Relatório Final Comissão Nacional da Verdade - Mortos e desaparecidos 1970 1971
Previne - Edição nº 17 - As implicações do Risco da Fauna para a Aviação
1. PreviNE
Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
Boletim Informativo de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Região Nordeste
ano 3 - Edição nº 17 outubro de 2014
AS IMPLICAÇÕES DO RISCO DA FAUNA PARA A AVIAÇÃO
Figura 1 - Aves na trajetória de pouso das aeronaves
prevenção, iNvestIGAÇÃO, Cuidar da Aviação é a nossa obrigação!!!
SERIPA II 1
Em 2013, o Centro de
Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)
registrou 4.600 ocorrências
aeronáuticas com animais no
Brasil.
Os números revelam um
aumento de 21,62% em relação a
2012.
A maior parte dos registros,
2.344 casos, foi de avistamentos
de animais na trajetória de
aeronaves, condição que resultou
em 1.625 colisões com aves, 114
colisões com outros animais e 517
quase colisões.
Um urubu, cujo peso médio é de 1,5 Kg,
por exemplo, ao se chocar com uma aeronave a
300 km/h (na aproximação final), provoca um
impacto de cerca de sete toneladas.
Dependendo da fase do voo e do ponto de
colisão na aeronave, mesmo o impacto de um
animal pequeno pode provocar sérios problemas
e até resultar em acidente aeronáutico.
Figura 3 - Colisão entre avifauna e helicóptero
Figura 2 - Colisão com avifauna
A energia de impacto (E) gerada por uma
colisão é proporcional à massa do animal (M),
multiplicada pelo quadrado da velocidade da
aeronave (V²) e dividida pela área (S) atingida
(E=M.V²/S).
2. PreviNE
Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
Boletim Informativo de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Região Nordeste
ano 3 - Edição nº 17 OUTUBRO de 2014
http://www.cenipa.aer.mil.br/ce
Casos recentes de colisão com fauna no Brasil
˜ Em 10 de novembro de 2013, um T-27 da Força
Aérea Brasileira colidiu com um urubu-de-cabeça-preta
em Salvador (BA). A ave quebrou o canopi do
avião e atingiu o rosto do piloto, que perdeu a visão
de um dos olhos. O piloto na nacele traseira
conseguiu pousar a aeronave no Aeroporto
Internacional Luís Eduardo Magalhães.
˜ Em 30 de maio de 2014, uma anta atravessou a
pista do aeródromo de Porto Urucu (AM) e foi
atingida por uma aeronave ATR 42 que havia
iniciado a decolagem. A tripulação decidiu
prosseguir no voo até o Aeroporto Internacional
Eduardo Gomes, em Manaus. Na aterrissagem,
ocorreu a quebra do trem de pouso. Todas as 47
pessoas a bordo saíram ilesas.
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SERIPA II 2
Um caso conhecido ocorreu em
2009, em Nova Iorque, quando um
Airbus A320 da empresa US Airways
colidiu com gansos canadenses que
entraram nas duas turbinas. Elas
pararam de funcionar e a aeronave
perdeu potência. Felizmente, o piloto
teve habilidade para pousar no Rio
Hudson, salvando a vida de 155
pessoas.
No Brasil, o trabalho do CENIPA
é incentivar o reporte dos casos, a fim
de manter o banco de dados nacional
para direcionar ações preventivas.
Sempre que alguém avistar um
animal perto de aeronaves, identificar
uma carcaça na pista do aeródromo ou
perceber uma colisão, deve informar ao
CENIPA, por meio de um formulário
online.(
)
nipa/sigra/perigoAviarioExt
Figura 5 - T-27 atingido por um urubu
Figura 4 - Acidente com Airbus A320 em Nova Iorque
3. PreviNE
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ano 3 - Edição nº 17 OUTUBRO de 2014
Ações-chave no esforço pela redução do risco da fauna
1 Certifique-se de que todos os
aeroportos têm um Plano de
Gerenciamento de Risco da Fauna
(PGRF) válido
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SERIPA II 3
Todos os aeroportos devem
possuir um PGRF desenvolvido por
biólogo especializado e treinado para
o controle de fauna nesse tipo de
ambiente. Uma vez que esse local
muda constantemente, tais planos
devem ser reexaminados no mínimo
a cada dois anos com inspeções in
loco.
2 Certifique-se de que todos os
a e r ó d r o m o s t ê m p e s s o a l
a d e q u a d a m e n t e t r e i n a d o e
equipado para as atividades de
controle da fauna
O gerenciamento de fauna nos
aeródromos é uma tarefa complexa
envolta em um conjunto de aspectos
legais, técnicos e sociais. A maioria
dos grandes aeroportos necessita de
um biólogo em tempo integral para
c o n d u z i r t a r e f a s c o m p l e x a s
relacionadas à gestão da fauna no
local e em seu entorno. Os
aeroportos menores necessitam de
biólogos profissionais para fins de
consultoria e treinamento de pessoal
de operações nas técnicas mais
modernas de gerenciamento de
fauna.
3 Tolerância zero para animais
terrestres de grande porte dentro
da propriedade aeroportuária
Colisões entre aeronaves e
animais terrestres de grande porte
representam um risco iminente com
potencial de causar lesões e morte
aos ocupantes de aeronaves.
4 Participe do processo de
zoneamento de áreas no entorno
imediato dos aeródromos para
minimizar focos de atração de
fauna
Quando se pode garantir que o
zoneamento de áreas próximas aos
aeródromos é coerente com os
esforços dispendidos para reduzir a
presença de aves e animais
terrestres, torna-se menos provável o
aumento populacional de fauna
próximo ou dentro dos aeródromos.
O operador de aeródromo deve se
fazer ouvir quando da instalação de
atividades atrativas em sua
vizinhança imediata, bem como
coletar dados de focos atrativos
dentro da Área de Segurança
Aeroportuária (ASA).
5 Tolerância zero com recipientes
de lixo e entulho desprotegidos no
aeroporto
Recipientes de lixo e entulho que
não são adequadamente protegidos
podem se tornar uma fonte de
alimento e abrigo para aves e outros
animais. Ainda que esses animais
não representem risco direto à
aviação, o lixo pode servir de atrativo
às espécies-problema.
6 Certifique-se de que o uso de
dispositivos de afugentamento da
fauna segue critérios adequados
O u s o i n d i s c r i m i n a d o d e
dispositivos de dispersão de fauna,
como canhões de gás e outros
equipamentos sonoros aumentará a
capacidade de adaptação dos
animais, reduzindo a efetividade
desses dispositivos.
Figura 6 - Colisão com fauna durante o pouso, em Correntina-BA
4. PreviNE
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ano 3 - Edição nº 17 OUTUBRO de 2014
9 Tolerância zero para aves
aquáticas dentro da propriedade
aeroportuária
Populações residentes de gansos
representam uma grave ameaça à
segurança das aeronaves (nos EUA),
por serem aves grandes e terem o
costume de se reunir em bandos. Por
analogia, no caso brasileiro, aves
aquáticas de maior porte com
tendência a formar bandos são um
risco concreto à aviação em
operação no aeródromo e em seu
entorno.
Figura 7 - Aves nas proximidades da pista de pouso
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SERIPA II 4
7 Promova continuamente os
procedimentos de reporte de
colisões com fauna ao Banco de
Dados Nacional
Os reportes de colisão com fauna
fornecem dados valiosos para
biólogos, engenheiros aeronáuticos,
responsáveis pelo planejamento do
uso do solo, a fim de justificar e
desenvolver PGRF eficazes para
reduzir colisões com danos severos.
Tripulações, equipes de solo, pessoal
de manutenção e de gerenciamento
da Segurança Operacional nos
aeródromos devem ser encorajados
a reportar os detalhes de todas as
colisões confirmadas ou suspeitas.
10 Observações finais
O Doc 9137 AN/898 Airport
Services Manual, Part 3 Wildlife
Control and Reduction, emitido pela
Organização de Aviação Civil
Internacional em 2012, provê
informações para o gerenciamento
do risco de fauna. Apesar de
concentradas no operador de
aeródromo, é citada a necessidade
de integrar todos os stakeholders
a e r o n á u t i c o s ( o p e r a d o r e s e
mantenedores de aeronaves, de
tráfego aéreo, além dos demais
i n t e g r a n t e s d a c o m u n i d a d e
aeroportuária, como empresas
terceirizadas) e os stakeholders
externos (no Brasil, o poder público
municipal, o responsável pelo uso do
solo no interior da ASA, e a
autoridade ambiental competente,
responsável pelo licenciamento de
atividades que atraem ou podem
atrair aves dentro da ASA de cada
aeródromo).
8 Tolerância zero para aves e
outros animais se alimentando
d e n t r o d a p r o p r i e d a d e
aeroportuária
A presença de alimento tende a
atrair número maior de animais para
a área do aeródromo. Banir fontes de
alimento para animais dentro dos
limites aeroportuários é uma
atribuição dos operadores de
aeródromos, não representando
violação a leis federais e tratados
internacionais que protegem
algumas espécies da fauna. Um
exemplo disso é a existência de
taxistas alimentando pombos no
estacionamento do aeroporto.
5. PreviNE
Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
Boletim Informativo de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Região Nordeste
ano 3 - Edição nº 17 OUTUBRO de 2014
Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº164, de 30 de maio de 2014, que trata do
Gerenciamento do Risco da Fauna nos Aeródromos Públicos.
Lei nº12.725, de 16 de outubro de 2012, que dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de
aeródromos
Textos adaptados de:
Aerovisão nº 241 Jul/Ago/Set - 2014
Disponível em:
<http://issuu.com/portalfab/docs/aerovisao_2014_241/0>. (Acesso em 30 setembro de 2014)
http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/index.php/component/content/article/1-comunicacao-social/
1181-%20%20risco-de-fauna-como-gerenciar . (Acesso em 30 setembro de 2014)
http://www.ricardogauchobio.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2010/06/ext-2013-aula-03-
teste-01-urubu-avi%C3%A3o-.jpg . (Acesso em 30 setembro de 2014)
Figura 2
Disponível em:
<
http://www.mundogump.com.br/wp-content/uploads/2013/06/atlantic_southeast_delta_birdstrike-
590x420.jpg . (Acesso em 30 setembro de 2014)
Figura 3
Disponível em:
<
http://4.bp.blogspot.com/-a8XgFhSak4o/UPHAtelhADI/AAAAAAAAAao/y4tZJgdfNGk/s1600/ima
ges+(4).jpg . (Acesso em 30 setembro de 2014)
Figura 4
Disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,16644237,00.jpg>. (Acesso em 30 setembro
de 2014)
Figura 5
Disponível em:
<http://issuu.com/portalfab/docs/aerovisao_2014_241/0>. (Acesso em 30 setembro de 2014)
Figura 6
SERIPA II - Relatório Final Simplificado (SUMA) - 30/04/2014
Figura 7
Disponível em:
<http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/images/stories/carcaras.jpg>. (Acesso em 30 setembro de
2014)
prevenção, iNvestIGAÇÃO, Cuidar da Aviação é a nossa obrigação!!!
SERIPA II 5
Cenipa
Disponível em:
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Para saber mais:
Imagens:
Figura 1
Disponível em:
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