampaio, & S. H. Koller (Orgs.), Publicar em psicologia: um enfoque para a revista científica (pp. 87-102). São Paulo: Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia; Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 2009. Disponível em: https:// www.researchgate.net/publication/233401784_A_estrutura_editorial_de_um_periodico_ cientifico?channel=doi&linkId=0912f50a40e800bf67000000&showFulltext=true.
  • 13. 13 2.1 Etapas do processo editorial 2.1.1 A etapa de pré-submissão O processo editorial não se inicia apenas a partir da submissão de um artigo em um periódico científico para fins de publicização. Antes, esse processo tem seu início na fase de desenvolvimento da pesquisa e se encerra com a publicação do manuscrito, seja em suporte impresso ou digital. Para publicar, é preciso pesquisar! Por meio da publicação se dissemina o conhecimento gerado e são alimentadas as métricas de desempenho, tanto individuais quanto institucionais. Há várias maneiras de descrever o processo de publicação de um artigo científico. Para fins didáticos, vamos apresentar, ao longo do estudo, as etapas do processo editorial divididas em três momentos: o de pré-submissão, o de submissão e o de pós-submissão. Independente do tipo de pesquisa, da área de conhecimento e da comunidade científica a que o pesquisador esteja vinculado, alguns aspectos são comuns em qualquer processo editorial. Um aspecto que importa destacar se refere à tipologia do artigo a ser produzido. Isso porque a redação do artigo irá refletir uma característica da pesquisa realizada que está relacionada ao propósito da investigação conduzida pelo autor. Phelan, Ferreira e Salvador (2002) classificam os artigos científicos em teóricos, empíricos ou estudos de caso. Essa tipologia pode influenciar o processo de publicação, uma vez que há periódicos (principalmente os internacionais) que priorizam a publicação de apenas um tipo de artigo ou apresentam restrições por tipologia. Há revistas americanas da área de administração, por exemplo, que não publicam estudos de caso; outras, como o Academy of Management Journal, assumem a sua preferência por artigos empíricos; e outras, como o Academy of Management Review, restringem sua publicação a artigos teóricos. (SERRA; FIATES; FERREIRA, 2008; SERRA; FERREIRA, 2015). É importante notar que enquanto se situa na etapa de desenvolvimento da pesquisa, o processo editorial envolve apenas um personagem, ou seja, o autor. Contudo, a partir da decisão de publicar os achados da investigação, outros personagens são inseridos no processo, uma vez que a redação do artigo será influenciada pelas diretrizes estabelecidas pelo periódico. Assim, nesta etapa de pré-submissão, as atividades, escolhas e preferências são originárias das decisões do pesquisador, e um dos questionamentos que se apresenta a eLe no papel de autor se refere a “onde publicar?”. Essa decisão irá influenciar todo o processo avaliativo já que o artigo deve estar alinhado com a linha editorial do periódico e pode ser recusado por não se enquadrar no escopo da publicação escolhida. Unidade 2: Fluxo de atividades Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o fluxo de atividades do processo editorial.
  • 14. 14 Etapa de pré-submissão. Fonte: CEPED/UFSC (2021). A escolha de uma revista inapropriada pode encurtar o processo de submissão levando a uma rejeição logo no início. Nesse sentido, a seleção de onde publicar deve considerar a missão do periódico, o público-alvo a que se destina e o escopo de artigos que a publicação aceita, pois nem todo artigo é adequado para toda revista. Deve considerar também o tipo do periódico no qual se deseja publicar, se de acesso aberto ou não. Saiba mais: O Directory of Open Access Journal (DOAJ) é um diretório online que disponibiliza a relação de periódicos científicos de livre acesso com o objetivo de aumentar a visibilidade, acessibilidade, reputação, uso e impacto de periódicos de pesquisa acadêmica de acesso aberto, revisados e de qualidade, independentemente da área geográfica ou idioma. Para acessá- lo, clique aqui. A redação do artigo deverá, portanto, ser orientada pelas diretrizes do periódico escolhido. Essas diretrizes envolvem vários aspectos que vão desde atender às especificações do formato do documento (Word, PDF, número de páginas, tamanho e tipo de letra e espaçamento etc.) até a observar alguns pré-requisitos, como ser original e inédito, por exemplo. Um elemento importante na seleção da revista científica para a publicação do artigo se refere à sua periodicidade, o que pode fazer com que um manuscrito demore de alguns meses a mais de um ano para ser publicado. Dependendo do tipo de achado de pesquisa a ser publicizado, esse tempo pode comprometer o ineditismo e a atualidade dos resultados a serem divulgados. O idioma utilizado na redação do artigo também é fator que impacta a sua visibilidade junto à comunidade científica. Alguns periódicos, por exemplo, exigem que os artigos aprovados para publicação, além do original em língua portuguesa, também sejam submetidos em inglês.
  • 15. 15 2.1.2 A etapa de submissão O processo de submissão do artigo científico a um periódico consiste no envio do texto ao editor da revista para ser avaliado por especialistas com a finalidade de publicação. Vamos abordar, neste curso, a submissão do artigo a um periódico veiculado em suporte digital. Essa modalidade implica o acesso a uma plataforma disponibilizada na web, por meio do uso de login e senha e a inserção do documento obedecendo algumas etapas. Esse procedimento tem sido facilitado devido ao fato de muitos periódicos terem adotado o mesmo sistema de gerenciamento, o Open Journal System (OJS), sistema online gratuito e sem fins lucrativos para submissão de manuscritos. Etapa de Submissão. Fonte: CEPED/UFSC (2021). A submissão de um artigo a um periódico implica o aceite e atendimento automático de algumas condições. Essas irão variar conforme a política editorial, mas, de maneira geral, essas condições versam sobre: O direito autoral: quando o autor assegura sua responsabilidade sobre o conteúdo; O tipo de divulgação e condição de disseminação da informação: se o acesso ao artigo pelo leitor será em formato aberto, licenciado sob uma Licença Creative Commons, ou será restrito mediante pagamento ou assinatura; A gratuidade ou não da submissão: tanto as revistas de acesso restrito quanto as de acesso aberto podem cobrar uma taxa para a submissão do manuscrito com o objetivo de auxiliar a financiar a administração editorial; O anonimato na avaliação: condição relativa à política de privacidade adotada, na qual os artigos são enviados aos avaliadores sem identificação de autoria e a identificação dos avaliadores também não é revelada aos autores.
  • 16. 16 Saiba mais: Você sabe o que é uma Licença Creative Commons? De forma simplista podemosdefini-lacomoumtipodelicençaquepossibilitaocompartilhamento e uso da obra de outro autor. Mas o projeto é muito mais do que isso! Saiba mais sobre essa iniciativa acessando o livro “O que é Creative Commons? novos modelos de direito autoral em um mundo mais criativo”, publicado por Sérgio Branco e Walter Britto, em 2013, disponível aqui. 2.1.3 A etapa de pós-submissão Selecionado o periódico, é submetido o artigo por meio da plataforma, um longo caminho se inicia e você, como avaliador, é um dos atores que dará legitimidade a esse processo que compreende as seguintes atividades: a) Avaliação inicial do artigo A primeira atividade que ocorre após a submissão é a averiguação se o texto se enquadra no perfil do periódico escolhido. Essa atividade, que é o primeiro filtro do processo editorial, é desempenhada pelo editor assessorado, quando necessário, por outros editores ou membros do corpo editorial. Essa é uma etapa importante, pois o artigo pode ser rejeitado logo no início do processo caso seja considerado inadequado ou de baixa prioridade. No caso de estar coerente com a linha do periódico, é feita, em seguida, uma avaliação superficial de sua qualidade, que também pode levar à rejeição do artigo caso seja identificado algum problema metodológico evidente ou verificado que o artigo não atendeu a algum requisito preestabelecido como condição para aceite da submissão. Como isso se configura na prática? Veja o exemplo prático dessa situação, listado a seguir e apresentado por Pereira (2011, p. 537): Tipos de artigos inadequados para publicação em periódicos clínicos gerais: Editores da Revista da Associação Médica Brasileira (JAMA) raramente aceitarão artigos com as seguintes características: 1 Relatosdepesquisabásica(invitroouinvivo), de desenvolvimento de modelos matemáticos ou sobre temas muitos especializados; 2 Textos opinativos não encomendados pelo editor, exceto se contiverem comentários sobre investigaçãopublicadaemnúmeroanteriorrecente; 3 Dissertações e teses se o autor não as adaptar para artigo científico; 4 Artigos que não revelem algo de novo, assim como textos muito semelhantes a outros já publicados pelo mesmo autor; 5 Relatos de estudos que utilizaram método pouco elaborado, dentre os quais pesquisa sem grupo-controle e diretrizes baseadas em opinião de peritos em lugar de fundamentadas em rigorosas evidências científicas.
  • 17. 17 b) Avaliação por especialistas Ultrapassada a primeira triagem, o artigo passa à categoria de “potencial candidato à publicação”, sendo enviado para a avaliação por especialistas, ou seja, por você, avaliador de artigo científico! Esse processo tem como propósito averiguar a qualidade do material submetido e visa subsidiar o editor na decisão sobre a publicação, ou não, do artigo. A atividade de avaliação pode conter variantes, como a possibilidade de o próprio autor ser solicitado a fornecer nomes de especialistas para atuarem como árbitros, ou o texto ser analisado por um estatístico, caso haja indicação para isso. Dessa etapa podem advir três indicações: - aprovação; - aprovação com ajustes; ou - rejeição. No caso da aprovação por ajustes é possível que o ciclo de avaliação se repita, voltando o artigo para os avaliadores após as intervenções do autor. Também pode ocorrer do artigo retificado ser encaminhado a outra instância desse processo para que seja feita a certificação de que os ajustes solicitados foram realizados. É importante destacar que a avaliação de artigos científicos, embora apresente certo teor de subjetividade, está centrada em critérios objetivos. Esses critérios encontram-se presentes nas diretrizes formuladas para orientar o processo e nos formulários que o editor encaminha aos avaliadores a fim de orientar a análise do manuscrito. Saiba mais: Veja o exemplo de um formulário avaliativo apresentado por Serra e Ferreira (2015), clicando aqui. c) Comunicação do resultado Reunidos os pareceres dos avaliadores, é tomada a decisão final pelo editor. Essa decisão é comunicada ao autor, acompanhada de cópia, transcrição ou síntese dos pareceres, na qual constam a decisão, as observações e as recomendações. Deve-se cuidar para que essa comunicação ocorra de forma adequada, principalmente quando implicar aprovação com ressalvas ou rejeição. Observe a imagem a seguir e reflita sobre a importância de uma comunicação adequada!
  • 18. 18 Comunicar-se ou não. Fonte: CEPED/UFSC (2021). Caso o parecer indique a necessidade de revisão do manuscrito, essa comunicação desencadeará o processo de realização das correções pelo autor, posterior verificação da incorporação das mudanças sugeridas pelo editor, avaliadores ou equipe, procedimento que ocorre de forma particular a cada revista científica conforme parecer exarado ou estrutura de funcionamento. Não havendo retificações a serem feitas, ou o parecer tendo indicado a recusa do manuscrito, o processo editorial se encaminha para o encerramento após a comunicação do resultado ao autor. d) Edição de textos e editoração Aprovado o texto sem ressalvas, ou com as intervenções solicitadas feitas pelo autor, o manuscrito é encaminhado pelo editor para o editor de textos, que fará a revisão ortográfica e gramatical. Depois, o artigo vai para a editoração, quando será diagramado dentro dos padrões da revista. e) Publicação Considerada a última etapa do processo editorial, a publicação implica a disponibilização do artigo científico para acesso pelos leitores. Esse processo, denominado Ahead of Print (AOP), implica a montagem de uma edição observada a aprovação de um número predeterminado de artigos, além da periodicidade de publicação da revista. Dependendo do perfil do periódico científico, o processo editorial, considerado da submissão à publicação do artigo, pode girar em torno de alguns meses a mais de um ano, conforme comentado anteriormente. Entretanto, um movimento que tem ganhado forças no Brasil desde 2016 – denominado Publicação Contínua (ou em Fluxo Contínuo) – vem contribuindo para a rapidez no processo de comunicação ao possibilitar a publicação de artigos sem a necessidade de esperar a composição completa dos fascículos ou de edições seriadas.
  • 19. 19 Aprovação dos artigos Aprovação da publicação dos artigos avaliados pelos pares pelo editor-chefe e pelo comitê de redação. Avaliação pelos pares Encaminhamento dos originais aos avaliadores para emissão de parecer quanto a publicação. Avaliação da submissão Avaliação prévia dos artigos para verificar a adequação do artigo ao periódico. Saiba mais: A Publicação Contínua (ou em Fluxo Contínuo) é um método de publicação online que possibilita que os periódicos não acumulem artigos já aprovados à espera da composição e diagramação de um próximo número de uma revista científica. Sua finalidade é acelerar os processos de comunicação das pesquisas, contribuindo para a disponibilização imediata para fins de leitura e citação. Conheça o Guia para Publicação Contínua, editado pela Scielo, clicando aqui. Acesse também o artigo publicado por Abel Packer (PACKER, A. et al. Acelerando a comunicação das pesquisas: as ações do SciELO [online]. SciELO em Perspectiva, 2016) disponível aqui. Cabe ressaltar que a modalidade de Publicação Contínua pode ser adotada por qualquer periódico, não sendo indicada, contudo, para as revistas que precisam manter um periódico impresso devido à necessidade da paginação clássica dos artigos dentro de uma edição. Voltando a falar das etapas do processo editorial, você pode visualizá-las como um fluxo de atividades. Independente do suporte, o fluxo editorial de um periódico científico tem apresentado ao longo do tempo as mesmas funções com pequenas variações. Submissão de artigos Envio de originais pelos autores para avaliação pelo periódico. Edição de Layout Produção gráfica e diagramação dos artigos conforme o padrão adotado pelo periódico. Edição de Texto Após aprovação dos artigos: revisão, normalização e tradução dos textos. Publicação Disponibilização da edição final. Etapa 1 Etapa 2 Início Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6
  • 20. 20 Esse fluxo pode ser apresentado, por exemplo, como um rol de atividades realizadas sequencialmente envolvendo os atores do processo e as funções desempenhadas em cada etapa. Observe abaixo: Fluxo do processo editorial – atividades por atores. Fonte: CEPED/UFSC (2021), baseado em: https://revistas.ufpr.br/wp/fluxo-editorial/. Com esse tópico, você termina a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Qualquer dúvida, retorne ao texto!
  • 21. 21 Referências BRAGA, Maria Elisa Rangel. Como escrever artigo científico. 2013. Disponível em http://aai. bireme.org/wp-content/blogs.dir/2/files/2013/08/Como-avaliar-artigo-cientifico_2013.pdf. COLEÇÃO Os Pensadores. Os Pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996. FERREIRA, Manuel A.; CANELA, Renata; PINTO, Cláudia F. O processo editorial dos periódicos e dicas para a publicação. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 01-22, mai./ ago. 2014. https://www.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/307. GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf.Inf., Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147. GONÇALVES, Jonas Rodrigo; COSTA, Danilo; GONÇALVES, João Carlos. Cumprimento dos critérios Qualis periódicos no intuito de se configurar como uma revista acadêmica de qualidade. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, [S. l.], v.2, n.5, p.01–14, 2019. Disponível em: http:// revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/143. GONDIM, Sônia. A face oculta do parecerista: Discussões éticas sobre o processo de avaliação de mérito de trabalhos científicos. Organizações e Sociedade, 11(31), 195-199. 2004. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10716. KOLAKOWSKI, Leszek. Ética: conceito, filosofia/filosofias. In: Enciclopédia Einaudi. V. 37. 1997. PATRUS, Roberto; DANTAS, Douglas Cabral; SHIGAKI, Helena Belintani. O produtivismo acadêmico e seus impactos na pós-graduação stricto sensu: uma ameaça à solidariedade entre pares? Cad. EBAPE.BR, v. 13, nº 1, artigo 1, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cebape/a/HL7xXqvSVnf43TjFfQ4NVwt/?lang=pt&format=pdf. PENDERGAST, Gerard. The art of reviewing. International Journal of Advertising, v. 26, n. 2, p. 277-280, 2007. PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. PHELAN, Steven.; FERREIRA, Manuel Aníbal S. P. Vasconcelos.; SALVADOR, Rommel. The first twenty years of the Strategic Management Journal: 1980-1999. Strategic Management Journal, v. 23, p. 1161-1168, 2002. PINHO, José Antônio Gomes. Brevíssimo manual do editor: Considerações sobre submissão e avaliação de artigos, o papel dos pareceristas e do editor de revistas científicas. Organizações e Sociedade, 12(34), 169-173 , 2005. Disponível em https://periodicos.ufba.br/ index.php/revistaoes/article/view/10798/7746. PITHAN, Lívia Haygert; VIDAL, Tatiane Regina Amando. O plágio acadêmico como um problema ético, jurídico e pedagógico. Direito & Justiça, v. 39, n. 1, p. 77-82, jan./jun. 2013.
  • 22. 22 Referências Disponível em https://www.unifac.edu.br/images/materiais_de_apoio/2015/ed_fisica/leone/ trabalho_ferias_julho_01_04.pdf. REGIS, Fátima. Memória e esquecimento na Grécia Antiga: da complementaridade à contradição. Logos, [S.l.], v. 4, n. 2, p. 20-24, jan. 2015. ISSN 1982-2391. Disponível em: https://www. academia.edu/2567478/Mem%C3%B3ria_e_Esquecimento_na_Gr%C3%A9cia_Antiga_Da_ Complementaridade_%C3%A0_Contradi%C3%A7%C3%A3o. RODRIGUES, Camila Martins; SANTOS, Gildenir Carolino. A importância e o impacto da Publicação Contínua (PC) nos Periódicos Eletrônicos. Blog PPEC, Campinas, v.1, n.1, jan. 2019. ISSN 2526-9429. Disponível em: http://periodicos.sbu.unicamp.br/blog/index.php/2019/01/15/ pc/. RODRIGUES, Rosângela Schwarz; QUARTIERO, Emanoel; NEUBERT, Patrícia. Periódicos científicos brasileiros indexados na Web of Science e Scopus: estrutura editorial e elementos básicos. Informação & Sociedade: Estudos,[S. l.], v. 25, n. 2, p. 138, 2015. Disponível em: https:// periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/117. ROSINHA, Raul C. Política editorial, aspectos a considerar. R. Biblioteconomia. Brasília, 17 (2), p. 249-258, jul/dez 1989. Disponível em https://brapci.inf.br/_repositorio/2011/07/ pdf_082340925f_0017733.pdf. SCIELO. Critérios, política e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos científicos na Coleção SciELO Brasil. 2014. SERRA, Fernando A. Ribeiro; FERREIRA, Manuel Portugal. Proposta de um Modelo para o Instrumento de Avaliação pelos Pareceristas. Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE, Vol. 14, N.1. Janeiro/Março. 2015. SERRA, Fernando A. Ribeiro; FIATES, Gabriela Gonçalves; FERREIRA, Manuel Portugal. Publicar é difícil ou faltam competências? O desafio de pesquisar e publicar em revistas científicas na visão de editores e revisores internacionais. RAM, ver. Adm. Mackenzie 9(4), Jun 2008. https:// doi.org/10.1590/S1678-69712008000400004. SILVA, Armando Malheiro; ARAUJO, Eliane Pawlowski Oliveira; PAULA, Claudio Paixão Anastácio. O Fyborg e a ética da informação ou os limites de uma ética antropocêntrica. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 60–77, 2021. DOI: 10.35699/2316-770X.2020.29154. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/ revistadaufmg/article/view/29154. SPINAK, Ernesto. Ética editorial e o problema do plágio [online]. SciELO em Perspectiva, 2013. Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2013/10/02/etica-editorial-e-o-problema-do-plagio. STUMPF, Ida Regina Chitto. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, v. 25, n.3, 1996 . Disponível em http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/637/641.
  • 23. 23 Referências TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. A Pesquisa e a Produção de Conhecimentos. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO. Caderno de formação: formação de professores: educação cultura e desenvolvimento. v. 3. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Disponível em: http://www.acervodigital.unesp.br/handle/123456789/192. TRZESNIAK, Piotr. Cargos e funções associados à publicação científica: uma proposta de nomenclatura. In: X Curso de editoração científica. Petrópolis, RJ: Associação Brasileira de Editores Científicos, 2001. TRZESNIAK, Piotr. A estrutura editorial de um periódico científico. In: A. A. Z. P. Sabadini,M. I. C. Sampaio, & S. H. Koller (Orgs.), Publicar em psicologia: um enfoque para a revista científica (pp. 87-102). São Paulo: Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia; Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 2009. Disponível em https://www. researchgate.net/publication/233401784_A_estrutura_editorial_de_um_periodico_ cientifico?channel=doi&linkId=0912f50a40e800bf67000000&showFulltext=true. WEITZEL, Simone da Rocha. Os repositórios de e-prints como nova forma de organização da produção científica: o caso da área das Ciências da Comunicação no Brasil. 2006. Tese (Doutorado em Cultura e Informação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. doi:10.11606/T.27.2006.de-14052009-133509. WEITZEL, Simone da Rocha. Fluxo da informação científica. In: POBLACIÓN, Dinah Aguiar; WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto. Comunicação & produção científica: contexto, indicadores e avaliação. Organizador. São Paulo: Angellara, 2006.