O documento fornece uma introdução sobre a anatomia, definindo o conceito da ciência, suas divisões principais (macroscópica, microscópica e do desenvolvimento) e breve histórico desde a antiguidade até os dias atuais, quando houve avanços significativos graças à aquisição de novas tecnologias.
2. CONCEITO DE ANATOMIA
• No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a
ciência que estuda, macro e microscopicamente,
a constituição e o desenvolvimento dos seres
organizados.
• A palavra Anatomia é derivada do grego anatome
(ana = através de; tome = corte). Dissecação
deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é
equivalente etimologicamente a anatomia.
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência,
enquanto dissecar é um dos métodos desta
ciência.
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8. Anatomia
• Seu estudo tem uma longa e interessante história,
desde os primórdios da civilização humana.
Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela
manipulação dos corpos. Expandiu-se, ao longo do
tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
9. Anatomia
• Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida
em três grandes grupos: Anatomia
macroscópica, Anatomia microscópica e
Anatomia do desenvolvimento.
10. Anatomia Macroscópica
• É o estudo das estruturas observáveis a olho
nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os
mais variáveis possíveis. Apresenta duas
grandes divisões, a Anatomia Regional, na
qual os dados anatômicos macroscópicos
humanos são descritos segundo as grandes
divisões naturais do corpo (membro inferior,
membro superior, cabeça e pescoço, tórax,
abdome e pelve) e a Anatomia Sistêmica, na
qual a abordagem é feita segundo os vários
sistemas ( conjunto de órgãos com mesma
função básica ).
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12. Anatomia Microscópica
• Relacionada com as estruturas corporais
invisíveis a olho nu e requer o uso de
instrumental para ampliação, como lupas,
microscópios ópticos e eletrônicos. Este
grupo é dividido em Citologia (estudo da
célula) e Histologia (estudo dos tecidos e
de como estes se organizam para a
formação de órgãos).
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14. História da Anatomia
Anatomia primitiva (3000 a 1600 anos A.C.)
•Hieróglifos e papiros desta época indicam
interesse pela anatomia de animais e do homem
(múmias).
•Previsão do futuro através da observação do
“fígado” de animais sacrificados (Assíria, Caldéia).
15. Aristóteles (384--322 A.C.)
•Aristóteles : fundador das Ciências Biológicas
(dissecou plantas e animais). Acreditava que o
coração era o centro do pensamento e da
alma.
História da Anatomia
16. O principal contribuidor desta época
foi Hipócrates, considerado como pai
da medicina ocidental
Para ele o encéfalo além de estar
envolvido nas sensações era também
sede da inteligência
História da Anatomia
Nascimento: 460 a.C., Cós, Grécia
Falecimento: 370 a.C., Lárissa, Grécia
17. Erasistratus (310-250 AC)
•Foram os mais ativos dissecadores da antiguidade
•Encorajados pelo faraó Ptolomeu
Herophilus (335--280 AC)
• Dissecou mais de 600 corpos e escreveu mais de
um tratado de anatomia (“prensa de Herophilus”)
•Mostrou que o cérebro é o centro do sistema
nervoso e a sede da inteligência
•Classificou os nervos: voluntários e involuntários
História da Anatomia
18. • Erasistratus
• Observou que a linfa contém gordura
• Descreveu a função da epiglote fechando a laringe
• Identificou a valva tricúspide
• Distinguiu nervos sensoriais de nervos motores
• Acreditava que as artérias continham “ar” (isto só foi
corrigido no séc. XVII por Harvey)
História da Anatomia
19. • Claudius GALENO (131 (131-200 D.C.) --200 D.C.)
• Médico do imperador romano Marco Aurélio .
• Fundador da fisiologia experimental (mostrou que a urina
se forma nos rins e não na bexiga; provou que a secção
da medula espinhal provoca paralisia abaixo do nível da
secção).
• Foi grande escritor: sua obra Sobre o Uso das Partes do
Corpo Humano regeu a medicina por 14 séculos
História da Anatomia
20. • GALENO: 14 séculos de equívocos
• O início da era cristã prejudicou o conhecimento
anatômico: proibido dissecar corpos humanos.
• (O saber Galênico baseou-se apenas na dissecção
de animais).
• Galeno perpetuou falsas crendices estabelecidas
por ser predecessores e contemporâneos.
História da Anatomia
21. • Principais pensamentos de Galeno:
• A vida cósmica entraria no corpo a cada
inspiração (pneuma)
• Três espíritos diferentes ocupariam o corpo:
• Espírito natural (fígado)
• Espírito vital (coração)
• Espírito animal (cérebro)
História da Anatomia
22. • Idade média:
• A Sacralidade do corpo impediu o progresso da
anatomia (considerada crime cujo castigo era a
fogueira)
• Universidade de Bolonha (1315): Mondino fez a
primeira vez dissecções de cadáveres humanos,
com finalidade de ensino.(obrigatório uso de
cadáver para cirurgiões -Universidades);
(cádaveres de criminosos).
História da Anatomia
23. Anatomia como Arte
• Leonardo da Vinci (1452-1519): “arte e ciência
caminham de mãos dadas”
O Homem de Vitrúvio
(1492): simetria
24. • Arte => difusão da anatomia nas
universidades, tornando as dissecações
humanas parte integrante do currículo
médico.
• Entretanto: número insuficiente e rápida
putrefação dos cadáveres – violação de
sepulturas;
• Decreto oficial foi emitido permitindo o uso
de cadáveres de criminosos e ladrões.
História da Anatomia
25. Anatomia como Arte
• Michelangelo
Buonarotti: ápice;
20 anos adquirindo
conhecimentos do
corpo humano num
convento.
28. História da Anatomia
• Andreas Vesalius
(1514-1564): “De
humani corporis
fabrica”. Corrigiu
erros de outros
anatomistas, expôs
esqueleto do corpo
humano. “Pai da
Anatomia”
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45. NORMALIDADE
• Normal, para o anatomista, é o
estatisticamente mais comum, ou seja, o
que é encontrado na maioria dos casos.
• Já para o médico, é o que é sadio ou com
saúde, não doente.
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47. Variação anatômica
• Qualquer fuga do padrão sem prejuízo da
função. Assim, a artéria braquial mais
comumente divide-se na fossa cubital.
Este é o padrão. Entretanto, em alguns
indivíduos esta divisão ocorre ao nível da
axila. Como não existe perda funcional
esta é uma variação.
48. • Idade: É o tempo decorrido ou a duração da vida onde
ocorrem notáveis modificações anatômicas em cada fase
dos indivíduos;
• Sexo: É o caráter de masculinidade ou feminilidade,
sendo distinguidas mesmo fora da esfera genital;
• Raça: É a denominação conferida a cada grupamento
humano com caracteres físicos comuns, externa e
internamente, pelos quais se distinguem dos demais;
• Tipo Morfológico Constitucional (Biótipo): é o principal
fator das diferenças morfológicas, a soma dos caracteres
herdados ou adquiridos por influência do meio e sua inter-
relação. Existem em cada grupo racial.
• Evolução e Desenvolvimento: Influencia o aparecimento
de diferenças morfológicas, no decorrer dos tempos.
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50. Anomalia
• Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de
uma anomalia e não de uma variação. Se a
anomalia for tão acentuada que deforme
profundamente a construção do corpo,
sendo, em geral, incompatível com a vida, é
uma monstruosidade.
• Por exemplo: a agenesia ( não formação) do
• encéfalo.
• O estudo deste assunto é feito em
teratologia
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57. Nomenclatura Anatômica
• Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem
própria. Ao conjunto de termos empregados para
designar e descrever o organismo ou suas partes dá-
se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o
extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do
século passado, graças aos trabalhos de importantes
“escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França,
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do
corpo humano recebiam denominações diferentes
nestes centros de estudos e pesquisas.
58. • Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria.
• A falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20.000
termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a
pouco mais de 5.000).
• Evitar epônimos anatômicos.
• Várias reuniões foram realizadas a nível internacional, chegando a um
acordo em 1955, em Paris, onde foi aprovada
• oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A.
(Paris Nomina Anatomica).
• A PNA passou por várias revisões (1960, 1965 e 1970).
• A língua oficialmente adotada é o latim (por ser uma língua morta),
porém cada país pode traduzi-la para o seu próprio vernáculo.
Nomenclatura Anatômica
59. • Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos
(nome de pessoas para designar coisas) e os termos
indicam:
• • Forma (Músculo trapézio);
• • Posição ou situação (nervo mediano);
• • Trajeto (artéria circunflexa da escápula);
• • Conexões ou inter-relações (ligamento sacro-ilíaco);
• • Relação com o esqueleto (artéria radial);
• • Função (músculo levantador da escápula);
• • Critério misto (músculo flexor superficial dos dedos).
Nomenclatura Anatômica
60. Epônimos
• Trompas de Eustáquio - Tubas auditivas
• Trompas de Falópio - Tubas uterinas
• Polígono de Willis - Círculo arterial do cérebro
• Pomo de Adão - Proeminência laríngea
• Aqueduto de Sylvius - Aqueduto mesencefálico
• Fissura Sylviana - Sulco lateral
• Forame de Luschka - Forame lateral do quarto ventrículo
• Forame de Magendie - Forame mediano do quarto ventrículo
• Sulco de Rolando - Sulco central
• Sulco de Sylvius - Sulco lateral
• Tendão de Aquiles - Tendão calcâneo
61. Abreviaturas usadas:
• a. – artéria; aa. – artérias;
• fasc. – fascículo; gl. – glândula;
• lig. – ligamento; ligg. – ligamentos;
• m. – músculo; mm. – músculos;
• n. – nervo; nn. – nervos;
• r. – ramo; rr. – ramos;
• v. – veia; vv. – veias.
62. POSIÇÃO ANATÔMICA
• Para evitar o uso de termos diferentes nas
descrições anatômicas, considerando-se
que a posição pode ser variável, optou-se
por uma posição padrão, denominada
posição de descrição anatômica
(posição anatômica). Deste modo, os
anatomistas, quando escrevem seus
textos, referem-se ao objeto de descrição
considerando o indivíduo como se
estivesse sempre na posição
padronizada.
63. • Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição
ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o
olhar dirigido para o horizonte, membros superiores
estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas
para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos
pés dirigidas para frente.
POSIÇÃO ANATÔMICA
70. Planos
• O plano mediano é um plano vertical que passa através do eixo
mais longo que cruza o corpo, dos pés até a cabeça; este plano
separa o corpo em antímeros direito e esquerdo. O que quer que
esteja situada próximo a este plano é chamado medial, e o que está
longe dele, lateral.
• Um plano sagital é paralelo ao plano mediano.
• O plano coronal é também um plano vertical que passa pelo eixo
maior (dos pés à cabeça), mas é perpendicular ao plano mediano,
separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trás, ou dorso.
Algo em posição à frente do plano frontal é chamado anterior, ao
passo que algo situado atrás desse plano é chamado posterior.
• O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor
do corpo, do dorso até o ventre , isto é, da posição posterior para a
anterior. Divide a estrutura atravessada em porções superior e
inferior.