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Precarização social do trabalho
Djalma Caetano de Miranda
• De acordo Karl Marx a sociedade capitalista é
dividida em classes com interesses antagônicos.
• Enquanto o operário visa melhores salários e
condições de trabalho, os empresários visam
aumento do lucro e expansão de suas empresas.
• O aumento da exploração do trabalho humano e as
consequentes acumulação de riqueza e aumento da
desigualdade social, só fizeram recrudescer as
hostilidades e divergências.
Pode-se apontar que os primeiros movimentos de
resistência dos trabalhadores entre os séculos XVIII e
XIX tinham por motivação a dificuldade de adaptação a
esse novo modelo de produção.
No Brasil, já no século XX, Getúlio Vargas procurou
controlar a massa de trabalhadores urbanos, sobretudo
aqueles ligados à então crescente industrialização do
país, por meio da legislação trabalhista, como
a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), decretada
em 1º de maio de 1943.
• Nos dias de hoje o desenvolvimento tecnológico leva
a uma exclusão da mão de obra humana gerando um
processo de desemprego estrutural.
• Essas transformações podem significar uma
precarização do trabalho, se pensarmos, por exemplo,
nos níveis de desemprego.
• Quando o trabalho vivo [trabalhadores de fato] é
eliminado, o trabalhador se precariza, vira camelô,
faz bico etc.
• A precarização do trabalho significa o desmonte
dos direitos trabalhistas.
Outra forma de precarização social do trabalho é
a terceirização, o processo pelo qual uma instituição
contrata outra empresa para prestar um determinado
serviço. Atualmente, no sistema capitalista em sua fase
financeira, essa prática difundiu-se amplamente em todo
o mundo. No Brasil cerca de 25% da mão de obra
empregada é terceirizada.
Boa parte dos direitos adquiridos pelos trabalhadores
com a criação da CLT foi perdida com reforma
trabalhista. A legislação vigente privilegia o patrão e o
mercado em detrimento do trabalhador. A criação de
novas modalidades de contratação, com flexibilização
aguda dos direitos trabalhistas, salários menores e pouca
margem para negociação, dão a tônica da reforma.
Daí a importância de refletir sobre essa temática, sobre a
lógica perversa do capitalismo, avaliando formas de
manter garantias ao trabalhador, que é o lado mais frágil
desse conflito.
Segundo Antunes (2011), “reduzir a jornada de trabalho,
discutir o que produzir, para quem produzir e como
produzir são ações prementes. Ao fazermos isso,
estamos começando a discutir os elementos fundantes do
sistema de metabolismo social do capital que é
profundamente destrutivo” (Ibidem, p. 06).
Ainda assim, a despeito dos avanços no tocante ao
trabalho e à resolução de alguns conflitos que dele
resultam, não se pode esquecer a lógica da
exploração inerente ao capitalismo, nem mesmo o
que Marx chamava de embrutecimento do homem
pela rotinização do trabalho e, consequentemente,
da vida.
“Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu
direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em
frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só
à humanidade pertence.”
BERTOLT BRECHT

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Precarizacao social do_trabalho

  • 1. Precarização social do trabalho Djalma Caetano de Miranda
  • 2. • De acordo Karl Marx a sociedade capitalista é dividida em classes com interesses antagônicos. • Enquanto o operário visa melhores salários e condições de trabalho, os empresários visam aumento do lucro e expansão de suas empresas. • O aumento da exploração do trabalho humano e as consequentes acumulação de riqueza e aumento da desigualdade social, só fizeram recrudescer as hostilidades e divergências.
  • 3. Pode-se apontar que os primeiros movimentos de resistência dos trabalhadores entre os séculos XVIII e XIX tinham por motivação a dificuldade de adaptação a esse novo modelo de produção.
  • 4. No Brasil, já no século XX, Getúlio Vargas procurou controlar a massa de trabalhadores urbanos, sobretudo aqueles ligados à então crescente industrialização do país, por meio da legislação trabalhista, como a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), decretada em 1º de maio de 1943.
  • 5. • Nos dias de hoje o desenvolvimento tecnológico leva a uma exclusão da mão de obra humana gerando um processo de desemprego estrutural. • Essas transformações podem significar uma precarização do trabalho, se pensarmos, por exemplo, nos níveis de desemprego.
  • 6. • Quando o trabalho vivo [trabalhadores de fato] é eliminado, o trabalhador se precariza, vira camelô, faz bico etc. • A precarização do trabalho significa o desmonte dos direitos trabalhistas.
  • 7. Outra forma de precarização social do trabalho é a terceirização, o processo pelo qual uma instituição contrata outra empresa para prestar um determinado serviço. Atualmente, no sistema capitalista em sua fase financeira, essa prática difundiu-se amplamente em todo o mundo. No Brasil cerca de 25% da mão de obra empregada é terceirizada.
  • 8. Boa parte dos direitos adquiridos pelos trabalhadores com a criação da CLT foi perdida com reforma trabalhista. A legislação vigente privilegia o patrão e o mercado em detrimento do trabalhador. A criação de novas modalidades de contratação, com flexibilização aguda dos direitos trabalhistas, salários menores e pouca margem para negociação, dão a tônica da reforma.
  • 9. Daí a importância de refletir sobre essa temática, sobre a lógica perversa do capitalismo, avaliando formas de manter garantias ao trabalhador, que é o lado mais frágil desse conflito.
  • 10. Segundo Antunes (2011), “reduzir a jornada de trabalho, discutir o que produzir, para quem produzir e como produzir são ações prementes. Ao fazermos isso, estamos começando a discutir os elementos fundantes do sistema de metabolismo social do capital que é profundamente destrutivo” (Ibidem, p. 06).
  • 11. Ainda assim, a despeito dos avanços no tocante ao trabalho e à resolução de alguns conflitos que dele resultam, não se pode esquecer a lógica da exploração inerente ao capitalismo, nem mesmo o que Marx chamava de embrutecimento do homem pela rotinização do trabalho e, consequentemente, da vida.
  • 12. “Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.” BERTOLT BRECHT