Projeto desenvolvido por José Maria Sobrinho, enviado por Diego Herminio.
O projeto visa a autonomia do futebol do Flamengo, que fla, flamengo, diego herminio, jose maria soserá entregue a diretoria (Patrícia Amorim e Zico) para avaliação
1. AUTONOMIA DO FUTEBOL
Clube de Regatas do Flamengo
Ago10
“... o desastre que pode realmente ocorrer
mataria a nossa “bala de prata do Zorro”: o Zico.”
Considero essa frase, de autoria de um amigo, sócio atuante no Flamengo, muito
oportuna e pertinente. Falávamos sobre as dificuldades políticas para acertar a
Administração do Clube e de uma hipotética retirada do Zico, acontecimento de
conseqüências inimagináveis.
Sem dúvida, os deuses rubro-negros atuaram para entregar ao Zico essa tarefa
hercúlea de transformar, atualizar o modelo de gestão do CRF, a começar e
tendo como exemplo a Autonomia do Futebol.
Como maior ídolo, pelo seu carisma, pela sua credibilidade, pela sua experiência,
pela aceitação quase unânime, realmente, nesse momento, só o Zico pode levar
a cabo essa missão.
Àqueles descompromissados com a politicagem do CRF, que abominam a luta
fratricida pelo Poder, cabem cerrar fileiras no apoio ao Zico e ao seu Plano.
Ao Zico compete apresentar, tão logo seja possível, as diretrizes básicas e o seu
planejamento para se alcançar a Autonomia do Futebol.
“Grilado” e preocupado com a frase de início citada e com a situação atual,
resolvi prestar a minha modesta colaboração, através do presente trabalho, com
o intuito de fornecer, em forma de sinopse, subsídios a uma discussão isenta e
profícua.
Assim, o trabalho foi enviado, primeiramente, ao Zico e à Presidenta Patrícia
Amorim.
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2. Questões Básicas Autonomia do Futebol
O encaminhamento da discussão sobre a Autonomia do Futebol passa por três
questões básicas:
Por que a Autonomia?
Em que consiste a Autonomia?
Como alcançar a Autonomia?
I. Por que a Autonomia?
Pela direção do CRF, nos últimos 25 anos, passaram todas as correntes políticas,
com presidentes, vice-presidentes, diretores, de qualificações e personalidades
distintas. E o Flamengo, como instituição, a cada ano, se enfraquece mais. Então,
não é só uma questão de pessoas, como alguns dizem.
Títulos importantes, nacionais e internacionais, tornaram-se acidentais e raros.
O Futebol representa cerca de 80% da receita do CRF, estimada em R$ 150
milhões, para 2010. Esses números, por si sós, exigem uma gestão própria, ágil,
autônoma, profissional, especializada, planejada, que tenha continuidade e
comprometimentos com metas (resultados), livre da influência direta e
permanente dos dirigentes de outros setores do Clube.
Os fatos que justificam a transformação são crônicos, inúmeros e incontestáveis,
demonstrando ser evidente que o Flamengo tem que mudar urgentemente o seu
modelo de administração/gestão. A seguir uma amostra desses fatos:
Fatos
- a interminável construção do CT;
- o continuado aumento do passivo do CRF;
- a reforma do Estatuto. A atuação dos Conselhos;
- a inexistência de Planejamento, de um Plano Plurianual;
- a falta de gestão orçamentária (um absurdo!);
- a falta de compreensão da verdadeira grandeza do Flamengo, com o
Incompreensível distanciamento da Nação Rubro-Negra;
- a queda acentuada e constante no número de sócios (na contramão de outros
coirmãos);
- a inexistência de uma política salarial, para funcionários e atletas;
- o apadrinhamento nas contratações de funcionários;
- os salários frequentemente em atraso;
- as funções executivas, que exigem dedicação integral, a cargo de voluntários,
com tempo reduzido;
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3. Questões Básicas Autonomia do Futebol
- as saídas e abandonos dos cargos de vice-presidentes, sem qualquer prestação
de contas (CRF não pode ser a”Casa da Mãe Joana”);
- a degradação acelerada da sede X o PRG (Programa de Revitalização da
Gávea);
- o estado do edifício Hilton Santos (“Morro da Viúva”), com todos os
apartamentos penhorados e metade sem condições de ocupação;
- o abandono da antiga concentração de São Conrado;
- etc, etc
Fatos do Futebol
Com relação, especificamente, ao Futebol podem-se citar:
- o estágio de declínio do futebol do Flamengo (principal e base) X a
evolução firme e constante do Internacional, São Paulo, Santos, Cruzeiro,
Atlético-PR, Goiás, ... ( a análise deve ser feita ao longo de um período);
- as escandalosas e absurdas negociações de jogadores;
- a inexistência de uma política de contratação;
- a dependência dos empresários;
- os contratos quase sempre prejudiciais ao Flamengo: valores, direitos, condições
e prazos;
- etc, etc
Por fim, a Autonomia do Futebol, certamente, determinará a ampla, profunda,
necessária e esperada reestruturação do CRF.
****** A construção do CT
Pontapé Inicial !!! Local: Vargem Grande
10 jan 2004 Área: 130.000 m2
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Excelentes Condições Ambientais.
Marcio Braga, seis vezes eleito Presidente, inúmeras vezes
campeão, inclusive hexa.
Para muitos, o dirigente mais poderoso da história do CRF.
Assume pela 5ª vez e, para mostrar sua firme intenção, faz
questão que o primeiro ato administrativo seja o de início da
construção do CT.
Promove cerimônia comemorativa, para a qual todos os sócios
foram convidados.
Ainda hoje, menos de 10% do CT estão construídos.
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4. Questões Básicas Autonomia do Futebol
II. Em que consiste a Autonomia?
O Futebol passa a ter Gestão própria, independente dos demais setores do Clube,
regulada e controlada por um instrumento de delegação planejada aprovado
pelo Poder competente.
A Autonomia implica em gestão financeira, orçamentária, de pessoal, patrimonial,
de assuntos jurídicos, MKT e dos serviços de apoio/logísticos.
A Autonomia obriga a:
- obediência a um Plano de Ação/Operacional/Business Plan;
- auto-suficiência financeira;
- compromissos com metas esportivas, financeiras, administrativas e
patrimoniais; e.
- que as funções executivas estejam a cargo de profissionais, com
dedicação integral.
III. Como alcançar a Autonomia?
Para se alcançar a Autonomia há que se atender a duas exigências:
i. Aspectos legais, estatutários.
Trata-se do registro, através de Instrumento de Delegação Planejada, das
funções que serão transferidas de outros setores e passarão a ser exercidas pelo
Futebol.
A Delegação Planejada deve incluir as obrigações inerentes à Autonomia e que
constarão do Plano do Futebol, bem como as garantias para a execução das
mesmas. Deve prever também uma Comissão, com até três membros indicados
pelo Conselho Diretor, para acompanhar o cumprimento das metas
estabelecidas para o Futebol.
A Delegação Planejada obrigatoriamente terá que ser aprovada pelo Poder
competente do CRF.
ii. O Plano do Futebol
A Autonomia pressupõe, como condição sine qua non, a existência do Plano
do Futebol, como elemento de orientação, controle e avaliação das
atividades.
O Plano do Futebol, mais adiante apresentado em linhas gerais, é o instrumento
fundamental para a gestão do Futebol, pois relaciona os objetivos e metas
previstas, as atividades e os projetos, prazos, custos e responsáveis. Inclui o
Orçamento do Futebol. O Plano deve ser aprovado pelo Conselho Diretor.
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5. Estrutura de Gestão do CRF Autonomia do Futebol
A Autonomia do Futebol está embutida no conceito de que a Administração do
CRF deve ocorrer através de dois níveis:
I. Administração Superior
Estabelece políticas e diretrizes básicas. Aprova, acompanha, controla,
fiscaliza e determina correções nos Plano Estratégico, Planos de Ação e
o Orçamento.
II. Unidades Operacionais
Administram as atividades fim do CRF.
Os gráficos a seguir representam esse conceito.
Unidades Operacionais
Devem obedecer os seguintes princípios:
Autonomia de gestão, por delegação planejada.
Obediência a um Plano (Plano de Ação/ Operacional/Business Plan).
Autossuficiência financeira.
Compromisso com metas esportivas, financeiras, administrativas e
patrimoniais.
Administração profissional.
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7. A Missão do Futebol Autonomia do Futebol
Como sugestão, apresentamos a seguinte:
Missão do Futebol
“ Formar talentos,
incentivar e cultivar ídolos,
conquistar títulos,
fazer a Nação Rubro-Negra
permanentemente feliz.”
A Missão deve balizar as atividades e o planejamento do Futebol.
Estrutura do Futebol Autonomia do Futebol
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8. Estrutura do Futebol, Atribuições Autonomia do Futebol
Para dar uma melhor idéia da Estrutura, tecemos alguns comentários e a seguir
apresentamos uma síntese das atribuições dos órgãos.
É comum ouvir-se críticas sobre a elevação de custos com a Estrutura sugerida.
Essa objeção é inconsistente.
Primeiro, visto que haverá transferências de funções da Administração Central
para o Futebol e portanto de custos com funcionários. Não obrigatoriamente de
funcionários.
Segundo, os custos com as novas funções constarão do orçamento e do Plano do
Futebol e visam a se ter um desempenho mais eficiente.
É bom não esquecer que a Autonomia implica em se ter autossuficiência
financeira no Futebol.
Diretor Executivo
Ao Diretor Executivo compete a Direção Geral do Futebol do Flamengo, através
da coordenação das atividades dos superintendentes e assessores. Decide, na
forma estabelecida no Instrumento de Delegação Planejada, fala e responde
pelo Futebol,.
É o responsável pelo desenvolvimento e implantação do Programa “Autonomia
do Futebol” e pela elaboração e cumprimento do Plano do Futebol.
É o responsável pela execução do projeto de construção do CT, que após
concluído passará a cargo de um Superintendência.
Hoje, por não se ter ainda a Autonomia, nem uma estrutura aprovada e
conhecida, há uma superposição entre as funções do Presidente e VPs do CRF
com as do Diretor Executivo, bem como as deste com as do Superintendente
Técnico (não existe ainda), com prejuízos claros para a gestão do Futebol.
Superintendência Técnica
- Trata das equipes de profissionais e juniores.
- Elabora o Plano de Metas dessas equipes.
- Avalia resultados e desempenhos.
- Indica contratações e dispensas.
- Inclui: Comissões Técnicas. Depto. Médico ( médicos, fisiologistas, fisioterapeutas,
psicólogos, nutricionistas. Massagistas, ...). Observadores técnicos. Depto. De
Tecnologia e Estatísticas. Supervisor. ...
Estrutura do Futebol, Atribuições Autonomia do Futebol
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9. Superintendência do Futebol de Base
- Abrange as equipes de mirim, infantil e juvenil de futebol de campo e de futsal.
- Atribuições análogas às da Superintendência Técnica.
- Atribuições específicas: Projeto SOMA (modernizar, reestruturar, equipar
adequadamente). Recrutamento, seleção e dispensa de atletas. Formação do
atleta e do homem. Política de Ajuda de Custos. Política de Relacionamento
com procuradores e empresários (vínculos e direitos do Flamengo). ...
Convém observar que o Futebol de Base deve gerar receitas próprias, em função
de negociações com atletas que passaram pela Base.
Superintendência Comercial/ Negócios/ MKT
É o setor responsável pelas receitas do Futebol. São os “empresários da
companhia”.
Prospecta, negocia, acompanha e controla os contratos de MKT, específicos do
Futebol.
Negocia jogadores.
Contrata jogos e torneios.
Administra e cuida das receitas de estádio (bilheteria, merchandising, ...)
Obs.: Deve-se optar por um nome para a Superintendência, entre os sugeridos.
Superintendência de Administração & Finanças
Com as atribuições de: Gestão Financeira. Gestão de Pessoal ( RH; salários;
contratos, inclusive de atletas). Planejamento. Orçamento !!! Depto. Jurídico.
Patrimônio. Serviços de Apoio/ Gerais. ...
A Autonomia do Futebol pressupõe a gestão financeira dos recursos destinados ao
Futebol e previstos no Orçamento.
Dos recursos gerados e recebidos pelo Futebol, o montante, correspondente a um
percentual pré-estabelecido para cada fonte, será destinado e imediatamente
repassado à Administração Central do CRF.
É necessário se compreender que não haverá autonomia sem gestão financeira.
Assessoria de Comunicação
Trata da Política de Comunicação do Futebol. Inclui a Assessoria de Imprensa.
Assessoria de Relações Institucionais
Trata das ligações com entidades esportivas nacionais e internacionais, entidades
governamentais, políticos, entidades de classe e afins.
Planejamento do Futebol Autonomia do Futebol
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10. Um dos maiores problemas do Flamengo é a falta de planejamento, em todos os
setores. No CRF não existe a cultura do planejamento. Os dirigentes acham, em
sua maioria, que acaba sendo um entrave burocrático e optam pela
improvisação. O resultado é o que se vê. No momento, 25/08/2010, a VP de
Planejamento está inativa e sem titular nomeado, desde janeiro. E cabe ao
Planejamento elaborar e controlar a execução do orçamento.
A Autonomia do Futebol para ser implantada, para ter êxito, exige a existência do
Plano do Futebol.
De forma bem sintética, pode-se entender o Plano do Futebol como constituído
de Programas (conjunto de ações do Futebol), que seriam desdobrados em
Projetos (visam à criação ou o aperfeiçoamento de algo e têm duração
determinada) e Atividades (conjunto de operações realizadas de modo contínuo
e permanente).
Plano do Futebol >>> Programas >>> Projetos / Atividades
Responsáveis oficialmente designados e claramente definidos:
Plano do Futebol .....................Diretor Executivo
Programas ................................Coordenadores
Projetos e Atividades...............Gerentes
O Plano do Futebol é executado com base no Orçamento aprovado e torna-se
também um instrumento de transparência da gestão.
Custos x Prazos x Responsáveis >>> RESULTADOS !!!
Ainda para exemplificar, poder-se-ia imaginar o Plano do Futebol constituído de
cinco Programas, como abaixo apresentado:
PF1 – Formação de Talentos – para o Futebol de Base.
PF2 – Títulos – para as equipes principal e de juniores.
PF3 – Aperfeiçoamento da Gestão
PF4 – MKT
PF5 – Nação Rubro-Negra – com o objetivo de buscar mecanismos de interação
com a Nação, visando benefícios recíprocos.
Cada Programa teria seus Projetos e Atividades.
Conclusões Autonomia do Futebol
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11. A Autonomia do Futebol somente será alcançada, com muita vontade política,
convicção e persistência, sobretudo por parte do Conselho Diretor, em especial
da Presidenta, do Zico e sua equipe.
A mobilização dos sócios do CRF e dos membros da Nação, através de suas
diversas formas de grupos e torcidas, seria de grande importância.
Os próximos passos, para se ganhar tempo e evitar pronunciamentos e discussões
estéreis, seriam:
i) uma posição oficial do Conselho Diretor a favor da Autonomia;
ii) definição dos quesitos básicos que devem constar do instrumento de
delegação planejada;
iii) aprovação do Plano do Futebol (versão preliminar);
iv) preparação e aprovação do instrumento de delegação planejada; e,
v) início da implantação em janeiro de 2011.
Esperamos ter contribuído para o processo de decisão sobre a Autonomia do
Futebol.
Nossa intenção é a busca da convergência para o modelo mais adequado, para
o melhor para o Flamengo. Nossa preocupação é “...não desperdiçar a bala de
prata do Zorro: o Zico.”
Agradecimentos Autonomia do Futebol
A todos aqueles que se interessaram por este trabalho e pelas apreciações nele
explicitadas: Muito Obrigado!
Estamos abertos e receberemos, com muita satisfação, dúvidas, críticas e
sugestões, na certeza de que aperfeiçoarão a proposta.
Um especial agradecimento ao meu parceiro e Amigo “maestro” Junior pelos
pítacos que deu ao trabalho, com a competência de sempre.
Cordiais Saudações Rubro-Negras.
José Maria Sobrinho
Sócio Emérito do CRF
jmtcs@unisys.com.br
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