O documento descreve a evolução histórica dos sistemas de informação, desde a invenção da imprensa por Gutenberg até o desenvolvimento da internet e dos smartphones. Detalha as principais invenções que revolucionaram a comunicação, como o telégrafo, o telefone, a televisão e os satélites. Também discute o surgimento dos computadores e seu papel central na sociedade moderna baseada no conhecimento.
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
AVANÇOS SISTEMAS INFORMAÇÃO
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A CIÊNCIA E OS AVANÇOS NOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Fernando Alcoforado*
Os sistemas de informação apresentaram seu primeiro grande avanço com a invenção da
imprensa por Johann Gutenberg em 1430 que foi um dos acontecimentos que mudaram
a história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial. Posteriormente, houve
a invenção do telégrafo que é um sistema que foi inventado em 1837 por Samuel Morse,
do telefone por Graham Bell em 1876, do cinema pelos irmãos Lumiére em 1895 e do
rádio por Guglielmo Marconi em 1895. Em seguida, houve o desenvolvimento da
televisão que se relaciona a diversas pesquisas e descobertas científicas nos séculos XIX
e XX. Os estudos pioneiros e o próprio invento da televisão são atribuídos ao alemão
Paul Nipkow em 1884. Somente por volta de 1923, Vladimir Zworykin, um russo que
vivia nos Estados Unidos criou o tubo iconoscópico, que é a base da televisão
(CHALLONER, Jack. 1001 invenções que mudaram o mundo. Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2014).
O primeiro sistema semimecânico de televisão analógica foi demonstrado por John
Logie Baird em 1924 em Londres. Um sistema eletrônico completo foi demonstrado
por John Logie Baird e Philo Taylor Farnsworth em 1927. Mas apenas em 1928 foi
realizada a primeira transmissão de TV, feita por Ernst F. W. Alexanderson, que
trabalhava para a GE. Uma das primeiras grandes transmissões de televisão foi a dos
Jogos Olímpicos de Berlim de 1936. A televisão em cores surgiu em 1954 na rede NBC
dos Estados Unidos. Em 1960 a empresa japonesa Sony introduziu no mercado os
receptores de televisão com transistores. O satélite Telstar transmite sinais de televisão
através do Oceano Atlântico em 1962. A miniaturização da televisão chegou em 1979
quando a Matsushita registrou a patente da televisão de bolso.
Paralelamente a tudo isto, ocorreu a invenção do computador mecânico pelo engenheiro
Charles Babbage no século XIX que deu lugar aos computadores de uso geral cuja
"Primeira Geração" marcada por computadores a válvula foi criado nos Estados Unidos
em 1946, durante a Segunda Guerra Mundial. A "Segunda Geração" dos computadores
surgiu na década de 1950 e teve como marca a chegada dos transistores que foi um
acontecimento que mudou todas as regras existentes. O impacto do transistor na
eletrônica foi enorme. Além de iniciar a indústria dos semicondutores, o transistor
contribuiu para todas as invenções relacionadas, como os circuitos integrados,
componentes optoeletrônicos e microprocessadores. Praticamente todos os
equipamentos eletrônicos projetados hoje em dia usam componentes semicondutores.
As mudanças foram mais perceptíveis nos computadores.
A IBM lança a primeira série de mainframes transistorizados da companhia em 1965
quando o computador finalmente saiu das grandes salas e se tornou portátil. O primeiro
microcomputador ou computador pessoal vendido com sucesso no mercado foi o DEC
PDP-8 que, graças a seu pioneirismo, a "Quarta Geração" de computadores, nos anos
1970, é conhecida pela avalanche de microcomputadores pessoais. A década de 1980 foi
marcada pelos computadores pessoais, com IBM, Commodore e Compaq se juntando à
Apple nesse mercado, o que levou a uma série de inovações. Na década de 1990 foi que
os computadores pessoais se tornaram produto de massa. Em 2007, Steve Jobs
apresentou o primeiro smartphone com tela sensível ao toque e com sistema operacional
avançado, capaz de rodar aplicações complexas, como player de música com
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animações. Entra também nessa década o lançamento do iPad, em 2010, responsável
pela criação de uma indústria inteira de tablets, assim como o iPhone fez com os
smartphones.
Os satélites artificiais, que exercem um papel fundamental no avanço das comunicações
globais, permanecem em órbita da Terra a muitos quilômetros da superfície e por longos
períodos. Eles começaram a ser construídos e lançados na década de 1950, quando
americanos e soviéticos iniciaram seus programas espaciais, numa competição acirrada,
conhecida como Corrida Espacial. Assim, a partir de 1957 os satélites artificiais foram
colocados em órbita ao redor da Terra, sendo que o primeiro deles (o Sputnik I) foi
enviado ao espaço pelos soviéticos. Existem vários tipos de satélites artificiais tais
como: os satélites de comunicação, em maior número; os satélites de televisão; os
satélites científicos; os satélites espiões ou para fins militares; os satélites
meteorológicos e de sensoriamento remoto de recursos terrestres. Hoje os satélites são
fundamentais para diversos tipos de estudos e ações sobre o meio ambiente, como
também permitem outras ações em benefício da saúde, das telecomunicações, da defesa
do território nacional, entre outras.
Pode-se afirmar que, na segunda metade do século XX, está sendo remodelada a base
material da sociedade em ritmo acelerado. O surgimento de computadores pessoais,
com suas redes de comunicação globais como a Internet, coloca a humanidade frente a
uma nova onda de transformações. Atualmente, a expressão “tempo real” aparece com
frequência dando a ideia da velocidade que corre a informação através dos canais de
comunicação que envolvem o globo terrestre. A Internet que é a rede de computadores
dispersos por todo o planeta possibilita a troca de dados e mensagens utilizando um
protocolo comum. A Internet nasceu no final dos anos 1960, em plena Guerra Fria,
graças à iniciativa do Departamento de Defesa americano, que queria dispor de um
conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros. Uma rede que fosse
capaz de resistir a uma destruição parcial, provocada, por exemplo, por um ataque
nuclear. Foi construída uma rede tecida como uma teia de aranha (web, em inglês), na
qual os dados se movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar”
caso as vias estivessem obstruídas. Atualmente, já existem mais de 2 bilhões de
internautas no mundo, ou seja, um terço da população planetária. Os progressos da
informática, associados aos do audiovisual e das telecomunicações, permitiram a
criação de novos serviços de comunicação (FOINA, Paulo. Tecnologia de informação.
Curitiba: Editora Atlas, 2013).
Um novo paradigma tecnológico começa a ser delineado neste início de século XXI.
Vivemos uma era que se caracteriza por uma crescente penetração dos computadores
nas organizações; pela convergência entre a mídia, computadores e redes de
telecomunicações; automação das organizações, processos de trabalho, maior agregação
de valor proporcionado pelas tecnologias de informação e difusão e adoção de padrões
tecnológicos globais. Desta forma, a informação e o conhecimento passam a ser
recursos centrais para as pessoas e organizações, permitindo-lhes um alinhamento
estratégico que gera as condições necessárias para alcançar os objetivos e cumprir sua
missão. Nesse contexto, vive-se um momento em que ocorre uma transformação de
nossa cultura material pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se
organiza com base nas tecnologias da informação (CASTELLS, Manuel. A Sociedade
em rede. São Paulo: Editora Paz e Terra,1999 e SKINNER, B. F. Tecnologia do
ensino. São Paulo: Edusp, 1972).
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Uma grande invenção que representou uma grande revolução no campo da comunicação
foi o da fibra ótica que é capaz de transmitir até 20 mil conversas telefônicas
simultâneas, quarenta vezes mais do que um fio de cobre. A fibra ótica surgiu em 1952
graças às pesquisas do físico indiano Narinder Singh Kapany. Seus experimentos o
levariam à invenção da fibra ótica, o revolucionário instrumento de telecomunicações
que talvez venha ainda a substituir os próprios circuitos eletrônicos nos computadores.
Agrupadas em feixes, as fibras óticas tornam-se um preciso transmissor de imagens —
isto é, absorvem a luz melhor que qualquer sistema ótico, como lentes ou prismas. No
inicio, Kapany pensou que seu uso ficaria restrito à Medicina, no aperfeiçoamento do
endoscópio, instrumento utilizado para observar o interior do corpo humano. Em 1966,
porém, o físico chinês Charles Kao, pesquisador dos Laboratórios Standard, de Harlow,
Inglaterra, teve a ideia de usar fibras óticas para a transmissão de chamadas telefônicas.
Ele mostrou que cabos de fibras óticas, embora muitíssimo menores que os cabos
convencionais, têm uma capacidade muito maior de transmissão de dados — também de
telex, televisão, computador etc. — a um custo muito menor. Além disso, como não
conduzem eletricidade, ficariam imunes a interferências elétricas exteriores. Além de
melhorar extraordinariamente as telecomunicações, as fibras óticas são usadas também
em uma variedade de equipamentos, como automóveis, mísseis, blindados, satélites,
fiação de computadores, eletrodomésticos e ainda em microeletrônica, engenharia
genética, fotografia etc.
*Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic
and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft &
Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e
Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento
global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes
do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015). Possui blog na
Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-mail: falcoforado@uol.com.br.