1. UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
CECH - Centro de Educação e Ciências Humanas
Rod. Washington Luis, km 235 – Cx. Postal 676 – CEP 13.565-905.
Pedagogia: Aluno: Roosevelt Carlos de Oliveira
RA: 604933 – e-mail: roosevelt@coopling.com.br
PRÁTICAS SOCIAIS E PROCESSOS EDUCATIVOS
PROF. DRA. ELENICE MARIA CAMMAROSANO ONOFRE
Sinopse #2
Textos:
FREIRE, Paulo. Ninguém nasce feito: é experimentando-nos no mundo que nós nos
fazemos. In: _____. Política e Educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993. p. 79-88.
SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Aprender a conduzir a própria vida:
dimensões do educar-se entre afrodescendentes e africanos. In: Barbosa, L. M. de A.; Silva,
P. B. G.; Silvério, V. R. (orgs). De preto a afrodescendente. Trajetos de pesquisa sobre
relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos: EdUFSCar, 2010. p. 181- 197.
______________________________________________
O texto de Freire (1993) traz uma reflexão sobre seu
aprendizado e a memória de seu trajeto como aprendiz e professor,
dos momentos da infância, da memória de infância e da importância
do saber aprender. As memórias de Freire identificam-no em seu
próprio trajeto e a formação de sua própria identidade frente à própria
escolarização e sua aversão primária da gramatiquice escolar. Todas
estas experiências se tornaram indissociáveis de seu caráter que
vieram a ser manifestas ao longo de sua vida e carreira acadêmica.
Através da reflexão sobre a leitura, pudemos repensar o papel
do educador-político/político educador que não deve se acomodar
frente às aspirações das classes populares; somente trabalhamos em
favor das classes populares quando trabalhamos com elas. Toda a
trajetória dese educador foi pautada em sua mobilidade e sua recusa
em não estagnar-se por ser responsável pelo próprio progresso.
Em Silva (2010), faz-se uma busca de referências
epistemológicas de origem não eurocêntrica para abordar o tema da
identidade africana, mesmo que tais fontes não sejam oficialmente
reconhecidas. Isso se dá visto que as fontes existentes são
predominantemente européias e, portanto, fornecendo uma visão
unilateral dos fatos.
No decorrer das várias entrevistas com afrodescendentes de
diversas origens geográficas - Guiné, Brasil, Nigéria, entre outras –
podemos observar o sentimento de estigma presente na interação
destes e a aspiração de poder assumir sua própria identidade afro.
Tais sentimentos são oriundos de um esmaecer constante de nossa
identidade (sic) em virtude de uma educação de origem européia.
O trabalho de Silva também traz as matizes de origem africana
expressas no modo de ser presente em nossa população (p.184).
A tradição oral está muito presente nos modos de educar e de
2. UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
CECH - Centro de Educação e Ciências Humanas
Rod. Washington Luis, km 235 – Cx. Postal 676 – CEP 13.565-905.
Pedagogia: Aluno: Roosevelt Carlos de Oliveira
RA: 604933 – e-mail: roosevelt@coopling.com.br
se educar encontrados entre as comunidades de origem afro. Tal
manifestação é parte da tradição cultural africana. Um patrimônio
que traz em si hábitos, canções, a oralidade dos costumes e jogos,
objetos e ritos, para citar alguns.
O conduzir a própria vida entre os afrodescendentes se dá nas
tenções entre o afirmar-se como negro e o constante negar-se pela
cultura alheia e o querer pertencer ao que está em voga: um
movimento constante de imagens que recalcam a inferioridade do
nego (p.187) e o processo de assimilação na atual sociedade. Tal
modo de se conduzir a própria vida engloba o próprio modo de ser do
afro-descendente no que diz respeito ao movimento, gingado, o modo
de ouvir, falar e agir.
A memória é transferida de forma aberta e multimodal. A
riqueza está neste museu vivo e nos inúmeros sentidos que estão no
jeito de vida de cada um.
Na formação de Freire bem como na pesquisa de Silva estão
marcado o trajeto do sujeito e sua interação com o meio, a recusa de
negar as origens e poder expressar-se livremente no decorrer de uma
vida inteira, ora aluno, ora professor.
Roosevelt Carlos de Oliveira