O documento discute a falta de uma rede de vigilância de superbactérias no Brasil, deixando o país vulnerável durante grandes eventos como as Olimpíadas do Rio. Uma bactéria resistente a antibióticos chamada E. coli MRC-1 já infectou pessoas na Europa, Ásia e EUA e pode se espalhar no Brasil através de águas de praias. É necessário um sistema de vigilância para detecção precoce antes que se espalhe amplamente e cause altos níveis de mortalidade.
1. O TERRORISMO OCULTO DOS MICROORGANISMOS
OLIMPIADAS RIO 2016
Soares, S.J; 2016
NOTA, Comunicado!
A falta de uma rede de Laboratórios Nacional de Vigilância às Super Bactérias
deixa nosso País vulnerável, em virtude dos grandes eventos sediados no
Brasil, como ocorreu com a entrada do vírus Zika e Chikungunya durante a
Copa do Mundo e agora no Cenário das Olimpíadas Rio-2016. Na pior das
hipóteses, qual o preço a ser pago?
Uma ultra bactéria E. coli (bactéria entérica) contendo um raro gene MRC-1,
resistente ao antibiótico colistina (último recurso de tratamento para bactérias poli
resistentes), associada geralmente à infecção urinária persistente, que pode levar
ao óbito, já se encontra infectando muitas pessoas na Europa, Ásia e EUA.
O gene MRC-1 é extraordinariamente preocupante para nós, pois pode dar origem
a uma bactéria impossível de ser eliminada com os antibióticos. Através dos
plasmídeos bacterianos, o gene MCR-1 pode ser transportado para diversas
espécies de bactérias, potencialmente espalhando a resistência contra todos
antibióticos existentes, o que seria para humanidade algo catastrófico, pois daria
origem à super bactérias intratáveis, ou seja, impossível de ser contida com uso
dos antibióticos.
2. Tal bactéria poderia facilmente se espalhar na população, especialmente via águas
litorâneas, como praias do RJ, por exemplo, devido às poluições por esgoto e lixo
hospitalar. É necessário um sistema de vigilância, para análises e detecção
precoce antes de se espalhar no Brasil. Na pior das hipóteses os níveis de
mortalidade seriam altos. Mas faltam estudos sobre a epidemiologia
intercontinental e intercâmbios dessa bactéria entre os países. Deixo aqui minhas
preocupações, sem alarmismo, mas sim para difusão das informações e para que
todos os demais profissionais da saúde estejam em alerta.
Contatos:
Dr. José de Souza Soares
patologista@hotmail.com
(61) 99522 7054