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E STA D O D E M I N A S   ●   D O M I N G O ,   1 4   D E   J U N H O   D E   2 0 0 9   ● P A R A   A N U N C I A R         N O S    M E G A C L A S S I F I C A D O S   L I G U E   ( 3 1 )   3 2 2 8 - 2 0 0 0



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GRANDE ALVO
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A General Motors foi durante o sécu-
lo 20 o símbolo maior do capitalismo.
Ícone absoluto do consumo, teve a
oportunidade de colher as glórias do
sucesso, mas, com o pedido de falên-
cia decretado agora, vislumbra o de-
boche dos críticos. Um deles, o dire-
tor de documentários Michel Moore
(foto à direita), é velho conhecido,
que não perdeu o mote da queda e
publicou uma carta em seu site.

INÍCIO Moore é de Flint, em Michi-
gan, estado berço das três grandes fa-                                                                                                                                                     HUDSON 1948
bricantes de automóveis norte-ame-
ricanas: GM, Ford e Chrysler (ou seria                                                                                                                                                                                           WILLIAN WEST/AFP - 15/7/04
das três que foram grandes no passa-
do?). Seu pai era funcionário da GM e
esse foi um dos motivos que o leva-
ram a dirigir seu primeiro documen-
tário, Roger & Me (1989), sobre as de-
missões na fábrica da GM, em Flint,
durante a gestão do executivo Roger
Smith, o Roger do título.

PROFECIA No estilo nu e cru típico do
provocador diretor, ele tentou con-
frontar Roger com famílias de de-
sempregados e prejudicadas pelas
demissões da GM, levando os teles-
pectadores a ver a fábrica como a en-
carnação do mal na Terra. Vinte anos
se passaram desde o lançamento do
documentário, Moore ampliou sua
artilharia e diversificou seus alvos,
que passam pelos símbolos da nação                                                                                                                                                        DELOREAN 1981
norte-americana e, nesse período, os
números da queda da GM se torna-                                                                                       CHRISTINNE MUSCHI/REUTERS                                                                      BRUNO FREITAS/EM/D. A PRESS - 20/5/06
ram cada vez mais superlativos até
chegar ao insuportável.

VERSÃO A carta publicada no site de
Moore foi traduzida no blog do pau-
lista Thiago Benicchio Apocalipse
Motorizado (www.apocalipsemotori-
zado.net), que se propõe a fazer refle-
xões para superar a sociedade do au-
tomóvel. O blog de Thiago, que assi-
na os textos como Ludista — uma re-
ferência a Ned Lud, precursor da Re-
volução Industrial inglesa e destrui-
dor de máquinas —, já foi premiado               aguerridamente contra todas as for-              negócio tão combalido: “Mas você,
como o melhor blog em língua por-                mas de regulação ambiental e de se-              eu e o resto dos EUA somos donos de                                               PICAPE STUDEBACKER 1951
tuguesa pelo grupo de comunicação                gurança. Seus executivos arrogante-              uma montadora de carros! Eu sei, eu
alemão Deutsche Welle.                           mente ignoraram os ‘inferiores’ carros           sei – quem no planeta Terra quer ser
                                                 japoneses e alemães, carros que pode-            dono de uma empresa de carros?                       plexo grande de personagens, que                do bom e do melhor para seus “filhos”.
ARROGÂNCIA Escreveu Moore: “É                    riam se tornar um padrão para os                 Quem entre nós quer ver 50 bilhões                   admiram e nutrem um carinho es-
com triste ironia que a empresa que              compradores de automóveis. A GM                  de dólares de impostos jogados no                    pecial pela marca. Entre eles os ad-            LEALDADE E, se no fim de toda a tur-
inventou a ‘obsolescência programa-              ainda lutou contra o trabalho sindica-           ralo para tentar salvar a GM? Vamos                  miradores dos carros órfãos. No últi-           bulência, a estratégia de cair para de-
da’ – a decisão de construir carros que          lizado, demitindo milhares de empre-             ser claros a respeito disso: a única for-            mo fim de semana aconteceu em                   pois levantar não der certo, os milhões
se destroem em poucos anos, obri-                gados apenas para ‘melhorar’ sua pro-            ma de salvar a GM é matar a GM. Sal-                 Ypsilant, também em Michigan, um                de carros das dezenas de fábricas que
gando o consumidor a comprar outro               dutividade a curto prazo”.                       var a preciosa infraestrutura indus-                 encontro do admiradores das mar-                formam a General Motors em todos
– tenha se tornado ela mesma obsole-                                                              trial, no entanto, é outra conversa e                cas que já foram extintas, como Ply-            os cantos do mundo não tiverem uma
ta. Ela se recusou a construir os carros         SANHA O veneno de Moore é destila-               deve ser prioridade máxima”.                         mouth, Hudson, Studebacker e Olds-              revenda autorizada para recorrerem
que o público queria, com baixo con-             do em diversos parágrafos e questio-                                                                  mobile, além de outras como o                   em um momento de aperto sempre
sumo de combustível, confortáveis e              na, inclusive, a decisão do presidente           ADOÇÃO O radicalismo de Moore es-                    DeLorean. O fato de não terem um                terá um encontro de carros órfãos
seguros. Ah, e que não caíssem aos pe-           Barack Obama de acudir a fábrica e               tá em uma ponta, mas entre ele e o                   “pai vivo” atrai o carinho de potenciais        com um para-lamas amigo para en-
daços depois de dois anos. A GM lutou            investir o dinheiro do país em um                resto da sociedade existe um com-                    padrastos, que se empenham em dar               tornar as últimas gotas de gasolina.




LANTERNAGEM E                                   DIREÇÃO
                                                                                                CHAVES                                               LATARIAS                                        DISTRIBUIDOR
PINTURA                                         HIDRÁULICA




                                                MECÂNICA                                        BOSCH SERVICE                                        FARÓIS E LÂMPADAS AR CONDICIONADO




                                                REVISÃO                                                                                                                                              ALARME



                                                REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA
                                                DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS
                                                   NACIONAIS E IMPORTADOS.
                                                AV. BIAS FORTES 954 FONE: (31) 3222-8822

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A queda da GM e as reflexões de um crítico contundente

  • 1. E STA D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 1 4 D E J U N H O D E 2 0 0 9 ● P A R A A N U N C I A R N O S M E G A C L A S S I F I C A D O S L I G U E ( 3 1 ) 3 2 2 8 - 2 0 0 0 2 MEGACLASSIFICADOSVEÍCULOS GRANDE ALVO ROLIMÃ MICHEL EULER/AP – 17/5/04 MARLOS NEY VIDAL/EM/D.A PRESS - 28/10/04 A General Motors foi durante o sécu- lo 20 o símbolo maior do capitalismo. Ícone absoluto do consumo, teve a oportunidade de colher as glórias do sucesso, mas, com o pedido de falên- cia decretado agora, vislumbra o de- boche dos críticos. Um deles, o dire- tor de documentários Michel Moore (foto à direita), é velho conhecido, que não perdeu o mote da queda e publicou uma carta em seu site. INÍCIO Moore é de Flint, em Michi- gan, estado berço das três grandes fa- HUDSON 1948 bricantes de automóveis norte-ame- ricanas: GM, Ford e Chrysler (ou seria WILLIAN WEST/AFP - 15/7/04 das três que foram grandes no passa- do?). Seu pai era funcionário da GM e esse foi um dos motivos que o leva- ram a dirigir seu primeiro documen- tário, Roger & Me (1989), sobre as de- missões na fábrica da GM, em Flint, durante a gestão do executivo Roger Smith, o Roger do título. PROFECIA No estilo nu e cru típico do provocador diretor, ele tentou con- frontar Roger com famílias de de- sempregados e prejudicadas pelas demissões da GM, levando os teles- pectadores a ver a fábrica como a en- carnação do mal na Terra. Vinte anos se passaram desde o lançamento do documentário, Moore ampliou sua artilharia e diversificou seus alvos, que passam pelos símbolos da nação DELOREAN 1981 norte-americana e, nesse período, os números da queda da GM se torna- CHRISTINNE MUSCHI/REUTERS BRUNO FREITAS/EM/D. A PRESS - 20/5/06 ram cada vez mais superlativos até chegar ao insuportável. VERSÃO A carta publicada no site de Moore foi traduzida no blog do pau- lista Thiago Benicchio Apocalipse Motorizado (www.apocalipsemotori- zado.net), que se propõe a fazer refle- xões para superar a sociedade do au- tomóvel. O blog de Thiago, que assi- na os textos como Ludista — uma re- ferência a Ned Lud, precursor da Re- volução Industrial inglesa e destrui- dor de máquinas —, já foi premiado aguerridamente contra todas as for- negócio tão combalido: “Mas você, como o melhor blog em língua por- mas de regulação ambiental e de se- eu e o resto dos EUA somos donos de PICAPE STUDEBACKER 1951 tuguesa pelo grupo de comunicação gurança. Seus executivos arrogante- uma montadora de carros! Eu sei, eu alemão Deutsche Welle. mente ignoraram os ‘inferiores’ carros sei – quem no planeta Terra quer ser japoneses e alemães, carros que pode- dono de uma empresa de carros? plexo grande de personagens, que do bom e do melhor para seus “filhos”. ARROGÂNCIA Escreveu Moore: “É riam se tornar um padrão para os Quem entre nós quer ver 50 bilhões admiram e nutrem um carinho es- com triste ironia que a empresa que compradores de automóveis. A GM de dólares de impostos jogados no pecial pela marca. Entre eles os ad- LEALDADE E, se no fim de toda a tur- inventou a ‘obsolescência programa- ainda lutou contra o trabalho sindica- ralo para tentar salvar a GM? Vamos miradores dos carros órfãos. No últi- bulência, a estratégia de cair para de- da’ – a decisão de construir carros que lizado, demitindo milhares de empre- ser claros a respeito disso: a única for- mo fim de semana aconteceu em pois levantar não der certo, os milhões se destroem em poucos anos, obri- gados apenas para ‘melhorar’ sua pro- ma de salvar a GM é matar a GM. Sal- Ypsilant, também em Michigan, um de carros das dezenas de fábricas que gando o consumidor a comprar outro dutividade a curto prazo”. var a preciosa infraestrutura indus- encontro do admiradores das mar- formam a General Motors em todos – tenha se tornado ela mesma obsole- trial, no entanto, é outra conversa e cas que já foram extintas, como Ply- os cantos do mundo não tiverem uma ta. Ela se recusou a construir os carros SANHA O veneno de Moore é destila- deve ser prioridade máxima”. mouth, Hudson, Studebacker e Olds- revenda autorizada para recorrerem que o público queria, com baixo con- do em diversos parágrafos e questio- mobile, além de outras como o em um momento de aperto sempre sumo de combustível, confortáveis e na, inclusive, a decisão do presidente ADOÇÃO O radicalismo de Moore es- DeLorean. O fato de não terem um terá um encontro de carros órfãos seguros. Ah, e que não caíssem aos pe- Barack Obama de acudir a fábrica e tá em uma ponta, mas entre ele e o “pai vivo” atrai o carinho de potenciais com um para-lamas amigo para en- daços depois de dois anos. A GM lutou investir o dinheiro do país em um resto da sociedade existe um com- padrastos, que se empenham em dar tornar as últimas gotas de gasolina. LANTERNAGEM E DIREÇÃO CHAVES LATARIAS DISTRIBUIDOR PINTURA HIDRÁULICA MECÂNICA BOSCH SERVICE FARÓIS E LÂMPADAS AR CONDICIONADO REVISÃO ALARME REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS. AV. BIAS FORTES 954 FONE: (31) 3222-8822