O documento descreve a função do hipotálamo e da hipófise no sistema endócrino. O hipotálamo regula a liberação de hormônios da hipófise, que por sua vez secretam nove hormônios que controlam outras glândulas e tecidos. Um mecanismo de retroalimentação controla os níveis hormonais no sangue.
1. Glândulas endócrinas: hipotálamo e hipófise - Fisiologia
Actividade do hipotálamo
texto extraído do site: http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=248
O hipotálamo desempenha muitas funções - é nesta estrutura, por exemplo, que se
situam os centros nervosos reguladores da sede, do apetite, da temperatura corporal e do
sono. É preciso referir que o hipotálamo encontra-se numa zona privilegiada do cérebro, pois
está ligado a imensas estruturas encefálicas, a partir das quais recebe informação sobre o
meio interno, e também ao córtex cerebral, o centro das funções intelectuais, enviando em
simultâneo estímulos para as mesmas.
O hipotálamo constitui uma ponte entre o sistema nervoso e o endócrino. Por um
lado, elabora duas hormonas libertadas ao nível da neuro-hipófise - a oxitocina e a hormona
antidiurética. Por outro lado, o hipotálamo segrega inúmeras hormonas estimulantes ou
inibidoras da produção de diversas hormonas por parte da adeno-hipófise. Conhecem-se,
entre outros, vários factores hipotalâmicos, que estimulam a libertação de adrenocorticotropina
(ACTH), de tirotropina (TRH), de somatotropina (GRH), de gonadotropinas (LH/FSH-RH),
de prolactina (PRH) e de hormona melanocitoestimulante (MSH), e factores que inibem a
libertação de somatotropina (GIH), de prolactina (PIH) e de hormona melanocitoestimulante
(MSHIH).
Actividade da hiptófise
A hipófise segrega um total de nove hormonas, sete elaboradas pela adeno-hipófise
outras duas que, embora sejam elaboradas pelo hipotálamo, são armazenadas na neuro-
hipófise, de forma a serem libertadas para o sangue. Algumas destas hormonas têm a missão
de estimular a actividade de outras glândulas do sistema endócrino ou agir sobre determinados
órgãos do corpo, com vista a controlar alguma das suas funções, enquanto outras têm efeitos
sobre praticamente todos os tecidos do organismo.
Hormônio do crescimento. Igualmente conhecida pela sua abreviatura HC ou GH (do inglês,
growth hormone), também designada como somatotropina ou STH, esta hormona actua sobre
todo o organismo, tendo uma função anabólica, ou seja, favorece a formação dos tecidos.
A sua acção é fundamental ao longo da infância e da puberdade, pois regula o processo de
desenvolvimento corporal, particularmente no que diz respeito ao crescimento dos ossos e à
formação de proteínas. A sua produção, controlada pelo hipotálamo, é especialmente intensa
durante as duas primeiras décadas de vida, embora se mantenha ao longo de toda a vida,
através de uma pulsação intermitente.
Hormônio melanocitoestimulante. Igualmente conhecida como MSH, actua ao nível da pele,
nomeadamente sobre os melanócitos, as células cutâneas responsáveis pela elaboração
do pigmento escuro denominado melanina - por isso, a acção desta hormona tem uma
considerável contribuição para a coloração da pele de cada indivíduo.
Adrenocorticotropina. Habitualmente denominada ACTH, esta hormona actua sobre o
córtex das glândulas supra-renais, cujas secreções desempenham várias e importantes
funções, sobretudo ao provocarem um aumento da produção de glucocorticóides, como
o cortisol, que intervêm no metabolismo dos lípidos, glúcidos e proteínas. Ainda que
menos significativamente, também provoca a secreção de mineralocorticóides, como a
aldosterona, que intervêm na regulação do equilíbrio hidrossalino, e de androgénios, como a
deidroepiandrosterona, hormonas sexuais masculinas.
Tirotropina. De forma abreviada TRH. Esta hormona controla a tiróide, regulando a quantidade
de hormonas produzida por esta glândula. As hormonas tiróideas desempenham uma
importantíssima função na regulação do metabolismo orgânico.
2. Gonadotropinas. São assim denominadas as duas hormonas que actuam sobre as gónadas
masculinas (testículos) ou femininas (ovários). Uma é a hormona foliculoestimulante, ou
FSH, que nas mulheres estimula a maturação dos folículos ováricos que contêm os óvulos
e produzem os estrogénios (hormonas sexuais femininas), enquanto que nos homens actua
sobre os testículos ao estimular a elaboração de testosterona (hormona sexual masculina).
A outra é a hormona luteinizante, ou LH, igualmente denominada hormona estimulante das
células intersticiais, ou ICSH, que nas mulheres intervém na ovulação e estimula a progressão
dos folículos, após a ovulação, no corpo lúteo ou amarelo, encarregue de produzir a hormona
progesterona, enquanto que nos homens actua sobre as células testiculares situadas entre os
tubos seminíferos, estimulando a produção de hormonas masculinas.
Prolactina. Conhecida pelas abreviaturas PRH ou LTH, esta hormona estimula o
desenvolvimento das glândulas mamárias, sendo responsável pela secreção de leite após o
parto.
Oxitocina. Esta hormona, produzida no hipotálamo e libertada na neuro-hipófise, desempenha
uma importante função durante o parto, pois é responsável pelas contracções uterinas.
Intervém igualmente no processo de lactação, estimulando a contracção das pequenas células
musculares existentes nas glândulas mamárias, o que facilita a saída do leite.
Mecanismo de retroalimentaçäo
A actividade do sistema endócrino é muito complexa, sendo submetida a inúmeras
influencias, pois tem que se adaptar às diferentes necessidades do organismo e ter em conta
que as hormonas desempenham a sua função com níveis sanguíneos muito reduzidos. Por
isso, existem diversos mecanismos de controlo das secreções hormonais, entre os quais se
destaca um denominado de "retroalimentação" ou, em inglês, feedback, pois os próprios níveis
sanguíneos de algumas hormonas constituem um factor decisivo no aumento ou diminuição
da sua produção. De facto, quando os níveis de uma determinada hormona (por exemplo, o
cortisol ou a tiroxina) aumentam, são detectados pelo hipotálamo e pela hipófise, que alteram
a sua actividade para reduzir a estimulação da glândula que a produz (como, por exemplo,
o córtex supra-renal ou a tiróide). Pelo contrário, quando os níveis da hormona em questão
diminuem abaixo de um determinado limite, o eixo hipotálamo-hipofisário responde com uma
maior estimulação da glândula produtora.