SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
1
OS MALES DOS OLIGOPÓLIOS BANCÁRIOS SOBRE A SOCIEDADE
Fernando Alcoforado*
Fernand Braudel afirmou que o capitalismo é constituído por uma estrutura em três
patamares: a camada inferior, a mais ampla, de uma economia extremamente elementar
e basicamente autossuficiente, que denominou de vida material, a camada da não-
economia, o solo em que o capitalismo crava suas raízes, mas na qual nunca consegue
penetrar. Acima dessa camada, vem o campo da economia de mercado, com suas
muitas comunicações horizontais entre os diferentes mercados em que há uma
coordenação automática que liga a oferta, a demanda e os preços. Depois dessa camada
e acima dela, vem a zona do antimercado onde circulam os grandes predadores e
vigora a lei das selvas. Esse — hoje como no passado, antes e depois da revolução
industrial — é o verdadeiro lar do capitalismo (BRAUDEL, Fernand. Civilisation
matérielle, économie et capitalism- Vol. 1, 2, 3. Paris: Librairie Armand Colin, 1979).
A zona de antimercado citada por Braudel é o verdadeiro lar dos monopólios e
oligopólios onde vigora a lei das selvas. Monopólio (do grego "monos", um, e "polein",
vender, significa "um para vender") significa a ausência de concorrentes em
determinado setor da economia, resultando na existência de apenas um fornecedor. Este
único fornecedor tem em suas mãos a vantagem de impor o preço de suas mercadorias
no mercado. Além de forçar uma alta nos preços de seus produtos para elevar seus
lucros, o monopolista pode, também, baixar o preço de seus produtos para evitar a
entrada de um concorrente na mesma faixa de mercado que domina. Enfim, o
monopolista tem, salvo casos específicos, um domínio de tal maneira do setor em que a
atua tornando-se o "dono" do mercado.
Já no oligopólio (do grego "oligoi", poucos, e "polein", vender, significa "poucos para
vender") são poucos os fornecedores, cada um detendo uma grande parcela do mercado,
e sendo sensíveis a mudanças de preço no mercado, representando uma estrutura de
mercado de concorrência imperfeita. No oligopólio, há uma tendência de formação de
cartéis ou de divisão de mercado entre os oligopolistas. É através de práticas
monopolistas e oligopolistas que as empresas maximizam ao extremo seus lucros. Um
dos setores onde há uma flagrante prática oligopolista é o bancário no Brasil e no
mundo.
O economista François Morin, professor emérito da Universidade de Toulouse e
membro do conselho do Banco Central francês, afirma em sua obra L’Hydre Mondiale-
L'oligopole bancaire (A Hidra mundial- O oligopólio bancário), que 28 bancos de
porte mundial constituem um oligopólio totalmente distanciado do interesse público.
Para colocar a humanidade a salvo de desastres financeiros futuros, François Morin
considera que é necessário destruir esses bancos, que ele compara a uma hidra, e
resgatar a moeda para o domínio da esfera pública (MORIN, François. L’Hydre
Mondiale- L'oligopole bancaire. Montréal: Lux Editeur, 2015).
É importante observar que a hidra é um animal da mitologia grega com várias
cabeças de serpente, sendo uma delas imortal, e corpo de dragão. Foi criada por Juno e
era um dos doze trabalhos de Hércules. Era conhecida como "Hidra de Lerna". O seu
sangue assim como o seu hálito era venenoso. Se suas cabeças fossem cortadas, elas
voltavam a nascer. Enquanto a hidra não for dominada, as cabeças continuam crescendo
cada vez mais.
2
Como um punhado de bancos tomou a forma de hidra mundial? François Morin afirma
que após a liberalização da esfera financeira iniciada na década de 1970 (quando as
taxas de câmbio e de juros passam a ser definidas pelo mercado e não pelos Estados
nacionais e são liberalizados os movimentos de capitais), os mercados monetários e
financeiros tornaram-se globais em meados da década de 1990. Os maiores bancos
tiveram então de adaptar sua dimensão a esse novo espaço de intercâmbio, por meio de
fusões e reestruturações. Reuniram-se as condições para o surgimento de um oligopólio
à escala global, que rapidamente se torna gigantesca: o balanço total dos 28 bancos
oligopolizados (50,341 bilhões de dólares) era superior, em 2012, à dívida pública
global (48,957 bilhões de dólares).
Segundo François Morin, esses bancos muito grandes se entenderam entre si de forma
fraudulenta a partir de meados dos anos 2000 constituindo um cartel. Desde então o
oligopólio bancário se transformou numa hidra devastadora para a economia mundial.
Estes 28 bancos foram declarados «sistêmicos» na reunião do G20 de Cannes, em 2011.
A análise das causas da crise financeira iniciada em 2007-2008 não deixava qualquer
dúvida sobre a responsabilidade desses bancos no desencadeamento do processo. Estão
em causa os «produtos financeiros derivados», que se tornaram comuns nessa época e
continuam a ser difundidos em todo o mundo. Lembremo-nos que os derivativos são
produtos que visam oferecer garantias aos seus detentores e que alguns deles são
altamente especulativos. A sua ativação (conversão em dinheiro) pode tornar-se
catastrófica, em caso de uma crise. Cabe destacar que apenas 14 bancos sistêmicos
«fabricam» estes produtos cujo valor é mais de 10 vezes o PIB mundial.
Múltiplas análises demonstraram que esses bancos ocupam posições dominantes em
vários grandes mercados (de câmbio, de títulos de dívida e de produtos derivados). É
característica de um oligopólio. Mas desde 2012 as autoridades judiciais norte-
americanas, britânicas e a Comissão Europeia aumentaram investigações e aplicaram
multas que demonstram que muitos desses bancos – sobretudo 11 entre eles (Bank of
America, BNP-Paribas, Barclays, Citigroup, Crédit Suisse, Deutsche Bank, Goldman
Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, UBS) – montaram
sistematicamente «burlas em bando organizado». Já foram aplicadas multas no valor de
muitos bilhões de dólares, por manipulação do mercado de câmbios ou do Libor (taxa
de juros interbancários de referência estabelecida em Londres).
François Morin afirma em seu livro que o mundo está sentado sobre uma montanha de
bombas-relógio financeiras montadas unicamente por este punhado de bancos. É
bastante evidente que existem muitas bolhas financeiras que podem arrebentar a
qualquer momento. As bolhas do mercado de ações só podem ser explicadas pelas
enormes injeções de liquidez, por parte dos bancos centrais. Mas, acima de tudo, há a
bolha da dívida pública que atingiu todas as grandes economias. As dívidas privadas
tóxicas do oligopólio bancário foram massivamente transferidas para os Estados
nacionais na última crise financeira. O sobreendividamento público, devido
exclusivamente à crise e a esses bancos, explica as políticas de austeridade praticadas
em cada vez mais países. Este sobreendividamento é a ameaça principal, como se vê na
Grécia e, potencialmente, no Brasil.
Segundo François Morin, desde a década de 1970 os Estados nacionais perderam toda a
soberania monetária porque a moeda agora é criada pelos bancos na proporção de cerca
de 90%, e pelos bancos centrais (que passaram a ser independentes dos governos
nacionais) para os restantes 10%. Além disso, a gestão da moeda através de seus dois
preços fundamentais (as taxas de câmbio e as taxas de juros) está inteiramente nas mãos
3
do oligopólio bancário, que tem todas as condições para manipulá-los. Assim, os
grandes bancos têm nas mãos as condições monetárias necessárias ao financiamento dos
investimentos, mas também, e, sobretudo, o domínio do financiamento dos déficits
públicos. Os Estados nacionais não só são disciplinados pelos mercados, mas são,
sobretudo, reféns da hidra mundial, segundo François Morin.
A relação entre os bancos e os Estados nacionais é, de fato, devastadora. A democracia
representativa esvazia-se progressivamente porque o oligopólio bancário
instrumentaliza os poderes dos Estados em seu próprio benefício como está ocorrendo
no momento no Brasil com a aprovação da PEC 241/2016 (Projeto de Emenda à
Constituição que estabelece limite para o gasto público). Tudo indica que as condições
estão maduras para um novo terremoto financeiro no mundo, agora que os Estados
nacionais estão à beira da falência e incapacitados de intervir em seus sistemas
econômicos. O próximo terremoto será ainda mais grave do que o ocorrido em 2008
cujos efeitos econômicos e financeiros serão desastrosos e suas consequências políticas
e sociais poderão ser dramáticas.
A centralização do capital lança as bases da dominação dos monopólios e dos
oligopólios no campo político. Em todos os países, os monopólios e oligopólios
capitalistas controlam a atividade dos governantes. Na época atual são as grandes
sociedades financeiras que controlam os governos. Em nenhuma potência capitalista
pode ser formado um governo contra a vontade dos grandes lobos financeiros. Esse é o
verdadeiro controle do Governo, o controle por parte dos bancos, e não o suposto
controle por parte dos parlamentos. Os presidentes dos Estados Unidos, por exemplo,
são, em regra geral, os instrumentos de um pequeno grupo de monopolistas. É
impossível entrar na Casa Branca e governar o Brasil sem o consentimento dos
monopólios e oligopólios. Mesmo que os Estados nacionais fortaleçam os bancos
estatais de sua propriedade não terão capacidade suficiente para enfrentar os poderosos
oligopólios bancários nacionais e internacionais. Diante deste fato só resta aos povos do
mundo inteiro atuar politicamente para destruir os oligopólios bancários ou aguardar
que as bolhas financeiras arrebentem para erigir uma nova ordem mundial sobre os
escombros da débâcle da ditadura financeira dos oligopólios bancários globais.
*Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the
Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e
combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011),
Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012),
Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV,
Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo
(Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail:
falcoforado@uol.com.br.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade

Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SP
Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SPCiencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SP
Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SPANTONIO INACIO FERRAZ
 
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundo
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundoEstado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundo
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundoFernando Alcoforado
 
O sistema mundo capitalista rumo à derrocada
O sistema mundo capitalista rumo à derrocadaO sistema mundo capitalista rumo à derrocada
O sistema mundo capitalista rumo à derrocadaFernando Alcoforado
 
A luta ideológica em torno da crise
A luta ideológica em torno da criseA luta ideológica em torno da crise
A luta ideológica em torno da criseSoproLeve
 
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobreza
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobrezaAula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobreza
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobrezaAntonio Pessoa
 
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97Plínio Teodoro
 
Para um novo paradigma político; a re criação da democracia
Para um novo paradigma político; a re criação da democraciaPara um novo paradigma político; a re criação da democracia
Para um novo paradigma político; a re criação da democraciaGRAZIA TANTA
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an 18 outubro_2016.ok
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an  18 outubro_2016.okAGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an  18 outubro_2016.ok
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an 18 outubro_2016.okRoberto Rabat Chame
 
O fracasso do neoliberalismo no mundo
O fracasso do neoliberalismo no mundoO fracasso do neoliberalismo no mundo
O fracasso do neoliberalismo no mundoFernando Alcoforado
 
Texto de apoio: Capitalismo
Texto de apoio: CapitalismoTexto de apoio: Capitalismo
Texto de apoio: CapitalismoCADUCOC
 
CRISE DE 29/TOTALITARISMO
CRISE DE 29/TOTALITARISMOCRISE DE 29/TOTALITARISMO
CRISE DE 29/TOTALITARISMOEvanilde Chuva
 
A crise de 1929 e fascismos; eva;certo
A crise de 1929 e fascismos; eva;certoA crise de 1929 e fascismos; eva;certo
A crise de 1929 e fascismos; eva;certoEvanilde Chuva
 
Resumo Capitalismo
Resumo CapitalismoResumo Capitalismo
Resumo CapitalismoCADUCOCMED
 
Revisão capítulos 1 e 2
Revisão capítulos 1 e 2Revisão capítulos 1 e 2
Revisão capítulos 1 e 2edudeoliv
 
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...milton195783
 
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraApostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraGesiel Oliveira
 

Semelhante a Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade (20)

Crise virginia e altamiro
Crise virginia e altamiroCrise virginia e altamiro
Crise virginia e altamiro
 
Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SP
Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SPCiencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SP
Ciencias sociais ii-antonio inacio ferraz estudante de direito na Unip assis SP
 
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundo
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundoEstado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundo
Estado predador e sociedade sitiada no brasil e no mundo
 
O sistema mundo capitalista rumo à derrocada
O sistema mundo capitalista rumo à derrocadaO sistema mundo capitalista rumo à derrocada
O sistema mundo capitalista rumo à derrocada
 
A luta ideológica em torno da crise
A luta ideológica em torno da criseA luta ideológica em torno da crise
A luta ideológica em torno da crise
 
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobreza
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobrezaAula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobreza
Aula 09 e 16 04-2014 - socialismo e geografia da pobreza
 
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97
Atores internacionais e a abertura econômica na américa latina w97
 
Para um novo paradigma político; a re criação da democracia
Para um novo paradigma político; a re criação da democraciaPara um novo paradigma político; a re criação da democracia
Para um novo paradigma político; a re criação da democracia
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an 18 outubro_2016.ok
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an  18 outubro_2016.okAGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an  18 outubro_2016.ok
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 594 an 18 outubro_2016.ok
 
1 atualidades1
1 atualidades11 atualidades1
1 atualidades1
 
O fracasso do neoliberalismo no mundo
O fracasso do neoliberalismo no mundoO fracasso do neoliberalismo no mundo
O fracasso do neoliberalismo no mundo
 
Texto de apoio: Capitalismo
Texto de apoio: CapitalismoTexto de apoio: Capitalismo
Texto de apoio: Capitalismo
 
CRISE DE 29/TOTALITARISMO
CRISE DE 29/TOTALITARISMOCRISE DE 29/TOTALITARISMO
CRISE DE 29/TOTALITARISMO
 
A crise de 1929 e fascismos; eva;certo
A crise de 1929 e fascismos; eva;certoA crise de 1929 e fascismos; eva;certo
A crise de 1929 e fascismos; eva;certo
 
Resumo Capitalismo
Resumo CapitalismoResumo Capitalismo
Resumo Capitalismo
 
Revisão capítulos 1 e 2
Revisão capítulos 1 e 2Revisão capítulos 1 e 2
Revisão capítulos 1 e 2
 
A evolução do capitalismo e suas crises
A evolução do capitalismo e suas crisesA evolução do capitalismo e suas crises
A evolução do capitalismo e suas crises
 
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
 
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraApostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza Oliveira
 
Apostila atualidades 2013
Apostila atualidades 2013Apostila atualidades 2013
Apostila atualidades 2013
 

Mais de Fernando Alcoforado

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO Fernando Alcoforado
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENFernando Alcoforado
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?Fernando Alcoforado
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...Fernando Alcoforado
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHFernando Alcoforado
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...Fernando Alcoforado
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALFernando Alcoforado
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGEFernando Alcoforado
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALFernando Alcoforado
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 Fernando Alcoforado
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...Fernando Alcoforado
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...Fernando Alcoforado
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...Fernando Alcoforado
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...Fernando Alcoforado
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDFernando Alcoforado
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE Fernando Alcoforado
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOFernando Alcoforado
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...Fernando Alcoforado
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELFernando Alcoforado
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILFernando Alcoforado
 

Mais de Fernando Alcoforado (20)

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
 

Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade

  • 1. 1 OS MALES DOS OLIGOPÓLIOS BANCÁRIOS SOBRE A SOCIEDADE Fernando Alcoforado* Fernand Braudel afirmou que o capitalismo é constituído por uma estrutura em três patamares: a camada inferior, a mais ampla, de uma economia extremamente elementar e basicamente autossuficiente, que denominou de vida material, a camada da não- economia, o solo em que o capitalismo crava suas raízes, mas na qual nunca consegue penetrar. Acima dessa camada, vem o campo da economia de mercado, com suas muitas comunicações horizontais entre os diferentes mercados em que há uma coordenação automática que liga a oferta, a demanda e os preços. Depois dessa camada e acima dela, vem a zona do antimercado onde circulam os grandes predadores e vigora a lei das selvas. Esse — hoje como no passado, antes e depois da revolução industrial — é o verdadeiro lar do capitalismo (BRAUDEL, Fernand. Civilisation matérielle, économie et capitalism- Vol. 1, 2, 3. Paris: Librairie Armand Colin, 1979). A zona de antimercado citada por Braudel é o verdadeiro lar dos monopólios e oligopólios onde vigora a lei das selvas. Monopólio (do grego "monos", um, e "polein", vender, significa "um para vender") significa a ausência de concorrentes em determinado setor da economia, resultando na existência de apenas um fornecedor. Este único fornecedor tem em suas mãos a vantagem de impor o preço de suas mercadorias no mercado. Além de forçar uma alta nos preços de seus produtos para elevar seus lucros, o monopolista pode, também, baixar o preço de seus produtos para evitar a entrada de um concorrente na mesma faixa de mercado que domina. Enfim, o monopolista tem, salvo casos específicos, um domínio de tal maneira do setor em que a atua tornando-se o "dono" do mercado. Já no oligopólio (do grego "oligoi", poucos, e "polein", vender, significa "poucos para vender") são poucos os fornecedores, cada um detendo uma grande parcela do mercado, e sendo sensíveis a mudanças de preço no mercado, representando uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita. No oligopólio, há uma tendência de formação de cartéis ou de divisão de mercado entre os oligopolistas. É através de práticas monopolistas e oligopolistas que as empresas maximizam ao extremo seus lucros. Um dos setores onde há uma flagrante prática oligopolista é o bancário no Brasil e no mundo. O economista François Morin, professor emérito da Universidade de Toulouse e membro do conselho do Banco Central francês, afirma em sua obra L’Hydre Mondiale- L'oligopole bancaire (A Hidra mundial- O oligopólio bancário), que 28 bancos de porte mundial constituem um oligopólio totalmente distanciado do interesse público. Para colocar a humanidade a salvo de desastres financeiros futuros, François Morin considera que é necessário destruir esses bancos, que ele compara a uma hidra, e resgatar a moeda para o domínio da esfera pública (MORIN, François. L’Hydre Mondiale- L'oligopole bancaire. Montréal: Lux Editeur, 2015). É importante observar que a hidra é um animal da mitologia grega com várias cabeças de serpente, sendo uma delas imortal, e corpo de dragão. Foi criada por Juno e era um dos doze trabalhos de Hércules. Era conhecida como "Hidra de Lerna". O seu sangue assim como o seu hálito era venenoso. Se suas cabeças fossem cortadas, elas voltavam a nascer. Enquanto a hidra não for dominada, as cabeças continuam crescendo cada vez mais.
  • 2. 2 Como um punhado de bancos tomou a forma de hidra mundial? François Morin afirma que após a liberalização da esfera financeira iniciada na década de 1970 (quando as taxas de câmbio e de juros passam a ser definidas pelo mercado e não pelos Estados nacionais e são liberalizados os movimentos de capitais), os mercados monetários e financeiros tornaram-se globais em meados da década de 1990. Os maiores bancos tiveram então de adaptar sua dimensão a esse novo espaço de intercâmbio, por meio de fusões e reestruturações. Reuniram-se as condições para o surgimento de um oligopólio à escala global, que rapidamente se torna gigantesca: o balanço total dos 28 bancos oligopolizados (50,341 bilhões de dólares) era superior, em 2012, à dívida pública global (48,957 bilhões de dólares). Segundo François Morin, esses bancos muito grandes se entenderam entre si de forma fraudulenta a partir de meados dos anos 2000 constituindo um cartel. Desde então o oligopólio bancário se transformou numa hidra devastadora para a economia mundial. Estes 28 bancos foram declarados «sistêmicos» na reunião do G20 de Cannes, em 2011. A análise das causas da crise financeira iniciada em 2007-2008 não deixava qualquer dúvida sobre a responsabilidade desses bancos no desencadeamento do processo. Estão em causa os «produtos financeiros derivados», que se tornaram comuns nessa época e continuam a ser difundidos em todo o mundo. Lembremo-nos que os derivativos são produtos que visam oferecer garantias aos seus detentores e que alguns deles são altamente especulativos. A sua ativação (conversão em dinheiro) pode tornar-se catastrófica, em caso de uma crise. Cabe destacar que apenas 14 bancos sistêmicos «fabricam» estes produtos cujo valor é mais de 10 vezes o PIB mundial. Múltiplas análises demonstraram que esses bancos ocupam posições dominantes em vários grandes mercados (de câmbio, de títulos de dívida e de produtos derivados). É característica de um oligopólio. Mas desde 2012 as autoridades judiciais norte- americanas, britânicas e a Comissão Europeia aumentaram investigações e aplicaram multas que demonstram que muitos desses bancos – sobretudo 11 entre eles (Bank of America, BNP-Paribas, Barclays, Citigroup, Crédit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, UBS) – montaram sistematicamente «burlas em bando organizado». Já foram aplicadas multas no valor de muitos bilhões de dólares, por manipulação do mercado de câmbios ou do Libor (taxa de juros interbancários de referência estabelecida em Londres). François Morin afirma em seu livro que o mundo está sentado sobre uma montanha de bombas-relógio financeiras montadas unicamente por este punhado de bancos. É bastante evidente que existem muitas bolhas financeiras que podem arrebentar a qualquer momento. As bolhas do mercado de ações só podem ser explicadas pelas enormes injeções de liquidez, por parte dos bancos centrais. Mas, acima de tudo, há a bolha da dívida pública que atingiu todas as grandes economias. As dívidas privadas tóxicas do oligopólio bancário foram massivamente transferidas para os Estados nacionais na última crise financeira. O sobreendividamento público, devido exclusivamente à crise e a esses bancos, explica as políticas de austeridade praticadas em cada vez mais países. Este sobreendividamento é a ameaça principal, como se vê na Grécia e, potencialmente, no Brasil. Segundo François Morin, desde a década de 1970 os Estados nacionais perderam toda a soberania monetária porque a moeda agora é criada pelos bancos na proporção de cerca de 90%, e pelos bancos centrais (que passaram a ser independentes dos governos nacionais) para os restantes 10%. Além disso, a gestão da moeda através de seus dois preços fundamentais (as taxas de câmbio e as taxas de juros) está inteiramente nas mãos
  • 3. 3 do oligopólio bancário, que tem todas as condições para manipulá-los. Assim, os grandes bancos têm nas mãos as condições monetárias necessárias ao financiamento dos investimentos, mas também, e, sobretudo, o domínio do financiamento dos déficits públicos. Os Estados nacionais não só são disciplinados pelos mercados, mas são, sobretudo, reféns da hidra mundial, segundo François Morin. A relação entre os bancos e os Estados nacionais é, de fato, devastadora. A democracia representativa esvazia-se progressivamente porque o oligopólio bancário instrumentaliza os poderes dos Estados em seu próprio benefício como está ocorrendo no momento no Brasil com a aprovação da PEC 241/2016 (Projeto de Emenda à Constituição que estabelece limite para o gasto público). Tudo indica que as condições estão maduras para um novo terremoto financeiro no mundo, agora que os Estados nacionais estão à beira da falência e incapacitados de intervir em seus sistemas econômicos. O próximo terremoto será ainda mais grave do que o ocorrido em 2008 cujos efeitos econômicos e financeiros serão desastrosos e suas consequências políticas e sociais poderão ser dramáticas. A centralização do capital lança as bases da dominação dos monopólios e dos oligopólios no campo político. Em todos os países, os monopólios e oligopólios capitalistas controlam a atividade dos governantes. Na época atual são as grandes sociedades financeiras que controlam os governos. Em nenhuma potência capitalista pode ser formado um governo contra a vontade dos grandes lobos financeiros. Esse é o verdadeiro controle do Governo, o controle por parte dos bancos, e não o suposto controle por parte dos parlamentos. Os presidentes dos Estados Unidos, por exemplo, são, em regra geral, os instrumentos de um pequeno grupo de monopolistas. É impossível entrar na Casa Branca e governar o Brasil sem o consentimento dos monopólios e oligopólios. Mesmo que os Estados nacionais fortaleçam os bancos estatais de sua propriedade não terão capacidade suficiente para enfrentar os poderosos oligopólios bancários nacionais e internacionais. Diante deste fato só resta aos povos do mundo inteiro atuar politicamente para destruir os oligopólios bancários ou aguardar que as bolhas financeiras arrebentem para erigir uma nova ordem mundial sobre os escombros da débâcle da ditadura financeira dos oligopólios bancários globais. *Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015) e As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br.