Este documento apresenta fluxogramas para o diagnóstico e tratamento de toxoplasmose e sífilis congênita em recém-nascidos, além de descrever sinais clínicos destas doenças e escores para avaliação neurológica e somática de recém-nascidos.
1. ROTINAS EM NEONATOLOGIA
Adrielly Suélen Ferreira Demartelaere¹, Ana Cecília Lopes de Lima¹, Fidel Castro Ferreira¹, José Maxwell Medeiros Souza¹, Laís Izabel
Maia Melo¹, Rafael de Medeiros Vasconcelos¹, Raissa Gabriela Vieira da Câmara Barros¹, Rayanna Catarina Rêgo da Costa¹, Nívia Maria
Rodrigues Arrais², Leonardo Moura Ferreira de Souza³, Cláudia Rodrigues Souza Maia4.
1 – Doutorandos do 10º Período de Medicina (UFRN) - 2012.1;
2 – Professora do Departamento de Pediatria, Médica do HOSPED e Coordenadora da Residência Médica de Neonatologia;
3 – Professor do Departamento de Pediatria, Médico do HOSPED e Coordenador do Internato em Pediatria I;
4 – Professora do Departamento de Pediatria e Coordenadora do Internato em Pediatria II.
Natal, RN. Maio de 2012.
FLUXOGRAMA DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA FLUXOGRAMA DE SÍFILIS CONGÊNITA
MÃE COM SÍFILIS
RN SINTOMÁTICO RN ASSINTOMÁTICO
INFECÇÃO MATERNA INFECÇÃO MATERNA PROVÁVEL** TTT não realizado
COMPROVADA* OU MÃE IGM(+) (RECEBEU TRATAMENTO NA
ou inadequado TTT Adequado
IGG(+) SEM TRATAMENTO GESTAÇÃO)
EXAMES + INÍCIO DO TTO
SOROLOGIAS PAREADAS
RN IGM(+)/IGG(+) OU IGG RN > IGG RN Sintomático RN Assintomático RN Sintomático RN Assintomático
MÃE
LÍQUOR
RN IGM (-) IGG (+)
Rx Ossos Longos, Rx Ossos Longos,
FUNDO DE OLHO ALTERADO Punção Lombar, Punção Lombar,
NORMAL ALTERADO Hemograma, VDRL
Hemograma,
VDRL VDRL
REPETIR SOROLOGIA COM
60 E 120 DIAS
< Materno > Materno Negativo
LCR Normal LCR Alterado Exames
(Neurossífilis) Normais e LCR LCR Alterado
VDRL (-) Normal (Neurossífilis) Rx Ossos Longos, Seguimento ou
ASSOCIA CORTICÓIDE Punção Lombar, Tratar C1
TC CRÂNIO ATÉ 90 DIAS TC CRÂNIO URGENTE IGM PERMANECE (-)
IGG TOXO CONGÊNITA AFASTADA
Hemograma (Benzatina)
Tratar A1 (Cristalina Tratar A2 Tratar A3 Tratar A1 (Cristalina Tratar A2 Exames
(Cristalina) Exames Normais LCR Alterado
ou Procaína) (Cristalina) (Benzatina) ou Procaína) Alterados
INFECÇÃO CONFIRMADA INFECÇÃO PROVÁVEL EXAMES COMPLEMENTARES e LCR Normal (Neurossífilis)
LCR Normal
(SUBMETIDA A TTO) ENVIO DE PLACENTA PARA ANÁTOMO-PATOLÓGICO
VIRAGEM SOROLÓGICA IGM(+) IGG(+) E PCR LA (-) E/OU
SOROLOGIAS PAREADAS
PCR LA (+) AVIDEZ ALTA ATÉ 16 SEMANAS
LÍQUOR (BIOQUÍMICA, CITOLOGIA, SOROLOGIA) Tratar A1
Tratar A3 Tratar A2
PROVAS DE FUNÇÃO (GGT, BILIRRUBINAS) + TRANSAMINASES HEPÁTICAS (Cristalina ou
(Benzatina) (Cristalina)
IGG COM AUMENTO DE TÍTULO IGM(+) IGG(+) E TESTES Procaína)
DURANTE GESTAÇÃO COMPLEMENTARES NÃO RX E USG CRÂNIO
REALIZADOS FUNDO DE OLHO
BERA E/OU EOA TRATAMENTO DO RN
IGM(+) IGG(+) AVIDEZ BAIXA IGM(+) IGG(+) E TESTES
INCONCLUSIVOS PCR DO RN Penicilina cristalina Penicilina procaína *Penicilina benzatina
100.000 a 150.000 UI/Kg/dia, EV 50.000 UI/Kg/dose, 50.000 UI/Kg, dose única, IM.
SINTOMAS TRATAMENTO REFERÊNCIA PÓS-ALTA 12/12 horas: 1° ao 7° dias de vida DU diária, IM por 10 dias *Não utilizada na rotina da MEJC
CONVULSÕES Pirimetamina (DARAPRIM®) 1-2mg/Kg/d (02 meses) 1mg/Kg/d (até 01 ano) INFECÇÕES CONGÊNITAS DO HOSPED 8/8 horas: 8º ao 10° dias de vida
MICROCEFALIA (Dra. Mylena, Dra. Edinilma e Dra. Nívia)
Sulfadiazina 100mg/kg/d em 02 tomadas até 01 ano - terças-feiras (07h). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍFILIS CONGÊNITA
HIDROCEFALIA Ácido folínico 10mg 3x por semana até 01 ano
Pênfigo palmo-plantar, Rinite pio-sangüínolenta, Exantema máculo-papular Lesões ósseas: Pseudo-paralisia de Parrot (periostite), osteocondrite
ABAULAMENTO DE FONTANELA Prednisona 01mg/Kg/d em 02 tomadas até proteinorraquia e de atividade da
Lesões muco-cutâneas, Condiloma lata Anemia e plaquetopenia
MENINGOENCEFALITE coriorretinite
Até quando tratar? Linfoadenopatia, Icterícia, Hepatoesplenomegalia Hidrocefalia/RDNPM/Deficência auditiva e visual
ESTRABISMO
- RN IGM(+) IGG(+)/ alteração no fundo de olho/ alteração na TC crânio- até 01 ano AMBULATÓRIO DE PEDIATRIA DO IINC
HEPATOESPLENOMEGALIA
DE MACAÍBA-RN (Dra. Nívia) - quartas-
ROTINA PARA ALTA
de idade
ERUPÇÃO CUTÂNEA feiras (08h). Alta só após VDRL MATERNO no momento do parto
PETÉQUIAS - RN IGM(-) IGG(+)/ sem lesões de órgão alvo- repetir sorologia com 60 e 120 dias. Precauções de contato até 24h pós início do tratamento
ICTERÍCIA Se IGM permanece (-) e IgG - suspensão do TTO. Tratamento interrompido > 1 dia Reiniciar
PNEUMONIA Referência Pós-alta: Ambulatório de Infecções Congênitas Hosped ou Ambulatório de Pediatria Do IINN-ELS de Macaíba-RN
ESCORE HEMATOLÓGICO DE RODWELL CAPURRO SOMÁTICO E NEUROSSENSORIAL
Formação mamilo Mamilo pouco Mamilo nítido; aréola lisa diâmetro < 0,75 Mamilo puntiforme Mamilo
visível cm aréola de borda puntiforme aréola
sem aréola 5 não elevada > 0,75 de borda elevada
A cm > 0,75 cm
0
10 15
Textura da pele Fina, gelatinosa Fina e lisa Algo mais grossa, Grossa, com Grossa,
0 5 com discreta sulcos apergaminhada
descamação superficiais, com sulcos
B Superficial descamação de profundos
20 mãos e pés 20
15
Forma da orelha Chata, disforme Pavilhão parcialmente encurvado na borda Pavilhão parcialmente Pavilhão
pavilhão não 8 encurvado em toda totalmente
encurvado borda superior encurvado
C
0 16 24
Tamanho da Ausência Diâmetro Diâmetro Diâmetro
glândula mamária deTecido < 5 mm 5 mm a 10 mm > 10 mm
D mamário
5 10 15
0
Sulcos plantares Ausentes Marcas mal definidas na metade anterior Marcas bem Sulcos na metade Sulcos em mais
da planta definidas na anterior da planta da metade
5 metade anterior e anterior da
E 0 no terço anterior planta
15
10 20
Sinal do Xale Na linha axilar Entre a linha axilar anterior do lado oposto e a Ao nível da linha Entre a linha
(posição do do lado oposto linha média média média e a linha
cotovelo) 0 6 12 axilar anterior do
F mesmo lado
18
Posição da cabeça ao Totalmente  entre 180º - 270º  = 180º  < 180º
levantar o RN (ângulo deflexionada  = 4 8 12
(Â) cérvico-torácico) 270º
G 0
Idade Gestacional:
Somático:
Somatório dos pontos em A, B, C, D, E + 204 /7
Somático-neurológico:
Somatória dos pontos em B, C, D, E, F e G + 200/7
Referências: 1. Kopelman BI, dos Santos AMN, Goulart AL, Miyoshi MH, Guinsburg R (eds): Diagnóstico e Tratamento em Neonatologia, São Paulo, Editora Atheneu, 2004. 2.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS. Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso / Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 3. Margonato et al. Toxoplasmose na gestação: diagnóstico, tratamento e importância de protocolo clínico. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. [online]. 2007, vol.7, n.4, pp. 381-386.