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Plano de Trabalho
Deve redigir um texto onde apresente situações de vida, em contexto privado, que vão de
encontro aos critérios de evidência e à competência visada. Por exemplo, pode desenvolver
uma situação de conflito em contexto doméstico, privado ou familiar. Explique o que esteve na
origem do conflito em causa, os meios usados na sua resolução, as soluções que foram
encontradas para resolver o problema. Aconselhamos a leitura do texto, abaixo apresentado,
que aborda a temática da conflitualidade.
Nota: uma vez que se tratam de situações em contexto privado, se quiser evitar a exposição e
a divulgação de dados, pode alterar os nomes dos personagens da narrativa em questão, bem
como as datas, os locais, etc.
Módulo: 10005 – Gestão de equipas e de conflitos Data: ___ /___ /2021
Formando: Formador(a):
O que é um conflito, quando e como surge?
O conflito surge quando há a necessidade de escolher entre situações difíceis de conciliar. Trata-se, portanto, de um choque de motivos ou de
informações díspares, de uma competição entre pessoas, forças ou ideias. Esta oposição ocorre quando existem perspectivas, interesses ou
objectivos diferentes face a pessoas, objectos ou opiniões. No entanto, também podem existir conflitos gerados por interesses iguais. A estas
situações podemos chamar de concorrência ou competição e são inúmeros os exemplos que podemos apresentar: filas na cantina, disputas por
heranças, concorrência no trabalho, conflitos em divórcios pela custódia dos filhos, disputa do melhor lugar para estacionar o automóvel. Daí a
necessidade de criar entidades reguladoras (tribunais por exemplo) para estes casos.
Podemos falar em conflito externo quando um sujeito entra em conflito com outro sujeito ou com qualquer entidade externa. Por contraste, o
conflito é interno ou psicológico quando um sujeito entra em conflito consigo próprio; por exemplo quando está face a dilemas, dualidades da
mente, dúvidas, arrependimentos ou decisões difíceis.
Podemos classificar os conflitos consoante o tipo de entidade em causa: há conflitos morais (entre valores morais e correntes éticas antagónicas,
como a moral fundamentada na emoção versus moral baseada na razão), conflitos transcendentais (com o destino ou alguma entidade do plano
divino), conflitos sociais (com a sociedade ou elementos da sociedade), combates ideológicos (entre filosofias de vida, ideias, perspectivas,
visões do mundo), entre outros.
Os conflitos são situações complexas. A comunidade internacional está, em muitas situações, melhor preparada para lidar com as crises
humanitárias provocadas por guerras do que para gerir as forças que produzem as crises e que estão na origem dos conflitos. Ou seja, é mais
fácil tratar das feridas e das consequências dos conflitos negativos, e mal resolvidos, do que prevenir a devastação.
Habitualmente, a negociação e a mediação são as estratégias mais comuns usadas para a resolução de conflitos. A primeira é um processo que
pode envolver (embora não necessariamente) outros participantes ou assistentes, a última é caracterizada pela presença de uma terceira parte
assumida como neutra, cujo objectivo é facilitar um resultado positivo.
Frequentemente os conflitos são mais sustentados por questões psicológicas e culturais do que por questões verdadeiras e essenciais. Logo,
torna-se fundamental identificar e compreender os padrões culturais e as condições sociais que causam a violência e fomentam os conflitos. É o
contexto cultural que influencia o modo como as pessoas e as sociedades lidam com as diferenças e as tensões. Assim, a situação política e
social dos Balcãs frequentemente requer intervenções de ajuda, por exemplo, através do estímulo ao diálogo e ao desenvolvimento de projectos
culturais, devido à tensão latente e variedade de minorias a viver na região. O processo de gestão dos conflitos e de manutenção da paz vai para
além da mera resolução de um conflito; ou seja, deve ser capaz de implicar aspectos culturais e promover a integração social de grupos distintos.
A importância da cultura pode ser reconhecida também durante o processo de negociação. Assim, negociar sem conhecer as questões culturais e
as necessidades sociais não resolve problemas e, frequentemente, causa outras sérias tensões entre as partes oponentes ou entre minorias. Num
grande número de situações, o processo de escalada de conflitos tende a aumentar devido a desentendimentos culturais. Logo, as estratégias de
mediação e negociação de conflitos devem intervir na raiz do problema e não apenas nas suas consequências.

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  • 1. Plano de Trabalho Deve redigir um texto onde apresente situações de vida, em contexto privado, que vão de encontro aos critérios de evidência e à competência visada. Por exemplo, pode desenvolver uma situação de conflito em contexto doméstico, privado ou familiar. Explique o que esteve na origem do conflito em causa, os meios usados na sua resolução, as soluções que foram encontradas para resolver o problema. Aconselhamos a leitura do texto, abaixo apresentado, que aborda a temática da conflitualidade. Nota: uma vez que se tratam de situações em contexto privado, se quiser evitar a exposição e a divulgação de dados, pode alterar os nomes dos personagens da narrativa em questão, bem como as datas, os locais, etc. Módulo: 10005 – Gestão de equipas e de conflitos Data: ___ /___ /2021 Formando: Formador(a): O que é um conflito, quando e como surge? O conflito surge quando há a necessidade de escolher entre situações difíceis de conciliar. Trata-se, portanto, de um choque de motivos ou de informações díspares, de uma competição entre pessoas, forças ou ideias. Esta oposição ocorre quando existem perspectivas, interesses ou objectivos diferentes face a pessoas, objectos ou opiniões. No entanto, também podem existir conflitos gerados por interesses iguais. A estas situações podemos chamar de concorrência ou competição e são inúmeros os exemplos que podemos apresentar: filas na cantina, disputas por heranças, concorrência no trabalho, conflitos em divórcios pela custódia dos filhos, disputa do melhor lugar para estacionar o automóvel. Daí a necessidade de criar entidades reguladoras (tribunais por exemplo) para estes casos. Podemos falar em conflito externo quando um sujeito entra em conflito com outro sujeito ou com qualquer entidade externa. Por contraste, o conflito é interno ou psicológico quando um sujeito entra em conflito consigo próprio; por exemplo quando está face a dilemas, dualidades da mente, dúvidas, arrependimentos ou decisões difíceis. Podemos classificar os conflitos consoante o tipo de entidade em causa: há conflitos morais (entre valores morais e correntes éticas antagónicas, como a moral fundamentada na emoção versus moral baseada na razão), conflitos transcendentais (com o destino ou alguma entidade do plano divino), conflitos sociais (com a sociedade ou elementos da sociedade), combates ideológicos (entre filosofias de vida, ideias, perspectivas, visões do mundo), entre outros. Os conflitos são situações complexas. A comunidade internacional está, em muitas situações, melhor preparada para lidar com as crises humanitárias provocadas por guerras do que para gerir as forças que produzem as crises e que estão na origem dos conflitos. Ou seja, é mais fácil tratar das feridas e das consequências dos conflitos negativos, e mal resolvidos, do que prevenir a devastação. Habitualmente, a negociação e a mediação são as estratégias mais comuns usadas para a resolução de conflitos. A primeira é um processo que pode envolver (embora não necessariamente) outros participantes ou assistentes, a última é caracterizada pela presença de uma terceira parte assumida como neutra, cujo objectivo é facilitar um resultado positivo. Frequentemente os conflitos são mais sustentados por questões psicológicas e culturais do que por questões verdadeiras e essenciais. Logo, torna-se fundamental identificar e compreender os padrões culturais e as condições sociais que causam a violência e fomentam os conflitos. É o contexto cultural que influencia o modo como as pessoas e as sociedades lidam com as diferenças e as tensões. Assim, a situação política e social dos Balcãs frequentemente requer intervenções de ajuda, por exemplo, através do estímulo ao diálogo e ao desenvolvimento de projectos culturais, devido à tensão latente e variedade de minorias a viver na região. O processo de gestão dos conflitos e de manutenção da paz vai para além da mera resolução de um conflito; ou seja, deve ser capaz de implicar aspectos culturais e promover a integração social de grupos distintos. A importância da cultura pode ser reconhecida também durante o processo de negociação. Assim, negociar sem conhecer as questões culturais e as necessidades sociais não resolve problemas e, frequentemente, causa outras sérias tensões entre as partes oponentes ou entre minorias. Num grande número de situações, o processo de escalada de conflitos tende a aumentar devido a desentendimentos culturais. Logo, as estratégias de mediação e negociação de conflitos devem intervir na raiz do problema e não apenas nas suas consequências.