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A T I T U D E E T O L E R Â N C I A
O Q U E O S J O V E N S P E N S A M S O B R E S E X U A L I D A D E
Nos últimos anos, o Grupo CAIXA SE-
GUROS e o Instituto Social CAIXA SEGU-
ROS acompanharam estes jovens de
perto, por meio do programa Jovem
de Expressão. Com o objetivo de
contribuir para a promoção da saúde
dos jovens entre 18 e 29 anos, enco-
mendou o estudo Atitude e Tolerância: o
que os jovens pensam sobre sexualidade.
Este é o segundo volume de uma série
que trata a prevenção e a saúde sexual dos
jovens. Nesta edição, tentamos entender os
fatores que levam o jovem brasileiro a ter um
bom nível de educação sexual. O conceito
de educação sexual que trabalhamos duran-
te a pesquisa foi resignificado, vai além do
ensino em sala de aula. Está relacionado à
sua aplicabilidade na vida real. Não está
mais associada apenas a conhecimentos es-
pecíficos sobre o sistema reprodutivo huma-
no, comportamentos sexuais e conhecimento
de doenças sexualmente transmissíveis, mas,
sim, a questões relacionadas ao sexo, livre
de preconceito e tabus.
Os resultados obtidos com a pesquisa são
um alerta às famílias, aos órgãos de edu-
cação, segurança e saúde pública, às em-
presas privadas e entidades representativas
sobre o atual comportamento dos jovens em
relação ao tema. Cerca de metade dos en-
trevistados considera justificável a violência
sexual contra mulheres que se vestem de for-
ma insinuante. Também surpreende o índice
de jovens que aceitam a agressão do parcei-
ro contra a mulher que se recusa a transar:
mais de 16%. Na mesma linha, quase 20%
Apresentação
QUAL A OPINIÃO DO JOVEM BRASILEIRO
SOBRE S AÚDE E EDUC AÇÃO SEXUAL?
O MACHISMO ES TÁ PRESENTE NESSE RECOR TE
DA SOCIEDADE? COMO ELE TRATA A QUES TÃO
DA HOMOSSEXUALIDADE?
dos entrevistados concordam de alguma for-
ma com a violência contra a mulher, no caso
de traição.
O estudo vai além e aborda a questão do
preconceito em relação à orientação sexual.
Cerca de 30% dos entrevistados se incomo-
dariam em ter um amigo ou professor gay.
Quando a orientação sexual está ligada a
um parente próximo, a intolerância se agra-
va: quase 50% dos jovens se incomodariam
caso descobrissem que o irmão é gay ou a
irmã, lésbica. No entanto, pouco mais de
50% dos jovens são a favor da adoção de
crianças por casais homossexuais.
Com abrangência nacional, a pesquisa
Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam
sobre sexualidade entrevistou 1.208 pesso-
as, em 15 estados e no Distrito Federal. Os
critérios de coleta de dados são semelhantes
aos adotados pelo Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística (IBGE). Realizada pelo
Instituto Social CAIXA SEGUROS, o trabalho
foi concebido e analisado pela John Snow
Brasil Consultoria. As informações foram co-
letadas pela Opinião Consultoria. Aprovado
no Comitê de Ética da Faculdade de Medi-
cina da Universidade de Brasília, o estudo
teve ainda acompanhamento da Organiza-
ção Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do
Departamento de DST/aids e Hepatites Vi-
rais do Ministério da Saúde.
O Instituto Social CAIXA SEGUROS espe-
ra que os resultados apresentados possam
ajudar os governos e movimentos sociais a
traçarem políticas públicas capazes de inse-
rir nas escolas e em outros espaços frequen-
tados pelos jovens os temas aqui abordados,
de forma a contribuir para uma educação
sexual com mais qualidade, tolerância e
igualdade.
Boa leitura!
P er f il dos J ov e ns
Capitulo 1
As entrevistas foram realizadas em
16 unidades da Federação, distribuídas
nas cinco regiões do país:
*Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal
Região Norte	 180
Região Nordeste	 300
Região Sudeste	 360
Região Sul	 180
Região Centro-Oeste	 180
Eles têm entre 18 e 29 anos. As mulheres
correspondem a 55% da amostra e os ho-
mens, a 45%. Apenas 30% estudam, e 56%
já reprovaram. Mais da metade dos jovens
são católicos e quase um terço, evangélicos.
De cada dez, seis acessam a internet com
frequência, e cinco navegam pelo menos
duas horas por dia. Eles querem aprender
novos conteúdos, ter novas experiências. A
maioria perdeu a virgindade entre os 14 e
os 18 anos, e 90% já tiveram relação sexu-
al. Quase todos os entrevistados (95%) se
declararam heterossexuais, 3% disseram ser
bissexuais e os 2% restantes afirmaram ser
homossexuais.
Para traçar esse perfil, a pesquisa ouviu
os jovens em domicílio. Eles responderam
sozinhos às questões, sem a interferência de
um entrevistador. A margem de erro da pes-
quisa, ponderada regional e nacionalmente,
é de 2,8%.
Abaixo, o recorte representativo dessa população
e o retrato fiel das atitudes da nossa juventude em relação
à educação e à equidade sexual:
Apenas 17% foram
além do Ensino Médio
60% trabalham
12% representam a
única renda da família
A maioria está subempregada.
A remuneração de 62,4%
dos jovens não ultrapassa os
dois salários mínimos
56% dos jovens se
autodenominam pardos
ou negros
93% declararam
ter transado nos últimos
doze meses.
54,3% conversam sempre ou quase
sempre com os pais ou responsáveis.
Os assuntos violência, drogas e sexo são
os menos abordados.
21,9% dos jovens apontam
amigos e colegas como a principal
fonte de educação sexual. Os pais
ou responsáveis assumem esse papel
em 20,1% dos casos. 34,7% têm a mãe como principal
fonte de amparo quando precisam
conversar sobre problemas pessoais.
O pai figura apenas na sexta posição,
com 6,5%, atrás dos amigos, dos
parceiros e dos irmãos.
70% não estudam
43,46%
13,08%
3,39%
0,58%
0,33%
13,41%
8,36%
17,38%
Não estudou/não frequentou a escola
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo (antigo 10
Grau)
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo (antigo 20
Grau)
Superior incompleto
Superior completo
Pós-graduado
A pesquisa
Capitulo 2
Para definir o perfil de comportamento do jovem, a pesquisa elaborou 15 questões-chave que ajudaram a traduzir as atitudes e a
avaliar o comportamento deles em relação a três principais pontos: educação sexual, equidade de gênero e tolerância à diversidade.
A cada questão, o estudo atribuiu um ponto (1,0) ao entrevistado em uma escala que varia de -15, para uma educação sexual
deficiente e menos noção de igualdade entre os gêneros, a 15 pontos, quando o jovem tem mais conhecimento e é mais tolerante e
educado em relação à sua sexualidade e à dos outros. Nesta escala, os jovens brasileiros tiveram uma pontuação média de 7,814. A
população jovem está três décimos acima da média prevista na escala. Isso mostra que ainda há muito que fazer. Com ajuda e interven-
ções direcionadas, o jovem pode apresentar melhores níveis de educação sexual, superar as adversidades e construir uma sociedade
menos desigual.
EDUCAÇÃO SEXUAL
A escola deve fornecer informações sobre saúde sexual e reprodutiva tanto para alunos quanto para alunas
A educação sexual estimula o início da vida sexual
A educação sexual deve ser ensinada apenas em casa
Adolescentes e jovens têm o direito de decidir quando transar pela primeira vez
Adolescentes e jovens têm o direito de decidir com quem ter relações sexuais
EQUIDADE DE GÊNERO
Mulheres que se vestem de forma insinuante não podem reclamar se sofrerem violência sexual
O homem precisa mais de sexo do que a mulher
Se o homem trair a mulher, ela pode bater nele
Um homem pode agredir uma mulher se ela não quiser transar com ele
Se a mulher trair o homem, ele pode bater nela
Uma mulher pode humilhar um homem se ele não quiser transar com ela
TOLERÊNCIA À DIVERSIDADE
Eu nunca teria uma amiga lésbica ou um amigo gay
Eu me incomodaria em ter um professor gay ou uma professora lésbica
Eu me incomodaria se descobrisse que meu irmão é gay e ou minha irmã é lésbica
Casais homossexuais podem adotar crianças
J U V E N T U D E E P R E C O N C E I T O
75,75%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
11,84%
4,80%
1,99% 2,15%
O estudo constatou que quase 90% dos jovens brasileiros con-
sideram que a escola deve fornecer informações sobre educação
sexual tanto para alunos quanto para alunas. Quase 75% dos entre-
vistados acreditam que a educação sexual não deve ser ensinada
apenas em casa. O resultado, no entanto, vem acompanhado da
avaliação de que a educação sexual está associada ao estímulo
para o início da vida sexual, de acordo com quase 70% dos jovens.
Educação sexual na escola
Capitulo 3
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
24,83%
13,33%
19,95%
12,50%
23,33%
machismo deles
De acordo com a pesquisa do Instituto Social CAIXA SEGUROS,
a noção de que o homem precisa mais de sexo do que a mulher tem
grande presença entre os jovens de 18 a 29 anos. Pouco mais de 38%
dos entrevistados concordam total ou parcialmente com essa ideia.
se a mulher trair o homem ,
ele pode bater nela
Quase 20% concordam com a violência contra
a mulher, caso ela cometa uma traição.
um homem pode agredir uma
mulher se ela não quiser
transar com ele
O machismo também aparece de forma relevante quando o as-
sunto é a violência contra a mulher. Mais de 16% dos entrevistados
concordam com a agressão contra mulheres apenas pelo fato de
elas não aceitarem transar.
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
80,22%
7,70%
2,24%
0,99%
5,96%
77,73%
8,11%
4,88%
2,73%3,81%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
O sexismo impregnado na sociedade transpõe os gêneros. Não
somente homens têm comportamentos machistas, mas também as
mulheres. O estudo identificou que quase 20% dos entrevistados con-
sideram que a mulher pode humilhar um homem se ele não quiser
transar com ela, e um terço dos jovens ouvidos acredita, ao menos
parcialmente, que a mulher pode bater no homem se ele a trair.
Machismo delas
65,48%
7,95%7,20%4,80%
12,50%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
78,64%
8,61%
5,03%
2,07%3,31%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
U ma mulher pode humilhar um homem
se ele não quiser transar com ela .
se o homem trair a mulher ,
ela pode bater nele .
Um ponto preocupante a ser considerado é a noção de que a
violência sexual pode ser justificada pelo tipo de roupa que a mu-
lher usa. De acordo com a pesquisa, cerca de metade dos jovens
brasileiros considera que mulheres vestidas de forma insinuante não
podem reclamar se sofrerem uma agressão sexual.
Roupas insinuantes
47,35%
11,92%11,34%12,33%14,16%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
mulheres que se vestem de f orma
insunuante não podem reclamar se
so f rerem violência sexual .
V iolência contra mulheres
e homens é crime
Promulgada em agosto de 2006, a Lei Ma-
ria da Penha é resultado de uma luta histórica
da cearense Maria da Penha contra a impuni-
dade no cenário da violência doméstica. Após
levar um tiro nas costas efetuado pelo então
marido, o professor universitário Marco Antonio
Herredia Viveros, ela ficou paraplégica. Desde
então, lutou pela criminalização da violência
doméstica e familiar. Hoje, a legislação ofere-
ce mecanismos de proteção à mulher, com a
possibilidade de concessão de medidas prote-
tivas de urgência e de encaminhamento para
serviços de acolhimento e atendimento, se ne-
cessário. Com a lei, ficou proibida a aplicação
de penas pecuniárias, como o pagamento de
cestas básicas e multas aos crimes cometidos
contra as mulheres. Assim, prevê a prisão do
agressor em três hipóteses: em flagrante, pre-
ventivamente ou por condenação transitada em
julgado.
Embora a lei tenha sido criada para prote-
ger as mulheres vítimas de violência doméstica
e familiar, há entendimento no Superior Tribunal
de Justiça no sentido de aplicar a legislação no
caso de homens que sofrerem esse tipo de vio-
lência. A legislação também pode ser aplicada
em relações homossexuais.
Quem decide?
Se uma pessoa decide ter relações sexuais, parece óbvio ima-
ginar que ela escolha o parceiro, e que os dois concordem. No
entanto, de acordo com a pesquisa, quase 30% dos jovens ouvi-
dos não concordam que têm o direito de decidir com quem transar.
E 40% não concordam plenamente que têm o direito de decidir
quando perder a virgindade
57,53%
15,89%
9,27%
5,71% 8,61%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
adolescentes e jovens têm
o direito de decidir quando
transar pela primeira ve z .
adolescentes e jovens têm
o direito de decidir com quem
ter relaç õ es sexuais .
68,54%
14,49%
6,04%
3,15%
5,38%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
A pesquisa do Instituto Social CAIXA SEGUROS revela a dimensão
do preconceito dos jovens em relação aos homossexuais. Pouco mais
de 30% dos entrevistados concordaram que nunca teriam uma amiga
lésbica ou um amigo gay. Quando a pergunta é em relação à possibili-
dade de ter um professor homossexual, a rejeição foi semelhante: 30%.
A intolerância se agrava quando o jovem encara a diversidade se-
xual na própria família. Quase metade dos entrevistados afirmou que
se incomodaria caso o irmão fosse gay ou a irmã, lésbica. Curiosa-
mente, mais da metade se posicionou a favor da adoção de crianças
por casais homossexuais. Outros 31% são contrários.
Preconceito contra gays
67,72%
3,97%
7,53%
9,77% 8,86%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
eu nunca teria uma amiga l é sbica
ou um amigo gay
69,70%
2,73%
9,19% 10,02%
6,54%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
eu me incomodaria em ter
um pro f essor gay ou uma
pro f essora l é sbica .
eu me incomodaria se descobrisse
que meu irmão é gay ou minha
irmã é l é sbica .
50,33%
10,10%
12,67%
7,45%
14,74%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
21,36%
7,37%
13,00%
12,83%
38,16%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Nem concordo,
nem discordo
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
casais homossexuais podem
adotar crianças .
Pouco mais de 50% dos jovens são a favor da adoção de
crianças por casais homossexuais. 13% não têm posição
definida e outros 31% são contrários.
Capitulo 4
O QUE MAIS INFLUENCIA AS
ATITUDES DOS JOVENS
15
-15
7,15
8,36
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
atitude
1atitude
2atitude
3atitude
4atitude
5atitude
6atitude
7atitude
8atitude
9atitude
10atitude
11atitude
12atitude
13atitude
14atitude
15
valor pleno
valor mínimo
soma homem
soma mulher
ESCALA PARA GÊNERO
As mulheres jovens, de forma geral, possuem atitudes mais equitativas
sexualmente do que os homens jovens...
G Ê N E R O
Na escala para gêneros, a pesquisa realizada pelo Instituto Social CAIXA SEGUROS re-
velou que as mulheres jovens, de forma geral, têm atitudes mais equitativas sexualmente do
que os homens jovens. Elas obtiveram pontuação média de 8,36 na escala de 15 pontos,
enquanto eles chegaram a 7,15.
Com base na escala de atitudes, os pesquisadores puderam avaliar quais características
mais influenciam os jovens em relação à educação e à equidade sexual. São elas:
Quanto mais avançada a escolaridade, de forma geral, mais equidade nas
questões de sexualidade...
E S C O L A R I D A D E
Em relação à escolaridade, quanto mais tempo o jovem estudou, maior o nível de equi-
dade nas questões de sexualidade. Aqueles que possuem apenas o ensino fundamental
incompleto, por exemplo, alcançaram 6,29 pontos. Já os homens e a mulheres com o ensino
superior completo conseguiram um índice de 8,01.
R E P R O VA Ç Ã O
Outro aspecto que influencia as atitudes do jovem é o fato de ele ter ou não reprovado
alguma vez. Assim, não ter conseguido a aprovação em alguma série implica uma queda
de 1,23 pontos na escala.
Ter reprovado de ano prejudica a educação e a equidade sexual do jovem...
R E L I G I Ã O
A religião também exerce forte influência nas questões de equidade. Ter a religião como
fonte única de educação sexual demonstra que o assunto é tratado com o conservadorismo das
instituições religiosas. Isso interfere negativamente no nível de equidade e tolerância do jovem.
F A T O R E S D E T E R M I N A N T E S P A R A O
B O M N Í V E L D E E D U C A Ç Ã O S E X U A L
Capitulo 5
T er o pro f essor como f onte de in f ormação
Embora os jovens tenham citado que os amigos são as principais fontes de educa-
ção sexual, eles não são as mais confiáveis. Ter o professor como referência aumenta
em 1,84 pontos a avaliação na tabela.
A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade mostra que
alguns fatores são determinantes e contribuem positivamente para a equidade sexual. Os
homens e as mulheres de 18 a 29 anos são mais educados sexualmente quando expostos
aos fatores descritos a seguir:
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Outras Referências Professor(a)
Distribuição de Valores na Escala por Referência Pessoal
Média
T er acesso f requente à internet
O hábito de usar a internet, independentemente do conteúdo acessado, auxilia o jovem
a ter práticas melhores sobre educação sexual. Quem não tem esse costume está mais vul-
nerável em 1,09 pontos.
Média
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Acessa Acessa com Frequência
Distribuição de Valores na Escala por Acesso a Internet
I nteresse em aprender
Mais do que navegar em sites ou blogs, a busca por novos conhecimentos e novas ex-
periências incrementa a educação e a equidade sexual. O jovem fica menos vulnerável em
2,33 pontos.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Tem Interesse Demonstra Interesse em
Aprender Coisas Novas
Distribuição de Valores na Escala por
Interesse em Aprender
Média
N ão participar de grupo religioso
Mais de 65% dos jovens ouvidos nesse estudo participam ou já participaram de algum
grupo religioso. Esse fator é indicativo de menor nível de educação sexual, reduzindo a
pontuação em 0,81.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Participou Participa Atualmente Nunca Participou
Distribuição de Valores na Escala por
Participação em Grupo Religioso
Média
D iálogo com os pais
O hábito de conversar com os pais deixa os jovens com mais con-
dições de reconhecer os direitos do outro. Quem abre espaço para o
diálogo com o pai ou com a mãe aumenta a pontuação em 0,533.
Se o assunto mais abordado for o sexo, o jovem ganha um incremento
de 1,43 pontos.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Raramente Sempre Outros
Distribuição de Valores na Escala por Conversa com Pais
Média
T er f eito sexo nos últimos 12 meses
A prática sexual leva, naturalmente, o jovem a falar mais sobre o assunto. Os tabus são
superados com mais facilidade. Por isso, trata-se de um importante fator redutor de precon-
ceitos e da vulnerabilidade.
Média
Distribuição de Valores na Escala por ter
Transado nos Últimos 12 Meses
N ão ter a igreja como primeira f onte
de educação sexual
Os jovens que confiam à igreja o papel de primeira fonte de educação sexual têm o nível
de equidade sexual reduzido. A prática representa uma redução de 1,64 pontos.
Média
V ida sexual plena
Ter confiança em ter uma vida sexual plena aumenta em 1.05 pontos nível de educação sexual.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Sim
Distribuição de Valores na Escala por
Confiança em Como Ter Uma Vida Sexual e Plena
Média
P revenção contra a gravide z
Ter confiança em conhecer as formas de prevenir a gravidez aumenta 1.25 pontos na escala.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Sim
Distribuição de Valores na Escala por
Confiança em Conhecer Formas de Evitar Gravidez Indesejada
Média
I n f ormação sobre saúde sexual
Saber onde encontrar tratamento e informação sobre questões de saúde sexual aumenta
em 1.24 o nível de educação sexual.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Sim
Distribuição de Valores na Escala por Saber Onde Encontrar
e Procurar tratamento Médico e Informações sobre Questões de Saúde Sexual
Média
I n f ormação sobre D S T s e A ids
Ter confiança em se proteger contra as DSTs e Aids aumenta 0.864 pontos na escala.
-5051015
EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual
Não Sim
Distribuição de Valores na Escala por
Confiança em Se Proteger Contra DSTs
Média
Conclusões
A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade chegou às seguintes conclusões sobre a educação e a
equidade sexual de jovens de 18 a 29 anos de todo o país:
O entendimento sobre as implicações e a importância da aceitação da equidade de gênero, da diversidade sexual e do início precoce
da educação sexual se tornam parâmetros essenciais para uma vivência sexual plena e satisfatória.
É fundamental criar canais de diálogo entre pais e filhos, priorizando os temas relacionados à sexualidade. A pesquisa chegou a essa
conclusão após verificar que a conversa com os pais, independentemente do assunto, reduz significativamente os tabus sobre o sexo.
Se o assunto principal for o sexo, melhor ainda.
Ter o professor como referência, acessar a internet, ter interesse em novos conhecimentos e novas experiências, saber onde encontrar
informações sobre saúde sexual proporcionam mais tolerância às questões de educação e equidade sexual.
As escolas devem abordar com maior frequência os assuntos de educação sexual. Para isso, é preciso capacitar os corpos docentes
para que os professores se tornem referência no assunto para os estudantes.
Políticas públicas de tolerância à diversidade sexual podem ser importantes para reduzir tabus e preconceitos.
A religiosidade não ajuda os jovens a serem mais tolerantes em termos de sexualidade. Pelo contrário. Algumas opções religiosas, o
fato de participar de grupo religioso e ter a igreja como principal fonte de educação sexual reforçam tabus.
O jovem que conhece as formas de prevenir a gravidez, sabe onde encontrar tratamento e informação sobre questões de saúde sexual,
tem confiança em se proteger contra as DSTz e tem uma vida sexual plena apresenta melhores níveis de educação sexual e tolerância.
O instituto Social CAIXA SEGUROS acredita na capacidade dos jovens de superar as adversidades e construir uma sociedade mais
justa e com menos diferenças. Ao investir na pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade, a intenção
era oferecer mais conhecimento e, com isso, ajudar os jovens a se sentirem protegidos em suas escolhas.
Gregoire Saint Gal de Pons
Alice Scartezini
John Snow Brasil Consultoria
Miguel Fontes
Rodrigo Laro
Rafael Fujioka
Alysson Camargo
Organização Panamericana de Saúde (OPAS)
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
Opinião Consultoria
L4 Comunicação
Lauro Aires
Larissa Ortale
Kristine Otaviano
Lucas Mesquita
ÁS Promo
EXPEDIENTE
A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade
é uma publicação do Instituto Social CAIXA SEGUROS
Supervisão
Coordenação Técnica
Colaboração
Coordenação de Coleta de Dados
Projeto Editorial
Projeto Gráfico
Atitude e Tolerância

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Atitude e Tolerância

  • 1. A T I T U D E E T O L E R Â N C I A O Q U E O S J O V E N S P E N S A M S O B R E S E X U A L I D A D E
  • 2. Nos últimos anos, o Grupo CAIXA SE- GUROS e o Instituto Social CAIXA SEGU- ROS acompanharam estes jovens de perto, por meio do programa Jovem de Expressão. Com o objetivo de contribuir para a promoção da saúde dos jovens entre 18 e 29 anos, enco- mendou o estudo Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade. Este é o segundo volume de uma série que trata a prevenção e a saúde sexual dos jovens. Nesta edição, tentamos entender os fatores que levam o jovem brasileiro a ter um bom nível de educação sexual. O conceito de educação sexual que trabalhamos duran- te a pesquisa foi resignificado, vai além do ensino em sala de aula. Está relacionado à sua aplicabilidade na vida real. Não está mais associada apenas a conhecimentos es- pecíficos sobre o sistema reprodutivo huma- no, comportamentos sexuais e conhecimento de doenças sexualmente transmissíveis, mas, sim, a questões relacionadas ao sexo, livre de preconceito e tabus. Os resultados obtidos com a pesquisa são um alerta às famílias, aos órgãos de edu- cação, segurança e saúde pública, às em- presas privadas e entidades representativas sobre o atual comportamento dos jovens em relação ao tema. Cerca de metade dos en- trevistados considera justificável a violência sexual contra mulheres que se vestem de for- ma insinuante. Também surpreende o índice de jovens que aceitam a agressão do parcei- ro contra a mulher que se recusa a transar: mais de 16%. Na mesma linha, quase 20% Apresentação QUAL A OPINIÃO DO JOVEM BRASILEIRO SOBRE S AÚDE E EDUC AÇÃO SEXUAL? O MACHISMO ES TÁ PRESENTE NESSE RECOR TE DA SOCIEDADE? COMO ELE TRATA A QUES TÃO DA HOMOSSEXUALIDADE?
  • 3. dos entrevistados concordam de alguma for- ma com a violência contra a mulher, no caso de traição. O estudo vai além e aborda a questão do preconceito em relação à orientação sexual. Cerca de 30% dos entrevistados se incomo- dariam em ter um amigo ou professor gay. Quando a orientação sexual está ligada a um parente próximo, a intolerância se agra- va: quase 50% dos jovens se incomodariam caso descobrissem que o irmão é gay ou a irmã, lésbica. No entanto, pouco mais de 50% dos jovens são a favor da adoção de crianças por casais homossexuais. Com abrangência nacional, a pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade entrevistou 1.208 pesso- as, em 15 estados e no Distrito Federal. Os critérios de coleta de dados são semelhantes aos adotados pelo Instituto Brasileiro de Ge- ografia e Estatística (IBGE). Realizada pelo Instituto Social CAIXA SEGUROS, o trabalho foi concebido e analisado pela John Snow Brasil Consultoria. As informações foram co- letadas pela Opinião Consultoria. Aprovado no Comitê de Ética da Faculdade de Medi- cina da Universidade de Brasília, o estudo teve ainda acompanhamento da Organiza- ção Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Departamento de DST/aids e Hepatites Vi- rais do Ministério da Saúde. O Instituto Social CAIXA SEGUROS espe- ra que os resultados apresentados possam ajudar os governos e movimentos sociais a traçarem políticas públicas capazes de inse- rir nas escolas e em outros espaços frequen- tados pelos jovens os temas aqui abordados, de forma a contribuir para uma educação sexual com mais qualidade, tolerância e igualdade. Boa leitura!
  • 4. P er f il dos J ov e ns
  • 5. Capitulo 1 As entrevistas foram realizadas em 16 unidades da Federação, distribuídas nas cinco regiões do país: *Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal Região Norte 180 Região Nordeste 300 Região Sudeste 360 Região Sul 180 Região Centro-Oeste 180 Eles têm entre 18 e 29 anos. As mulheres correspondem a 55% da amostra e os ho- mens, a 45%. Apenas 30% estudam, e 56% já reprovaram. Mais da metade dos jovens são católicos e quase um terço, evangélicos. De cada dez, seis acessam a internet com frequência, e cinco navegam pelo menos duas horas por dia. Eles querem aprender novos conteúdos, ter novas experiências. A maioria perdeu a virgindade entre os 14 e os 18 anos, e 90% já tiveram relação sexu- al. Quase todos os entrevistados (95%) se declararam heterossexuais, 3% disseram ser bissexuais e os 2% restantes afirmaram ser homossexuais. Para traçar esse perfil, a pesquisa ouviu os jovens em domicílio. Eles responderam sozinhos às questões, sem a interferência de um entrevistador. A margem de erro da pes- quisa, ponderada regional e nacionalmente, é de 2,8%.
  • 6. Abaixo, o recorte representativo dessa população e o retrato fiel das atitudes da nossa juventude em relação à educação e à equidade sexual: Apenas 17% foram além do Ensino Médio 60% trabalham 12% representam a única renda da família A maioria está subempregada. A remuneração de 62,4% dos jovens não ultrapassa os dois salários mínimos 56% dos jovens se autodenominam pardos ou negros 93% declararam ter transado nos últimos doze meses. 54,3% conversam sempre ou quase sempre com os pais ou responsáveis. Os assuntos violência, drogas e sexo são os menos abordados. 21,9% dos jovens apontam amigos e colegas como a principal fonte de educação sexual. Os pais ou responsáveis assumem esse papel em 20,1% dos casos. 34,7% têm a mãe como principal fonte de amparo quando precisam conversar sobre problemas pessoais. O pai figura apenas na sexta posição, com 6,5%, atrás dos amigos, dos parceiros e dos irmãos. 70% não estudam 43,46% 13,08% 3,39% 0,58% 0,33% 13,41% 8,36% 17,38% Não estudou/não frequentou a escola Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo (antigo 10 Grau) Ensino médio incompleto Ensino médio completo (antigo 20 Grau) Superior incompleto Superior completo Pós-graduado
  • 8. Capitulo 2 Para definir o perfil de comportamento do jovem, a pesquisa elaborou 15 questões-chave que ajudaram a traduzir as atitudes e a avaliar o comportamento deles em relação a três principais pontos: educação sexual, equidade de gênero e tolerância à diversidade. A cada questão, o estudo atribuiu um ponto (1,0) ao entrevistado em uma escala que varia de -15, para uma educação sexual deficiente e menos noção de igualdade entre os gêneros, a 15 pontos, quando o jovem tem mais conhecimento e é mais tolerante e educado em relação à sua sexualidade e à dos outros. Nesta escala, os jovens brasileiros tiveram uma pontuação média de 7,814. A população jovem está três décimos acima da média prevista na escala. Isso mostra que ainda há muito que fazer. Com ajuda e interven- ções direcionadas, o jovem pode apresentar melhores níveis de educação sexual, superar as adversidades e construir uma sociedade menos desigual. EDUCAÇÃO SEXUAL A escola deve fornecer informações sobre saúde sexual e reprodutiva tanto para alunos quanto para alunas A educação sexual estimula o início da vida sexual A educação sexual deve ser ensinada apenas em casa Adolescentes e jovens têm o direito de decidir quando transar pela primeira vez Adolescentes e jovens têm o direito de decidir com quem ter relações sexuais EQUIDADE DE GÊNERO Mulheres que se vestem de forma insinuante não podem reclamar se sofrerem violência sexual O homem precisa mais de sexo do que a mulher Se o homem trair a mulher, ela pode bater nele Um homem pode agredir uma mulher se ela não quiser transar com ele Se a mulher trair o homem, ele pode bater nela Uma mulher pode humilhar um homem se ele não quiser transar com ela TOLERÊNCIA À DIVERSIDADE Eu nunca teria uma amiga lésbica ou um amigo gay Eu me incomodaria em ter um professor gay ou uma professora lésbica Eu me incomodaria se descobrisse que meu irmão é gay e ou minha irmã é lésbica Casais homossexuais podem adotar crianças
  • 9. J U V E N T U D E E P R E C O N C E I T O
  • 10. 75,75% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente 11,84% 4,80% 1,99% 2,15% O estudo constatou que quase 90% dos jovens brasileiros con- sideram que a escola deve fornecer informações sobre educação sexual tanto para alunos quanto para alunas. Quase 75% dos entre- vistados acreditam que a educação sexual não deve ser ensinada apenas em casa. O resultado, no entanto, vem acompanhado da avaliação de que a educação sexual está associada ao estímulo para o início da vida sexual, de acordo com quase 70% dos jovens. Educação sexual na escola Capitulo 3
  • 11. Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente 24,83% 13,33% 19,95% 12,50% 23,33% machismo deles De acordo com a pesquisa do Instituto Social CAIXA SEGUROS, a noção de que o homem precisa mais de sexo do que a mulher tem grande presença entre os jovens de 18 a 29 anos. Pouco mais de 38% dos entrevistados concordam total ou parcialmente com essa ideia.
  • 12. se a mulher trair o homem , ele pode bater nela Quase 20% concordam com a violência contra a mulher, caso ela cometa uma traição. um homem pode agredir uma mulher se ela não quiser transar com ele O machismo também aparece de forma relevante quando o as- sunto é a violência contra a mulher. Mais de 16% dos entrevistados concordam com a agressão contra mulheres apenas pelo fato de elas não aceitarem transar. Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente 80,22% 7,70% 2,24% 0,99% 5,96% 77,73% 8,11% 4,88% 2,73%3,81% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente
  • 13. O sexismo impregnado na sociedade transpõe os gêneros. Não somente homens têm comportamentos machistas, mas também as mulheres. O estudo identificou que quase 20% dos entrevistados con- sideram que a mulher pode humilhar um homem se ele não quiser transar com ela, e um terço dos jovens ouvidos acredita, ao menos parcialmente, que a mulher pode bater no homem se ele a trair. Machismo delas 65,48% 7,95%7,20%4,80% 12,50% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente 78,64% 8,61% 5,03% 2,07%3,31% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente U ma mulher pode humilhar um homem se ele não quiser transar com ela . se o homem trair a mulher , ela pode bater nele .
  • 14. Um ponto preocupante a ser considerado é a noção de que a violência sexual pode ser justificada pelo tipo de roupa que a mu- lher usa. De acordo com a pesquisa, cerca de metade dos jovens brasileiros considera que mulheres vestidas de forma insinuante não podem reclamar se sofrerem uma agressão sexual. Roupas insinuantes 47,35% 11,92%11,34%12,33%14,16% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente mulheres que se vestem de f orma insunuante não podem reclamar se so f rerem violência sexual . V iolência contra mulheres e homens é crime Promulgada em agosto de 2006, a Lei Ma- ria da Penha é resultado de uma luta histórica da cearense Maria da Penha contra a impuni- dade no cenário da violência doméstica. Após levar um tiro nas costas efetuado pelo então marido, o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros, ela ficou paraplégica. Desde então, lutou pela criminalização da violência doméstica e familiar. Hoje, a legislação ofere- ce mecanismos de proteção à mulher, com a possibilidade de concessão de medidas prote- tivas de urgência e de encaminhamento para serviços de acolhimento e atendimento, se ne- cessário. Com a lei, ficou proibida a aplicação de penas pecuniárias, como o pagamento de cestas básicas e multas aos crimes cometidos contra as mulheres. Assim, prevê a prisão do agressor em três hipóteses: em flagrante, pre- ventivamente ou por condenação transitada em julgado. Embora a lei tenha sido criada para prote- ger as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, há entendimento no Superior Tribunal de Justiça no sentido de aplicar a legislação no caso de homens que sofrerem esse tipo de vio- lência. A legislação também pode ser aplicada em relações homossexuais.
  • 15. Quem decide? Se uma pessoa decide ter relações sexuais, parece óbvio ima- ginar que ela escolha o parceiro, e que os dois concordem. No entanto, de acordo com a pesquisa, quase 30% dos jovens ouvi- dos não concordam que têm o direito de decidir com quem transar. E 40% não concordam plenamente que têm o direito de decidir quando perder a virgindade 57,53% 15,89% 9,27% 5,71% 8,61% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente adolescentes e jovens têm o direito de decidir quando transar pela primeira ve z . adolescentes e jovens têm o direito de decidir com quem ter relaç õ es sexuais . 68,54% 14,49% 6,04% 3,15% 5,38% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente
  • 16. A pesquisa do Instituto Social CAIXA SEGUROS revela a dimensão do preconceito dos jovens em relação aos homossexuais. Pouco mais de 30% dos entrevistados concordaram que nunca teriam uma amiga lésbica ou um amigo gay. Quando a pergunta é em relação à possibili- dade de ter um professor homossexual, a rejeição foi semelhante: 30%. A intolerância se agrava quando o jovem encara a diversidade se- xual na própria família. Quase metade dos entrevistados afirmou que se incomodaria caso o irmão fosse gay ou a irmã, lésbica. Curiosa- mente, mais da metade se posicionou a favor da adoção de crianças por casais homossexuais. Outros 31% são contrários. Preconceito contra gays 67,72% 3,97% 7,53% 9,77% 8,86% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente eu nunca teria uma amiga l é sbica ou um amigo gay 69,70% 2,73% 9,19% 10,02% 6,54% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente eu me incomodaria em ter um pro f essor gay ou uma pro f essora l é sbica . eu me incomodaria se descobrisse que meu irmão é gay ou minha irmã é l é sbica . 50,33% 10,10% 12,67% 7,45% 14,74% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente
  • 17. 21,36% 7,37% 13,00% 12,83% 38,16% Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Nem concordo, nem discordo Discordo Parcialmente Discordo Totalmente casais homossexuais podem adotar crianças . Pouco mais de 50% dos jovens são a favor da adoção de crianças por casais homossexuais. 13% não têm posição definida e outros 31% são contrários.
  • 18. Capitulo 4 O QUE MAIS INFLUENCIA AS ATITUDES DOS JOVENS
  • 19. 15 -15 7,15 8,36 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 atitude 1atitude 2atitude 3atitude 4atitude 5atitude 6atitude 7atitude 8atitude 9atitude 10atitude 11atitude 12atitude 13atitude 14atitude 15 valor pleno valor mínimo soma homem soma mulher ESCALA PARA GÊNERO As mulheres jovens, de forma geral, possuem atitudes mais equitativas sexualmente do que os homens jovens... G Ê N E R O Na escala para gêneros, a pesquisa realizada pelo Instituto Social CAIXA SEGUROS re- velou que as mulheres jovens, de forma geral, têm atitudes mais equitativas sexualmente do que os homens jovens. Elas obtiveram pontuação média de 8,36 na escala de 15 pontos, enquanto eles chegaram a 7,15. Com base na escala de atitudes, os pesquisadores puderam avaliar quais características mais influenciam os jovens em relação à educação e à equidade sexual. São elas:
  • 20. Quanto mais avançada a escolaridade, de forma geral, mais equidade nas questões de sexualidade... E S C O L A R I D A D E Em relação à escolaridade, quanto mais tempo o jovem estudou, maior o nível de equi- dade nas questões de sexualidade. Aqueles que possuem apenas o ensino fundamental incompleto, por exemplo, alcançaram 6,29 pontos. Já os homens e a mulheres com o ensino superior completo conseguiram um índice de 8,01.
  • 21. R E P R O VA Ç Ã O Outro aspecto que influencia as atitudes do jovem é o fato de ele ter ou não reprovado alguma vez. Assim, não ter conseguido a aprovação em alguma série implica uma queda de 1,23 pontos na escala. Ter reprovado de ano prejudica a educação e a equidade sexual do jovem...
  • 22. R E L I G I Ã O A religião também exerce forte influência nas questões de equidade. Ter a religião como fonte única de educação sexual demonstra que o assunto é tratado com o conservadorismo das instituições religiosas. Isso interfere negativamente no nível de equidade e tolerância do jovem.
  • 23. F A T O R E S D E T E R M I N A N T E S P A R A O B O M N Í V E L D E E D U C A Ç Ã O S E X U A L
  • 24. Capitulo 5 T er o pro f essor como f onte de in f ormação Embora os jovens tenham citado que os amigos são as principais fontes de educa- ção sexual, eles não são as mais confiáveis. Ter o professor como referência aumenta em 1,84 pontos a avaliação na tabela. A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade mostra que alguns fatores são determinantes e contribuem positivamente para a equidade sexual. Os homens e as mulheres de 18 a 29 anos são mais educados sexualmente quando expostos aos fatores descritos a seguir: -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Outras Referências Professor(a) Distribuição de Valores na Escala por Referência Pessoal Média
  • 25. T er acesso f requente à internet O hábito de usar a internet, independentemente do conteúdo acessado, auxilia o jovem a ter práticas melhores sobre educação sexual. Quem não tem esse costume está mais vul- nerável em 1,09 pontos. Média -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Acessa Acessa com Frequência Distribuição de Valores na Escala por Acesso a Internet
  • 26. I nteresse em aprender Mais do que navegar em sites ou blogs, a busca por novos conhecimentos e novas ex- periências incrementa a educação e a equidade sexual. O jovem fica menos vulnerável em 2,33 pontos. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Tem Interesse Demonstra Interesse em Aprender Coisas Novas Distribuição de Valores na Escala por Interesse em Aprender Média
  • 27. N ão participar de grupo religioso Mais de 65% dos jovens ouvidos nesse estudo participam ou já participaram de algum grupo religioso. Esse fator é indicativo de menor nível de educação sexual, reduzindo a pontuação em 0,81. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Participou Participa Atualmente Nunca Participou Distribuição de Valores na Escala por Participação em Grupo Religioso Média
  • 28. D iálogo com os pais O hábito de conversar com os pais deixa os jovens com mais con- dições de reconhecer os direitos do outro. Quem abre espaço para o diálogo com o pai ou com a mãe aumenta a pontuação em 0,533. Se o assunto mais abordado for o sexo, o jovem ganha um incremento de 1,43 pontos. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Raramente Sempre Outros Distribuição de Valores na Escala por Conversa com Pais Média
  • 29. T er f eito sexo nos últimos 12 meses A prática sexual leva, naturalmente, o jovem a falar mais sobre o assunto. Os tabus são superados com mais facilidade. Por isso, trata-se de um importante fator redutor de precon- ceitos e da vulnerabilidade. Média Distribuição de Valores na Escala por ter Transado nos Últimos 12 Meses
  • 30. N ão ter a igreja como primeira f onte de educação sexual Os jovens que confiam à igreja o papel de primeira fonte de educação sexual têm o nível de equidade sexual reduzido. A prática representa uma redução de 1,64 pontos. Média
  • 31. V ida sexual plena Ter confiança em ter uma vida sexual plena aumenta em 1.05 pontos nível de educação sexual. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Sim Distribuição de Valores na Escala por Confiança em Como Ter Uma Vida Sexual e Plena Média
  • 32. P revenção contra a gravide z Ter confiança em conhecer as formas de prevenir a gravidez aumenta 1.25 pontos na escala. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Sim Distribuição de Valores na Escala por Confiança em Conhecer Formas de Evitar Gravidez Indesejada Média
  • 33. I n f ormação sobre saúde sexual Saber onde encontrar tratamento e informação sobre questões de saúde sexual aumenta em 1.24 o nível de educação sexual. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Sim Distribuição de Valores na Escala por Saber Onde Encontrar e Procurar tratamento Médico e Informações sobre Questões de Saúde Sexual Média
  • 34. I n f ormação sobre D S T s e A ids Ter confiança em se proteger contra as DSTs e Aids aumenta 0.864 pontos na escala. -5051015 EscaladeAtitudeemEducaçãoeEquidadeSexual Não Sim Distribuição de Valores na Escala por Confiança em Se Proteger Contra DSTs Média
  • 35. Conclusões A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade chegou às seguintes conclusões sobre a educação e a equidade sexual de jovens de 18 a 29 anos de todo o país: O entendimento sobre as implicações e a importância da aceitação da equidade de gênero, da diversidade sexual e do início precoce da educação sexual se tornam parâmetros essenciais para uma vivência sexual plena e satisfatória. É fundamental criar canais de diálogo entre pais e filhos, priorizando os temas relacionados à sexualidade. A pesquisa chegou a essa conclusão após verificar que a conversa com os pais, independentemente do assunto, reduz significativamente os tabus sobre o sexo. Se o assunto principal for o sexo, melhor ainda. Ter o professor como referência, acessar a internet, ter interesse em novos conhecimentos e novas experiências, saber onde encontrar informações sobre saúde sexual proporcionam mais tolerância às questões de educação e equidade sexual. As escolas devem abordar com maior frequência os assuntos de educação sexual. Para isso, é preciso capacitar os corpos docentes para que os professores se tornem referência no assunto para os estudantes. Políticas públicas de tolerância à diversidade sexual podem ser importantes para reduzir tabus e preconceitos. A religiosidade não ajuda os jovens a serem mais tolerantes em termos de sexualidade. Pelo contrário. Algumas opções religiosas, o fato de participar de grupo religioso e ter a igreja como principal fonte de educação sexual reforçam tabus. O jovem que conhece as formas de prevenir a gravidez, sabe onde encontrar tratamento e informação sobre questões de saúde sexual, tem confiança em se proteger contra as DSTz e tem uma vida sexual plena apresenta melhores níveis de educação sexual e tolerância. O instituto Social CAIXA SEGUROS acredita na capacidade dos jovens de superar as adversidades e construir uma sociedade mais justa e com menos diferenças. Ao investir na pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade, a intenção era oferecer mais conhecimento e, com isso, ajudar os jovens a se sentirem protegidos em suas escolhas.
  • 36. Gregoire Saint Gal de Pons Alice Scartezini John Snow Brasil Consultoria Miguel Fontes Rodrigo Laro Rafael Fujioka Alysson Camargo Organização Panamericana de Saúde (OPAS) Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Opinião Consultoria L4 Comunicação Lauro Aires Larissa Ortale Kristine Otaviano Lucas Mesquita ÁS Promo EXPEDIENTE A pesquisa Atitude e Tolerância: o que os jovens pensam sobre sexualidade é uma publicação do Instituto Social CAIXA SEGUROS Supervisão Coordenação Técnica Colaboração Coordenação de Coleta de Dados Projeto Editorial Projeto Gráfico