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1 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL 
- GPS - 
Washington Machado* 
I. Introdução: Sumário da Evolução da Navegação 
Desde o início da humanidade, o homem sempre teve a preocupação de 
poder se deslocar e regressar ao ponto de origem com segurança. Ter esse 
conhecimento, desde a pré-história até os tempos modernos, sempre foi uma 
questão de segurança e muitas vezes de poder. No início, provavelmente as 
pessoas marcavam suas trilhas e usavam pontos significativos como 
referências de posição, como montanhas, curvas de rio, etc. Com o passar do 
tempo, foram criados os mapas que incluíam pictorialmente os pontos 
geográficos e a distância entre eles. A orientação era dada pelo alinhamento 
entre dois ou mais pontos de referência ou em relação ao sol. Já na Grécia 
antiga, foi desenvolvido o conceito de Latitude, isto é de localização, Norte ou 
sul, em relação à linha do Equador, e de Longitude, localização, Leste ou 
Oeste, em relação a um Meridiano de referência, sendo hoje adotado o que 
passa pelo Observatório de Greenwich, na Inglaterra. 
Nas noites ou nos dias de baixa visibilidade, eram usados faróis marítimos 
para indicar o caminho de regresso aos portos e marcar perigos para as 
embarcações (arrecifes). Esse foi, talvez, o primeiro sistema de referência 
artificial para a navegação. Usado até os dias de hoje, os faróis mais modernos 
possibilitam, pelo de tempo da passagem do facho de luz principal, determinar 
a posição relativa da embarcação e até a sua distância aproximada. 
Os primeiros marinheiros não se afastavam da vista da costa, até que foi 
introduzida a navegação usando as estrelas como referência. Os antigos 
fenícios se orientavam pela Estrela do Norte para navegar do Egito à Ilha de 
Creta. Mais tarde, no início da era moderna, dois significativos inventos deram 
grande impulso às navegações: a bússola magnética e o sextante. O emprego 
desses dois instrumentos possibilitou a época das Grandes Navegações, 
resultando no completo conhecimento de todas as terras do mundo. 
A bússola magnética, por sempre indicar o Norte verdadeiro, mostrava a 
direção relativa a seguir. O sextante, pela medida exata dos ângulos acima do
horizonte do sol, da lua e de estrelas, possibilitava, pela comparação das 
posições desses astros em um almanaque determinarem a Latitude. A 
determinação da Longitude foi resolvida mais tarde, por volta do final do Século 
XVII, usando a diferença de tempo de Greenwich, ou seja, um cronômetro. 
Comparando, por exemplo, a posição do sol a pico, o que por um almanaque 
específico se saberia que ocorre ao meio-dia em Greenwich, e o horário da 
medida do sextante, por exemplo, 14:00h, sabia-se que a posição era 
equivalente a duas horas a oeste de Greenwich. 
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2 
Sextante 
Esses instrumentos foram os básicos de navegação por muitos anos, até o 
início do Século XX, quando vários sistemas de navegação baseados em 
radiocomunicações emitidas de estações situadas em pontos conhecidos 
foram desenvolvidos. Tais sistemas funcionavam como faróis eletrônicos, com 
a diferença conceitual de que precisavam de receptores especiais a bordo para 
ser usados. Na 2ª Guerra Mundial, esses sistemas foram aperfeiçoados e 
intensamente empregados para a navegação de aeronaves e navios de ambos 
os lados. 
Vários equipamentos de navegação baseados em transmissões de 
estações de radio comunicações baseadas em Terra são ainda utilizados, 
entre eles o NDB (Non-Direcional Radiobeaco’), VOR (VHF Omni Directional 
Radiobeacon), ILS (Instrument Landing System), Ômega, etc. Entretanto, tais 
sistemas sempre ofereceram uma de duas opções de emprego: 
a) Sistemas de grande alcance, mas de baixa precisão (ex. NDB); 
b) Sistemas grande precisão, mas de baixo alcance (ex. ILS)
Tal situação, a qual obriga o uso de diversos sistemas abordo de aeronaves 
e navios, passou a ter como opção o uso de sistemas de satélites, os quais, 
usando os mesmos princípios dos sistemas de navegação do passado e do 
presente baseados em solo, possibilitam, pela primeira vez, a combinação das 
duas opções de máxima cobertura (alcance) e de precisão em um único 
sistema. 
O Sistema de Posicionamento Global (GPS), dos Estados Unidos, é o 
pioneiro de seu tipo a entrar em operação. Seu funcionamento pode, 
conceitualmente, ser imaginado como uma constelação espacial de faróis 
iluminado a Terra ou uma combinação do emprego do sextante, da bússola, do 
cronômetro, do farol marítimo e dos sistemas terrestres de radio navegação, os 
quais sabem exatamente a posição de cada farol no espaço e pode calcular a 
sua distância. O seu funcionamento, o qual necessita de receptores especiais, 
é baseado no princípio da trilateração, que pode ser ilustrado da seguinte 
maneira: 
· Se uma pessoa sabe que está a 100 km do ponto A, ela poderia estar em 
qualquer ponto de uma circunferência de raio 100 km, com centro naquele 
ponto. 
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3 
100 km 
A 
· Se essa pessoa souber que está também a 80 km do ponto B, ela já 
poderia reduzir suas possibilidades a apenas duas posições.
80 km 
80 km 
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4 
100 km 
A 
B 
· Entretanto, se ela também souber sua distância de um terceiro ponto (C), 
poderia saber com absoluta certeza sua posição. 
100 km 
A 
B 
70 km 
C 
No caso da Trilateração do GPS, ou seja, processo que faz uso do 
conhecimento das distâncias de cada satélite, cuja posição é conhecida a cada 
instante, a figura geométrica a ser usada é a esfera, pois as transmissões de 
radiofreqüências são unidirecionais, assim o receptor de GPS pode obter 
resultados também em três dimensões (Latitude, Longitude e Altitude).
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II. O Sistema de Posicionamento Global – GPS 
Os Estados Unidos da América foram os pioneiros no desenvolvimento de 
um sistema de satélites capaz de transmitir sinais para receptores na superfície ou 
em vôo ao redor da Terra, de modo que possam determinar com elevada precisão 
o tempo e sua posição, velocidade e direção. Embora existam outras iniciativas de
desenvolvimento de sistemas similares, como da União Européia (GALILEO), da 
Rússia (GLONASS) e da China (COMPASS), O GPS é, até agora, o único em 
plena operação e de emprego universal. 
Lançado em 1978, inicialmente, o GPS tinha seu uso restrito ao emprego 
militar. Entretanto, após o evento em que uma aeronave civil da Empresa Aérea 
Coréia foi abatida por um caça soviético, em 1983, devido a ter sobrevoado um 
espaço aéreo proibido, provavelmente devido a um erro de navegação, matando 
seus 269 ocupantes, o então Presidente Ronald Reagan anunciou que o GPS 
estaria disponível para uso civil, assim que fosse considerado totalmente 
operacional. Isso aconteceu em abril de 1995. Em 1996, o Presidente Bill Clinton 
declarou oficialmente o GPS como de uso dual, civil e militar, e criou a Agência 
Interministerial de Gestão Executiva do GPS. A partir de 2004, as atribuições 
dessa Agência foram transferidas para o Comitê Executivo Nacional para 
Assuntos de Posicionamento, Navegação e Determinação do Tempo Baseados 
em Sistemas Espaciais (PNT), encarregado de assessorar e coordenar as ações 
dos Ministérios e Agências relativas ao GPS e sistemas correlatos. A PNT é 
chefiada, em conjunto, pelos Vices-Ministros de Defesa e dos Transportes. 
Entrementes, a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) concluiu 
no início da década de 90 a conceituação dos novos sistemas de Navegação, 
Comunicações e Vigilância / Gerência do Tráfego Aéreo (CNS/ATM), idealizados 
para atender a crescente demanda de utilização do espaço aéreo, prevista para a 
primeira metade do Século XXI. No campo da navegação aérea, seria necessário 
o emprego de sistemas globais de apoio ao vôo em todas as suas fases, para o 
quê foi idealizado um Sistema Global de Navegação por Satélites (GNSS), com 
características similares às do GPS. 
Dessa forma, tendo os Estados Unidos oferecido e a OACI aceitado a oferta 
de uso do GPS pela aviação civil de todos os países, sem qualquer tipo de 
discriminação, limitação de tempo ou custo, o sistema vem sendo cada vez mais 
empregado como meio de navegação aérea, em todo o mundo. Alguns países 
fazem uso do GPS como um meio interino até a definição e implementação do 
GNSS, ao passo que outros já o utilizam de forma definitiva, com e sem 
dispositivos complementares. 
Ao mesmo tempo, suas aplicações se estendem para diversas outras áreas 
científicas, sociais e econômicas, entre elas, a navegação marítima e terrestre, a 
agricultura de precisão, a geodésica, a proteção do meio ambiente, e a logística. 
Pode se dizer que o uso civil do GPS é cada vez mais intenso em todos os seus 
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campos de aplicação, inclusive fazendo parte de aparelhos celulares e de 
sistemas de localização e navegação de veículos. 
Inicialmente, o sinal do GPS para uso civil era propositadamente degradado 
por meio de um dispositivo denominado de “disponibilidade seletiva (SA)”, o que 
possibilitava uma precisão de localização de no mínimo 100 metros. Entretanto, a 
partir de 2000 esse dispositivo foi desabilitado, passando a precisão a ser 
determinada apenas pelo desempenho do sistema e a qualidade do receptor, o 
que pode chegar a poucos metros de erro da posição verdadeira. 
III. Características Básicas do GPS 
Antenas 
Terrenas 
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O GPS é composto de três elementos principais: 
· Segmento Espacial; 
· Controle do Sistema; 
· Receptores (usuários) 
Controle 
Espacial 
Receptores 
EElleemmeennttooss ddoo GGPPSS 
Estações de Monitoramento 
Estação Máster
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3.1 – O Segmento Espacial 
a) A Constelação GPS: 
A Constelação GPS é formada por 24 satélites a 20.200 km de altitude, 
distribuídos em 6 planos de órbita com 55º de inclinação, sendo 4 satélites em 
cada plano, separados em arcos de 60º. Outros satélites, de dois a cinco, são 
mantidos em órbita, como reservas imediatos, em caso de pane de um ou mais 
satélites, porém funcionando normalmente, gerando um efeito de redundância na 
Constelação. A cada 12 horas, os satélites completam uma órbita em volta da 
Terra. 
Essa arquitetura possibilita que, a qualquer momento e em qualquer ponto 
da Terra sem obstáculos (montanhas, edifícios, etc.), se possa receber os sinais 
de 7 satélites ao mesmo tempo. 
b) Os Satélites GPS: 
b.1 - Os Satélites da Constelação GPS, também referidos como Veículos 
Espaciais (SV), apresentam as seguintes características básicas:
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· Peso: aproximadamente 1.500 Kg; 
· Energia: Solar; 
· Dimensões: cerca de 3 x 13 metros; 
· Relógios Atômicos: 4 (quatro) com precisão de 10-12 , ou seja, com 
estabilidade de 1 em 1.000.000.000.000 segundos, o que significa que 
levará cerca de 32.000 anos para adiantar ou atrasar 1 segundo; 
· Transmissores: rádio freqüências portadoras na banda de UHF e de 
baixa potencia, sendo as básicas designados de L1 (1.575,42 MHz) e L2 
(1.227,60MHz); 
· Vida útil Média: 12 anos. 
Notas: 
1. Os sinais (L1 e L2) trafegam em linha direta, o que significa que, embora 
ultrapassem nuvens, vidros e plásticos, são obstruídos por objetos mais 
sólidos, tais como prédios e montanhas. 
2. Uma terceira rádio freqüência denominada de L5 deverá ser liberada para uso 
geral. 
b.2 – Sinais do GPS: 
· Sinais de Uso Geral: rádio freqüências L1 e L2 moduladas com o código 
C/A (Coarse/Acquisition), também conhecida como Código Civil. Esses 
códigos podem ser acessados por qualquer receptor GPS comum, 
livremente comercializado em todas as partes do mundo. Em relação ao 
nível de serviço prestado, esses sinais são denominados de “serviço de 
posicionamento padrão” (SPS). 
· Sinais de Uso Restrito: essas mesmas rádios freqüências L1 e L2 quando 
moduladas com os códigos P(Y), sendo P (código de precisão) referente e 
destinado a definições de posição com maior precisão e (Y) um código de 
proteção contra interferências e transmissões falsas, são de uso privativo 
do Governo dos EUA. Os sinais com o código P(Y) só podem ser 
acessados por receptores especiais e não liberados para comercialização.
Em relação ao nível de serviço prestado, esses sinais são denominados de 
“serviço de posicionamento de precisão” (PPS). 
· Código Pseudo-randômico (Pseudo-Random Noise -PRN): os códigos 
C/A e P(Y) são exemplos de código pseudo-randômico ou PRN, que são 
códigos binários, usando padrões de seqüências de “1” e “0”, compondo 
algoritmos matemáticos. Cada satélite transmite uma seqüência única de 
códigos C/A e P(Y), nas mesmas freqüências L1 e L2, de forma que o 
receptor GPS possa identificar cada satélite de acordo com seu número 
PRN. Assim, por exemplo, PRN 2 identifica um dentre os demais satélites 
da Constelação GPS. 
Nota: Os sinais são modulados nas frequencias L1 e L2 em “Quadrature Phase 
Shift Keying” (4-PSK). 
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Satélite GPS
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b.3 Informações Transmitidas 
As Transmissões dos Satélites GPS contém três tipos de informações: 
· Código Pseudo-randômico (PRN); 
· Dados de Efemérides; 
· Dados de Almanaque. 
O Código Pseudo-randômico (PRN) pode ser entendido como uma forma 
do Receptor GPS identificar qual dos Satélites GPS está transmitindo as demais 
informações associadas. 
Dados de Efemérides são as informações sobre a posição que cada 
Satélite GPS deverá estar ocupando no espaço, a qualquer instante durante as 24 
horas do dia. Cada Satélite transmite os dados de Efemérides mostrando as suas 
próprias informações orbitais, bem como as de cada um dos demais satélites da 
Constelação GPS. Com esses dados, um receptor pode prever a posição exata de 
cada satélite, a qualquer tempo. 
Dados de Almanaque são as informações constantemente transmitidas 
por cada um dos Satélites GPS acerca de sua situação operacional (confiável ou 
não confiável), correção do seu relógio atômico, informações genéricas de sua 
posição orbital, parâmetros de retardos atmosféricos às transmissões, informação 
precisa do tempo GPS atual e sua diferença em relação ao tempo UTC. 
A associação dessas três informações obtidas de pelo menos três satélites, 
ou seja, Código Pseudo-randômico, Dados de Efemérides e Dados de Almanaque, 
constituem as bases para que um Receptor GPS possa determinar sua posição. 
3.2 – Controles do Sistema 
O Segmento de Controle do GPS é formado por uma rede mundial de 
estações com a função de monitorar os sinais transmitidos pelos satélites, 
processa-los e, sempre que necessário, emitir sinais de comando de 
posicionamento dos satélites e de correção dos dados à Constelação GPS. A rede 
é formada pelos seguintes elementos: 
· Uma Estação Máster de Controle (MCS);
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· Cinco Estações de Monitoramento (MS): 
· Três Antenas Terrenas (GA). 
A constelação de satélites GPS é gerenciada e controlada a partir da 
Estação Máster de Controle. Os dados coletados pelas Estações de 
Monitoramento são processados na MCS e o seu pessoal técnico pode, com base 
nesses dados, transmitir comandos aos satélites para corrigir eventuais problemas 
técnicos. 
As Estaçoes de Monitoramento (Havai, Ascension, Diego Garcia, Kwajalein, 
Schriever AFB) acompanham e monitoram os satélites em sua visada direta. Os 
dados coletados são automaticamente transmitidos para a MCS, para 
processamento e determinação de eventuais necessidades de correções dos 
traçados das órbitas e dos dados de navegação. 
As mensagens de correção emitidas pela MCS aos satélites são 
transmitidas por meio de Antenas Terrenas (GS) localizadas junto a três das MS. 
No caso de ser detectado um problemas mais sério com um dos satélites, a MCS 
transmite uma mensagem de “não confiável”, que faz com que os receptores GPS 
o não façam uso de suas informações para o cálculo de posição e tempo. 
Nota: Devido à arquitetura do sistema (restrições de visibilidade das MS e o 
tempo de processamento da MCS), pode levar até 45 minutos para que um 
satélite com defeito seja declarado “não confiável”. Essa demora é inaceitável para 
o uso do GPS na navegação aérea, sendo necessário o emprego de 
infraestrutura, terrestre e/ou espacial, complementar ao GPS (‘sistemas de 
aumentação’) e de receptores GPS de aeronaves dotados de dispositivo de 
monitoramento autônomo da integridade do GPS (RAIM), para assegurar um 
efetivo e instantâneo controle da integridade do sistema.
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Atol Kwajalein 
Comando Espacial 
CCoonnttrroollee ddoo GGPPSS 
Hawai 
Ascension 
Diego Garcia 
Cabo Canaveral 
MCS MS Antenas Terrenas 
3.3 – Receptores GPS 
Os receptores GPS são partes integrantes do Sistema e é onde a posição e 
o tempo são finalmente calculados. É em nível dos receptores que todo o sistema 
GPS se torna utilizável. 
Os receptores GPS, sejam os que fazem uso do serviço de posicionamento 
padrão - SPS (de uso geral), ou do serviço de posicionamento de precisão – PPS 
(de uso restrito), seguem os mesmos princípios gerais de funcionamento. 
Os receptores de livre comercialização, ou seja, os que fazem uso do 
serviço de posicionamento padrão, além dos programas fundamentais para 
decodificação e processamento dos sinais GPS, incorporam softwares aplicativos 
específicos conforme sua destinação, por exemplo, navegação aérea, agricultura 
de precisão, navegação marítima, navegação rodoviária, etc. Diferem-se também 
por suas especificações técnicas, como, por exemplo, número de receptores de 
freqüências (L1 e/ou L2) e quantidade de canais, ou seja, de satélites que podem 
processar ao mesmo tempo.
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a. Princípios de Funcionamento dos Receptores GPS 
a1. Determinação da Distância dos Satélites 
Como fundamento básico, o receptor GPS faz a comparação entre o tempo 
em que um sinal de um satélite foi transmitido com o tempo em que foi recebido. A 
diferença encontrada indica ao receptor a distancia que se encontra do satélite 
considerado. 
O código PRN (ou C/A) transmitido por cada satélite é igualmente gerado 
dentro do receptor. Assim, usando técnicas de comparação de fases entre os dois 
sinais de código, o receptor determina o tempo que o sinal transmitido pelo satélite 
levou para chegar ao receptor. 
Comparação ddee SSiinnaaiiss PPRRNN 
Receptor PRN 
Satélite PRN 
Diferença de 
Tempo 
A velocidade do sinal transmitido é a de ondas eletromagnéticas, muito 
próximas da velocidade da luz, com variações resultantes dos efeitos da ionosfera 
e da atmosfera, modeladas pelo receptor conforme parâmetros contidos nos 
Dados de Almanaque, resultando em uma velocidade média. 
Assim, a distância do satélite considerado ao receptor, designada como 
pseudorange, é calculada pela multiplicação do tempo de trânsito do sinal do 
satélite até o receptor pela média da velocidade do sinal.
T 
O Sinal sai do satélite no 
tempo “T” 
O Sinal é recebido no receptor 
no tempo “T + 3” 
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Posição BBaasseeaaddaa nnoo TTeemmppoo 
T + 3 
Distância entre o satélite e o 
receptor = “3 multiplicado pela 
velocidade da luz” 
a2. Cálculo da Posição 
Para o cálculo da posição do receptor, além da distância de cada satélite, é 
necessário o conhecimento da posição do satélite considerado, a qual é obtida 
dos Dados de Efemérides. 
Os receptores GPS são normalmente multi-canais, significando que podem 
acompanhar um satélite por canal. Assim, um receptor com 12 canais pode 
acompanhar até 12 satélites ao mesmo tempo. 
Um receptor GPS precisa estar acompanhando pelo menos 3 satélites 
(obter simultaneamente as informações de distância – pseudoranges – de três 
satélites), para poder calcular a sua posição em duas dimensões (2D), isto é, em 
relação sua longitude e latitude. 
Uma vez que a posição do receptor está determinada, o receptor GPS, 
poderá calcular outras informações importantes para suas aplicações, como, por 
exemplo, velocidade, direção, rota, distância percorrida, distância a percorrer até o 
destino, horas do por e do nascer do sol, etc.
Para obter uma posição 3D, os receptores precisam acompanhar pelo 
menos 4 satélites ao mesmo tempo, ou seja, obter simultaneamente informações 
de distância de quatro satélites (pseudoranges), para calcular a sua posição 
tridimensional (latitude, longitude e altitude) e para resolver a diferença ou erro de 
tempo entre os relógios atômicos dos satélites (de alta precisão) e o relógio 
interno ao receptor, muito menos preciso. O erro do relógio do receptor é comum 
em todas as medições de distância dos satélites (pseudoranges) e pode ser 
solucionado quando resolvidas as equações de cálculo referente a pelo menos 
quatro satélites. 
O receptor faz uso do método de trilateração para determinar sua posição, 
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conforme mostram as figuras abaixo: 
Sinal ddee UUmm SSaattéélliittee 
O receptor 
está em algum 
lugar na 
superfície da 
esfera. 
SSiinnaaiiss ddee DDooiiss SSaattéélliitteess
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________________________________________________________ 
Três Satélites ((PPoossiiççããoo 22DD)) 
PPoossiiççããoo TTrriiddiimmeennssiioonnaall ((33DD))
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2.4 – Fatores de Degradação do Sinal GPS 
Os sinais GPS são transmitidos por meio de rádio freqüências na banda de 
UHF e, por isso, sujeitos à interferências e outros fatores que podem afetar a sua 
precisão, entre eles, os seguintes: 
· Atrasos causados pelos efeitos da Ionosfera e da Troposfera: Os sinais 
transmitidos pelos satélites GPS sofrem uma redução de velocidade ao 
atravessarem a atmosfera. O sistema faz uso de um modelo de cálculo que 
estima o atraso médio e faz uma correção parcial desse tipo de erro; 
· Reflexão de Sinais (Multipath): Esse tipo de erro ocorre quando os sinais 
são refletidos em superfícies sólidas, como edifícios e montanhas, antes de 
atingirem os receptores. Essas reflexões aumentam o tempo de transito dos 
sinais até os receptores, causando erros. 
· Erro dos Relógios dos Receptores: Os relógios internos dos receptores 
não são tão precisos como os dos satélites o que pode causar pequenos 
erros de medição do tempo. 
· Erros de Órbita ou de Efemérides: Erros causados por informações não 
precisa da posição dos satélites;
· Número Reduzido de Satélites Visíveis: Quanto menor o número de 
satélites visíveis maiores são as possibilidades de erros, em função de 
outros fatores, como terreno, folhagem, construções e outros; 
· Geometria dos Satélites Visíveis ou Sombra: A posição relativa dos 
satélites visíveis, com ângulos pequenos de separação entre eles, pode 
prejudicar a precisão do sistema. 
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19 
Fatores de Degradação ddoo SSiinnaall GGPPSS 
Earth’s Atmosphere 
Estruturas 
Sólidas 
Metal Electro-magnetic Fields 
IV. Sistema Geodésico Mundial de 1984 (WGS84) 
O WGS 84 é o sistema de coordenadas usado pelo GPS. Consiste de 
coordenadas definidas por três eixos cartesianos associado a um elipsóide, de 
forma que as coordenadas podem ser apresentadas em termos dos eixos 
cartesianos X, Y, Z ou de latitude, longitude e altitude a partir do elipsóide. O 
centro ou origem do datum é o centro da massa da Terra e é a referência de 
posição em qualquer parte do Planeta. 
Nesse sistema, a sua orientação, isto é a direção dos seus eixos e, 
portanto, do elipsóide equador e do meridiano de longitude zero, coincidem com a
linha do equador e meridiano de referência do Bureau Internacional da Hora, no 
momento de tempo de 1984.0, ou seja, à meia-noite de 31 de dezembro de 1983. 
Há também coincidência com a Referência Internacional dos Pólos. No que tange 
à altitude, o zero, antes definido pelo nível médio dos mares, passa a ser o da 
linha do elipsóide. Assim, as diferenças de coordenadas entre o WGS84 e os 
sistemas convencionais não são, em geral, muito significativas, ficando as 
diferenças mais marcantes para as altitudes, nas regiões onde o elipsóide não se 
ajusta adequadamente. 
O datum (no centro da Terra) é um ponto convencionado e definido por 
formulas matemáticas. Os eixos cartesianos e o elipsóide são geocêntricos, isto é, 
tem como ponto de origem o centro da massa da Terra em seu todo, incluindo os 
oceanos e atmosfera. 
O WGS84 é o sistema mais conveniente para ser usado para a definição da 
posição dos satélites do GPS e, pois o centro de suas órbitas elípticas é também o 
centro da massa da Terra. Em conseqüência, o WGS 84 é o sistema geodésico 
mais adequado para dar utilidade às informações de posição e altitude do GPS. 
No Brasil, o WGS84 já foi implantado pelo IBGE e está em uso, 
particularmente nas Cartas Aeronáuticas. 
Nota: De uma forma muito simplificada, o datum indica o ponto de referência a 
partir do qual a representação gráfica dos paralelos e meridianos, e 
consequentemente de todo o resto que for desenhado em um mapa, está 
relacionado. 
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20 
V. Sistemas de Aumentação 
Algumas aplicações do GPS, dentre elas a da navegação aérea, possuem 
requisitos de posição (latitude, longitude e altitude mais precisas) e de 
integridade (controle mais efetivo do funcionamento do sistema e imediata 
informação aos usuários de qualquer falha). 
Para atender esses requisitos, foram idealizados os sistemas 
complementares ao GPS denominados de aumentação destinados a corrigir os 
erros provocados pela ionosfera e outros, bem como corrigir a demora intrínseca 
do sistema GPS de até 45 minutos para identificar e eventuais falhas em um dos 
seus satélites. A OACI classificou esses sistemas complementares em dois tipos:
“sistemas de aumentação baseados em satélites - SBAS (ou de grande área) ou 
sistemas de aumentação baseados em terra - GBAS (ou locais). Esses sistemas 
podem ser empregados de forma isolada ou combinada. 
O seu funcionamento básico consiste em uma rede de estações de 
monitoramento dos sinais recebidos dos satélites GPS, o processamento desses 
sinais, comparando a posição recebida com a posição conhecida da estação 
(latitude, longitude e altitude), com imediata transmissão de um algoritmo de 
correção de posição, conhecido como Diferencial GPS, para todas as aeronaves. 
Ao mesmo tempo, ou em sistema separado, é verificada a integridade dos sinais, 
ou seja, é identificado se algum dos satélites da constelação GPS está com 
problemas e essa informação é transmitida às aeronaves. 
Diferencial GGPPSS eemm TTeemmppoo RReeaall 
x-5, y+3 
Receptor Receptor DGPS 
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DGPS Site 
x+30, y+60 
x+5, y-3 
Coordenadas 
verdadeiras = x+0, 
y+0 
Correcão = x-5, y+3 
Correção DGPS = x+(30-5) e +(60+3) 
Coordenadas corrigidas= x+25,y+63 
Os Estados Unidos e o Canadá fazem uso de um sistema SBAS (grande 
área), denominado de WAAS, e a Europa de um sistema similar denominado de 
EGNOS. 
No Brasil, devido à severas condições de distorções (atrasos) dos sinais 
GPS devido à densa camada da ionosfera tropical, a prioridade do Departamento 
de Controle do Espaço Aéreo é pela implantação de sistemas GBAS (locais) 
associado a um sistema de grande área de monitoramento da integridade.
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SBAS 
GBAS
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VI. Áreas de Aplicação do GPS 
São muitas as áreas de aplicação do GPS, dentre elas, as seguintes: 
a) Tempo GPS 
Ademais de informações relativas à posição (latitude, longitude, altitude), o 
GPS provê uma quarta dimensão, ou seja, informações muito precisas de tempo. 
Ou seja, o usuário de um receptor GPS tem acesso à precisão de tempo de 100 
bilionésimo de segundo, sem ter que arcar com os custos de aquisição e 
manutenção e de uma de comunicação do tempo aos setores interessados. O 
tempo informado pelos satélites e decodificado pelos receptores é o mesmo em 
todas as partes do mundo. 
O uso universal e gratuito de informações precisas de tempo do GPS é 
crucial para diversas atividades, possibilitando sensíveis reduções de custos e 
significativo aumento de suas capacidades, como, por exemplo: 
· A telefonia celular e as redes de dados fazem uso do tempo GPS para 
manter todas as suas estações ou bases em perfeita sincronização. Isso 
permite um maior número de celulares conectados ao mesmo tempo e que 
o uso otimizado de freqüências de estações de rádio difusoras digitais. 
· O uso do tempo GPS para marcar o momento de transações financeiras, 
como, transferências entre bancos. Os bancos de dados de companhias 
financeiras são balizados e gerenciados com base no tempo GPS. 
· Redes de pesquisas e vigilância cujos elementos precisam atuar de forma 
conjunta, como redes de radares meteorológicos e rede de vigilância de 
fenômenos sísmicos. A medição precisa da ocorrência de eventos em 
diversas estações possibilita a rápida análise de origem e evolução dos 
fenômenos, sendo que no caso do sistema sismológico, permite a quase 
imediata identificação do epicentro. 
· A sincronização de tempo dos pontos de controle de redes de distribuição 
de energia elétrica é importante para a rápida determinação de eventuais 
pontos de ruptura da rede. 
· Determinação de tempos de competições esportivas, possibilitando, 
inclusive, a validação de recordes mundiais. 
· Nas filmagens, para a sincronização de sons e imagens e o emprego de 
simultâneo de diversas câmeras.
Por ser de acesso universal e sem custos, novas aplicações para o tempo 
GPS surgem a cada instante, em quase todos os campos de emprego de 
tecnologia no controle de múltiplos eventos. 
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24 
b) Veículos de Superfície 
Há dois tipos de aplicação básicos do GPS em veículos terrestres: 
localização e navegação. 
i) GPS localização: o receptor é instalado no veículo e acoplado a um transmissor 
que envia a um centro de controle a posição atualizada do veículo, de forma 
continuada e automática. È normalmente empregado com as seguintes 
finalidades: 
· Na gestão de tráfego de trens, ônibus, caminhões e táxis, bem como 
sistema de acompanhamento de cargas em movimento, possibilitando uma 
melhor gestão de logística, inclusive da aplicação efetiva de conceitos 
modernos como TDD (time-definite delivery); 
· Na ajuda ao combate contra roubos e furtos de veículos e cargas, pela 
facilidade de sua localização imediata, possibilitando ações policiais 
oportunas. Conforme o sistema adotado, possibilita, ainda, ações remotas 
de desligamento do motor ou bloqueio dos freios. Os veículos dotados 
deste tipo de GPS têm seu premio de seguro reduzido. 
· No Brasil, conforme decisão do Conselho Nacional de Trânsito, a partir de 
2010, todos os veículos novos já sairão de fábrica com o GPS Localização. 
ii) GPS Navegação: está cada vez mais difundido o uso de receptores GPS a 
bordo de veículos (ônibus, trens, táxis, carros particulares e motos) equipados 
com sistemas de mapas de estradas e ruas de muitas cidades, possibilitando uma 
navegação mais segura e direta. Incorporam ainda informações relativas à 
distâncias e tempos de viagem, bem como de localização de pontos turísticos, 
postos de gasolina, hospitais, etc. Hoje ao se chegar a uma cidade desconhecida, 
o visitante ao alugar um carro não necessita adquirir mapas rodoviários ou da 
cidade, mas apenas de um GPS Navegação. A sua praticidade e utilidade faz 
cada vez do GPS um equipamento essencial em todos os veículos. 
O GPS é um elemento essencial, junto com telecomunicações e meios de 
processamento, do futuro Sistema de Transporte Inteligente (ITS) em 
desenvolvimento em diversos centros de pesquisa do mundo. O ITS prevê um
serviço de apoio avançado a motoristas, entre outros, para ultrapassagens e 
prevenção de colisões. Esse sistema exigirá uma precisão de localização de cada 
veículo em movimento de no máximo 10 centímetros. 
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25 
c) Setor Espacial 
Receptores de GPS com softwares apropriados estão proporcionando 
aumento da eficiência e redução de custos de concepção, lançamento e operação 
de satélites artificiais, tais como: 
· Soluções de Navegação - proporcionando alta precisão na determinação de 
órbitas e redução do trabalho de equipes de solo; 
· Soluções de Altitude – substituindo custosos sensores de bordo dos 
satélites por receptores de GPS com múltiplas antenas e algoritmo 
específico; 
· Soluções de Tempo – substituindo os caros relógios atômicos de bordo por 
receptores de GPS de baixo custo e elevada precisão; 
· Monitoramento de Lançamento de Satélites - substituindo ou reforçando os 
radares de monitoramento e controle de lançamento com equipamentos 
GPS de baixo custo. 
No que concerne às futuras missões à Lua e Marte, a Agência Espacial 
Americana (NASA) está estudando o emprego da tecnologia GPS para apoiar a 
exploração desses corpos celestes. Uma concepção prevista é o lançamento de 
constelações do tipo GPS em órbita da Lua e de Marte. 
a. Aviação 
Aviadores do mundo todo têm usado o GPS para melhorar a eficiência da 
navegação aérea, graças à sua capacidade de informar continuamente e com 
precisão a posição tridimensional (latitude, longitude e altitude) das aeronaves, em 
todas as fases do vôo. 
Depois da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) ter 
reconhecido no GPS potencial para assumir o papel de elemento básico do futuro 
Sistema Global de Navegação por Satélites (GNSS), aceitando o oferecimento dos 
Estados Unidos para o uso indefinido do sistema pela aviação civil internacional,
sem qualquer tipo de descriminação ou custo, diversos países vêm adotando o 
sistema como meio suplementar ou primário de navegação aérea. 
Para atender com todos os requisitos de precisão, continuidade e 
integridade, a OACI estabeleceu normas para a implantação dos chamados 
“sistemas de aumentação”, ou seja, sistemas com infra-estrutura complementar 
que atuando em conjunto com o GPS melhoram sua confiabilidade, precisão e 
nível de integridade. A OACI definiu dois tipos de sistemas de aumentação, os de 
grande área baseados em satélites geoestacionários e os locais, baseados em 
infra-estrutura terrestre. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados 
Unidos implantou no país um sofisticado sistema de aumentação de grande área, 
chamado de WAAS, abrangendo a precisão de posicionamento e o monitoramento 
da integridade do sistema, cobrindo todo o seu território. Com isso, as aeronaves 
podem navegar em seu espaço aéreo com precisão aumentada e realizar 
procedimentos de aproximação para pouso sem o auxílio de sistemas terrestres 
de navegação e pouso (VOR, ILS). 
No Brasil, considerando as severas distorções dos sinais do GPS causadas 
pela ionosfera em nosso território, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo 
(DECEA) optou pela adoção de sistemas locais de aumentação de precisão e 
integridade, abrangendo um ou mais aeroportos de uma mesma cidade, para o 
apoio de procedimentos de aproximação e pouso de precisão. Um sistema piloto 
local foi implantado no Aeroporto Internacional do Galeão para testes. Com 
relação ao monitoramento da integridade para apoiar a navegação em rota e a 
realização de procedimentos de aproximação e pouso de não-precisão, será 
implantado um sistema específico de grande área. 
O GPS propicia, além de eficiência e sensível economia de combustível 
pela possibilidade de execução de vôos em rotas diretas e não balizadas por 
auxílios terrestres, sensível redução da rede de equipamentos terrestres de apoio 
à navegação. Tem ainda o potencial de possibilitar, com investimentos reduzidos, 
a operação por instrumentos de um número cada vez maior de aeroportos do país. 
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26
Produtos 
SGB GPS 
SBAS 
LM - Local 
Monitors 
Boa Vista 
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27 
Sistema de Aumentação Local do 
Galeão 
Projeto Piloto 
Reference receivers 
Reference receivers 
? 
VDB 
Receivers 
Receivers 
Y 
SISTEMA DE MONITORAMENTO DE 
PERFORMANCE DO GNSS 
DECEA 
Internet 
Informações 
Aeronáuticas 
Brasilia 
Rio de Janeiro 
Curitiba 
Recife 
Brazil TRS 
Brazil TMS 
Porto Alegre 
GPMS 
Processamento 
GEO 
Monitoramento 
CGNA/ACC/APP 
Manaus 
Porto 
Velho 
Belém
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28 
b. Outras Exemplos de Áreas de Aplicação: 
· Geodésia: De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), o desenvolvimento do Sistema Geodésico Brasileiro - SGB, 
composto pelas redes altimétrica, planimétrica e gravimétrica, pode ser 
dividido em duas fases distintas: uma anterior e outra posterior ao advento 
da tecnologia de observação de satélites artificiais com fins de 
posicionamento. No Brasil, o emprego do GPS possibilitou, por exemplo, a 
expansão do SGB à região amazônica, permitindo o estabelecimento do 
arcabouço de apoio ao mapeamento sistemático daquela área; 
· Agricultura de Precisão: Sistemas com base no perfeito posisiconamento 
de máquinas agriculas e de aviões de pulverização têm ajudado a melhorar 
a eficiência e produtividade da agricultura brasileira, com sensível economia 
de recursos; 
· Navegação Marítima: Tem sido de grande utilidade tanto na navegação 
em alto mar, quanto nas operações em áreas portuárias, essas já apoiadas 
em diversos locais com sistemas de aumentação do tipo GBAS; 
· Segurança Pública: Empregado em conjunto com sistemas de 
comunicações, possibilitando à Central de Controle conhecer a posição de 
suas patrulhas e direcioná-las de forma eficiente e eficaz para o 
atendimento de emergências; 
· Meio Ambiente: Empregado para definir perímetros de áreas protegisas, 
identificar setores ameaçados e conduzir as ações de combate a 
desmatamentos, incendios, etc. 
VII. Conclusão 
O Sistema de Posicionamento Global (GPS), a exemplo da Internet, 
começou como um sistema interno ao Governo dos Estados Unidos, mas, pelo 
seu grande potencial de impacto na sociedade mundial, logo tornou-se de uso 
público. 
As questões institucionais naturais a um sistema emprego global, como a 
sua propriedade e natureza militar, vêm sendo satisfatotiamente encaminhadas 
pelas Agências da Organização das Nações Unidas, como a Organização da 
Aviação Civil Internacional (OACI). Não obstante, o maior indicador de 
confiabilidade no funcionamento continuado do GPS para uso civil está no seu uso 
macisso pela sociedade americana, como por exemplo, na navegação aérea.
Seja como for, há que se aplaudir o advento dessa nova tecnologia, a qual 
representa um salto fantástico na arte de navegar na superfíce da Terra, com 
potencial de ser aplicado no sonho da humanidade de conquista do espaço. 
Para entender o que representa o advento GPS para pilotos, navegadores e 
aventureiros nada melhor do que lembrar as palavras do grande escritor e piloto 
francês, Antoine Saint-Exuperry, em seu livro “Vôo Noturno”, publicado em 1930: 
“A noite estava muito escura. Eu estava voando entre nevoas e 
núvens, o que fazia a noite ainda mais escura.... Eu notei no 
horizonte uma tênue luz, pensei que era de um faról. Imagine a 
alegria que produz um pequeno ponto brilhante que contém 
tudo. Eu aproei a pequena luz, era um estrela...” 
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*Washington Machado é Diretor Presidente da Fundação Serviços de Defesa e Tecnologias de 
Processos. 
Fontes e Referências: 
· Site oficial do Governo dos EUA sobre GPS: www.gps.org 
· Administração Fedral de Aviação (FAA). Site www.faa.gov 
· Organização da Aviação civil internacional (OACI). Site www.icao.int 
· Chujo, Amália e Walter, Fernado. Operações de Vôo Seguras e Eficientes 
Usando o Conceito GBAS/SBAS. Instituto Tecnológico da Aeronáutica. 
· Pequeno, Àlvaro. Palestra “Impantação do Sistema CNS/ATM no Brasil. 
DECEA. Brasil. 2008. 
· Dana, Peter H. “ Global Positioning System Overview. EUA. 2006. 
· Melgaço, Lucas. Aula sobre GPS. Brasil. 
· GPS Prime. ARINC Incorporated. EUA. 1994.

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Posicinamento global

  • 1. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS - Washington Machado* I. Introdução: Sumário da Evolução da Navegação Desde o início da humanidade, o homem sempre teve a preocupação de poder se deslocar e regressar ao ponto de origem com segurança. Ter esse conhecimento, desde a pré-história até os tempos modernos, sempre foi uma questão de segurança e muitas vezes de poder. No início, provavelmente as pessoas marcavam suas trilhas e usavam pontos significativos como referências de posição, como montanhas, curvas de rio, etc. Com o passar do tempo, foram criados os mapas que incluíam pictorialmente os pontos geográficos e a distância entre eles. A orientação era dada pelo alinhamento entre dois ou mais pontos de referência ou em relação ao sol. Já na Grécia antiga, foi desenvolvido o conceito de Latitude, isto é de localização, Norte ou sul, em relação à linha do Equador, e de Longitude, localização, Leste ou Oeste, em relação a um Meridiano de referência, sendo hoje adotado o que passa pelo Observatório de Greenwich, na Inglaterra. Nas noites ou nos dias de baixa visibilidade, eram usados faróis marítimos para indicar o caminho de regresso aos portos e marcar perigos para as embarcações (arrecifes). Esse foi, talvez, o primeiro sistema de referência artificial para a navegação. Usado até os dias de hoje, os faróis mais modernos possibilitam, pelo de tempo da passagem do facho de luz principal, determinar a posição relativa da embarcação e até a sua distância aproximada. Os primeiros marinheiros não se afastavam da vista da costa, até que foi introduzida a navegação usando as estrelas como referência. Os antigos fenícios se orientavam pela Estrela do Norte para navegar do Egito à Ilha de Creta. Mais tarde, no início da era moderna, dois significativos inventos deram grande impulso às navegações: a bússola magnética e o sextante. O emprego desses dois instrumentos possibilitou a época das Grandes Navegações, resultando no completo conhecimento de todas as terras do mundo. A bússola magnética, por sempre indicar o Norte verdadeiro, mostrava a direção relativa a seguir. O sextante, pela medida exata dos ângulos acima do
  • 2. horizonte do sol, da lua e de estrelas, possibilitava, pela comparação das posições desses astros em um almanaque determinarem a Latitude. A determinação da Longitude foi resolvida mais tarde, por volta do final do Século XVII, usando a diferença de tempo de Greenwich, ou seja, um cronômetro. Comparando, por exemplo, a posição do sol a pico, o que por um almanaque específico se saberia que ocorre ao meio-dia em Greenwich, e o horário da medida do sextante, por exemplo, 14:00h, sabia-se que a posição era equivalente a duas horas a oeste de Greenwich. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 2 Sextante Esses instrumentos foram os básicos de navegação por muitos anos, até o início do Século XX, quando vários sistemas de navegação baseados em radiocomunicações emitidas de estações situadas em pontos conhecidos foram desenvolvidos. Tais sistemas funcionavam como faróis eletrônicos, com a diferença conceitual de que precisavam de receptores especiais a bordo para ser usados. Na 2ª Guerra Mundial, esses sistemas foram aperfeiçoados e intensamente empregados para a navegação de aeronaves e navios de ambos os lados. Vários equipamentos de navegação baseados em transmissões de estações de radio comunicações baseadas em Terra são ainda utilizados, entre eles o NDB (Non-Direcional Radiobeaco’), VOR (VHF Omni Directional Radiobeacon), ILS (Instrument Landing System), Ômega, etc. Entretanto, tais sistemas sempre ofereceram uma de duas opções de emprego: a) Sistemas de grande alcance, mas de baixa precisão (ex. NDB); b) Sistemas grande precisão, mas de baixo alcance (ex. ILS)
  • 3. Tal situação, a qual obriga o uso de diversos sistemas abordo de aeronaves e navios, passou a ter como opção o uso de sistemas de satélites, os quais, usando os mesmos princípios dos sistemas de navegação do passado e do presente baseados em solo, possibilitam, pela primeira vez, a combinação das duas opções de máxima cobertura (alcance) e de precisão em um único sistema. O Sistema de Posicionamento Global (GPS), dos Estados Unidos, é o pioneiro de seu tipo a entrar em operação. Seu funcionamento pode, conceitualmente, ser imaginado como uma constelação espacial de faróis iluminado a Terra ou uma combinação do emprego do sextante, da bússola, do cronômetro, do farol marítimo e dos sistemas terrestres de radio navegação, os quais sabem exatamente a posição de cada farol no espaço e pode calcular a sua distância. O seu funcionamento, o qual necessita de receptores especiais, é baseado no princípio da trilateração, que pode ser ilustrado da seguinte maneira: · Se uma pessoa sabe que está a 100 km do ponto A, ela poderia estar em qualquer ponto de uma circunferência de raio 100 km, com centro naquele ponto. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 3 100 km A · Se essa pessoa souber que está também a 80 km do ponto B, ela já poderia reduzir suas possibilidades a apenas duas posições.
  • 4. 80 km 80 km R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 4 100 km A B · Entretanto, se ela também souber sua distância de um terceiro ponto (C), poderia saber com absoluta certeza sua posição. 100 km A B 70 km C No caso da Trilateração do GPS, ou seja, processo que faz uso do conhecimento das distâncias de cada satélite, cuja posição é conhecida a cada instante, a figura geométrica a ser usada é a esfera, pois as transmissões de radiofreqüências são unidirecionais, assim o receptor de GPS pode obter resultados também em três dimensões (Latitude, Longitude e Altitude).
  • 5. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 5 II. O Sistema de Posicionamento Global – GPS Os Estados Unidos da América foram os pioneiros no desenvolvimento de um sistema de satélites capaz de transmitir sinais para receptores na superfície ou em vôo ao redor da Terra, de modo que possam determinar com elevada precisão o tempo e sua posição, velocidade e direção. Embora existam outras iniciativas de
  • 6. desenvolvimento de sistemas similares, como da União Européia (GALILEO), da Rússia (GLONASS) e da China (COMPASS), O GPS é, até agora, o único em plena operação e de emprego universal. Lançado em 1978, inicialmente, o GPS tinha seu uso restrito ao emprego militar. Entretanto, após o evento em que uma aeronave civil da Empresa Aérea Coréia foi abatida por um caça soviético, em 1983, devido a ter sobrevoado um espaço aéreo proibido, provavelmente devido a um erro de navegação, matando seus 269 ocupantes, o então Presidente Ronald Reagan anunciou que o GPS estaria disponível para uso civil, assim que fosse considerado totalmente operacional. Isso aconteceu em abril de 1995. Em 1996, o Presidente Bill Clinton declarou oficialmente o GPS como de uso dual, civil e militar, e criou a Agência Interministerial de Gestão Executiva do GPS. A partir de 2004, as atribuições dessa Agência foram transferidas para o Comitê Executivo Nacional para Assuntos de Posicionamento, Navegação e Determinação do Tempo Baseados em Sistemas Espaciais (PNT), encarregado de assessorar e coordenar as ações dos Ministérios e Agências relativas ao GPS e sistemas correlatos. A PNT é chefiada, em conjunto, pelos Vices-Ministros de Defesa e dos Transportes. Entrementes, a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) concluiu no início da década de 90 a conceituação dos novos sistemas de Navegação, Comunicações e Vigilância / Gerência do Tráfego Aéreo (CNS/ATM), idealizados para atender a crescente demanda de utilização do espaço aéreo, prevista para a primeira metade do Século XXI. No campo da navegação aérea, seria necessário o emprego de sistemas globais de apoio ao vôo em todas as suas fases, para o quê foi idealizado um Sistema Global de Navegação por Satélites (GNSS), com características similares às do GPS. Dessa forma, tendo os Estados Unidos oferecido e a OACI aceitado a oferta de uso do GPS pela aviação civil de todos os países, sem qualquer tipo de discriminação, limitação de tempo ou custo, o sistema vem sendo cada vez mais empregado como meio de navegação aérea, em todo o mundo. Alguns países fazem uso do GPS como um meio interino até a definição e implementação do GNSS, ao passo que outros já o utilizam de forma definitiva, com e sem dispositivos complementares. Ao mesmo tempo, suas aplicações se estendem para diversas outras áreas científicas, sociais e econômicas, entre elas, a navegação marítima e terrestre, a agricultura de precisão, a geodésica, a proteção do meio ambiente, e a logística. Pode se dizer que o uso civil do GPS é cada vez mais intenso em todos os seus R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 6
  • 7. campos de aplicação, inclusive fazendo parte de aparelhos celulares e de sistemas de localização e navegação de veículos. Inicialmente, o sinal do GPS para uso civil era propositadamente degradado por meio de um dispositivo denominado de “disponibilidade seletiva (SA)”, o que possibilitava uma precisão de localização de no mínimo 100 metros. Entretanto, a partir de 2000 esse dispositivo foi desabilitado, passando a precisão a ser determinada apenas pelo desempenho do sistema e a qualidade do receptor, o que pode chegar a poucos metros de erro da posição verdadeira. III. Características Básicas do GPS Antenas Terrenas R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 7 O GPS é composto de três elementos principais: · Segmento Espacial; · Controle do Sistema; · Receptores (usuários) Controle Espacial Receptores EElleemmeennttooss ddoo GGPPSS Estações de Monitoramento Estação Máster
  • 8. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 8 3.1 – O Segmento Espacial a) A Constelação GPS: A Constelação GPS é formada por 24 satélites a 20.200 km de altitude, distribuídos em 6 planos de órbita com 55º de inclinação, sendo 4 satélites em cada plano, separados em arcos de 60º. Outros satélites, de dois a cinco, são mantidos em órbita, como reservas imediatos, em caso de pane de um ou mais satélites, porém funcionando normalmente, gerando um efeito de redundância na Constelação. A cada 12 horas, os satélites completam uma órbita em volta da Terra. Essa arquitetura possibilita que, a qualquer momento e em qualquer ponto da Terra sem obstáculos (montanhas, edifícios, etc.), se possa receber os sinais de 7 satélites ao mesmo tempo. b) Os Satélites GPS: b.1 - Os Satélites da Constelação GPS, também referidos como Veículos Espaciais (SV), apresentam as seguintes características básicas:
  • 9. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 9 · Peso: aproximadamente 1.500 Kg; · Energia: Solar; · Dimensões: cerca de 3 x 13 metros; · Relógios Atômicos: 4 (quatro) com precisão de 10-12 , ou seja, com estabilidade de 1 em 1.000.000.000.000 segundos, o que significa que levará cerca de 32.000 anos para adiantar ou atrasar 1 segundo; · Transmissores: rádio freqüências portadoras na banda de UHF e de baixa potencia, sendo as básicas designados de L1 (1.575,42 MHz) e L2 (1.227,60MHz); · Vida útil Média: 12 anos. Notas: 1. Os sinais (L1 e L2) trafegam em linha direta, o que significa que, embora ultrapassem nuvens, vidros e plásticos, são obstruídos por objetos mais sólidos, tais como prédios e montanhas. 2. Uma terceira rádio freqüência denominada de L5 deverá ser liberada para uso geral. b.2 – Sinais do GPS: · Sinais de Uso Geral: rádio freqüências L1 e L2 moduladas com o código C/A (Coarse/Acquisition), também conhecida como Código Civil. Esses códigos podem ser acessados por qualquer receptor GPS comum, livremente comercializado em todas as partes do mundo. Em relação ao nível de serviço prestado, esses sinais são denominados de “serviço de posicionamento padrão” (SPS). · Sinais de Uso Restrito: essas mesmas rádios freqüências L1 e L2 quando moduladas com os códigos P(Y), sendo P (código de precisão) referente e destinado a definições de posição com maior precisão e (Y) um código de proteção contra interferências e transmissões falsas, são de uso privativo do Governo dos EUA. Os sinais com o código P(Y) só podem ser acessados por receptores especiais e não liberados para comercialização.
  • 10. Em relação ao nível de serviço prestado, esses sinais são denominados de “serviço de posicionamento de precisão” (PPS). · Código Pseudo-randômico (Pseudo-Random Noise -PRN): os códigos C/A e P(Y) são exemplos de código pseudo-randômico ou PRN, que são códigos binários, usando padrões de seqüências de “1” e “0”, compondo algoritmos matemáticos. Cada satélite transmite uma seqüência única de códigos C/A e P(Y), nas mesmas freqüências L1 e L2, de forma que o receptor GPS possa identificar cada satélite de acordo com seu número PRN. Assim, por exemplo, PRN 2 identifica um dentre os demais satélites da Constelação GPS. Nota: Os sinais são modulados nas frequencias L1 e L2 em “Quadrature Phase Shift Keying” (4-PSK). R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 10 . Satélite GPS
  • 11. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 11 b.3 Informações Transmitidas As Transmissões dos Satélites GPS contém três tipos de informações: · Código Pseudo-randômico (PRN); · Dados de Efemérides; · Dados de Almanaque. O Código Pseudo-randômico (PRN) pode ser entendido como uma forma do Receptor GPS identificar qual dos Satélites GPS está transmitindo as demais informações associadas. Dados de Efemérides são as informações sobre a posição que cada Satélite GPS deverá estar ocupando no espaço, a qualquer instante durante as 24 horas do dia. Cada Satélite transmite os dados de Efemérides mostrando as suas próprias informações orbitais, bem como as de cada um dos demais satélites da Constelação GPS. Com esses dados, um receptor pode prever a posição exata de cada satélite, a qualquer tempo. Dados de Almanaque são as informações constantemente transmitidas por cada um dos Satélites GPS acerca de sua situação operacional (confiável ou não confiável), correção do seu relógio atômico, informações genéricas de sua posição orbital, parâmetros de retardos atmosféricos às transmissões, informação precisa do tempo GPS atual e sua diferença em relação ao tempo UTC. A associação dessas três informações obtidas de pelo menos três satélites, ou seja, Código Pseudo-randômico, Dados de Efemérides e Dados de Almanaque, constituem as bases para que um Receptor GPS possa determinar sua posição. 3.2 – Controles do Sistema O Segmento de Controle do GPS é formado por uma rede mundial de estações com a função de monitorar os sinais transmitidos pelos satélites, processa-los e, sempre que necessário, emitir sinais de comando de posicionamento dos satélites e de correção dos dados à Constelação GPS. A rede é formada pelos seguintes elementos: · Uma Estação Máster de Controle (MCS);
  • 12. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 12 · Cinco Estações de Monitoramento (MS): · Três Antenas Terrenas (GA). A constelação de satélites GPS é gerenciada e controlada a partir da Estação Máster de Controle. Os dados coletados pelas Estações de Monitoramento são processados na MCS e o seu pessoal técnico pode, com base nesses dados, transmitir comandos aos satélites para corrigir eventuais problemas técnicos. As Estaçoes de Monitoramento (Havai, Ascension, Diego Garcia, Kwajalein, Schriever AFB) acompanham e monitoram os satélites em sua visada direta. Os dados coletados são automaticamente transmitidos para a MCS, para processamento e determinação de eventuais necessidades de correções dos traçados das órbitas e dos dados de navegação. As mensagens de correção emitidas pela MCS aos satélites são transmitidas por meio de Antenas Terrenas (GS) localizadas junto a três das MS. No caso de ser detectado um problemas mais sério com um dos satélites, a MCS transmite uma mensagem de “não confiável”, que faz com que os receptores GPS o não façam uso de suas informações para o cálculo de posição e tempo. Nota: Devido à arquitetura do sistema (restrições de visibilidade das MS e o tempo de processamento da MCS), pode levar até 45 minutos para que um satélite com defeito seja declarado “não confiável”. Essa demora é inaceitável para o uso do GPS na navegação aérea, sendo necessário o emprego de infraestrutura, terrestre e/ou espacial, complementar ao GPS (‘sistemas de aumentação’) e de receptores GPS de aeronaves dotados de dispositivo de monitoramento autônomo da integridade do GPS (RAIM), para assegurar um efetivo e instantâneo controle da integridade do sistema.
  • 13. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 13 Atol Kwajalein Comando Espacial CCoonnttrroollee ddoo GGPPSS Hawai Ascension Diego Garcia Cabo Canaveral MCS MS Antenas Terrenas 3.3 – Receptores GPS Os receptores GPS são partes integrantes do Sistema e é onde a posição e o tempo são finalmente calculados. É em nível dos receptores que todo o sistema GPS se torna utilizável. Os receptores GPS, sejam os que fazem uso do serviço de posicionamento padrão - SPS (de uso geral), ou do serviço de posicionamento de precisão – PPS (de uso restrito), seguem os mesmos princípios gerais de funcionamento. Os receptores de livre comercialização, ou seja, os que fazem uso do serviço de posicionamento padrão, além dos programas fundamentais para decodificação e processamento dos sinais GPS, incorporam softwares aplicativos específicos conforme sua destinação, por exemplo, navegação aérea, agricultura de precisão, navegação marítima, navegação rodoviária, etc. Diferem-se também por suas especificações técnicas, como, por exemplo, número de receptores de freqüências (L1 e/ou L2) e quantidade de canais, ou seja, de satélites que podem processar ao mesmo tempo.
  • 14. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 14 a. Princípios de Funcionamento dos Receptores GPS a1. Determinação da Distância dos Satélites Como fundamento básico, o receptor GPS faz a comparação entre o tempo em que um sinal de um satélite foi transmitido com o tempo em que foi recebido. A diferença encontrada indica ao receptor a distancia que se encontra do satélite considerado. O código PRN (ou C/A) transmitido por cada satélite é igualmente gerado dentro do receptor. Assim, usando técnicas de comparação de fases entre os dois sinais de código, o receptor determina o tempo que o sinal transmitido pelo satélite levou para chegar ao receptor. Comparação ddee SSiinnaaiiss PPRRNN Receptor PRN Satélite PRN Diferença de Tempo A velocidade do sinal transmitido é a de ondas eletromagnéticas, muito próximas da velocidade da luz, com variações resultantes dos efeitos da ionosfera e da atmosfera, modeladas pelo receptor conforme parâmetros contidos nos Dados de Almanaque, resultando em uma velocidade média. Assim, a distância do satélite considerado ao receptor, designada como pseudorange, é calculada pela multiplicação do tempo de trânsito do sinal do satélite até o receptor pela média da velocidade do sinal.
  • 15. T O Sinal sai do satélite no tempo “T” O Sinal é recebido no receptor no tempo “T + 3” R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 15 Posição BBaasseeaaddaa nnoo TTeemmppoo T + 3 Distância entre o satélite e o receptor = “3 multiplicado pela velocidade da luz” a2. Cálculo da Posição Para o cálculo da posição do receptor, além da distância de cada satélite, é necessário o conhecimento da posição do satélite considerado, a qual é obtida dos Dados de Efemérides. Os receptores GPS são normalmente multi-canais, significando que podem acompanhar um satélite por canal. Assim, um receptor com 12 canais pode acompanhar até 12 satélites ao mesmo tempo. Um receptor GPS precisa estar acompanhando pelo menos 3 satélites (obter simultaneamente as informações de distância – pseudoranges – de três satélites), para poder calcular a sua posição em duas dimensões (2D), isto é, em relação sua longitude e latitude. Uma vez que a posição do receptor está determinada, o receptor GPS, poderá calcular outras informações importantes para suas aplicações, como, por exemplo, velocidade, direção, rota, distância percorrida, distância a percorrer até o destino, horas do por e do nascer do sol, etc.
  • 16. Para obter uma posição 3D, os receptores precisam acompanhar pelo menos 4 satélites ao mesmo tempo, ou seja, obter simultaneamente informações de distância de quatro satélites (pseudoranges), para calcular a sua posição tridimensional (latitude, longitude e altitude) e para resolver a diferença ou erro de tempo entre os relógios atômicos dos satélites (de alta precisão) e o relógio interno ao receptor, muito menos preciso. O erro do relógio do receptor é comum em todas as medições de distância dos satélites (pseudoranges) e pode ser solucionado quando resolvidas as equações de cálculo referente a pelo menos quatro satélites. O receptor faz uso do método de trilateração para determinar sua posição, R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 16 conforme mostram as figuras abaixo: Sinal ddee UUmm SSaattéélliittee O receptor está em algum lugar na superfície da esfera. SSiinnaaiiss ddee DDooiiss SSaattéélliitteess
  • 17. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 17 ________________________________________________________ Três Satélites ((PPoossiiççããoo 22DD)) PPoossiiççããoo TTrriiddiimmeennssiioonnaall ((33DD))
  • 18. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 18 2.4 – Fatores de Degradação do Sinal GPS Os sinais GPS são transmitidos por meio de rádio freqüências na banda de UHF e, por isso, sujeitos à interferências e outros fatores que podem afetar a sua precisão, entre eles, os seguintes: · Atrasos causados pelos efeitos da Ionosfera e da Troposfera: Os sinais transmitidos pelos satélites GPS sofrem uma redução de velocidade ao atravessarem a atmosfera. O sistema faz uso de um modelo de cálculo que estima o atraso médio e faz uma correção parcial desse tipo de erro; · Reflexão de Sinais (Multipath): Esse tipo de erro ocorre quando os sinais são refletidos em superfícies sólidas, como edifícios e montanhas, antes de atingirem os receptores. Essas reflexões aumentam o tempo de transito dos sinais até os receptores, causando erros. · Erro dos Relógios dos Receptores: Os relógios internos dos receptores não são tão precisos como os dos satélites o que pode causar pequenos erros de medição do tempo. · Erros de Órbita ou de Efemérides: Erros causados por informações não precisa da posição dos satélites;
  • 19. · Número Reduzido de Satélites Visíveis: Quanto menor o número de satélites visíveis maiores são as possibilidades de erros, em função de outros fatores, como terreno, folhagem, construções e outros; · Geometria dos Satélites Visíveis ou Sombra: A posição relativa dos satélites visíveis, com ângulos pequenos de separação entre eles, pode prejudicar a precisão do sistema. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 19 Fatores de Degradação ddoo SSiinnaall GGPPSS Earth’s Atmosphere Estruturas Sólidas Metal Electro-magnetic Fields IV. Sistema Geodésico Mundial de 1984 (WGS84) O WGS 84 é o sistema de coordenadas usado pelo GPS. Consiste de coordenadas definidas por três eixos cartesianos associado a um elipsóide, de forma que as coordenadas podem ser apresentadas em termos dos eixos cartesianos X, Y, Z ou de latitude, longitude e altitude a partir do elipsóide. O centro ou origem do datum é o centro da massa da Terra e é a referência de posição em qualquer parte do Planeta. Nesse sistema, a sua orientação, isto é a direção dos seus eixos e, portanto, do elipsóide equador e do meridiano de longitude zero, coincidem com a
  • 20. linha do equador e meridiano de referência do Bureau Internacional da Hora, no momento de tempo de 1984.0, ou seja, à meia-noite de 31 de dezembro de 1983. Há também coincidência com a Referência Internacional dos Pólos. No que tange à altitude, o zero, antes definido pelo nível médio dos mares, passa a ser o da linha do elipsóide. Assim, as diferenças de coordenadas entre o WGS84 e os sistemas convencionais não são, em geral, muito significativas, ficando as diferenças mais marcantes para as altitudes, nas regiões onde o elipsóide não se ajusta adequadamente. O datum (no centro da Terra) é um ponto convencionado e definido por formulas matemáticas. Os eixos cartesianos e o elipsóide são geocêntricos, isto é, tem como ponto de origem o centro da massa da Terra em seu todo, incluindo os oceanos e atmosfera. O WGS84 é o sistema mais conveniente para ser usado para a definição da posição dos satélites do GPS e, pois o centro de suas órbitas elípticas é também o centro da massa da Terra. Em conseqüência, o WGS 84 é o sistema geodésico mais adequado para dar utilidade às informações de posição e altitude do GPS. No Brasil, o WGS84 já foi implantado pelo IBGE e está em uso, particularmente nas Cartas Aeronáuticas. Nota: De uma forma muito simplificada, o datum indica o ponto de referência a partir do qual a representação gráfica dos paralelos e meridianos, e consequentemente de todo o resto que for desenhado em um mapa, está relacionado. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 20 V. Sistemas de Aumentação Algumas aplicações do GPS, dentre elas a da navegação aérea, possuem requisitos de posição (latitude, longitude e altitude mais precisas) e de integridade (controle mais efetivo do funcionamento do sistema e imediata informação aos usuários de qualquer falha). Para atender esses requisitos, foram idealizados os sistemas complementares ao GPS denominados de aumentação destinados a corrigir os erros provocados pela ionosfera e outros, bem como corrigir a demora intrínseca do sistema GPS de até 45 minutos para identificar e eventuais falhas em um dos seus satélites. A OACI classificou esses sistemas complementares em dois tipos:
  • 21. “sistemas de aumentação baseados em satélites - SBAS (ou de grande área) ou sistemas de aumentação baseados em terra - GBAS (ou locais). Esses sistemas podem ser empregados de forma isolada ou combinada. O seu funcionamento básico consiste em uma rede de estações de monitoramento dos sinais recebidos dos satélites GPS, o processamento desses sinais, comparando a posição recebida com a posição conhecida da estação (latitude, longitude e altitude), com imediata transmissão de um algoritmo de correção de posição, conhecido como Diferencial GPS, para todas as aeronaves. Ao mesmo tempo, ou em sistema separado, é verificada a integridade dos sinais, ou seja, é identificado se algum dos satélites da constelação GPS está com problemas e essa informação é transmitida às aeronaves. Diferencial GGPPSS eemm TTeemmppoo RReeaall x-5, y+3 Receptor Receptor DGPS R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 21 DGPS Site x+30, y+60 x+5, y-3 Coordenadas verdadeiras = x+0, y+0 Correcão = x-5, y+3 Correção DGPS = x+(30-5) e +(60+3) Coordenadas corrigidas= x+25,y+63 Os Estados Unidos e o Canadá fazem uso de um sistema SBAS (grande área), denominado de WAAS, e a Europa de um sistema similar denominado de EGNOS. No Brasil, devido à severas condições de distorções (atrasos) dos sinais GPS devido à densa camada da ionosfera tropical, a prioridade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo é pela implantação de sistemas GBAS (locais) associado a um sistema de grande área de monitoramento da integridade.
  • 22. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 22 SBAS GBAS
  • 23. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 23 VI. Áreas de Aplicação do GPS São muitas as áreas de aplicação do GPS, dentre elas, as seguintes: a) Tempo GPS Ademais de informações relativas à posição (latitude, longitude, altitude), o GPS provê uma quarta dimensão, ou seja, informações muito precisas de tempo. Ou seja, o usuário de um receptor GPS tem acesso à precisão de tempo de 100 bilionésimo de segundo, sem ter que arcar com os custos de aquisição e manutenção e de uma de comunicação do tempo aos setores interessados. O tempo informado pelos satélites e decodificado pelos receptores é o mesmo em todas as partes do mundo. O uso universal e gratuito de informações precisas de tempo do GPS é crucial para diversas atividades, possibilitando sensíveis reduções de custos e significativo aumento de suas capacidades, como, por exemplo: · A telefonia celular e as redes de dados fazem uso do tempo GPS para manter todas as suas estações ou bases em perfeita sincronização. Isso permite um maior número de celulares conectados ao mesmo tempo e que o uso otimizado de freqüências de estações de rádio difusoras digitais. · O uso do tempo GPS para marcar o momento de transações financeiras, como, transferências entre bancos. Os bancos de dados de companhias financeiras são balizados e gerenciados com base no tempo GPS. · Redes de pesquisas e vigilância cujos elementos precisam atuar de forma conjunta, como redes de radares meteorológicos e rede de vigilância de fenômenos sísmicos. A medição precisa da ocorrência de eventos em diversas estações possibilita a rápida análise de origem e evolução dos fenômenos, sendo que no caso do sistema sismológico, permite a quase imediata identificação do epicentro. · A sincronização de tempo dos pontos de controle de redes de distribuição de energia elétrica é importante para a rápida determinação de eventuais pontos de ruptura da rede. · Determinação de tempos de competições esportivas, possibilitando, inclusive, a validação de recordes mundiais. · Nas filmagens, para a sincronização de sons e imagens e o emprego de simultâneo de diversas câmeras.
  • 24. Por ser de acesso universal e sem custos, novas aplicações para o tempo GPS surgem a cada instante, em quase todos os campos de emprego de tecnologia no controle de múltiplos eventos. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 24 b) Veículos de Superfície Há dois tipos de aplicação básicos do GPS em veículos terrestres: localização e navegação. i) GPS localização: o receptor é instalado no veículo e acoplado a um transmissor que envia a um centro de controle a posição atualizada do veículo, de forma continuada e automática. È normalmente empregado com as seguintes finalidades: · Na gestão de tráfego de trens, ônibus, caminhões e táxis, bem como sistema de acompanhamento de cargas em movimento, possibilitando uma melhor gestão de logística, inclusive da aplicação efetiva de conceitos modernos como TDD (time-definite delivery); · Na ajuda ao combate contra roubos e furtos de veículos e cargas, pela facilidade de sua localização imediata, possibilitando ações policiais oportunas. Conforme o sistema adotado, possibilita, ainda, ações remotas de desligamento do motor ou bloqueio dos freios. Os veículos dotados deste tipo de GPS têm seu premio de seguro reduzido. · No Brasil, conforme decisão do Conselho Nacional de Trânsito, a partir de 2010, todos os veículos novos já sairão de fábrica com o GPS Localização. ii) GPS Navegação: está cada vez mais difundido o uso de receptores GPS a bordo de veículos (ônibus, trens, táxis, carros particulares e motos) equipados com sistemas de mapas de estradas e ruas de muitas cidades, possibilitando uma navegação mais segura e direta. Incorporam ainda informações relativas à distâncias e tempos de viagem, bem como de localização de pontos turísticos, postos de gasolina, hospitais, etc. Hoje ao se chegar a uma cidade desconhecida, o visitante ao alugar um carro não necessita adquirir mapas rodoviários ou da cidade, mas apenas de um GPS Navegação. A sua praticidade e utilidade faz cada vez do GPS um equipamento essencial em todos os veículos. O GPS é um elemento essencial, junto com telecomunicações e meios de processamento, do futuro Sistema de Transporte Inteligente (ITS) em desenvolvimento em diversos centros de pesquisa do mundo. O ITS prevê um
  • 25. serviço de apoio avançado a motoristas, entre outros, para ultrapassagens e prevenção de colisões. Esse sistema exigirá uma precisão de localização de cada veículo em movimento de no máximo 10 centímetros. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 25 c) Setor Espacial Receptores de GPS com softwares apropriados estão proporcionando aumento da eficiência e redução de custos de concepção, lançamento e operação de satélites artificiais, tais como: · Soluções de Navegação - proporcionando alta precisão na determinação de órbitas e redução do trabalho de equipes de solo; · Soluções de Altitude – substituindo custosos sensores de bordo dos satélites por receptores de GPS com múltiplas antenas e algoritmo específico; · Soluções de Tempo – substituindo os caros relógios atômicos de bordo por receptores de GPS de baixo custo e elevada precisão; · Monitoramento de Lançamento de Satélites - substituindo ou reforçando os radares de monitoramento e controle de lançamento com equipamentos GPS de baixo custo. No que concerne às futuras missões à Lua e Marte, a Agência Espacial Americana (NASA) está estudando o emprego da tecnologia GPS para apoiar a exploração desses corpos celestes. Uma concepção prevista é o lançamento de constelações do tipo GPS em órbita da Lua e de Marte. a. Aviação Aviadores do mundo todo têm usado o GPS para melhorar a eficiência da navegação aérea, graças à sua capacidade de informar continuamente e com precisão a posição tridimensional (latitude, longitude e altitude) das aeronaves, em todas as fases do vôo. Depois da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) ter reconhecido no GPS potencial para assumir o papel de elemento básico do futuro Sistema Global de Navegação por Satélites (GNSS), aceitando o oferecimento dos Estados Unidos para o uso indefinido do sistema pela aviação civil internacional,
  • 26. sem qualquer tipo de descriminação ou custo, diversos países vêm adotando o sistema como meio suplementar ou primário de navegação aérea. Para atender com todos os requisitos de precisão, continuidade e integridade, a OACI estabeleceu normas para a implantação dos chamados “sistemas de aumentação”, ou seja, sistemas com infra-estrutura complementar que atuando em conjunto com o GPS melhoram sua confiabilidade, precisão e nível de integridade. A OACI definiu dois tipos de sistemas de aumentação, os de grande área baseados em satélites geoestacionários e os locais, baseados em infra-estrutura terrestre. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos implantou no país um sofisticado sistema de aumentação de grande área, chamado de WAAS, abrangendo a precisão de posicionamento e o monitoramento da integridade do sistema, cobrindo todo o seu território. Com isso, as aeronaves podem navegar em seu espaço aéreo com precisão aumentada e realizar procedimentos de aproximação para pouso sem o auxílio de sistemas terrestres de navegação e pouso (VOR, ILS). No Brasil, considerando as severas distorções dos sinais do GPS causadas pela ionosfera em nosso território, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) optou pela adoção de sistemas locais de aumentação de precisão e integridade, abrangendo um ou mais aeroportos de uma mesma cidade, para o apoio de procedimentos de aproximação e pouso de precisão. Um sistema piloto local foi implantado no Aeroporto Internacional do Galeão para testes. Com relação ao monitoramento da integridade para apoiar a navegação em rota e a realização de procedimentos de aproximação e pouso de não-precisão, será implantado um sistema específico de grande área. O GPS propicia, além de eficiência e sensível economia de combustível pela possibilidade de execução de vôos em rotas diretas e não balizadas por auxílios terrestres, sensível redução da rede de equipamentos terrestres de apoio à navegação. Tem ainda o potencial de possibilitar, com investimentos reduzidos, a operação por instrumentos de um número cada vez maior de aeroportos do país. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 26
  • 27. Produtos SGB GPS SBAS LM - Local Monitors Boa Vista R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 27 Sistema de Aumentação Local do Galeão Projeto Piloto Reference receivers Reference receivers ? VDB Receivers Receivers Y SISTEMA DE MONITORAMENTO DE PERFORMANCE DO GNSS DECEA Internet Informações Aeronáuticas Brasilia Rio de Janeiro Curitiba Recife Brazil TRS Brazil TMS Porto Alegre GPMS Processamento GEO Monitoramento CGNA/ACC/APP Manaus Porto Velho Belém
  • 28. R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 28 b. Outras Exemplos de Áreas de Aplicação: · Geodésia: De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desenvolvimento do Sistema Geodésico Brasileiro - SGB, composto pelas redes altimétrica, planimétrica e gravimétrica, pode ser dividido em duas fases distintas: uma anterior e outra posterior ao advento da tecnologia de observação de satélites artificiais com fins de posicionamento. No Brasil, o emprego do GPS possibilitou, por exemplo, a expansão do SGB à região amazônica, permitindo o estabelecimento do arcabouço de apoio ao mapeamento sistemático daquela área; · Agricultura de Precisão: Sistemas com base no perfeito posisiconamento de máquinas agriculas e de aviões de pulverização têm ajudado a melhorar a eficiência e produtividade da agricultura brasileira, com sensível economia de recursos; · Navegação Marítima: Tem sido de grande utilidade tanto na navegação em alto mar, quanto nas operações em áreas portuárias, essas já apoiadas em diversos locais com sistemas de aumentação do tipo GBAS; · Segurança Pública: Empregado em conjunto com sistemas de comunicações, possibilitando à Central de Controle conhecer a posição de suas patrulhas e direcioná-las de forma eficiente e eficaz para o atendimento de emergências; · Meio Ambiente: Empregado para definir perímetros de áreas protegisas, identificar setores ameaçados e conduzir as ações de combate a desmatamentos, incendios, etc. VII. Conclusão O Sistema de Posicionamento Global (GPS), a exemplo da Internet, começou como um sistema interno ao Governo dos Estados Unidos, mas, pelo seu grande potencial de impacto na sociedade mundial, logo tornou-se de uso público. As questões institucionais naturais a um sistema emprego global, como a sua propriedade e natureza militar, vêm sendo satisfatotiamente encaminhadas pelas Agências da Organização das Nações Unidas, como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Não obstante, o maior indicador de confiabilidade no funcionamento continuado do GPS para uso civil está no seu uso macisso pela sociedade americana, como por exemplo, na navegação aérea.
  • 29. Seja como for, há que se aplaudir o advento dessa nova tecnologia, a qual representa um salto fantástico na arte de navegar na superfíce da Terra, com potencial de ser aplicado no sonho da humanidade de conquista do espaço. Para entender o que representa o advento GPS para pilotos, navegadores e aventureiros nada melhor do que lembrar as palavras do grande escritor e piloto francês, Antoine Saint-Exuperry, em seu livro “Vôo Noturno”, publicado em 1930: “A noite estava muito escura. Eu estava voando entre nevoas e núvens, o que fazia a noite ainda mais escura.... Eu notei no horizonte uma tênue luz, pensei que era de um faról. Imagine a alegria que produz um pequeno ponto brilhante que contém tudo. Eu aproei a pequena luz, era um estrela...” R. Visconde de Pirajá 330 sala 601 A – Ipanema – Rio de Janeiro –Cep (Zip Code): 22410 000 Tel/Fax: (55-21) 2521-1300 sdtp@sdtp.org.br sdtp@terra.com.br www.sdtp.org.br 29 *Washington Machado é Diretor Presidente da Fundação Serviços de Defesa e Tecnologias de Processos. Fontes e Referências: · Site oficial do Governo dos EUA sobre GPS: www.gps.org · Administração Fedral de Aviação (FAA). Site www.faa.gov · Organização da Aviação civil internacional (OACI). Site www.icao.int · Chujo, Amália e Walter, Fernado. Operações de Vôo Seguras e Eficientes Usando o Conceito GBAS/SBAS. Instituto Tecnológico da Aeronáutica. · Pequeno, Àlvaro. Palestra “Impantação do Sistema CNS/ATM no Brasil. DECEA. Brasil. 2008. · Dana, Peter H. “ Global Positioning System Overview. EUA. 2006. · Melgaço, Lucas. Aula sobre GPS. Brasil. · GPS Prime. ARINC Incorporated. EUA. 1994.