Este documento discute as formas como a concupiscência pode afetar negativamente a vida das pessoas e os desafios de vencer a concupiscência da carne, dos olhos e da vida. Ele enfatiza que, andando no Espírito de Deus e não se deixando dominar por desejos, as pessoas podem ter vitória sobre a concupiscência e desfrutar de uma vida plena e santa.
4. 1ª Edição: março/2000
Colaboradores:
Daniela Borja Bessa
Jussara M. F. Costa
Lúcia de Sena
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
2ª Edição: abril/2010
Gerência de Comunicação
Ana Paula Costa
Revisão:
Adriana Santos e Nicibel Silva
Capa e Diagramação:
Junio Amaro
5. ApresentAção
Nesta segunda e última parte da mensagem a
respeito das raposinhas, continuaremos sendo edi-
ficados pela poderosa Palavra de Deus. Na primei-
ra parte (se você ainda não leu, adquira o primeiro
volume dessa preciosa mensagem) falamos sobre
a inveja, murmuração, fofoca, o orgulho, a mentira
e a ira, o quanto elas são destruidoras. Sua vida é
uma vinha, ela está toda florida, mas é preciso ter
cuidado com as raposinhas, com as situações que
constantemente invadem a nossa vida, tomam de
súbito o nosso coração e paulatinamente destroem
os nossos sonhos. É preciso enfrentá-los diariamen-
5
6. te, não permitindo a ação devastadora desses inimi-
gos tão sutis e astutos. Talvez, já há algum tempo,
você esteja vendo muitas flores sendo destruídas
antes de se transformarem em frutos. Quantas pes-
soas têm passado por isso sem identificarem a cau-
sa deste desastre!
Por isso, a minha oração é para que o Senhor,
através desta mensagem, traga-lhe graça, unção e
conhecimento, para você compreender a premente
(urgente) necessidade de destruir essas raposinhas.
Elas são muitas e têm a mesma sagacidade e o mes-
mo objetivo: destruir. Contudo, após esta leitura,
você estará capacitado a vencê-las, uma a uma, e
verá uma nova safra em suas vinhas!
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7. ConCUpIsCÊnCIA
Vamos agora falar da sétima raposinha, que
está representando a concupiscência. Muitos, na
verdade, nem sabem o significado exato desse ter-
mo. Concupiscência é o desejo intenso por bens ou
gozos materiais. Nossa carne é totalmente vulnerá-
vel às concupiscências que o mundo oferece e ela
absorve como uma esponja todos esses desejos,
buscando suprir as suas mais frívolas (fúteis) incli-
nações. Ela tem uma tendência muito forte a tudo
que diz respeito aos prazeres do mundo. Quem não
domina essa atração tem desejo descontrolado por
comida, por sexo, por bebida e por mais uma infi-
7
8. nidade de prazeres fugazes. No evangelho de Ma-
teus está escrito: “Vigiai e orai, para que não entreis
em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas
a carne é fraca.” (Mt 26.41.) Muitos se apegam a esse
versículo para se desculparem perante as suas fal-
tas. Entretanto, esse texto não é uma base legal para
os desvios de comportamento; é, antes de tudo,
um alerta, um sobreaviso para estarmos vigilantes
quanto às tentações que nos cercam diariamente.
E porque elas acontecem constantemente ao nosso
redor é que somos exortados a orarmos sem cessar
(1Ts 5.17). Alguns pensam que jamais serão capazes
de controlar essas cobiças; outros acreditam que,
para se ter um relacionamento com Deus, primeiro,
necessitam de sujeitar a carne. Este grupo emprega
os mais diversos meios no intuito de conseguir o
objetivo, sem contudo atingirem o alvo. E há ainda
aqueles que afirmam não estarem aptos para ofe-
recerem resistência às concupiscências e, por isso
mesmo, jamais alcançarão a intimidade com o Se-
nhor. Porém, estão todos equivocados. Realmente
não abrigamos em nós mesmos a capacidade para
resistir às tentações; contudo, a Palavra nos garante
que nós podemos todas as coisas em Cristo que nos
8
9. fortalece (Fp 4.13). Ela também afirma que em Cris-
to somos mais que vencedores (Rm 8.37). Se acre-
ditarmos que precisamos punir a nossa carne com
sacrifícios para resistirmos às tentações, estaremos
fadados ao fracasso e à profunda decepção espiri-
tual. Mas há uma saída gloriosa! Está escrito: “[...]
andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência
da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o
Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si;
para que não façais o que, porventura, seja do vosso
querer.” (Gl 5.16-17.) Estes versículos deixam claro
que, somente fartando-nos do Espírito de Deus, se-
remos capazes de não ceder aos “encantos” do mun-
do. Precisamos praticar o que está escrito no livro
de Tiago: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7.) Não é sacrifício,
mas, a prática da obediência que nos dá a vitória
sobre todo tipo de concupiscência. Para os que es-
tão convictos de que não conseguirão nem resistir
ao diabo, nem alcançar a comunhão com Deus por
causa dos seus pecados, é urgente que saibam que
Deus os amou, e amou a cada um deles quando
ainda estavam numa vida completamente distante
dele: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
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10. delitos e pecados.” (Ef 2.1.) Somos amados por Deus
mesmo quando ainda só abrigávamos o pecado.
Porém, não podemos olvidar (esquecer) o que diz
o apóstolo Paulo na sua carta aos Gálatas: “Porque
vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não
useis da liberdade para dar ocasião à carne [...]” (Gl
5.13.) Para aquele que anseia pela íntima comu-
nhão com Deus, não existe concupiscência que não
possa ser vencida, porque ele buscará no próprio
Deus a força para vencê-las. E o Senhor nos garante
que, se pedirmos, Ele nos dará o que nosso coração
deseja: “Por isso, vos digo: ‘Pedi, e dar-se-vos-à; bus-
cai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Lc 11.9.) Peça
forças para vencer as tentações e se santificar para
o Pai e receberá; busque a comunhão com Deus e a
encontrará; bata e a porta do Santo dos Santos se
abrirá. Você adentrará por ela e desfrutará da íntima
comunhão com o Pai.
A beleza da vida está na própria vida, dádiva
preciosa do Senhor! Muitas pessoas perdem a har-
monia dessa beleza por causa da concupiscência.
Comem com tanta voracidade que o alimentar dei-
xa de ser um prazer concedido por Deus para se
transformar em vício, recurso engenhoso do diabo
10
11. para deformar a obra prima de Deus. Comem e be-
bem de maneira desordenada e muitas vezes, têm
sua saúde prejudicada pela gula. Outros são aman-
tes compulsivos e não conseguem se equilibrar
num relacionamento e, por isso, perdem a bênção
de Deus, e, com ela, a oportunidade de serem ver-
dadeiramente felizes. Eles enfrentam a solidão em
meio a multidão. Existem os que, mesmo tendo re-
conhecido e recebido o Senhor Jesus como Salva-
dor, não conseguem abandonar a concupiscência
do jogo. São jogadores inveterados (crônicos) que
perdem a bênção da prosperidade porque deposi-
taram a esperança da vitória financeira nos braços
de satanás. E o diabo, cada vez mais, os engana,
lançando suas mentiras que acariciam o seu peca-
do: “Que bobagem! Esse jogo não é ilegal. Que mal
pode existir em querer ‘subir na vida’? Quando ficar
rico você vai ajudar tanta gente, não é mesmo?” O Se-
nhor diz: “No suor do rosto comerás o teu pão [...]” (Gn
3.19.) O diabo, como desde o princípio, deturpa as
palavras de Deus, incentivando posturas antibíbli-
cas: “Comerás o teu pão sem que precise suar por ele”.
Cuidado! O diabo é enganador! Esses são apenas al-
guns exemplos de como as concupiscências podem
11
12. afetar a vida do homem, distanciando-o cada vez
mais de Deus.
Certamente você já deve ter ouvido esta expres-
são: “Crente não bebe nem fuma, mas como come”.
Melhor seria se dissessem: “Crente não bebe nem
fuma, e nem se deixa dominar por nada que seja con-
cupiscível”. Paulo nos orienta a não sermos levados
por nenhum de nossos desejos: “Todas as coisas me
são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas
me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma delas.” (1Co 6.12.) Esse “lema” divino o
conduzirá à vitória sobre as concupiscências.
É preciso ter um equilíbrio em todas as áreas da
nossa vida. O bom da existência humana é o viver
saudável, permitindo que a graça de Deus envolva
todo o seu coração. Na primeira carta de João está
escrito assim: “Porque tudo que há no mundo, a con-
cupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do
mundo.” (1Jo 2.16.) Esse versículo tem um correlato
no livro de Gênesis: “Vendo a mulher que a árvore
era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto
e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gn
12
13. 3.6.) Veja a relação entre um e outro: “boa para se
comer”, a concupiscência dos olhos; “desejável para
dar entendimento”, a soberba da vida. Todo tipo de
pecado está relacionado a pelo menos um desses
três elementos que desencadearam o pecado da
desobediência à ordem de Deus e fizeram com que
o homem fosse expulso do Éden.
Ainda hoje, o homem perde a intimidade com
Deus pelo mesmo pecado: a desobediência causa-
da por esses três pontos de sustentação da concu-
piscência como um todo.
A concupiscência da carne: o pecado da trans-
gressão da lei de Deus através da satisfação total
de todos os desejos carnais, que vão desde a gula
à prostituição. O sistema mundano induz o homem
a pensar que, para ser feliz, precisa satisfazer a to-
dos os seus desejos, sem reprimir sequer um deles.
A cada dia o mundo fica mais adulterado, mas cor-
rompido e imundo. E o diabo ganha terreno a pas-
sos largos na vida de todos os que são seduzidos
pelo sistema mundano. Para que isso não aconteça,
precisamos ter em mente a Palavra de Deus que diz:
“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com
suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espíri-
13
14. to, andemos também no Espírito.” (Gl 5.24.25.) O ter-
mo crucificar não tem aqui o sentido de mortificar,
mas, sim, de deixar na cruz, ou seja, aplicar o suplí-
cio da cruz a todas as nossas concupiscências, para
que possamos viver e andar no Espírito, recebendo
de Deus todos os recursos de que precisamos para
desfrutar de uma vida plena e santa.
A concupiscência dos olhos: os olhos adquirem
desejos contrários aos desejos de Deus. Nossos
olhos são as “janelas” da nossa alma. O que você
permitir que entre por eles será o que você apresen-
tará a Deus e ao mundo. Eva foi tentada pelo diabo.
Ela deu espaço para que ele trabalhasse o que era
agradável aos seus olhos: um fruto tão bonito, su-
culento e apetitoso. Sua carne não resistiu porque
ela estava completamente seduzida pelas mentiras
de satanás. Faltou vigilância. O diabo age sempre
da mesma forma, e, assim, continua tentando o
homem com o mesmo artifício do que é agradá-
vel aos olhos. Ele apresenta ao homem uma revista
pornográfica de modo insistente e explícito e pro-
cura maquiar com a mentira a verdade de Deus. A
verdade diz: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verda-
deiro, tudo que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o
14
15. que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, s alguma virtude há e se algum louvor existe,
seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Fp 4.8.)
Mas a mentira fala: “Tudo o que é belo foi feito pra
se ver. O corpo feminino também foi feito por Deus e
é merecedor de admiração. Você foi chamado para a
liberdade e a livre expressão não pode ser condenada.
Você merece este prazer”. Se você não vigiar, estará
como Eva, dando espaço para a atuação perigosa
do diabo e ficará vulnerável à concupiscência dos
olhos. Jamais se esqueça do que está escrito no
livro de Lucas: “São os teus olhos a lâmpada do teu
corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará
em trevas.” (Lc 11.34.)
A soberba da vida: Eva deixou-se fascinar pela
possibilidade de estar no mesmo nível ou ainda
num patamar superior ao de Deus. Ela, com Adão,
tinha todos as suas necessidades supridas pelo
Criador e ainda desfrutava do privilégio da sua
companhia no final de todas as tardes. Mas isso não
foi suficiente para Eva. Ela foi seduzida pela soberba
da vida e cobiçou a posição de Deus. Como os seres
humanos têm sido tentados nesta área! Uma gran-
15
16. de porcentagem da humanidade anseia por uma
posição de destaque na sociedade. Muitos são os
que, para alcançarem tão efêmera posição, não se
intimidam diante de procedimentos os mais escu-
sos imagináveis: ignoram leis, normas, sentimentos
e desprezam até mesmo o seu semelhante. Essas
pessoas sucumbiram diante da soberba e o status
para elas é o alvo. Tudo o que puder se tornar um
empecilho é visto como um ponto a ser eliminado.
Tantas pessoas se afundam em dívidas por causa
da concupiscência! Mesmo a um custo tão elevado,
elas precisam demonstrar posição. Não a têm, mas
a desejam e, por causa dela, se afastam de Deus,
desobedecem à sua Palavra e pecam. Elas, muitas
vezes, chegam a se considerarem o próprio Deus,
tomando iniciativas que só caberiam ao Senhor,
como tirar a vida de outros. A soberba da vida fecha
a porta para o Espírito de Deus e expõe a pessoa
inteiramente ao diabo. Vigie para não cair em ten-
tação.
A soberba é ruína para os que ela seduz, porque
ela nada mais é do que a adoração de si mesmo em
detrimento da adoração a Deus. “Em vindo a sober-
ba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a
16
17. sabedoria [...] A soberba precede a ruína, e a altivez do
espírito, a queda.” (Pv 11.2;16.18.) Como o salmista,
clame ao Senhor: “Também da soberba guarda o teu
servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensí-
vel e ficarei livre de grande transgressão.” (Sl 19.13.)
Feche bem todas as brechas, para que essa ra-
posinha não invada a sua vinha em flor e destrua
os sonhos que, carinhosamente, você vem acalen-
tando todos esses anos, sonhos relacionados ao seu
trabalho, à sua vida conjugal, à sua vida espiritual e
tantos outros.
“Porque o que semeia para a sua própria carne da
carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Es-
pírito do Espírito colherá a vida eterna.” (Gl 6.8.)
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19. oCIosIDADe
A oitava raposinha é a ociosidade ou preguiça.
Ociosidade é gastar o tempo inutilmente, é a ina-
tividade, é estar desocupado, ficar sem fazer nada.
Vejamos o que está escrito no livro de Provérbios,
no capítulo 21, verso 25: “O preguiçoso morre de-
sejando, porque suas mãos recusam trabalhar.” O
desemprego não é um problema exclusivo de um
país determinado. Ele é mundial, com raríssimas
exceções. Entretanto, pode não haver emprego,
mas há trabalho. Há muitas pessoas que, mesmo
estando desempregadas, procuram um emprego e
não um trabalho. Há uma diferença muito grande
19
20. entre um e outro. A economia informal tem sido o
trabalho de muita gente. Muitas pessoas sustentam
a casa, pagam suas contas, o colégio das crianças
e se vestem investindo nesse tipo de economia.
No nosso país, a economia informal tem crescido.
Conhecemos uma pessoa que está desempregada,
mas sustenta a casa, paga o colégio para os filhos,
anda bem vestido, cumpre todos os seus compro-
missos fazendo parte dessa economia informal.
Uma barraca de doces, de pipocas; um serviço de
mecânico, de eletricista, de pedreiro, de vendedor e
tantas outras ocupações podem dar trabalho e con-
dição de sustento para muitas famílias. Se você, que
está desempregado, se dispuser a vender pipocas,
posso lhe garantir que levará o leite para casa todos
os dias. Mas nem todos pensam e agem desta ma-
neira. Muitos permanecem na ociosidade, dizendo:
“Ah! Eu estou esperando um emprego. Já mandei meu
currículo para várias empresas...” Só que o currículo
está aí, “curriculando” por tantos lugares, e a pessoa,
só esperando!
Reaja! Procure uma ocupação! Mulher, se o ma-
rido estiver desempregado, vá até seus vizinhos e
lhe ofereça o seu serviço de manicure, de cozinhei-
20
21. ra, de lavadeira, de salgadeira. Ofereça aulas parti-
culares, serviço de babá e tantos outros dons que
o Senhor tem lhe dado. Além de receber pelo seu
trabalho, você estará plantando uma semente e
breve comecará a colher, porque Deus vai investir
em você. Muitos, porém, dizem: “Eu? Trabalhar para
ganhar uma miséria desta? Deus me livre!” Trabalhe!
Deus vai multiplicar seu salário. Certo homem, que
hoje entregou sua vida a Jesus, trabalhava numa
multinacional e perdeu o emprego. Passou por si-
tuações delicadas e veio para Jesus. Um dia, ele foi
ao escritório de uma empresa buscando emprego.
Mas quando mostrou seu currículo, disseram que
ele era muito qualificado, que ali não havia trabalho
para ele. Ao sair, viu uma placa que anunciava vaga
para serviços gerais. Ele saiu, tirou o paletó, a grava-
ta, voltou e disse: “Eu me candidato a esse emprego”.
Estupefato, o dono da emprega permitiu que ele
preenchesse aquela vaga. Poucos dias depois, es-
tava ocupando uma posição compatível com a sua
qualificação. Muitos pensam que vão estragar sua
carreira aceitando um salário menor que o anterior,
porém, registro de salário na carteira nem sempre
tem valor. O que vale mesmo é você estar emprega-
21
22. do. Todo trabalho enobrece. Tome posse da bênção
de um trabalho e tome cuidado com a raposinha da
preguiça que destrói as flores!
O livro de Provérbios contém uma lição tremen-
da acerca da preguiça. Vamos ler:
“Vai ter com a formiga, o preguiçoso, considera os
seus caminhos e sê sábio. Não tento ela chefe, nem ofi-
cial, nem comandante, nem estio, prepara o seu pão,
na sega, ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso até
quando ficarás deitado? Quando te levantará do teu
sono? Um pouco para dormir, um pouco para tosca-
nejar, um pouco para encruzar os braços em repouso,
assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua
necessidade, como um homem armado.” (Pv 6.6-11.)
Reaja, levante cedo e comece a trabalhar! Procu-
re remir o tempo, pois a preguiça causa miséria.
Na minha infância, vivi um contexto diferente
da vida de hoje. Comecei a trabalhar muito cedo. Já
aos sete anos passava boa parte do dia engraxan-
do sapatos numa praça. Tinha também meu tempo
para o estudo. Nem por isso fiquei louco, comple-
xado, ignorante, pervertido, nada disso. O trabalho
não desgraça a vida de ninguém. O governo faz
uma campanha ostensiva contra o trabalho infantil.
22
23. É verdade que há pessoas que exploram o trabalho
das crianças, e o governo quer impedir o trabalho
escravo, que é uma coisa perversa. Mas é preciso
ensinarmos aos nossos filhos não só a trabalharem,
mas também a amarem o trabalho, porque o pró-
prio Deus vive trabalhando até hoje. Jesus disse: “[...]
Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”
(Jo 5.17.) Muitos pais ensinam os filhos a trabalha-
rem, não porque precisem do dinheiro deles, mas
porque trabalhar faz parte da vida. A pessoa vive
melhor quando está trabalhando, pois a Palavra diz:
“Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vir jus-
to desamparado, nem a sua descendência a mendigar
o pão.” (Sl 37.25.) Para que seja cumprida essa ver-
dade, Deus estabeleceu um princípio: “No suor do
rosto comerás o teu pão [...]” (Gn 3.19.) O trabalho é
necessário à nossa vida! Não permita que a ociosi-
dade destrua as suas flores. Mantenha-se ocupado
e essa raposinha perigosa não encontrará brechas
em sua vida.
“A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso
vem a padecer fome.” (Pv 19.15.)
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25. InDIFerençA
Há uma nona raposinha chamada indiferença.
É ela que provoca apatia, desânimo, insensibilida-
de moral e negligência. Essa raposinha leva mui-
tas pessoas a fazerem tudo com desamor, sem o
menor cuidado, induzindo-as a uma inconsciência
doentia. A pessoa passa a não ser quente nem fria:
fica morna. No livro de Apocalipse 3.15 está escrito:
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quen-
te. Quem dera que fosses frio ou quente!” Ou seja:
os cristãos daquela igreja para a qual o Senhor se
dirigia, a Igreja de Laodicéia, eram mornos, indife-
rentes. Em Jeremias 48.10 existe um lamento do
25
26. Senhor, uma maldição. De maneira muito triste, o
Senhor diz assim: “Maldito aquele que fizer a obra do
senhor relaxadamente.” Alguns pensam que, sendo
para Deus, qualquer coisa serve. Não é assim! Para
o meu Senhor, o melhor. Poucos imaginam o preço
que nós, pastores pagamos para, em cada reunião,
oferecermos o nosso melhor a Deus. Normalmente,
quando vamos pregar, sabemos o que pregar: fruto
de oração, de estudo, de comunhão com o Senhor.
Ao chegar ao templo, você vê irmãs orando, para
que possamos oferecer o melhor a Deus. Os irmãos
que cantam preparam as músicas, ensaiam, oram,
para oferecerem o melhor ao Senhor.
Quando você veio para a igreja, veio para a obra
de Deus. Porém, muitos pensam que somente os
pastores, os seminaristas ou os obreiros devem fa-
zer a obra do Senhor. Na verdade não é assim. Você
foi chamado para realizar a obra do Pai. Não permi-
ta que a raposinha da indiferença, esta que é tão
cuidada pelo inimigo, sopre ao seu ouvido. “Ah” Eu
vou para um grupo de crescimento se eu quiser ir!”
Muita atenção e cuidado, porque isso é relaxamen-
to! Na nossa igreja, aos domingos, celebramos seis
cultos em horários diferentes, durante todo o dia
26
27. e noite. Você pode escolher um deles, ou mais de
um, para participar. Mas o que você não pode, de
jeito nenhum, é deixar de fazer parte de pelo me-
nos um deles. Se você não frequentar a sua igreja,
você estará se prejudicando, pois a Palavra diz que
é maldito aquele que faz a obra do Senhor relaxa-
damente. Além disso, você estará permitindo que
essa raposinha entre na sua vida, impedindo-o de
ver o manifestar da graça do Senhor, por causa do
modo relaxado da sua fé. Vá para a igreja disposto
a oferecer o seu melhor a Deus. Vista sua melhor
roupa, escolha estreá-la na igreja, use seu melhor
sapato, cuide de seu físico, pois seu corpo é templo
do Espírito Santo e, ao Senhor, o melhor. Mas não
pense que é preciso roupa nova para ir à igreja. Ain-
da que você tenha uma roupa muito simples, um
sapato já bem usado, não importa. O importante é
que você esteja com a roupa bem limpa e passada
e o sapato engraxado. Será o seu melhor para Deus.
A viúva pobre deu o melhor para o Senhor e Ele se
agradou da oferta dela, porque ela o fez com o cora-
ção alegre. Aquelas moedinhas eram o melhor que
ela tinha para dar ao Senhor.
O nosso Deus procura adoradores que o adorem
27
28. em Espírito e em verdade: “Deus é espírito; e impor-
ta que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade.” (Jo 4.24.) Também as suas ofertas devem
traduzir o que você tem de melhor, porque são para
Deus. Jamais oferte algo que não lhe custe nada –
o Rei Davi já dizia isso: “Então, disse Araúna a Davi:
Tome, e ofereça o rei, meu senhor o que bem lhe pa-
recer [...] Porém o rei disse a Araúna: Não, mas eu to
comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei
ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me cus-
tem nada.” (2Sm 24.22,24.)
É preciso estar atento porque a indiferença é
muito amiga da amizade com o mundo (outra ra-
posinha perigosa). Quando a pessoa deixa que essa
raposinha se aposse da sua vinha, as flores come-
çam a perder o viço e em breve estarão sem vida,
murchas, inclinadas para baixo, indicando morte.
Assim acontece com a vida espiritual, com a co-
munhão com o Senhor. A apatia espiritual faz com
que a pessoa não perceba as ciladas que o diabo
arma diariamente no intuito de afastá-la de Deus e
da comunhão com os irmãos. Sem perceber, ela já
não tem tanta necessidade de ir aos cultos, de ler a
Palavra, de comungar com os irmãos e nem mes-
28
29. mo sente falta de participar da ceia do Senhor. Essa
pessoa fica como que anestesiada e, por isso mes-
mo, ela peca e não sente dor. Ela se tornou insensí-
vel à voz do Espírito Santo. Diante desta situação,
o diabo pode agir livremente, porque ela também
não perceberá as suas investidas. A indiferença a faz
alvo fácil do inimigo. Distraidamente ela passou a
travar amizade com o mundo e cada dia mais vai
se distanciando do Deus verdadeiro, se esquecendo
do sacrifício de Jesus para salvá-la. Ela se sente atra-
ída pelas músicas, pelos programas e por todos os
“atrativos” do mundo. Se você se identificou com al-
gumas dessas situações, é hora de acordar, porque,
talvez, a indiferença esteja tomando conta da sua
vida. Ao tomar conhecimento da existência desse
perigo você, provavelmente, precisará enfrentar um
outro inimigo: a carne. Sim, ela já deve ter se acostu-
mado à vida de relaxamento que você lhe propor-
cionou. Entretanto, tudo é possível àquele que crê.
Creia na Palavra que diz: “[...] andai no Espírito e ja-
mais satisfareis à concupiscência da carne.” (Gl 5.16.)
Se você estivesse doente e precisasse tomar um
remédio bem ruim, você não tomaria? Pois então,
obrigue a sua carne a ir à igreja, a frequentar as ati-
29
30. vidades que ela proporciona, a ler a Palavra de Deus
e a orar. Você estará fortalecendo o seu espírito e,
em breve, a sua carne, ou seja, a sua vontade esta-
rá no seu devido lugar: a cruz. A sua carne não vai
se agradar disso, porque ela milita contra o espírito,
mas ele, o seu espírito, estará se alegrando e sendo
fortificado. A Palavra garante que nós podemos to-
das as coisas em Cristo Jesus e que com Ele somos
mais que vencedores. Portanto, a vitória nessa bata-
lha já está garantida. Tome posse e iniciativa para o
cumprimento dela. Você novamente se deleitará na
presença de Deus e estará sensível à voz do Espírito
Santo. Nunca mais permita a entrada desse inimigo
chamado indiferença em sua vida.
Tudo o que fizermos, devemos fazer como para
o Senhor, e, não, para agradar aos homens (Cl 3.23).
Se o Senhor é nosso referencial, temos que dar-lhe o
nosso melhor. A indiferença, a apatia, o menospre-
zo pelas tarefas espirituais podem abrir uma brecha
para que as flores da nossa vinha sejam destruídas e
não venhamos a colher os frutos, a realizar os alvos
e sonhos que cultivamos.
Procure agir com diligência em tudo o que lhe
vier à mão para fazer. Todo trabalho, toda tarefa,
30
31. todos os estudos que precisar realizar, faça com
empenho, com dedicação, pois é a Cristo, o Senhor,
que você está servindo. “Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para
a glória de Deus.” (1Co 10.31.)
31
33. AMIZADe CoM
o MUnDo
Essa raposinha é como as outras, sutil e tremen-
damente astuta. Ela se disfarça tão bem que muitas
vezes é confundida como ovelha. Parece impossível,
pois a raposa nada tem de semelhante à ovelha. Isso
acontece porque as pessoas ficam fascinadas com o
que essa raposinha traz consigo e esse fascínio ce-
ga-lhes o entendimento. Assim, esse inimigo invade
a vinha e destrói paulatinamente suas flores. Muitos
nem se dão conta da ação dessa raposinha. Quando
percebem, o estrago já foi feito e somente o Agri-
33
34. cultor poderá restaurá-la. Entretanto, mesmo tendo
consentido na destruição da vinha, vendo que nela
não existe mais nenhuma flor, rejeitam as podas do
Agricultor. Se podemos ter a nossa vinha, é porque
somos ramos de uma grande e verdadeira videira,
Jesus Cristo. Nossos sonhos são realizáveis somente
quando enxertados na videira verdadeira e permiti-
mos as podas necessárias. Quando aceitamos Jesus
como Salvador, o Senhor faz com nossa vinha como
o homem da parábola dos maus lavradores: “[...] cer-
cou-a de uma sebe, construiu um lagar, edificou uma
torre, arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do
país.” (Mc 12.1.) Entregamos a nossa vida a Jesus e
somos enxertados nele. Deus, então, nos cerca com
uma sebe, que é uma cerca de arbustos, ramos, es-
tacas ou ripas entrelaçadas, para vedar terrenos. Os
anjos do Senhor estão acampados ao nosso redor
para impedir que sejamos devorados pelo inimigo
(Sl 34.7). O Senhor constrói um lagar, uma espécie
de tanque onde se espremem e se reduzem a líqui-
do certos frutos, especialmente uvas. Esse “tanque”
é o lugar de arrependimento diário, de conserto
diante de Deus, onde somos comprimidos para que
o suco seja extraído. O suco deve ser puro, deve
34
35. conter a essência do fruto. Como ramos enxertados
na videira verdadeira temos que encerrar as virtu-
des do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23). O nosso
Deus ainda edifica uma torre para nos proteger nas
batalhas. Os “braços” de Deus são o nosso refúgio. O
nome de Jesus, a nossa fortaleza contra o inimigo.
(Sl 61.3; Pv 18.10).
A parábola diz que o homem se ausentou do
país. Mas conosco acontece diferente. O Senhor não
se ausenta da nossa vida; Ele a entrega ao nosso cui-
dado, para zelarmos por ela. E é nesse ponto que
muitos têm falhado. Eles entram com o seu livre ar-
bítrio, ou seja, a sua livre escolha e abrem brechas,
não mais frequentam o lagar e deixam de usar a tor-
re. O desastre é total!
Essa ilustração foi para lhe dizer que você tem
tudo o que precisa para ser um vencedor, para não
deixar que os cuidados com o mundo o impeçam
de ver seus sonhos realizados. Porém, você preci-
sa cuidar da vinha. Muitas pessoas que se tornam
filhos de Deus, através do arrependimento e da
confissão de Jesus como Senhor e Salvador, abrem
franquia ao inimigo ao manterem uma amizade
com o mundo. Como isso acontece? Quando você
35
36. confunde a liberdade que Jesus lhe oferece com a
libertinagem que o mundo lhe propõe como sendo
natural. É mais uma vez o diabo distorcendo a ver-
dade de Deus. Você começa a achar que as coisas
do mundo “não são assim tão nocivas quanto dizem”.
“Afinal, que mal pode haver em frequentar barzinhos
e boates, se eu não vou beber mesmo?” O que você
está ignorando é que muito em breve, também,
não verá mal algum em beber um copo de cerve-
ja, e depois dois... O diabo é sutil no seu ataque. Se
você não vê problema nenhum em assistir a toda
programação mundana da televisão, alerte-se, por-
que, com certeza, a sua amizade com o mundo está
se estreitando. Se as suas roupas em nada diferem
do vestuário mundano, muito cuidado! Você já está
ficando íntimo do mundo.
Mundo, mundano... mas será que o mundo é tão
ruim assim? A Palavra diz que “Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eter-
na?” (Jo 3.16.) Sim, exatamente por isso! Deus criou
o mundo e tudo que nele há e Ele amou ao mun-
do. O Criador amou a sua criação e, não, o pecado
decorrente da livre escolha que Ele concedeu a ela.
36
37. Deus não amou o mundo, o sistema mundano, a es-
trutura criada pelo pecado do homem. O homem
pecou e, separado de Deus, criou suas próprias leis,
elaborou seus próprios conceitos. Cada vez mais
afastado do seu Criador, o ser humano faz do mun-
do um sistema hipócrita, mentiroso e inimigo de
Deus. A Palavra de Deus diz que não se pode servir a
dois senhores: “Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro
ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não po-
deis servir a Deus e às riquezas.” (Lc 16.13.) É preciso
definir a quem devotaremos o nosso amor, a quem
serviremos, a quem seguiremos e obedeceremos.
Deus é amor e verdade (1Jo 4.8); o diabo é o pai da
mentira (Jo 8.44).
Muitos não entendem bem o texto da epístola
de Tiago: “Infiéis, não compreendeis que a amizade
do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que qui-
ser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
(Tg 4.4.) Quando Jesus disse: “[...] aí vem o príncipe do
mundo; e ele nada tem em mim” (Jo 14.30), Ele estava
falando do diabo, e o diabo nada tem com Jesus.
Por isso, os que estão em Cristo não podem, de jeito
nenhum, ter amizade com o mundo. Se o fizessem
37
38. estariam sendo amigos de satanás e desprezando
o amor de Jesus. O que lhe prende mais a atenção?
Assistir a uma novela ou ler a Palavra de Deus? O que
lhe dá mais alegria? Um clássico de futebol ou estar
em comunhão com os irmãos, adorando ao Senhor
na igreja? O que lhe dá mais prazer? Um bom prato
de comida ou um jejum de vinte e quatro horas? O
nosso alvo deve ser a graça, a sabedoria que Deus
nos dá generosamente. Por isso a Palavra diz que
aquele que quiser ser amigo do mundo torna-se
inimigo de Deus. Queira sempre ser amigo de Deus.
Invista seu tempo com Ele. Caso contrário, você es-
tará revelando amizade ao mundo. É inconcebível
que se seja mais amigo do mundo do que de Deus.
Não podemos, em hipótese alguma, nos conformar
com o mundo. Precisamos nos conformar à imagem
de Cristo, como está escrito: “E não vos conformeis
com este século, mas transformai-vos pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2.)
Conformar é o mesmo que “ser conforme, ser da mes-
ma opinião, concordar”. Não tenha a mesma opinião
que o mundo, antes, pratique a Palavra de Deus e
concorde com toda a vontade dele para a sua vida,
38
39. porque só ela, como diz o texto de Romanos, é boa,
agradável e perfeita.
Queremos viver em plenitude, tendo uma vida
diferente a cada dia! Para isso, precisamos nos apro-
fundar mais na nossa comunhão com Deus, e, as-
sim, alcançarmos intimidade com o Pai celeste. No
início da nossa vida espiritual, não estamos habitu-
ados a uma vida de oração, leitura da Bíblia e medi-
tação. No entanto, com o exercício contínuo dessas
atividades, passamos a nos deleitar na presença do
Senhor e nem percebemos o passar das horas, nem
nos cansamos ao ficarmos horas e horas em intimi-
dade com Deus. Torna-se motivo de júbilo sentir
o amor do Pai e crescer a cada dia no seu conhe-
cimento. Exercite-se, querido leitor, na oração, na
adoração, no louvor, no jejum e na prática da pie-
dade, o que, dia a dia, o separará da amizade com o
mundo e o tornará um grande amigo de Deus.
39
41. InCreDULIDADe
A décima primeira raposinha, nós a chamare-
mos de incredulidade, que é a falta de fé. A Palavra
diz que aquele que se aproxima de Deus deve crer
que Ele existe e que é galardoador daqueles que o
buscam. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus,
porquanto é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe e que se torna galardoa-
dor dos que o buscam.” (Hb 11.6.)
Muitas pessoas confundem fé com esperança e
com desejo. Desejar muito que algo aconteça e orar
41
42. para que ele se torne realidade não é fé. Fé é orar
pedindo e dar graças por já ter recebido, antes mes-
mo que o pedido tenha se tornado real no mundo
físico. Na epístola aos Hebreus, o autor define o que
é fé: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não veem.” (Hb 11.1.) Fé é
confiança e não somente a constatação da existên-
cia de alguma coisa. Você pode, por exemplo, acre-
ditar que o avião, mesmo sendo mais pesado do
que o ar, pode voar. Entretanto, confiar para viajar
de avião é outro assunto. Muitas pessoas têm ver-
dadeiro pânico de avião. Existem pessoas que acre-
ditam em Deus, mas não confiam nele o suficiente
para lhe entregarem todo o controle de suas vidas.
Mesmo quando o fazem, têm certa incredulidade
quanto aos milagres que Deus opera na vida das
pessoas, por isso mesmo não os experimentam em
suas próprias vidas. Jesus já havia se manifestado
quanto à incredulidade do coração humano:
“Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até
quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?
Trazei-me aqui o menino. E Jesus repreendeu o demô-
nio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou
o menino curado. Então, os discípulos, aproximando-
42
43. se de Jesus, perguntaram em particular: Por que moti-
vo não pudemos nós expulsá-lo? E ele lhes respondeu:
Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade
vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostar-
da, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele
passará. Nada vos será impossível.” (Mt 17.17-20.) A
incredulidade faz com que as pessoas não se apos-
sem da autoridade que lhes foi concedida por Jesus
e, assim, tenham uma vida marcada pela opressão e
pela pobreza espiritual. A mostarda é o menor grão
de hortaliça, entretanto, quando cultivada, ela pro-
duz a verdura cuja folha é a maior dentre todas as
outras. A fé precisa ser cultivada para que a incre-
dulidade não se aposse do seu coração e o torne
uma pessoa derrotada. Mas, atenção! Que a sua fé
esteja firmada no Deus vivo e verdadeiro, o grande
“Eu Sou”, o Criador dos céus e da terra e de tudo que
neles há.
Por que falar tanto em fé, se o tema deste texto
é a incredulidade? Porque é necessário que se saiba
a importância da fé para se conscientizar do peca-
do da incredulidade, de como essa atitude interior
entristece o coração de Deus. Já vimos que sem fé
não agradamos a Deus e não tomamos posse de
43
44. toda autoridade e poder que, através de Cristo, nos
são conferidos. A incredulidade é a razão do fracas-
so de muita gente. Quantas pessoas entregaram
suas vidas a Cristo, mas duvidam quando alguém
testemunha do poder de Deus! Ao ouvirem alguém
testemunhar que Deus o curou de câncer, logo pen-
sam: “Ah, mas foi preciso fazer quimioterapia; tinha
mesmo que ficar curado”. Esquecem-se das milhares
de pessoas que se submetem a esse procedimento
médico e, mesmo assim, não são curadas. Há aque-
les que vivem questionando sobre a passagem do
povo de Deus no mar Vermelho. “Ah, Deus abriu o
mar num lugar que poderiam passar a “pés secos!” A
incredulidade dessas pessoas as faz esquecer que
Deus livrou o seu povo da escravidão do Egito e que
destruiu os inimigos que estavam em seu encalço.
Está escrito no livro de Êxodo: “E, voltando as águas,
cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército
de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda
um deles ficou.” (Êx 14.28.) Nenhum riacho encobri-
ria todo um exército, mas os incrédulos têm os seus
olhos como que tapados por escamas.
Foi a incredulidade que impediu quase todo o
povo de entrar na Terra Prometida. Dos seiscentos
44
45. mil (sem contar mulheres e crianças) que saíram do
Egito, somente dois colocaram seus pés em Canaã.
Nem mesmo Moisés herdou a Terra. Ele conduziu
o povo, entretanto, porque duvidou do poder de
Deus e tocou uma rocha duas vezes com o bordão,
ao invés de falar a ela como Deus ordenara, perdeu
a bênção de entrar em Canaã (Nm 20.10-12). Não
perca a sua bênção por causa da incredulidade. “E
não fez ali muitos milagres, por causa da incredulida-
de deles.” (Mt 13.58.)
A incredulidade torna as pessoas arrogantes e
presunçosas. Elas confiam na sua própria força e se
sentem como se tivessem o poder de realizar todas
as coisas que almejam. O incrédulo é aquele que,
mesmo passando por um grande problema, recu-
sa uma oração e diz: “Obrigado, mas eu não acredito
nisso.” Na verdade, ele está dizendo: “Obrigado, mas
eu não acredito que Deus esteja preocupado com
isso. Não creio que uma simples oração possa mudar
o curso do meu problema”. A incredulidade torna o
homem solitário, porque ele passa a depender da
força humana para todas as questões da sua vida. O
incrédulo se esquece, ou até mesmo nem conhece
as palavras de Jesus: “Eu sou a videira, vós, os ramos.
45
46. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15.5.)
Por desconhecer o poder de Deus, ele se marti-
riza e até perde a saúde ao se deparar com uma si-
tuação em que o homem nada pode fazer. O incré-
dulo não conhece o Deus para quem não existem
impossíveis e para quem todos os impossíveis dos
homens são possíveis (Lc 1.37;18.27).
Muitas pessoas permanecem tristes, choram e
se lamentam porque vivem física e espiritualmente
miseráveis, mas, quando lhes é anunciado que Cris-
to vive e que Ele deseja fazer parte de suas vidas, co-
mer com elas e que anseia por tê-las como amigas,
simplesmente não acreditam. Agem como os discí-
pulos que não acreditaram quando Maria Madalena
foi anunciar-lhes a ressurreição do Mestre. Essa in-
credulidade foi condenada por Jesus: “Finalmente,
apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e
censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração,
porque não deram crédito aos que o tinham visto já
ressuscitado.” (Mc 16.14.) A incredulidade fere o co-
ração de Deus, porque, para que o homem cresse
e fosse salvo, Ele se despojou de toda a sua glória,
se fez carne e habitou entre nós, assemelhando-se
46
47. a mim e a você. A incredulidade rejeita o sacrifício
de Jesus e todo o amor do Pai, por isso entristece
o Espírito de Deus. “E não entristeçais o Espírito de
Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.”
(Ef 4.30.)
Muitas pessoas são como Tomé, precisam ver
para crer. Se você já está vendo, qual é o valor da
sua fé? Na verdade isso não é fé, é a constatação de
um fato que já se concretizou. A Bíblia diz: “Todavia,
o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não
se compraz a minha alma.” (Hb 10.38.) Deus não se
agrada dos incrédulos. Jesus repreendeu a incre-
dulidade de Tomé, conforme está escrito no texto
a seguir:
“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não
estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe,
então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele
respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos
cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no
seu lado, de modo algum acreditarei. Passados oito
dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos,
e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio
Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!
E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas
47
48. mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado;
não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé:
Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Por que me
viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e
creram.” (Jo 20.24-29.)
Tantas pessoas são como Tomé! Jesus, porém
afirmou que bem-aventurados são os que, mesmo
sem ver, creem no poder de Deus.
Há os que dizem: “Será que Deus me ajudará nes-
se projeto? Se Ele me ajudar, eu serei fiel nos dízimos e
nas ofertas”. Essa é uma demonstração de incredu-
lidade na área financeira. A raposinha da increduli-
dade destrói as flores da confiança e do descanso
em Deus, impedindo que as pessoas sejam fiéis nos
dízimos e ofertas. Elas dizem: “Se Deus me ajudar, eu
farei...” E o Senhor está dizendo: “Se creres, Eu farei...”,
porque está escrito: “Respondeu-lhe Jesus: Não te dis-
se eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11.40.)
Apenas crer, esse é o caminho para ver e desfrutar
da glória de Deus. Fé e a confiança em Deus são as
armas de maior influência contra o diabo. Não acei-
te a opressão que o diabo impõe através da incre-
dulidade. Creia em Jesus, porque só Ele traz alívio e
descanso para as nossas almas (Mt 11.29).
48
49. A incredulidade na área sentimental pode levar
muitas pessoas a fazerem uma aliança sob jugo
desigual. Não acreditam que Deus possa se interes-
sar por essa área de suas vidas, ou, por julgarem a
sua resposta demorada, resolvem caminhar por si
mesmas e buscam, elas mesmas, a sua “outra me-
tade”. Não conseguem descansar em Deus e, sem a
sua orientação, trazem para suas vidas problemas e
muito sofrimento.
A incredulidade destrói seu relacionamento
com o Senhor e abre legalidade para ministrações
terríveis por parte do inimigo. Na carta ao Hebreus
está escrito: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça
haver em qualquer de vós perverso coração de incre-
dulidade, que vos afaste do Deus vivo.” (Hb 3.12) A
incredulidade nos afasta do Deus vivo, nos separa
do Senhor, não nos permitindo vê-lo no trono. Além
disso, a Palavra diz que os incrédulos não herdarão
o reino de Deus.
O oposto da incredulidade é a fé, e esta se ex-
pressa por meio da ação, da busca incessante e
confiante até que o objetivo da sua procura seja al-
cançado, trazido à realidade pela crença em Deus.
Conforme já foi dito anteriormente. “Ora, a fé é a
49
50. certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos
que se não veem.” A incredulidade vem pela dúvi-
da, pelo não crer e não descansar nas promessas e
nas infinitas misericórdias do Senhor. Isso faz com
que a pessoa se torne desanimada, espiritualmen-
te debilitada, porque, consentindo a entrada dessa
raposinha chamada incredulidade, deixou a vinha
desprotegida para a ação destruidora desse sorra-
teiro inimigo.
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos
abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticei-
ros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que
lhe cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a
saber, a segunda morte.” (Ap 21.8.)
50
51. FALtA De
perDão
A décima segunda e última raposinha será cha-
mada de falta de perdão. É ela que dá origem à raiz
de amargura que traz destruição e contamina a
alma, destruindo os relacionamentos daqueles que
se negam a perdoar. Se você ficar remoendo o pas-
sado, lembrando-se constantemente do que, ou de
quem lhe magoou, estará alimentando o ressenti-
mento e abrindo uma ferida ainda maior. Quando a
pessoa não perdoa, ela não pode, de forma alguma,
desfrutar plenamente das promessas que Deus tem
51
52. preparado para ela. Isso acontece porque a falta de
perdão aprisiona a pessoa no mundo espiritual.
Jesus narra uma parábola no evangelho de
Mateus, capítulo 18, dos versículos 21 a 35, sobre
um servo que devia dez mil talentos para o seu rei
e teve sua dívida perdoada. Todavia, aquele ser-
vo, saindo da presença do seu rei, encontrou-se
com um dos seus conservos e a este não lhe per-
doou uma dívida de cem denários, lançando-o na
prisão. O senhor daqueles dois, ao saber do acon-
tecido, mandou que chamassem o servo malva-
do e lhe disse: “Servo malvado, perdoei-te aquela
dívida toda porque me suplicaste; não devias tu,
igualmente, compadecer-te do teu conservo, como
também eu me compadeci de ti?” (Mt 18.32-33)
O rei ficou revoltado com a atitude daquele ho-
mem. E o fim reservado àquele que se negou a
perdoar foi este: “E, indignando-se, o seu senhor o
entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a
dívida.” (Mt 18.34.) A palavra verdugo vem do la-
tim e, literalmente, quer dizer: a vara verde usada
como açoite. Essa palavra define o carrasco que
se utilizava da vara para surrar os criminosos,
torturando-os. Por falta de perdão o servo mal-
52
53. vado foi entregue aos verdugos. Assim acontece
conosco quando nos negamos a perdoar, somos
entregues aos açoites. Todo aquele que não libera
o perdão fica entregue aos açoites. Todo aquele
que não libera o perdão fica entregue aos açoites.
Todo aquele que não libera o perdão fica entre-
gue ao flagelo de uma vida afastada de Deus, en-
tregue ao carrasco que lhe infligirá maus tratos,
deixando marcas de amargura, de ansiedade, de
melancolia e solidão. Essas pessoas geralmente
têm grande dificuldade de relacionamento, por-
que sua alma tornou-se prisioneira. Essas não são
apenas palavras de amedrontamento, são, sim,
o ressoar das palavras de Jesus: “Assim também
meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoar-
des cada um a seu irmão.” (Mt 18.35.) Tanto o ser-
vo quanto o conservo foram parar na prisão. Do
mesmo modo, quando não liberamos o perdão,
estamos aprisionando a pessoa e nos tornando
prisioneiros dela, cativos do nosso arquiinimigo,
o diabo.
Jesus nos perdoou uma dívida que jamais po-
deríamos pagar. Na cruz, Ele levou todos os nossos
pecados. Da mesma forma, o Senhor Jesus espera
53
54. que perdoemos aos nossos devedores. E o Senhor
expressa esse desejo nos textos de Colossenses e
Efésios:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutu-
amente, caso alguém tenha motivo de queixa contra
outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim
também perdoai vós [...] Antes, sede uns para com os
outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns
aos outros, como também Deus, em Cristo, vos per-
doou [...] Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos
amados.” (Cl 3.13; Ef 4.32; 5.1.)
A falta de perdão induz a pessoa a sentimentos
de inferioridade, de rejeição e tantos outros que
a farão melancólica e infeliz. Temos um caminho
a percorrer, e nessa caminhada muita gente leva
consigo uma sacola, na qual vai depositando as pe-
dras que lhe são atiradas. Essa sacola se torna cada
vez mais pesada e as pessoas passam a andar até
mesmo encurvadas pelo peso dela. Na verdade,
devemos fazer o nosso percurso sem carregar ne-
nhuma sacola, pois assim não acumularemos peso
em nossa vida. As pedras são as ofensas e a sacola é
a falta de perdão. Quando vamos acumulando má-
goas pela falta de perdão, nossa vida se torna pe-
54
55. sada, morosa e sem motivação. Use as pedras que
lhe forem atiradas para construir um belo castelo, o
castelo de amor, do perdão, da paciência, da longa-
nimidade, da paz e da alegria. Enfeite-o com as flo-
res da perseverança, da experiência e da esperança.
Protegendo esse castelo com a fé, você estará livre
para viver uma vida abundante, repleta das ricas
bênçãos de Deus.
Talvez você esteja sofrendo pela terrível falta de
perdão. Talvez até queira perdoar, mas não conse-
gue. Você sofre com isso, mas toda vez que pensa
nessa situação a única coisa que consegue é se afli-
gir ainda mais e se sentir ainda mais “pesado”. O que
fazer, então, para montar uma armadilha e pegar
essa raposinha tão astuta e embusteira? É impres-
cindível que você troque os murmúrios mentirosos
de satanás pela verdade libertadora de Deus. O
diabo diz: “Foi o fulano que o feriu; não perdoe. É ele
quem deve lhe procurar e fazer o conserto”. E quanto
mais você pensa sobre o ocorrido, mais ainda você
fica amargurado e sem alento para convívio social,
porque está preso àquela pessoa a quem você ain-
da não conseguiu perdoar. Mas Deus lhe fala: “Não
julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não
55
56. sereis condenados; perdoai e sereis perdoados [...] E,
quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa
contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial
vos perdoe as vossas ofensas.” (Lc 6.37; Mc 11.25.) A
Palavra de Deus é poderosa e enfática em toda a
sua essência. A falta de perdão impede que tanto as
bênçãos quanto o perdão de Deus fluam em nos-
sa vida. O perdão não é um sentimento e, sim, uma
ordem de Deus e uma atitude de fé: “Perdoai-vos
mutuamente.” A falta de perdão é um pecado, pois
infringe uma lei do Senhor. A pessoa que não libera
o perdão permite que essa raposinha destrua o seu
potencial, seus dons, suas habilidades, sua vida.
Você precisa perdoar às pessoas que o magoa-
ram, que o feriram. Perdoar não é esquecer, mesmo
porque a mente humana é como um computador
e tudo o que acontece conosco fica registrado nela
para sempre. Só Deus esquece, só Ele, que é perfei-
to, tem a capacidade de se esquecer para sempre
dos nossos pecados, quando confessados: “Pois,
para com as suas iniquidades usarei de misericórdia,
dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Hb 8.12.)
É preciso discernir entre a lembrança mental e a
emocional. Se você se lembrar de uma ofensa e ela
56
57. ainda lhe trouxer sofrimento, é porque você ainda
não conseguiu perdoar. Porém se, ao se lembrar da
ofensa, ela não lhe provocar nenhum efeito nega-
tivo, com certeza você liberou o perdão. Perdoar é
não levar em conta a ofensa sofrida, é não fazer co-
brança à pessoa que o feriu, é não mexer na ferida,
é não expô-la novamente, é não permitir que ela
cause mal-estar a você e a todos os que tomaram
conhecimento do fato.
Em Hebreus 12, verso 15, diz assim: “Atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, sepa-
rando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de
amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio
dela, muitos sejam contaminados.” Perdoe, perdoe
sempre. A raiz da amargura só cresce no terreno
que é adubado pela falta de perdão. E essa raiz de
amargura contamina você e todos os que estão à
sua volta. Não deixe que essa raiz se entranhe na
sua alma e abra fendas no seu interior. A partir de
agora libere o perdão! Ofereça ao seu ofensor uma
página em branco, porque nela Deus escreverá um
lindo poema, e essa poesia, escrita pela inspiração
divina, se cumprirá em sua vida. Livre-se de todo o
embaraço. Não permita que o diabo lhe sopre men-
57
58. tiras. Se ele massagear o seu ego dizendo: “Mas o
que é isto? Você é uma pessoa muito boa, boníssima!
Já perdoou o fulano tantas vezes que nem se pode
contar. Agora ele precisa é de castigo e, não, de per-
dão. Não seja bobo!” Eu o exorto a fazer como Jesus:
Vencer o diabo com a Palavra. Rebata esse engano
dizendo: “Está escrito: ‘perdoai-vos mutualmente [...]
Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes
sete’ (Cl 3.13; Mt 18.22.), e assim eu farei”.
Por tudo, Jesus não nos instrui a orar assim: “Pai,
eu quero cura para o meu corpo. Eu quero um empre-
go...” Todas essas coisas nos são dadas gratuitamen-
te quando o nosso coração está repleto de perdão.
Foi por esse motivo que Ele nos ensinou a orar.
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos
perdoado aos nossos devedores.” (Mt 6.12.) Quando
somos perdoadores, atraímos todas as bênçãos do
Senhor sobre nós. O perdão nos torna parecidos
com Deus, porque perdoar é amar, e Deus é amor.
Algumas pessoas querem operar os mesmos mila-
gres que Jesus. Então tomam posse da Palavra que
diz: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que
crê em mim fará também obras que eu faço e outras
maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Jo
58
59. 14.12.) Mas ignoram a Palavra que diz: “Aquele que
diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos
é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1Jo 2.4.) Elas
dizem que conhecem Jesus, mas se tornam menti-
rosas quando se nega a obedecer aos seus manda-
mentos, e um deles é o perdão.
Crer em Deus não se limita a acreditar na sua ex-
periência, mas principalmente em lhe ser obedien-
te. O Senhor quer que tenhamos intimidade com
Ele para que do nosso interior fluam rios de água
viva. Crer é o mesmo que ter confiança. E quem
confia, obedece. Por isso Jesus falou: “Quem crer em
mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios
de água viva.” (Jo 7.38.)
A falta de perdão é essa raposinha astuta que
teima em tirar o nosso pleno relacionamento com
o Senhor.
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofen-
sas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, po-
rém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”
(Mt 6.14-15.)
59
61. ConCLUsão
Jesus Cristo é a videira verdadeira e Ele é tudo o
que o nosso coração precisa para galgarmos os seus
mais ousados sonhos. Nossa vida, nossos sonhos e al-
vos são as nossas vinhas, e elas estão num constante
renovar de flores. Essas flores se transformarão em fru-
tos saudáveis e abundantes. A única pessoa que pode
impedir que tal metamorfose aconteça somos nós
mesmos. Cada um de nós tem a responsabilidade de
cuidar da sua vinha. O agricultor plantou e preparou
tudo o que precisávamos para protegê-la. Agora, cabe
a mim e a você cuidar para que nenhuma raposinha
entre sorrateiramente e destrua todas as flores.
61
62. Talvez você nem soubesse da existência delas,
ou, não imaginava que elas tivessem tamanho po-
der de destruição. É possível que você não soubesse
que essas raposinhas poderiam impedir que o pro-
pósito de Deus para a sua vida se cumprisse. Mas,
pela graça de Deus, hoje você tomou consciência
de que elas existem e que podem destruir todas as
flores da sua vinha. Você já sabe como evitar a inva-
são desses inimigos que se disfarçam para arruinar
todos os seus sonhos e sonhos de Deus para você.
Você agora sabe quais são as raposinhas que têm
estragado as suas flores, impedindo que os frutos
vinguem.
Todo aquele que se torna negligente, acarician-
do essas e outras raposinhas, separa-se do amor de
Deus e permite a ação destruidora do inimigo. Ne-
nhuma raposinha, ou seja, nenhum tipo de pecado,
se apresenta com sua real aparência. Ele procura
disfarces que possam enganar os filhos de Deus
para torná-los vulneráveis ao seu poder destruidor.
Seja vigilante e prudente, porque se o seu coração
for uma terra boa, a semente, que é a Palavra de
Deus, frutificará. E se você cuidar para que as raposi-
nhas não destruam as flores, elas produzirão a trin-
62
63. ta, a sessenta e a cem por um. Você foi enxertado na
videira verdadeira e precisa permanecer nela para
que todas as suas flores se transformem em frutos.
Essa é a vontade do Senhor: “[...] eu vos escolhi a vós
outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça [...]” (Jo 15.16.)
Cuide da sua vinha, recupere as cercas, use o la-
gar e proteja-se na torre. Feche todas as brechas e
não permita que as raposinhas, sutilmente, invadam
seu coração. Viva uma vida de oração, de comunhão
com Deus, cheia da unção do Espírito Santo e verá
que os seus frutos, além de vingarem abundante-
mente, permanecerão para sempre!
63
65. espeCIAL pArA
VoCÊ!
Eu não poderia deixar de falar diretamente a
você que ainda não entregou sua vida a Jesus e para
quem, talvez, esse vocabulário tenha ainda um sen-
tido desconhecido. Neste livro, você ficou sabendo
que Deus amou tanto ao mundo (e nele você está
incluído) que enviou Jesus para morrer também em
seu lugar (Jo 3.16). Deus fez isso porque todos os
homens, sem exceção, pecaram e foram destituídos
da sua graça (Rm 3.23) e Deus quis que os homens
restaurassem a sua comunhão com Ele. Como o ho-
65
66. mem foi criado à imagem e semelhança de Deus,
ele procura incessantemente uma ponte de ligação,
um mediador que possa levá-lo novamente ao Pai.
E o ser humano tem procurado isso de diversas for-
mas. Entretanto, essa busca só terá fim na pessoa de
Jesus Cristo, porque Ele mesmo afirmou: “[...] Eu sou
o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim.” (Jo 14.6.) Só Jesus é o caminho que
poderá conduzi-lo de volta aos braços amorosos do
Pai. Muitos têm se apresentado como legítimos me-
diadores, mas a Palavra de Deus diz: “Porquanto há
um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem.” (1Tm 2.5.) Você poderá dizer:
“Mas eu já acredito em Jesus Cristo!” Porém, como já
foi visto nesta mensagem, existe uma grande dife-
rença entre acreditar e confiar, entre querer e ter fé.
Mesmo crendo em Jesus Cristo, você pode afirmar
que o conhece intimamente? Veja o que está escrito
na Palavra de Deus: “Mas, a todos quantos o recebe-
ram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber aos que crêem no seu nome.” (Jo 1.12.) Somen-
te quem é filho de Deus pertence à família do Se-
nhor e pode conhecer intimamente a Jesus Cristo.
Você precisa abrir a sua boca e confessar que Jesus
66
67. Cristo é o Senhor da sua vida, que você o escolheu
como seu único e suficiente Salvador. Confessar não
é apenas um ato simbólico, mas um fato de grande
peso no mundo espiritual, porque está escrito: “Se,
com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em
teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para
justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação
[...] Portanto, todo aquele que me confessar diante dos
homens, também eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus.” (Rm 10.9-10; Mt 10.32.)
Deus abençoe!
Pr . Márcio Valadão
67
69. JesUs te
AMA e QUer
VoCÊ!
1º PASSO: Deus o ama e tem um plano
maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)
2º PASSO: O Homem é pecador e está
69
70. separado de Deus. “Pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)
3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,
para o conflito do homem. “Respondeu-
lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo
14.6.)
4º PASSO: É preciso receber a Jesus em
nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Porque com o coração se crê para justiça e com
a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm
10.9-10.)
5º PASSO: Você gostaria de receber a
Cristo em seu coração? Faça essa oração de
70
71. decisão em voz alta:
“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.
6º PASSO: Procure uma igreja evangé-
lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.
Ficaremos felizes com sua visita!
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72. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão
CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG
www.lagoinha.com
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