SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
INTRODUÇÃO


1.OBJETIVOS________________________________________________________________02
2.REFERÊNCIAL TEÓRICO____________________________________________________03
     2.1 O valor educativo do xadrez vivo e a indisciplina____________________________04
     2.2 Capacidades Desenvolvidas com o Estudo e a Prática do Xadrez Vivo___________06
     2.3 As Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais_________________08
3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS________________________________________08
     3.1 Caracterização dos Educandos___________________________________________08
     3.2 Componentes dos grupos_______________________________________________08
4.REFERÊNCIAS_____________________________________________________________09




1.   OBJETIVOS
Geral

* Favorecer o desenvolvimento de características cognitivas, sociais e afetivas utilizando o jogo
Xadrez - Vivo.


Específicos

* Apresentar as normas básicas do xadrez e os elementos necessários para a sua compreensão.
* Estimular a atenção, o silêncio e a reflexão como aspectos fundamentais para a aquisição das
habilidades necessárias ao jogo de xadrez.
* Incentivar o desenvolvimento de relações interpessoais.
* Potencializar a capacidade de raciocínio lógico-matemático.
* Desenvolver a criatividade e o uso da imaginação mediante a busca de soluções dos problemas
ocorridos.
* Responsabilizar-se pelos próprios atos, reconhecer os acertos e erros.
* Desenvolver a auto-estima e a capacidade de superação.
* Desenvolver a capacidade de autonomia a partir da tomada de decisões indivduais no transcorrer
das partidas.
* Aumentar o controle da impulsividade evitando ações irreparáveis.
* Expressar as próprias opiniões e defendê-las racionalmente.
* Criar um ambiente favorável, em que as qualidades das crianças possam sobressair; com a
apropriação de habilidades, responsabilidade, liderança, sociabilidade, criatividade, tornando-os
cidadãos conscientes.
        Atualmente, o xadrez é considerado como arte, esporte e ciência; com este tríplice título ele
deve ser ensinado e cultivado. Como jogo: é esporte intelectual, competição, desafio criador,
divertimento, higiene mental e repouso. Como ciências: é estratégia (tática e técnica), estudo,
pesquisa, imaginação, descobrimento (e descoberta), ideal de perfeição e como arte é harmonia,
representação, mensagem de beleza, encanto espiritual, emoção, prazer cultural, felicidade; sendo a
música clássica considerado um encontro com o Criador. Ao contrário do que parece, o xadrez não é
um jogo apenas para pessoas inteligentes. Toda criança que tenha capacidade normal,( desde que
motivada ) dedicação objetiva e devoção ao jogo pode-se tornar um bom jogador.


2.      REFERENCAL TEÓRICO

A História do Xadrez
       Abordaremos a história do xadrez focalizando escolas de pensamentos, fatos e enxadristas
mais importantes de cada período. (apud. Wilson da Silva, 2004).
Período Antigo (até 1600)           Período Moderno (de 1600 até hoje)
   1. Primitivo (até 500 dc)         1.Clássico ou Romântico (de 1600 a 1886)
   2. Sânscrito (de 500 a 600)       2. Científico (de 1886 a 1916)
   3. Persa (de 600 a 700)           3. Hipermoderno (de 1916 a 1946)
   4. Árabe (de 700 a 1200)          4. Eclético (de 1946 até hoje
   5. Europeu de (1200 a 1600)

PERÍODO ANTIGO ( até 1600)
Período Primitivo (até 500 dc)
       O Período Primitivo da história do xadrez não pode ser estudado sem um conhecimento
prévio de outros jogos de tabuleiro. É necessário observar os jogos que existiam antes do xadrez
aparecer, e somente depois é possível entender as fontes e razões que fizeram surgir o xadrez. Hoje,
historiadores do xadrez como Yuri Averbach, acreditam na possibilidade do xadrez ter evoluído de
um jogo de corrida, embora essa questão esteja longe de ser consensual.

Período Sânscrito (de 500 a 600)
       É geralmente aceito que é o ancestral do Xadrez mais antigo conhecido surgiu na Índia entre
os séculos VI e VII da era cristã e chamava-se Chaturanga (jogo dos quatros elementos). Era
praticado tanto por duas como por quatro pessoas. Descrevemos a forma para quatro pessoas. Cada
jogador possuía oito peças: um Ministro (hoje Dama),um Cavalo, um Elefante (hoje bispo), um
Navio (mais tarde carruagem e hoje a Torre) e quatro Soldados (atualmente os Peões).

Período Persa ( de 600 a 700 )
       Por volta do século VII o xadrez chegou na pérsia e passou a ser chamado de Chatrang,
sendo mencionado em muitos textos deste período. As primeiras peças de xadrez descobertas
também datam desta época.

Período Árabe (de 700 a 1200 )
        Com a Pérsia sendo conquistada pelos árabes o jogo assou a ser chamado de Shatranj. Logo
se tornou muito popular no mundo árabe e surgiram os primeiros grandes jogadores que
desenvolveram a teoria e chegaram inclusive a praticá-la às cegas. Os árabes difundiram o xadrez
pelo norte da África e Europa, através da invasão da Espanha.

Período Europeu (de 1200 a 1600 )
        Por volta do século IX o xadrez foi introduzido na Europa pela invasão da Espanha pelos
Mouros, e no século XI já era amplamente conhecido no velho mundo. No século XIII as casas do
tabuleiro assaram a ser divididas em duas cores para facilitar a visualização dos enxadristas.
        Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopes de Segura, que foi o melhor jogador deste
período, propôs a utilização do roque. Esta alteração será aceita nas Inglaterra, França e Alemanha
somente 70 anos depois.. O movimento En Passant já era usado em 1560 por Ruy Lopes, embora
não se conheça seu criador. O duplo avanço do peão em sua primeira jogada surgiu em 1823, em
um manuscrito europeu.
        Mas uma das principais alterações aconteceu aproximadamente em 1485, na renascença
italiana, surgindo o xadrez da “rainha enlouquecida”. Até esta época não existia a peça rainha, e em
seu lugar havia uma chamada Ferz, que era uma espécie de Ministro. Ele, que só podia deslocar-se
uma casa por vez pelas diagonais, transformou-se em Dama ( Rainha) ganhando o poder de mover-
se para todas as direções.
        Os Bispos, que só se moviam em diagonal duas casas, passaram a ter também mais liberdade
movendo-se por todas as casas livres da diagonal. Os Peões que chegassem à ultima fila seriam
promovidos a uma peça já capturada. Atualmente os Peões podem a ser promovidos a Dama, Torre,
Bispo ou Cavalo.

Período Moderno ( de 1600 até hoje )
       Período Clássico ou Romântico (de 1600 a 1886 )
       Este período é caracterizado principalmente por uma predominância do elemento criativo,
sobre o esportivo. Não bastava ganhar, amas tinha que ser feito com estilo. O jogo aberto, com
ataque rápido e fulminante, cheio de belas combinações foi marca registrada do movimento
       Nomes como Greco, Stamma, Philidor, Deschapelles e Laboudonnais são alguns dos
precursores do movimento, mas é através de Staunton, Anderssem e Morphy que o movimento
chegou a maturidade.
       Em 1851 foi realizado o primeiro Torneio Internacional durante a Exposição Universal de
Londres., e foi vencido pelo alemão Adolf Anderssem.
       Morphy fo o melhor jogador deste período e suas contribuições para o desenvolvimento do
xadrez são indeléveis:
En dos direcciones se dirige la aportación esencial de Morphy em el terreno de la técnica
ajedrecística, es decir en el conocimiento de los princípios posicionales que se popularizarian más
tarde. El primer principio (...) estipula que cada jugada debe contribuir en lo posible al desarrollo; el
segundo afirma que el buen desarrollo se hace tanto más efectivo cuanto de la posición abierta. Esto
equivale a decir que al bando mejor desarrollo le interesa abrir el juego y al peor desarrollo
mantenerio cerrado en lo posible (Reti, 1985, p. 22).

Período Científico (de 1886 a 1946 )
        Este período foi marcado pelas idéias de Wilhem Steinitz que lançou as bases do xadrez
moderno. Suas idéias estão incorporadas no que chamamos hoje de xadrez posicional, e por isso é
considerado uma espécie de Aristóteles do xadrez.
        Os planos de Stenitz são novos, baseados no acúmulo de pequenas vantagens que o
adversário cede, onde consideradas separadamente, nada representam, mas acumuladas podem
construir uma vantagem decisiva. Um dos méritos de Stenitz foi perceber que uma partida de
xadrez gira em torno de um delicado equilíbrio de forças.
        Para conseguir vantagem em um desses elementos (Tempo, Espaço e Matéria) deve-se ceder
algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras palavras, nada se obtém
grátis em uma partida bem equilibrada de xadrez. Steintz foi campeão mundial por 28 anos, de 1866
a 1894 .
        Emanuel Lasker, que derrotou Steinitz, foi também uma figura singular no xadrez. Doutor
em filosofia e matemático, via o xadrez como uma constante luta de duas vontades. Também como
Steinitz procurou desvendar os princípios fundamentais que regem a conduta da partida de xadrez,
mas posicionou o escopo de sua análise tanto na técnica quanto nas idiossincrasias do enxadrista. O
seu estilo, que consistia em desequilibrar a oposição nem semre realizando as melhores jogadas,
mas sim o lance mais desagradável para cada adversário, recebeu o nome de Escola Psicológica .
        Após manter-se como Campeão Mundial por 27 anos, de 1894 a 1921, Lasker perdeu o
título ara o cubano José Raul Capablanca.
        Capablanca, mestre do xadrez posicional, foi um dos melhores jogadores de todos os
tempos. Aprendeu o jogo aos quatro anos e demonstrou uma aptidão natural para o xadrez jamais
vista. Era praticamente imbatível e não perdeu nenhuma partida oficial de 1915 a 1924, mas enfim
perdeu o título mundial em 1927 para Alexander Alekhine.
        Para Capablanca cada partida era única e cada lance que executava tinha significação
particular. Ao contrário do princípio de Morphy que estabelecia para a abertura o desenvolvimento
de uma peça em cada lance, sua teoria era que uma peça deve ser jogada quando e onde seu
desenvolvimento se encaixe no plano de jogo que o enxadrista tem em mente.

Período Hipermoderno ( de 1916 a 1946 )
       Com a descoberta das leis que governam o jogo posicional o xadrez passou por um período
um pouco engessado, onde os dogmas clássicos deveriam ser sempre observados. Foi então que
jovens talentosos enxadristas como Alekhine, Reti, Bogolijubow e Breyer ousaram questionar estes
dogmas.
       Em 1924, foi fundada em Paris a Fédération Internationale dês Échces (FIDE).
Com 156 federações nacionais filiadas representando mais de cinco mlhões de jogadores é uma das
maiores organizações esportivas mundiais reconhecidas elo International Olympic Committee
(IOC).

Período Eclético (a partir de 1946)
        Este período é caracterizado ela incorporação e refinamento dos princípios descobertos
anteriormente. Os Grandes Mestres deste período são exímios tanto na tática quanto na estratégia,
embora muitas vezes seu estilo possa pender para o jogo posicional ou tático.
        Com a morte de Alekhine em 1946 o título ficou vago e a FDE passou a regulamentar a
disuta elo título, sendo que a primeira aconteceu em 1948 e fo vencda por Mikahail Botvinnik
(Rússia). Os campeões a partir daí foram os seguinte:- Vasily Smyslov ( Rússia ), Mikhail Thal
( Letônia ), Tigran etrossian ( Armênia ), Bors Spassky ( Rússia ), Bobby Fischer ( EUA ), Anatoly
Karpor ( Rússia ), Garry Kasarov ( Azerbaijão ), Lexander Khalifman ( Rússia), Viswanathan
Anand ( Índia ), Ruslan Ponomariov ( Ucrânia ) que é o mais jovem campeão mundal da história.
 No campo escolar um ponto importante deve ser assinalado. Em 1986 a FIDE e a UNESCO
criaram o Committe on Chess in Schools ( CCS ) que tem um importante pael na dfusão do ensino e
na democratização do xadrez enquanto instrumento pedagogico.

2.1    O Valor Educativo do Xadrez Vivo e a Indisciplina
       A aprendizagem do xadrez requer constância, rigor e disciplina. O pensador espanhol José
Ortega e Gasset disse: "É impossível fazer algo importante no mundo se não se reúne estas
qualidades: força de vontade e disciplina".
       Ainda que demore, a vontade há de se formar.
       O filósofo espanhol Fernando Savater, em seu livro O Valor de educar, diz:
não se pode educar um menino sem contrariar-lhe em maior ou menor medida. Para poder moldar
seu espírito é preciso formar antes sua vontade e isso sempre dói bastante

        Para a criança o jogo é muito importante, tanto que ela joga toda sua personalidade; isto é:
para ela a sua participação é de vencer ou vencer; não joga apenas para passar o tempo. Segundo
alguns estudiosos, o jogo é o trabalho da infância ao qual a criança dedica-se com alegria e
desprendimento.
        Na maioria das vezes essa atitude não é levada à sério, sendo ignorado a grandeza dos
valores educativos que o jogo oferece.
        O ingresso da criança na escola é algo muito diferente daquele que viveu até então; terá
obrigações a cumprir, que sua vida dedicada ao jogo terá uma mudança consideravel, porque
exigirá maior atenção e concentração e, que muitas vezes acarretará a insegurança e até mesmo a
indisciplina.
        Mas o que é Indisciplina? Qual é sua origem? Como poderemos trabalhar com ela?
        INDISCIPLINA, s.f. Rebeldia, Desordem, Rebelião ( Francisco da Silveira Bueno;
Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11ª edição,1976)
        Alguns alunos demonstram total desinteresse e a abnegação clara por aquilo que se pretende
ensinar ou qualquer outro comportamento impróprio, por vezes não são mais do que chamadas de
atenção ao professor sobre os sua maneira de ensinar ou como desenvolver uma aula prazerosa. As
regras devem ser claras com os alunos; pois se houver mudanças, pode desencadear o descontrole
total da disciplina. Muitas vezes essas regras são contestadas pelo aluno, por não concordar com as
mesmas; até mesmo pelo mérito imposto pelo educador, sua parcialidade e seus critérios de
apreciação. O aluno não aceita o professor ou a sua matéria, e o professor muitas vezes, não
consegue despertar no aluno o interesse, nem motivação pela suas aulas; também citamos aquele
aluno que infelizmente já vem “rotulado..! daí surge a indisciplina.
        São vários os motivos da indisciplina em sala de aula, tais como a
desigualdade social (miséria e a fome), problemas familiares (famílias desestruturadas), drogas...
influência de ídolos da mídia televisiva e dos jogos de vídeo game violentos, a incapacidade do
professor (formas agressivas no tratamento com as crianças, rotulagem e a estigmatização...), as
doenças adquiridas. Outro ponto importante a relatar é o cabedal de conhecimentos adquirido pelo
aluno antes de sua chegada para a escola, entre eles os valores e atitudes.
 A indisciplina pode ser um reflexo do esfacelamento familiar, a falta de autoridade e limites, até
mesmo pode surgir como a outra alternativa ao seu insucesso escolar ao espelhar em seus colegas
de escola, e acreditar ser inferior. Muitas vezes não estão ligadas as aulas ou as disciplinas. Este
insucesso muitas vezes são oriundos de certos valores, que ele pensa serem assumidos pelo
agrupamento social, ou até mesmo por vários tipos de preconceitos e à rejeição e, que o mesmo não
vê refletido nele. Até mesmo sua aparência, maneira de falar e agir pode provocar comportamentos
indisciplinados. LA TAILLE (1994, p. 9)
Crianças precisam sim aderir a regras que implicam valores e formas de conduta e estas somente
podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os limites implicados por estas regras não
devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não pode ser feito ou ultrapassado.
Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição
ocupada dentro de algum espaço social — a família, a escola, a sociedade como um todo.
        A falta de entendimento, a imaturidade, o baixo rendimento escolar, a agressividade muitas
vezes com origem familiar e até mesmo pelas drogas, entre outros, devem ser observados como
sintomas de distúrbios complexos que é preciso tratamento especializado, sem o qual as repressões
ou sanções serão totalmente inúteis e até mesmo desencadear o agravamento dos sintomas. A
indisciplina, então, passa a ser vista como uma atitude de desrespeito, de intolerância aos acordos
firmados, do não cumprimento de regras capazes de estabelecer a conduta de uma criança ou até
mesmo de um grupo. Um comportamento de desobediência é qualquer ato ou lacuna que contraria
alguns princípios do regimento escolar estabelecidos pela escola ou pelo professor até mesmo pela
comunidade. A indisciplina vai na contramão à autoridade do educador. Para vencê-la, o professor
terá que usar de todos os “artifícios” disponíveis de sua experiência profissional:
compromisso,”negociação” e a criatividade; uma saída são os jogos, um deles é sem dúvida
alguma é o jogo de xadrez. (vivo)
        Existe uma diferença muito grande no significado o jogo de xadrez para o adulto e para a
criança. Para nós, na maioria das vezes jogamos “para deixar o tempo passar”. Para as crianças o
jogo é “tudo ou nada”; aí é que entra a motivação do professor para que a criança tenha prazer
diante da beleza e do desafio que o xadrez proporciona. Com auxilio do professor a criança deve
encontrar sua própria maneira de jogar; no entanto, teremos que evitar, que as mesmas sejam
induzidas aos nossos “vícios”. O Xadrez Vivo, proporciona as crianças de como sair de uma
situação difícil; alternativas de soluções e as conseqüências dessas ações. Dá a elas autoridade nas
tomadas das decisões, valorizando sua auto-estima e conseqüentemente sua responsabilidade; dando
para nós “um xeque-mate na indisciplina”.
        Ao mesmo tempo aprender que as peças no jogo xadrez são todas importantes, mas, que
deve-se controlar e observar atentamente, tanto as próprias peças, como as do adversário, para
armar uma tática final, ou seja : “esnucar” o Rei, dando o “xeque-mate”.
        A idéia é que em uma época na qual o mundo gira em torno da cibernética, com mudanças a
todo instante, a melhor ferramenta que a criança pode obter em sua escolaridade é o pensamento
lógico e a criatividade; e isso, sem dúvida alguma o Xadrez Vivo proporciona, através de sua magia,
da beleza inocente que embala os sonhos infantis.
        Para uma sociedade melhorar é preciso (investimento nas séries iniciais das escolas
públicas) que suas crianças, sejam estimuladas, tenham oportunidades, que não sejam castradas em
seus sonhos em sua tenra idade. É preciso que se incida nelas um sentido social. É indispensável
que as crianças sejam desafiadas em sala de aula e fora dela, através de jogos, (informática) para
serem melhores do que são, caso contrário cai-se na mesmice e no “lenga-lenga” de sempre, ou
seja: desde muito cedo não se realiza nada, como acontece atualmente em muitas das escolas
públicas municipais de Curitiba.

2.2    Capacidades Desenvolvidadas com o Estudo e a Prática do Xadrez Vivo.
       Depois de anos pesquisando o desenvolvimento da concentração em crianças e adolescentes
podemos afirmar que o progresso mais acentuado coincide com o começo da prática do jogo de
xadrez, o qual influi, sem dúvida, na mentalidade deles. Krogius, N. V. - La Psicologia em ajedrez.
       Segundo António Lopez e José Monedero,no livro Xadrez Essencial (Editora Paidotribo,
Barcelona)

  O xadrez pode desenvolver mais de duas dezenas de qualidades básicas muito úteis para a vida do
ser humano: imaginação, concentração, planificação, previsão, memória, espírito de luta, controle
dos nervos, capacidade de decisão, criatividade, organização, autocrítica, objetividade, intuição,
capacidade de cálculo, visão espacial, sociabilidade, lógica, sobreposição ao fracasso e vontade,
entre outras .

        No mês de agosto de 1988, em Timissoara ( Romênia ) foi realizado o Seminário Escolar de
Xadrez da FIDE, onde Constantino Paizis proferiu uma palestra "sobre a influência na formação da
personalidade das crianças em idade escolar". Está palestra aponta dois problemas básicos que
enfrenta o instrutor de xadrez: controlar o espírito de competição dos jovens jogadores e superar a
desinformação dos pais quanto aos aspectos educacionais do xadrez. Pais também fornecem
argumentos em favor da tese de que o xadrez tem implicações, em longo prazo, na formação da
personalidade e, portanto, é um excelente instrumento na educação. As informações aqui
apresentadas provêm desta palestra.
        A criança, acabando de aprender as regras do jogo e começando a jogar, está em uma trilha
de delicado equilíbrio.
        Inicialmente ela passa de um modo egocêntrico, elaborando planos e combinações que
poderiam ser realizadas se seu oponente não fizesse lances. Aos poucos, vai percebendo que o lado
oposto procura obstruir a realização de seus planos, ela começa a temê-lo mas não muda de atitude,
continua a jogar do mesmo modo egocêntrico, simplesmente desejando que o adversário não seja
capaz de penetrar nos seus planos e, portanto, permita que ela vença a partida atingindo, assim, um
ponto crítico e delicado: o espírito
de competição se desenvolve. Como evoluir? Neste ponto a interferência do professor é necessária
para controlar esta força, pois se for deixada sozinha, poderá ter conseqüências perigosas.
        O espírito de competição exagerado pode levar a concentração de todas as energias numa só
atividade limitada, negligenciando
 a evolução homogênea da personalidade. Pode levar, também, o grande desapontamento que por
sua vez vão deixar marcas profundas no caráter da criança, como falta de autoconfiança,
acomodação, etc.
        Por isso, o professor tem que entrar em ação e motivar o jovem praticante a jogar xadrez
pelo prazer, mais do que para vencer a qualquer custo. Ele deve mostrar a seus alunos a riqueza das
variantes e linhas de abertura, a criatividade do meio de jogo e a lógica do final. Em poucas
palavras, imprimir na mente dos aprendizes a beleza sem fim do xadrez, ao invés de valorizar a
efêmera glória da vitória. (apud, Wilson da Silva,2004)
        Entretanto, o imenso mérito do Xadrez Vivo,é que ele responde a uma das questões do
ensino dinâmico: dar a possibilidade a cada aluno de progredir segundo seu próprio ritmo, com
responsabilidade, valorizando assim a motivação pessoal e social.
        Ensino enxadrístico pode inverter a relação professor-aluno, colocando em xeque as
hierarquias instituídas na sala de aula, o que não acontece no Xadrez Vivo.
        Existem ainda experiências utilizando o xadrez como terapia ocupacional, contribuindo
para a inserção familiar e social de crianças,
adolescentes e mesmo adultos infratores ou em liberdade assistida.
        Além disso, quando ele é introduzido nas classes de baixo rendimento escolar, auxilia ao
desenvolvimento da autoconfiança, da responsabilidade e socialização; visto que apresenta uma
situação na qual os alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde onde se destacar e,
paralelamente, aumentar sensivelmente seu progresso em outras disciplinas.




2.3 As Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais (apud,Wilson da Silva, 2004)
CARACTERÍSTICAS DO XADREZ IMPLICAÇÕES NOS ASPECTOS
EDUCACIONAIS E DE FORMAÇÃO DO CARÁTER

Concentração enquanto Imóvel da
Cadeira.
Desenvolvimento do auto-controle
Psicofísico.
Fornecer o número de movimento num tempo.
Avaliação da hierarquia do problema e a locação do tempo disponível.
Movimentar peças após exaustiva análise lances seguintes.
Desenvolvimento da capacidade para pensamento abrangente e profundo.
Encontrado um lance, a
Procura de outro melhor.
Empenho no progresso contínuo.
De uma posição a princípio igual,
Direcionar a uma conclusão
Brilhante (combinação )
Criatividade e imaginação
O resultado indica quem
Tinha o melhor plano.
Respeito à opinião do interlocutor.
Entre várias possibilidades ,escolher uma única,sem ajuda externa.
Capacidade para o processo de tomar
Decisões com autonomia.
Um movimento deve ter consequência
Lógica do anterior devendo apresentar o seguinte.
Capacidade para o pensamento e
Execução lógicos ,auto consciência e fluidez de raciocínio.

3.     PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Caracterização dos Educandos

        Na EEEP Maria Carmem Vieira Moreira serão confeccionados trajes referentes as
vestimentas das peças que compõem o Xadrez, sejam temáticas ou clássicas, tal ação será praticada
inteiramente pelos alunos com devida orientação dos Professores responsáveis pela feira. Os
educandos precisam optar pelo modelo a ser seguido e apresentar os trabalhos explorando a
temática apresentada.

3.2 Componentes dos grupos

        Os grupos serão formados seguindo o esquema do jogo, ou seja, cada peça terá vida e assim
somente um pessoa poderá assumir um papel por vez, sendo estes: 1 rei branco, 1 rei preto, 1 rainha
branca, 1 rainha preta, 2 bispos brancos, 2 bispos pretos, 2 cavalos brancos, 2 cavalos pretos, 2
torres brancas, 2 torres pretas, 8 peões brancos e 8 peões pretos somando 32 peças = pessoas, mais 2
Jogadores totalizando 34 pessoas (mínimo obrigatório).




4.     REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. Jogos para a Estimulação das Múltiplas Inteligências. 2a edição. PETRÓPOLIS:
Vozes, 1999.
BONSDORFF, E. et ai. Ajedrez e Matemáticas. Barcelona; Ediciones Martïnez Roca, 1974. -
(Coleção Escaques).
BRASIL, Lei nü 9394/96 de 20/12/96 - Lei de Díretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Brasília (DF): Diário Oficial da União, n° 248 de 23/1271996.
BROUGÈRE, G. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
BURGER, M.O Jogo de Xadrez. In:Revista Vivências,n°26,Salvador(BA). 1992.
CAMPBELL, L. et. ai. Ensino e aprendizagem por meio das inteligências múltiplas. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2000. 308 p.
CAPABLANCA,J.R.Lições Elementares de Xadrez.São Paulo:Hemus, 1979.126 p.
DEMO, P. Saber pensar. 2a ed. São Pauio: Cortez : Instituto Paulo Freire, 2001. (Guia da escola
cidadã; v. 6).
DUFLO, C. O jogo de Pascal a Schilier. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. FIALHO, F.
Ciências da Cognição. Florianópolis: Insular, 2001. 264 p.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21. ed. São Paulo :
Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura). 165 p.
FILGUTH, R. Xadrez de A a Z.(Dicionário Ilustrado) Porto Alegre:Artmed, 2005.123 p.
GARDNER,H. O verdadeiro, o belo e o bom. Rio de Janeiro:Objetiva, 1999. 361 p.
GROSSi, Esther Pilar (org). Paixão de Aprender. PETRÓPOLIS: Vozes, 1992.
____ . O jogo de xadrez: uma experiência educacional na periferia. In: Dois
Pontos: teoria & prática em educação. Vol. 2, n. 17, verão 93/94.
GRAU, R. G. Tratado general de ajedrez. v. 1. 19. ed. Buenos Aires : Sopena Argentina,
1973.
KISHIMOTO, T. M. (org). O brincar e suas teorias. São Paulo; Pioneira Thomson Learning, 2002.
KISHIMOTO, Lizuko M. A: O Jogo e a Educação Infantil. SÃO PAULO: Pioneiro, 1994.
LASKER, E. História do xadrez. 2. ed. São Paulo: IBRASA, 1999.
MACEDO, Lino de e outros. Aprender com Jogos e Simulações. PORTO ALEGRE: Artimed, 2000.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para uma nova profissão. In: Pátio. Ano V, No. 17,
Mai/Jul2001.
Construindo Competências. In: Nova Escola(Brasil).Setembro de 2000, pp. 19-31.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação.
Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
POZO, Juan Ignácio e outros. A Solução de Problemas. PORTO ALEGRE, Artimed, 1998.
SILVA, Da Silva. Iniciação Enxadrítica para Educadores. CURITIBA,2004
TIRADO, A., Silva, W. da. Meu primeiro livro de xadrez : curso para escolares. Curitiba: Editora
Gráfica Expoente Ltda., 1995
VASCONCELLOS, F. A. Apontamentos para uma história do xadrez & 125 partidas brilhantes.
Brasília: Da Anta Casa Editora, 1991. 350 p.
VASCONCELLOS, Ceíso dos Santos. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. SÃO
PAULO: Libertad, 1993.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (7)

Xadrez
XadrezXadrez
Xadrez
 
Jogos de tabuleiro
Jogos de tabuleiro Jogos de tabuleiro
Jogos de tabuleiro
 
Xadrez
Xadrez Xadrez
Xadrez
 
Xadrez
XadrezXadrez
Xadrez
 
Xadrez Escolar
Xadrez EscolarXadrez Escolar
Xadrez Escolar
 
Jogos de tabuleiro 2012
Jogos de tabuleiro 2012Jogos de tabuleiro 2012
Jogos de tabuleiro 2012
 
Filosofia das artes marciais medio
Filosofia das artes marciais   medioFilosofia das artes marciais   medio
Filosofia das artes marciais medio
 

Destaque

SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARK
SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARKSPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARK
SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARKTsuyoshi Horigome
 
X2 T04 05 trig substitutions (2011)
X2 T04 05 trig substitutions (2011)X2 T04 05 trig substitutions (2011)
X2 T04 05 trig substitutions (2011)Nigel Simmons
 
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?Xác Em Nay Ở Phương Nào ?
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?Kanatora
 
Xat 2006 Paper
Xat 2006 PaperXat 2006 Paper
Xat 2006 Paperroadtomba
 
იმერეთი
იმერეთიიმერეთი
იმერეთიTB
 
სამეგრელო
სამეგრელოსამეგრელო
სამეგრელოTB
 
ხათუნა დალაქიშვილი
ხათუნა დალაქიშვილიხათუნა დალაქიშვილი
ხათუნა დალაქიშვილიtreningikaspi
 

Destaque (7)

SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARK
SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARKSPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARK
SPICE MODEL of XBS024S15R-G (Professional Model) in SPICE PARK
 
X2 T04 05 trig substitutions (2011)
X2 T04 05 trig substitutions (2011)X2 T04 05 trig substitutions (2011)
X2 T04 05 trig substitutions (2011)
 
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?Xác Em Nay Ở Phương Nào ?
Xác Em Nay Ở Phương Nào ?
 
Xat 2006 Paper
Xat 2006 PaperXat 2006 Paper
Xat 2006 Paper
 
იმერეთი
იმერეთიიმერეთი
იმერეთი
 
სამეგრელო
სამეგრელოსამეგრელო
სამეგრელო
 
ხათუნა დალაქიშვილი
ხათუნა დალაქიშვილიხათუნა დალაქიშვილი
ხათუნა დალაქიშვილი
 

Semelhante a O valor educativo do xadrez vivo

Breve história do xadrez
Breve história do xadrezBreve história do xadrez
Breve história do xadrezHelder Correia
 
Luiz jean lauand o xadrez na idade média
Luiz jean lauand   o xadrez na idade médiaLuiz jean lauand   o xadrez na idade média
Luiz jean lauand o xadrez na idade médiaPaulo Henrique
 
2 ª SessãO Historia Jogos
2 ª SessãO  Historia Jogos2 ª SessãO  Historia Jogos
2 ª SessãO Historia Jogosguest328080
 
2 ª SessãO Historia Jogos
2 ª SessãO  Historia Jogos2 ª SessãO  Historia Jogos
2 ª SessãO Historia Jogosguest328080
 
Itinerante xadrez 2
Itinerante xadrez 2Itinerante xadrez 2
Itinerante xadrez 2profluli
 
Introdução ao xadrez
Introdução ao xadrezIntrodução ao xadrez
Introdução ao xadrezceliaU2
 
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado   meu primeiro livro de xadrezAugusto tirado   meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrezEscola do Amanhã
 
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado   meu primeiro livro de xadrezAugusto tirado   meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrezCcarlaSlide
 
Xadrez na E.M. Norma Sueli Borges
Xadrez na E.M. Norma Sueli BorgesXadrez na E.M. Norma Sueli Borges
Xadrez na E.M. Norma Sueli Borgespdescola
 
Jb news informativo nr. 0068
Jb news   informativo nr. 0068Jb news   informativo nr. 0068
Jb news informativo nr. 0068JB News
 
Edgard Armond Os Exilados Da Capela
Edgard Armond   Os Exilados Da CapelaEdgard Armond   Os Exilados Da Capela
Edgard Armond Os Exilados Da Capelajosyespirita
 
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdf
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdfManual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdf
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdfxomesix405
 

Semelhante a O valor educativo do xadrez vivo (20)

Conteudo xadrez
Conteudo xadrezConteudo xadrez
Conteudo xadrez
 
Breve história do xadrez
Breve história do xadrezBreve história do xadrez
Breve história do xadrez
 
Apostila de Xadrez.pdf
Apostila de Xadrez.pdfApostila de Xadrez.pdf
Apostila de Xadrez.pdf
 
Apostila xadrez 2005
Apostila xadrez 2005Apostila xadrez 2005
Apostila xadrez 2005
 
Luiz jean lauand o xadrez na idade média
Luiz jean lauand   o xadrez na idade médiaLuiz jean lauand   o xadrez na idade média
Luiz jean lauand o xadrez na idade média
 
Xadrez e as religioes
Xadrez e as religioesXadrez e as religioes
Xadrez e as religioes
 
2 ª SessãO Historia Jogos
2 ª SessãO  Historia Jogos2 ª SessãO  Historia Jogos
2 ª SessãO Historia Jogos
 
2 ª SessãO Historia Jogos
2 ª SessãO  Historia Jogos2 ª SessãO  Historia Jogos
2 ª SessãO Historia Jogos
 
Xadrez3
Xadrez3Xadrez3
Xadrez3
 
Itinerante xadrez 2
Itinerante xadrez 2Itinerante xadrez 2
Itinerante xadrez 2
 
Introdução ao xadrez
Introdução ao xadrezIntrodução ao xadrez
Introdução ao xadrez
 
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado   meu primeiro livro de xadrezAugusto tirado   meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
 
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado   meu primeiro livro de xadrezAugusto tirado   meu primeiro livro de xadrez
Augusto tirado meu primeiro livro de xadrez
 
Histor 04
Histor 04Histor 04
Histor 04
 
Manual de Xadrez - Antigo
Manual de Xadrez - AntigoManual de Xadrez - Antigo
Manual de Xadrez - Antigo
 
Manual Xadrez (antigo)
Manual Xadrez (antigo)Manual Xadrez (antigo)
Manual Xadrez (antigo)
 
Xadrez na E.M. Norma Sueli Borges
Xadrez na E.M. Norma Sueli BorgesXadrez na E.M. Norma Sueli Borges
Xadrez na E.M. Norma Sueli Borges
 
Jb news informativo nr. 0068
Jb news   informativo nr. 0068Jb news   informativo nr. 0068
Jb news informativo nr. 0068
 
Edgard Armond Os Exilados Da Capela
Edgard Armond   Os Exilados Da CapelaEdgard Armond   Os Exilados Da Capela
Edgard Armond Os Exilados Da Capela
 
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdf
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdfManual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdf
Manual_de_xadrez_2023_-_pdf_(1)_compressed.pdf
 

Mais de Maria carmem

Ficha de inscrição novatos
Ficha de inscrição novatosFicha de inscrição novatos
Ficha de inscrição novatosMaria carmem
 
Razão e Proporção
Razão e ProporçãoRazão e Proporção
Razão e ProporçãoMaria carmem
 
Ficha de Informações Médicas
Ficha de Informações Médicas Ficha de Informações Médicas
Ficha de Informações Médicas Maria carmem
 
Formulário de Matricula29
Formulário de Matricula29Formulário de Matricula29
Formulário de Matricula29Maria carmem
 
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28Questionário de Caracterização Socioeconômica 28
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28Maria carmem
 
Ficha de inscrição
Ficha de inscriçãoFicha de inscrição
Ficha de inscriçãoMaria carmem
 
Estatística 2º bimestre
Estatística   2º bimestreEstatística   2º bimestre
Estatística 2º bimestreMaria carmem
 
Progressão aritmética 2º bimestre
Progressão aritmética   2º bimestreProgressão aritmética   2º bimestre
Progressão aritmética 2º bimestreMaria carmem
 
2º ano roteiro de estudo anatomia pdf
2º ano roteiro de estudo   anatomia pdf2º ano roteiro de estudo   anatomia pdf
2º ano roteiro de estudo anatomia pdfMaria carmem
 

Mais de Maria carmem (20)

Matricula
MatriculaMatricula
Matricula
 
Resultado final
Resultado finalResultado final
Resultado final
 
Ficha medica
Ficha medicaFicha medica
Ficha medica
 
Eeep mcvm
Eeep mcvmEeep mcvm
Eeep mcvm
 
Ficha medica
Ficha medicaFicha medica
Ficha medica
 
Ficha de inscrição novatos
Ficha de inscrição novatosFicha de inscrição novatos
Ficha de inscrição novatos
 
Sem título 3
Sem título 3Sem título 3
Sem título 3
 
Análise 03
Análise 03Análise 03
Análise 03
 
Razão e Proporção
Razão e ProporçãoRazão e Proporção
Razão e Proporção
 
Ficha de Informações Médicas
Ficha de Informações Médicas Ficha de Informações Médicas
Ficha de Informações Médicas
 
Formulário de Matricula29
Formulário de Matricula29Formulário de Matricula29
Formulário de Matricula29
 
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28Questionário de Caracterização Socioeconômica 28
Questionário de Caracterização Socioeconômica 28
 
Scanned image-30
Scanned image-30Scanned image-30
Scanned image-30
 
Scanned image-29
Scanned image-29Scanned image-29
Scanned image-29
 
Scanned image-28
Scanned image-28Scanned image-28
Scanned image-28
 
Ficha de inscrição
Ficha de inscriçãoFicha de inscrição
Ficha de inscrição
 
Arte rupestre
Arte rupestreArte rupestre
Arte rupestre
 
Estatística 2º bimestre
Estatística   2º bimestreEstatística   2º bimestre
Estatística 2º bimestre
 
Progressão aritmética 2º bimestre
Progressão aritmética   2º bimestreProgressão aritmética   2º bimestre
Progressão aritmética 2º bimestre
 
2º ano roteiro de estudo anatomia pdf
2º ano roteiro de estudo   anatomia pdf2º ano roteiro de estudo   anatomia pdf
2º ano roteiro de estudo anatomia pdf
 

O valor educativo do xadrez vivo

  • 1. INTRODUÇÃO 1.OBJETIVOS________________________________________________________________02 2.REFERÊNCIAL TEÓRICO____________________________________________________03 2.1 O valor educativo do xadrez vivo e a indisciplina____________________________04 2.2 Capacidades Desenvolvidas com o Estudo e a Prática do Xadrez Vivo___________06 2.3 As Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais_________________08 3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS________________________________________08 3.1 Caracterização dos Educandos___________________________________________08 3.2 Componentes dos grupos_______________________________________________08 4.REFERÊNCIAS_____________________________________________________________09 1. OBJETIVOS
  • 2. Geral * Favorecer o desenvolvimento de características cognitivas, sociais e afetivas utilizando o jogo Xadrez - Vivo. Específicos * Apresentar as normas básicas do xadrez e os elementos necessários para a sua compreensão. * Estimular a atenção, o silêncio e a reflexão como aspectos fundamentais para a aquisição das habilidades necessárias ao jogo de xadrez. * Incentivar o desenvolvimento de relações interpessoais. * Potencializar a capacidade de raciocínio lógico-matemático. * Desenvolver a criatividade e o uso da imaginação mediante a busca de soluções dos problemas ocorridos. * Responsabilizar-se pelos próprios atos, reconhecer os acertos e erros. * Desenvolver a auto-estima e a capacidade de superação. * Desenvolver a capacidade de autonomia a partir da tomada de decisões indivduais no transcorrer das partidas. * Aumentar o controle da impulsividade evitando ações irreparáveis. * Expressar as próprias opiniões e defendê-las racionalmente. * Criar um ambiente favorável, em que as qualidades das crianças possam sobressair; com a apropriação de habilidades, responsabilidade, liderança, sociabilidade, criatividade, tornando-os cidadãos conscientes. Atualmente, o xadrez é considerado como arte, esporte e ciência; com este tríplice título ele deve ser ensinado e cultivado. Como jogo: é esporte intelectual, competição, desafio criador, divertimento, higiene mental e repouso. Como ciências: é estratégia (tática e técnica), estudo, pesquisa, imaginação, descobrimento (e descoberta), ideal de perfeição e como arte é harmonia, representação, mensagem de beleza, encanto espiritual, emoção, prazer cultural, felicidade; sendo a música clássica considerado um encontro com o Criador. Ao contrário do que parece, o xadrez não é um jogo apenas para pessoas inteligentes. Toda criança que tenha capacidade normal,( desde que motivada ) dedicação objetiva e devoção ao jogo pode-se tornar um bom jogador. 2. REFERENCAL TEÓRICO A História do Xadrez Abordaremos a história do xadrez focalizando escolas de pensamentos, fatos e enxadristas mais importantes de cada período. (apud. Wilson da Silva, 2004). Período Antigo (até 1600) Período Moderno (de 1600 até hoje) 1. Primitivo (até 500 dc) 1.Clássico ou Romântico (de 1600 a 1886) 2. Sânscrito (de 500 a 600) 2. Científico (de 1886 a 1916) 3. Persa (de 600 a 700) 3. Hipermoderno (de 1916 a 1946) 4. Árabe (de 700 a 1200) 4. Eclético (de 1946 até hoje 5. Europeu de (1200 a 1600) PERÍODO ANTIGO ( até 1600) Período Primitivo (até 500 dc) O Período Primitivo da história do xadrez não pode ser estudado sem um conhecimento prévio de outros jogos de tabuleiro. É necessário observar os jogos que existiam antes do xadrez aparecer, e somente depois é possível entender as fontes e razões que fizeram surgir o xadrez. Hoje,
  • 3. historiadores do xadrez como Yuri Averbach, acreditam na possibilidade do xadrez ter evoluído de um jogo de corrida, embora essa questão esteja longe de ser consensual. Período Sânscrito (de 500 a 600) É geralmente aceito que é o ancestral do Xadrez mais antigo conhecido surgiu na Índia entre os séculos VI e VII da era cristã e chamava-se Chaturanga (jogo dos quatros elementos). Era praticado tanto por duas como por quatro pessoas. Descrevemos a forma para quatro pessoas. Cada jogador possuía oito peças: um Ministro (hoje Dama),um Cavalo, um Elefante (hoje bispo), um Navio (mais tarde carruagem e hoje a Torre) e quatro Soldados (atualmente os Peões). Período Persa ( de 600 a 700 ) Por volta do século VII o xadrez chegou na pérsia e passou a ser chamado de Chatrang, sendo mencionado em muitos textos deste período. As primeiras peças de xadrez descobertas também datam desta época. Período Árabe (de 700 a 1200 ) Com a Pérsia sendo conquistada pelos árabes o jogo assou a ser chamado de Shatranj. Logo se tornou muito popular no mundo árabe e surgiram os primeiros grandes jogadores que desenvolveram a teoria e chegaram inclusive a praticá-la às cegas. Os árabes difundiram o xadrez pelo norte da África e Europa, através da invasão da Espanha. Período Europeu (de 1200 a 1600 ) Por volta do século IX o xadrez foi introduzido na Europa pela invasão da Espanha pelos Mouros, e no século XI já era amplamente conhecido no velho mundo. No século XIII as casas do tabuleiro assaram a ser divididas em duas cores para facilitar a visualização dos enxadristas. Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopes de Segura, que foi o melhor jogador deste período, propôs a utilização do roque. Esta alteração será aceita nas Inglaterra, França e Alemanha somente 70 anos depois.. O movimento En Passant já era usado em 1560 por Ruy Lopes, embora não se conheça seu criador. O duplo avanço do peão em sua primeira jogada surgiu em 1823, em um manuscrito europeu. Mas uma das principais alterações aconteceu aproximadamente em 1485, na renascença italiana, surgindo o xadrez da “rainha enlouquecida”. Até esta época não existia a peça rainha, e em seu lugar havia uma chamada Ferz, que era uma espécie de Ministro. Ele, que só podia deslocar-se uma casa por vez pelas diagonais, transformou-se em Dama ( Rainha) ganhando o poder de mover- se para todas as direções. Os Bispos, que só se moviam em diagonal duas casas, passaram a ter também mais liberdade movendo-se por todas as casas livres da diagonal. Os Peões que chegassem à ultima fila seriam promovidos a uma peça já capturada. Atualmente os Peões podem a ser promovidos a Dama, Torre, Bispo ou Cavalo. Período Moderno ( de 1600 até hoje ) Período Clássico ou Romântico (de 1600 a 1886 ) Este período é caracterizado principalmente por uma predominância do elemento criativo, sobre o esportivo. Não bastava ganhar, amas tinha que ser feito com estilo. O jogo aberto, com ataque rápido e fulminante, cheio de belas combinações foi marca registrada do movimento Nomes como Greco, Stamma, Philidor, Deschapelles e Laboudonnais são alguns dos precursores do movimento, mas é através de Staunton, Anderssem e Morphy que o movimento chegou a maturidade. Em 1851 foi realizado o primeiro Torneio Internacional durante a Exposição Universal de Londres., e foi vencido pelo alemão Adolf Anderssem. Morphy fo o melhor jogador deste período e suas contribuições para o desenvolvimento do xadrez são indeléveis:
  • 4. En dos direcciones se dirige la aportación esencial de Morphy em el terreno de la técnica ajedrecística, es decir en el conocimiento de los princípios posicionales que se popularizarian más tarde. El primer principio (...) estipula que cada jugada debe contribuir en lo posible al desarrollo; el segundo afirma que el buen desarrollo se hace tanto más efectivo cuanto de la posición abierta. Esto equivale a decir que al bando mejor desarrollo le interesa abrir el juego y al peor desarrollo mantenerio cerrado en lo posible (Reti, 1985, p. 22). Período Científico (de 1886 a 1946 ) Este período foi marcado pelas idéias de Wilhem Steinitz que lançou as bases do xadrez moderno. Suas idéias estão incorporadas no que chamamos hoje de xadrez posicional, e por isso é considerado uma espécie de Aristóteles do xadrez. Os planos de Stenitz são novos, baseados no acúmulo de pequenas vantagens que o adversário cede, onde consideradas separadamente, nada representam, mas acumuladas podem construir uma vantagem decisiva. Um dos méritos de Stenitz foi perceber que uma partida de xadrez gira em torno de um delicado equilíbrio de forças. Para conseguir vantagem em um desses elementos (Tempo, Espaço e Matéria) deve-se ceder algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras palavras, nada se obtém grátis em uma partida bem equilibrada de xadrez. Steintz foi campeão mundial por 28 anos, de 1866 a 1894 . Emanuel Lasker, que derrotou Steinitz, foi também uma figura singular no xadrez. Doutor em filosofia e matemático, via o xadrez como uma constante luta de duas vontades. Também como Steinitz procurou desvendar os princípios fundamentais que regem a conduta da partida de xadrez, mas posicionou o escopo de sua análise tanto na técnica quanto nas idiossincrasias do enxadrista. O seu estilo, que consistia em desequilibrar a oposição nem semre realizando as melhores jogadas, mas sim o lance mais desagradável para cada adversário, recebeu o nome de Escola Psicológica . Após manter-se como Campeão Mundial por 27 anos, de 1894 a 1921, Lasker perdeu o título ara o cubano José Raul Capablanca. Capablanca, mestre do xadrez posicional, foi um dos melhores jogadores de todos os tempos. Aprendeu o jogo aos quatro anos e demonstrou uma aptidão natural para o xadrez jamais vista. Era praticamente imbatível e não perdeu nenhuma partida oficial de 1915 a 1924, mas enfim perdeu o título mundial em 1927 para Alexander Alekhine. Para Capablanca cada partida era única e cada lance que executava tinha significação particular. Ao contrário do princípio de Morphy que estabelecia para a abertura o desenvolvimento de uma peça em cada lance, sua teoria era que uma peça deve ser jogada quando e onde seu desenvolvimento se encaixe no plano de jogo que o enxadrista tem em mente. Período Hipermoderno ( de 1916 a 1946 ) Com a descoberta das leis que governam o jogo posicional o xadrez passou por um período um pouco engessado, onde os dogmas clássicos deveriam ser sempre observados. Foi então que jovens talentosos enxadristas como Alekhine, Reti, Bogolijubow e Breyer ousaram questionar estes dogmas. Em 1924, foi fundada em Paris a Fédération Internationale dês Échces (FIDE). Com 156 federações nacionais filiadas representando mais de cinco mlhões de jogadores é uma das maiores organizações esportivas mundiais reconhecidas elo International Olympic Committee (IOC). Período Eclético (a partir de 1946) Este período é caracterizado ela incorporação e refinamento dos princípios descobertos anteriormente. Os Grandes Mestres deste período são exímios tanto na tática quanto na estratégia, embora muitas vezes seu estilo possa pender para o jogo posicional ou tático. Com a morte de Alekhine em 1946 o título ficou vago e a FDE passou a regulamentar a
  • 5. disuta elo título, sendo que a primeira aconteceu em 1948 e fo vencda por Mikahail Botvinnik (Rússia). Os campeões a partir daí foram os seguinte:- Vasily Smyslov ( Rússia ), Mikhail Thal ( Letônia ), Tigran etrossian ( Armênia ), Bors Spassky ( Rússia ), Bobby Fischer ( EUA ), Anatoly Karpor ( Rússia ), Garry Kasarov ( Azerbaijão ), Lexander Khalifman ( Rússia), Viswanathan Anand ( Índia ), Ruslan Ponomariov ( Ucrânia ) que é o mais jovem campeão mundal da história. No campo escolar um ponto importante deve ser assinalado. Em 1986 a FIDE e a UNESCO criaram o Committe on Chess in Schools ( CCS ) que tem um importante pael na dfusão do ensino e na democratização do xadrez enquanto instrumento pedagogico. 2.1 O Valor Educativo do Xadrez Vivo e a Indisciplina A aprendizagem do xadrez requer constância, rigor e disciplina. O pensador espanhol José Ortega e Gasset disse: "É impossível fazer algo importante no mundo se não se reúne estas qualidades: força de vontade e disciplina". Ainda que demore, a vontade há de se formar. O filósofo espanhol Fernando Savater, em seu livro O Valor de educar, diz: não se pode educar um menino sem contrariar-lhe em maior ou menor medida. Para poder moldar seu espírito é preciso formar antes sua vontade e isso sempre dói bastante Para a criança o jogo é muito importante, tanto que ela joga toda sua personalidade; isto é: para ela a sua participação é de vencer ou vencer; não joga apenas para passar o tempo. Segundo alguns estudiosos, o jogo é o trabalho da infância ao qual a criança dedica-se com alegria e desprendimento. Na maioria das vezes essa atitude não é levada à sério, sendo ignorado a grandeza dos valores educativos que o jogo oferece. O ingresso da criança na escola é algo muito diferente daquele que viveu até então; terá obrigações a cumprir, que sua vida dedicada ao jogo terá uma mudança consideravel, porque exigirá maior atenção e concentração e, que muitas vezes acarretará a insegurança e até mesmo a indisciplina. Mas o que é Indisciplina? Qual é sua origem? Como poderemos trabalhar com ela? INDISCIPLINA, s.f. Rebeldia, Desordem, Rebelião ( Francisco da Silveira Bueno; Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11ª edição,1976) Alguns alunos demonstram total desinteresse e a abnegação clara por aquilo que se pretende ensinar ou qualquer outro comportamento impróprio, por vezes não são mais do que chamadas de atenção ao professor sobre os sua maneira de ensinar ou como desenvolver uma aula prazerosa. As regras devem ser claras com os alunos; pois se houver mudanças, pode desencadear o descontrole total da disciplina. Muitas vezes essas regras são contestadas pelo aluno, por não concordar com as mesmas; até mesmo pelo mérito imposto pelo educador, sua parcialidade e seus critérios de apreciação. O aluno não aceita o professor ou a sua matéria, e o professor muitas vezes, não consegue despertar no aluno o interesse, nem motivação pela suas aulas; também citamos aquele aluno que infelizmente já vem “rotulado..! daí surge a indisciplina. São vários os motivos da indisciplina em sala de aula, tais como a desigualdade social (miséria e a fome), problemas familiares (famílias desestruturadas), drogas... influência de ídolos da mídia televisiva e dos jogos de vídeo game violentos, a incapacidade do professor (formas agressivas no tratamento com as crianças, rotulagem e a estigmatização...), as doenças adquiridas. Outro ponto importante a relatar é o cabedal de conhecimentos adquirido pelo aluno antes de sua chegada para a escola, entre eles os valores e atitudes. A indisciplina pode ser um reflexo do esfacelamento familiar, a falta de autoridade e limites, até mesmo pode surgir como a outra alternativa ao seu insucesso escolar ao espelhar em seus colegas de escola, e acreditar ser inferior. Muitas vezes não estão ligadas as aulas ou as disciplinas. Este insucesso muitas vezes são oriundos de certos valores, que ele pensa serem assumidos pelo agrupamento social, ou até mesmo por vários tipos de preconceitos e à rejeição e, que o mesmo não vê refletido nele. Até mesmo sua aparência, maneira de falar e agir pode provocar comportamentos
  • 6. indisciplinados. LA TAILLE (1994, p. 9) Crianças precisam sim aderir a regras que implicam valores e formas de conduta e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os limites implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não pode ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social — a família, a escola, a sociedade como um todo. A falta de entendimento, a imaturidade, o baixo rendimento escolar, a agressividade muitas vezes com origem familiar e até mesmo pelas drogas, entre outros, devem ser observados como sintomas de distúrbios complexos que é preciso tratamento especializado, sem o qual as repressões ou sanções serão totalmente inúteis e até mesmo desencadear o agravamento dos sintomas. A indisciplina, então, passa a ser vista como uma atitude de desrespeito, de intolerância aos acordos firmados, do não cumprimento de regras capazes de estabelecer a conduta de uma criança ou até mesmo de um grupo. Um comportamento de desobediência é qualquer ato ou lacuna que contraria alguns princípios do regimento escolar estabelecidos pela escola ou pelo professor até mesmo pela comunidade. A indisciplina vai na contramão à autoridade do educador. Para vencê-la, o professor terá que usar de todos os “artifícios” disponíveis de sua experiência profissional: compromisso,”negociação” e a criatividade; uma saída são os jogos, um deles é sem dúvida alguma é o jogo de xadrez. (vivo) Existe uma diferença muito grande no significado o jogo de xadrez para o adulto e para a criança. Para nós, na maioria das vezes jogamos “para deixar o tempo passar”. Para as crianças o jogo é “tudo ou nada”; aí é que entra a motivação do professor para que a criança tenha prazer diante da beleza e do desafio que o xadrez proporciona. Com auxilio do professor a criança deve encontrar sua própria maneira de jogar; no entanto, teremos que evitar, que as mesmas sejam induzidas aos nossos “vícios”. O Xadrez Vivo, proporciona as crianças de como sair de uma situação difícil; alternativas de soluções e as conseqüências dessas ações. Dá a elas autoridade nas tomadas das decisões, valorizando sua auto-estima e conseqüentemente sua responsabilidade; dando para nós “um xeque-mate na indisciplina”. Ao mesmo tempo aprender que as peças no jogo xadrez são todas importantes, mas, que deve-se controlar e observar atentamente, tanto as próprias peças, como as do adversário, para armar uma tática final, ou seja : “esnucar” o Rei, dando o “xeque-mate”. A idéia é que em uma época na qual o mundo gira em torno da cibernética, com mudanças a todo instante, a melhor ferramenta que a criança pode obter em sua escolaridade é o pensamento lógico e a criatividade; e isso, sem dúvida alguma o Xadrez Vivo proporciona, através de sua magia, da beleza inocente que embala os sonhos infantis. Para uma sociedade melhorar é preciso (investimento nas séries iniciais das escolas públicas) que suas crianças, sejam estimuladas, tenham oportunidades, que não sejam castradas em seus sonhos em sua tenra idade. É preciso que se incida nelas um sentido social. É indispensável que as crianças sejam desafiadas em sala de aula e fora dela, através de jogos, (informática) para serem melhores do que são, caso contrário cai-se na mesmice e no “lenga-lenga” de sempre, ou seja: desde muito cedo não se realiza nada, como acontece atualmente em muitas das escolas públicas municipais de Curitiba. 2.2 Capacidades Desenvolvidadas com o Estudo e a Prática do Xadrez Vivo. Depois de anos pesquisando o desenvolvimento da concentração em crianças e adolescentes podemos afirmar que o progresso mais acentuado coincide com o começo da prática do jogo de xadrez, o qual influi, sem dúvida, na mentalidade deles. Krogius, N. V. - La Psicologia em ajedrez. Segundo António Lopez e José Monedero,no livro Xadrez Essencial (Editora Paidotribo, Barcelona) O xadrez pode desenvolver mais de duas dezenas de qualidades básicas muito úteis para a vida do ser humano: imaginação, concentração, planificação, previsão, memória, espírito de luta, controle dos nervos, capacidade de decisão, criatividade, organização, autocrítica, objetividade, intuição,
  • 7. capacidade de cálculo, visão espacial, sociabilidade, lógica, sobreposição ao fracasso e vontade, entre outras . No mês de agosto de 1988, em Timissoara ( Romênia ) foi realizado o Seminário Escolar de Xadrez da FIDE, onde Constantino Paizis proferiu uma palestra "sobre a influência na formação da personalidade das crianças em idade escolar". Está palestra aponta dois problemas básicos que enfrenta o instrutor de xadrez: controlar o espírito de competição dos jovens jogadores e superar a desinformação dos pais quanto aos aspectos educacionais do xadrez. Pais também fornecem argumentos em favor da tese de que o xadrez tem implicações, em longo prazo, na formação da personalidade e, portanto, é um excelente instrumento na educação. As informações aqui apresentadas provêm desta palestra. A criança, acabando de aprender as regras do jogo e começando a jogar, está em uma trilha de delicado equilíbrio. Inicialmente ela passa de um modo egocêntrico, elaborando planos e combinações que poderiam ser realizadas se seu oponente não fizesse lances. Aos poucos, vai percebendo que o lado oposto procura obstruir a realização de seus planos, ela começa a temê-lo mas não muda de atitude, continua a jogar do mesmo modo egocêntrico, simplesmente desejando que o adversário não seja capaz de penetrar nos seus planos e, portanto, permita que ela vença a partida atingindo, assim, um ponto crítico e delicado: o espírito de competição se desenvolve. Como evoluir? Neste ponto a interferência do professor é necessária para controlar esta força, pois se for deixada sozinha, poderá ter conseqüências perigosas. O espírito de competição exagerado pode levar a concentração de todas as energias numa só atividade limitada, negligenciando a evolução homogênea da personalidade. Pode levar, também, o grande desapontamento que por sua vez vão deixar marcas profundas no caráter da criança, como falta de autoconfiança, acomodação, etc. Por isso, o professor tem que entrar em ação e motivar o jovem praticante a jogar xadrez pelo prazer, mais do que para vencer a qualquer custo. Ele deve mostrar a seus alunos a riqueza das variantes e linhas de abertura, a criatividade do meio de jogo e a lógica do final. Em poucas palavras, imprimir na mente dos aprendizes a beleza sem fim do xadrez, ao invés de valorizar a efêmera glória da vitória. (apud, Wilson da Silva,2004) Entretanto, o imenso mérito do Xadrez Vivo,é que ele responde a uma das questões do ensino dinâmico: dar a possibilidade a cada aluno de progredir segundo seu próprio ritmo, com responsabilidade, valorizando assim a motivação pessoal e social. Ensino enxadrístico pode inverter a relação professor-aluno, colocando em xeque as hierarquias instituídas na sala de aula, o que não acontece no Xadrez Vivo. Existem ainda experiências utilizando o xadrez como terapia ocupacional, contribuindo para a inserção familiar e social de crianças, adolescentes e mesmo adultos infratores ou em liberdade assistida. Além disso, quando ele é introduzido nas classes de baixo rendimento escolar, auxilia ao desenvolvimento da autoconfiança, da responsabilidade e socialização; visto que apresenta uma situação na qual os alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde onde se destacar e, paralelamente, aumentar sensivelmente seu progresso em outras disciplinas. 2.3 As Características do Xadrez e suas Implicações Educacionais (apud,Wilson da Silva, 2004)
  • 8. CARACTERÍSTICAS DO XADREZ IMPLICAÇÕES NOS ASPECTOS EDUCACIONAIS E DE FORMAÇÃO DO CARÁTER Concentração enquanto Imóvel da Cadeira. Desenvolvimento do auto-controle Psicofísico. Fornecer o número de movimento num tempo. Avaliação da hierarquia do problema e a locação do tempo disponível. Movimentar peças após exaustiva análise lances seguintes. Desenvolvimento da capacidade para pensamento abrangente e profundo. Encontrado um lance, a Procura de outro melhor. Empenho no progresso contínuo. De uma posição a princípio igual, Direcionar a uma conclusão Brilhante (combinação ) Criatividade e imaginação O resultado indica quem Tinha o melhor plano. Respeito à opinião do interlocutor. Entre várias possibilidades ,escolher uma única,sem ajuda externa. Capacidade para o processo de tomar Decisões com autonomia. Um movimento deve ter consequência Lógica do anterior devendo apresentar o seguinte. Capacidade para o pensamento e Execução lógicos ,auto consciência e fluidez de raciocínio. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Caracterização dos Educandos Na EEEP Maria Carmem Vieira Moreira serão confeccionados trajes referentes as vestimentas das peças que compõem o Xadrez, sejam temáticas ou clássicas, tal ação será praticada inteiramente pelos alunos com devida orientação dos Professores responsáveis pela feira. Os educandos precisam optar pelo modelo a ser seguido e apresentar os trabalhos explorando a temática apresentada. 3.2 Componentes dos grupos Os grupos serão formados seguindo o esquema do jogo, ou seja, cada peça terá vida e assim somente um pessoa poderá assumir um papel por vez, sendo estes: 1 rei branco, 1 rei preto, 1 rainha branca, 1 rainha preta, 2 bispos brancos, 2 bispos pretos, 2 cavalos brancos, 2 cavalos pretos, 2 torres brancas, 2 torres pretas, 8 peões brancos e 8 peões pretos somando 32 peças = pessoas, mais 2 Jogadores totalizando 34 pessoas (mínimo obrigatório). 4. REFERÊNCIAS
  • 9. ANTUNES, Celso. Jogos para a Estimulação das Múltiplas Inteligências. 2a edição. PETRÓPOLIS: Vozes, 1999. BONSDORFF, E. et ai. Ajedrez e Matemáticas. Barcelona; Ediciones Martïnez Roca, 1974. - (Coleção Escaques). BRASIL, Lei nü 9394/96 de 20/12/96 - Lei de Díretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Brasília (DF): Diário Oficial da União, n° 248 de 23/1271996. BROUGÈRE, G. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. BURGER, M.O Jogo de Xadrez. In:Revista Vivências,n°26,Salvador(BA). 1992. CAMPBELL, L. et. ai. Ensino e aprendizagem por meio das inteligências múltiplas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 308 p. CAPABLANCA,J.R.Lições Elementares de Xadrez.São Paulo:Hemus, 1979.126 p. DEMO, P. Saber pensar. 2a ed. São Pauio: Cortez : Instituto Paulo Freire, 2001. (Guia da escola cidadã; v. 6). DUFLO, C. O jogo de Pascal a Schilier. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. FIALHO, F. Ciências da Cognição. Florianópolis: Insular, 2001. 264 p. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21. ed. São Paulo : Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura). 165 p. FILGUTH, R. Xadrez de A a Z.(Dicionário Ilustrado) Porto Alegre:Artmed, 2005.123 p. GARDNER,H. O verdadeiro, o belo e o bom. Rio de Janeiro:Objetiva, 1999. 361 p. GROSSi, Esther Pilar (org). Paixão de Aprender. PETRÓPOLIS: Vozes, 1992. ____ . O jogo de xadrez: uma experiência educacional na periferia. In: Dois Pontos: teoria & prática em educação. Vol. 2, n. 17, verão 93/94. GRAU, R. G. Tratado general de ajedrez. v. 1. 19. ed. Buenos Aires : Sopena Argentina, 1973. KISHIMOTO, T. M. (org). O brincar e suas teorias. São Paulo; Pioneira Thomson Learning, 2002. KISHIMOTO, Lizuko M. A: O Jogo e a Educação Infantil. SÃO PAULO: Pioneiro, 1994. LASKER, E. História do xadrez. 2. ed. São Paulo: IBRASA, 1999. MACEDO, Lino de e outros. Aprender com Jogos e Simulações. PORTO ALEGRE: Artimed, 2000. PERRENOUD, P. Dez novas competências para uma nova profissão. In: Pátio. Ano V, No. 17, Mai/Jul2001. Construindo Competências. In: Nova Escola(Brasil).Setembro de 2000, pp. 19-31. PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. POZO, Juan Ignácio e outros. A Solução de Problemas. PORTO ALEGRE, Artimed, 1998. SILVA, Da Silva. Iniciação Enxadrítica para Educadores. CURITIBA,2004 TIRADO, A., Silva, W. da. Meu primeiro livro de xadrez : curso para escolares. Curitiba: Editora Gráfica Expoente Ltda., 1995 VASCONCELLOS, F. A. Apontamentos para uma história do xadrez & 125 partidas brilhantes. Brasília: Da Anta Casa Editora, 1991. 350 p. VASCONCELLOS, Ceíso dos Santos. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. SÃO PAULO: Libertad, 1993.