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1) O que é literatura?
Cada tipo de arte faz uso de certos materiais. A pintura, por exemplo,trabalha com tinta, cores e formas;
a dança, os movimentos; a arquitetura e as escultura fazem uso de formas e volumes. E a literatura, que
material utiliza? De forma bem simplificada, pode-se dizer que literatura é a arte da palavra. A esse
respeito, assim se manifestou o crítico Alceu Amoroso Lima:
“A distinção entre literatura e demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a
forma do Verbo.
De que se serve o homem de letras para realizar seu gênio inventivo? Não é, por natureza, do movimento
como o dançarino, nem da linha como o escultor ou o arquiteto, nem do som como o músico, nem da cor
como o pintor. E sim – da palavra.
A palavra é, pois, o elemento material intrínseco do homem de letras para realiza sua natureza e
alcançar seu objetivo.”
LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o crítico. Rio de Janeiro: Agir, 1954
Entretanto não é por utilizar a linguagem verbal que todo e qualquer texto pode ser considerado obra
literária. O texto literário se caracteriza pelo especial trabalho com a palavra, pelo evidente predomínio da
linguagem poética. Lembremos que a função poética da linguagem ocorre quando a intenção do produtor
do texto está voltada para a própria mensagem, quer na sua estrutura, quer na seleção e combinação das
palavras.
2) Literatura e comunicação
Se a literatura é a arte da palavra e esta é a unidade básica da língua, podemos dizer que a literatura, assim
como a língua que utiliza, é um instrumento de comunicação e, por isso, cumpre também o papel social
de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade.
Apesar de estar ligada a uma língua, que lhe serve de suporte, a literatura não está presa a ela; pelo
contrário, a literatura faz um uso livre da língua, chegando até a subverter suas regras e o sentido de suas
palavras.
3) Literatura e sociedade
Como todo tipo de arte, a literatura está vinculada à sociedade em que se origina. Não há artistas
indiferentes à realidade, pois, de alguma forma, todos participam dos problemas vividos pela sociedade,
apesar das diferenças de interesses e de classe social.
Partindo das experiências pessoais que vive, o artista transcria, ou recria, a realidade, dando origem a
uma suprarrealidade ou a uma realidade ficcional. Por meio dessa suprarrealidade, o artista consegue
transmitir seus sentimentos e ideias ao mundo real, de onde tudo se origina.
4) Literatura e imaginação
Como transcriação da realidade, a literatura não precisa necessariamente estar presa a ela. Tanto o
escritor quando o leitor fazem uso de sua imaginação: o artista recria livremente a realidade, assim como
o leitor recria livremente o texto literário que lê.
Modernamente, os escritores e os críticos literários têm insistido bastante na abertura da obra literária,
isto é, nas várias possibilidades de leitura que um mesmo texto literário pode oferecer. O leitor, em vez de
ser considerado como passivo, alguém que simplesmente recebe o texto, tem sido visto como participante,
porque também usa sua imaginação para ler o texto e, dessa forma, recriá-lo.
5) Literatura e história literária (página 36 – livro-texto)
Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura do texto literário. No Ensino
Médio, esse estudo é acrescido da história literária, que objetiva acompanhar a evolução cronológica da
literatura de determinado povo e cultura, observando suas transformações de acordo com o momento
histórico. Por isso, a história da literatura organiza-a em momentos, períodos e gerações, a fim de fazer
um estudo mais pormenorizado dela.
A história da literatura estuda os movimentos literários, ou seja, artistas e obras de uma determinada
época com características gerais de estilo e temática comuns, e sua sucessão ao longo do tempo.
Por razões didáticas, costuma-se dividir as histórias da literatura em grandes movimentos denominados
eras que, por sua vez, se dividem em movimentos mais particulares denominados estilos de época ou
escolas literárias. A escola literária, segundo o professor Soares Amora, “é o grupo de escritores com
uma determinada teoria literária, com uma determinada concepção de belo literário e com a preferência
por uns tantos gêneros e espécies literárias”. Ou seja, cada escola literária representa tendências estético-
temáticas das obras literárias produzidas em uma determinada época.
6) Os níveis de leitura de um texto literário
O texto literário possibilita diferentes interpretações que não se excluem. O que não quer dizer que toda e
qualquer interpretação seja válida. Há boas e más leituras, corretas e incorretas, mais profundas e mais
superficiais. Há, portanto, diferentes níveis de leitura de um texto literário. Esquematizando, diremos que
são basicamente dois:
• A leitura superficial, horizontal, que se limita à compreensão dos elementos mais imediatos e
concretos do texto. Por meio dela o leitor apreende o significado literal, ou aquilo que o texto
diz. Ou seja, trata-se do que o texto efetivamente diz. Sem o domínio desse primeiro nível de
significação, o leitor não pode passar para um segundo nível.
• A leitura em profundidade, ou leitura vertical, requer a interpretação dos elementos de
significação literal. O leitor busca aquilo que o texto quer dizer. Nesse nível, o texto se revela
plurissignificativo.
Referências
CEREJA, Willam Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português:linguagens, literatura, gramática
e redação. São Paulo: Atua, 1997.
DE NICOLA, José. Português: ensino médio, volume 1. São Paulo: Scipione, 2005.

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TEXTO BASE (LITERATURA NO ENSINO MÉDIO)

  • 1. 1) O que é literatura? Cada tipo de arte faz uso de certos materiais. A pintura, por exemplo,trabalha com tinta, cores e formas; a dança, os movimentos; a arquitetura e as escultura fazem uso de formas e volumes. E a literatura, que material utiliza? De forma bem simplificada, pode-se dizer que literatura é a arte da palavra. A esse respeito, assim se manifestou o crítico Alceu Amoroso Lima: “A distinção entre literatura e demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma do Verbo. De que se serve o homem de letras para realizar seu gênio inventivo? Não é, por natureza, do movimento como o dançarino, nem da linha como o escultor ou o arquiteto, nem do som como o músico, nem da cor como o pintor. E sim – da palavra. A palavra é, pois, o elemento material intrínseco do homem de letras para realiza sua natureza e alcançar seu objetivo.” LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o crítico. Rio de Janeiro: Agir, 1954 Entretanto não é por utilizar a linguagem verbal que todo e qualquer texto pode ser considerado obra literária. O texto literário se caracteriza pelo especial trabalho com a palavra, pelo evidente predomínio da linguagem poética. Lembremos que a função poética da linguagem ocorre quando a intenção do produtor do texto está voltada para a própria mensagem, quer na sua estrutura, quer na seleção e combinação das palavras. 2) Literatura e comunicação Se a literatura é a arte da palavra e esta é a unidade básica da língua, podemos dizer que a literatura, assim como a língua que utiliza, é um instrumento de comunicação e, por isso, cumpre também o papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. Apesar de estar ligada a uma língua, que lhe serve de suporte, a literatura não está presa a ela; pelo contrário, a literatura faz um uso livre da língua, chegando até a subverter suas regras e o sentido de suas palavras. 3) Literatura e sociedade Como todo tipo de arte, a literatura está vinculada à sociedade em que se origina. Não há artistas indiferentes à realidade, pois, de alguma forma, todos participam dos problemas vividos pela sociedade, apesar das diferenças de interesses e de classe social. Partindo das experiências pessoais que vive, o artista transcria, ou recria, a realidade, dando origem a uma suprarrealidade ou a uma realidade ficcional. Por meio dessa suprarrealidade, o artista consegue transmitir seus sentimentos e ideias ao mundo real, de onde tudo se origina. 4) Literatura e imaginação Como transcriação da realidade, a literatura não precisa necessariamente estar presa a ela. Tanto o escritor quando o leitor fazem uso de sua imaginação: o artista recria livremente a realidade, assim como o leitor recria livremente o texto literário que lê. Modernamente, os escritores e os críticos literários têm insistido bastante na abertura da obra literária, isto é, nas várias possibilidades de leitura que um mesmo texto literário pode oferecer. O leitor, em vez de
  • 2. ser considerado como passivo, alguém que simplesmente recebe o texto, tem sido visto como participante, porque também usa sua imaginação para ler o texto e, dessa forma, recriá-lo. 5) Literatura e história literária (página 36 – livro-texto) Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura do texto literário. No Ensino Médio, esse estudo é acrescido da história literária, que objetiva acompanhar a evolução cronológica da literatura de determinado povo e cultura, observando suas transformações de acordo com o momento histórico. Por isso, a história da literatura organiza-a em momentos, períodos e gerações, a fim de fazer um estudo mais pormenorizado dela. A história da literatura estuda os movimentos literários, ou seja, artistas e obras de uma determinada época com características gerais de estilo e temática comuns, e sua sucessão ao longo do tempo. Por razões didáticas, costuma-se dividir as histórias da literatura em grandes movimentos denominados eras que, por sua vez, se dividem em movimentos mais particulares denominados estilos de época ou escolas literárias. A escola literária, segundo o professor Soares Amora, “é o grupo de escritores com uma determinada teoria literária, com uma determinada concepção de belo literário e com a preferência por uns tantos gêneros e espécies literárias”. Ou seja, cada escola literária representa tendências estético- temáticas das obras literárias produzidas em uma determinada época. 6) Os níveis de leitura de um texto literário O texto literário possibilita diferentes interpretações que não se excluem. O que não quer dizer que toda e qualquer interpretação seja válida. Há boas e más leituras, corretas e incorretas, mais profundas e mais superficiais. Há, portanto, diferentes níveis de leitura de um texto literário. Esquematizando, diremos que são basicamente dois: • A leitura superficial, horizontal, que se limita à compreensão dos elementos mais imediatos e concretos do texto. Por meio dela o leitor apreende o significado literal, ou aquilo que o texto diz. Ou seja, trata-se do que o texto efetivamente diz. Sem o domínio desse primeiro nível de significação, o leitor não pode passar para um segundo nível. • A leitura em profundidade, ou leitura vertical, requer a interpretação dos elementos de significação literal. O leitor busca aquilo que o texto quer dizer. Nesse nível, o texto se revela plurissignificativo. Referências CEREJA, Willam Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português:linguagens, literatura, gramática e redação. São Paulo: Atua, 1997. DE NICOLA, José. Português: ensino médio, volume 1. São Paulo: Scipione, 2005.