O documento descreve a colonização do arquipélago da Madeira por navegadores portugueses no século XV. As ilhas foram povoadas a partir de 1425, divididas em capitanias e exploradas economicamente através da madeira, pesca e agricultura. O clima ameno e a localização estratégica permitiram o desenvolvimento da região.
2. Quando João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira
e Bartolomeu Perestrelo, ao serviço do rei de
Portugal, fizeram o reconhecimento do Arquipélago
da Madeira, em 1419, as ilhas já estariam
referenciadas em mapas e livros mais antigos.
3. Os navegadores
portugueses encontraram
no arquipélago terras
íngremes, com vales
profundos, rasgados pelas
ribeiras, densos arvoredos
e muitos pássaros.
4. A Floresta Laurissilva, que ainda hoje se preserva na
Madeira, deve ter inspirado o nome atribuído à ilha. A
madeira foi o primeiro produto natural aproveitado pelos
povoadores, quer para a edificação das habitações, quer
para a construção de barcos.
5. As ilhas começaram a ser povoadas por volta de 1425, por
João Gonçalves Zarco (escudeiro do infante D. Henrique),
Tristão Vaz Teixeira, na Madeira, e Bartolomeu Perestrelo,
no Porto Santo, com gentes oriundas de Portugal,
inicialmente da pequena nobreza e outros a cumprir penas
de prisão em Lisboa.
Mais tarde, com o desenvolvimento
das atividades económicas ligadas
ao açúcar e ao vinho, chegaram
grupos de povoadores do Algarve,
do Minho, alguns mercadores
estrangeiros, judeus e escravos.
6. (…) que resguardando ele como
João Gonçalves Zarco, cavaleiro de
sua casa, fora o primeiro homem
que por seu mandado fora povoar
as ditas ilhas.
Carta de confirmação da doação
da capitania do Funchal,
Infante D. Henrique, 1450.
7. As ilhas foram divididas em capitanias e a colonização
entregue a capitães-donatários, com poderes
administrativos, judiciais e militares.
8. A exploração económica do arquipélago começou por se
basear na extração de recursos naturais, como a madeira.
Mas, a pesca foi também uma opção de exploração para
os primeiros povoadores, dada a abundância de peixe
nas águas do arquipélago.
11. Nas ilhas do arquipélago da Madeira foram introduzidos
animais e sementes levadas da metrópole, como, por
exemplo, cereais, videiras e, mais tarde, cana de açúcar.
12. (…) Cadamosto, de visita ao arquipélago
em 1455, da qual nos ficou o mais antigo
testemunho de primeira mão acerca das
atividades económicas madeirenses,
relata-nos fundamentalmente o seguinte:
o Porto Santo produz trigo e cevada para
consumo dos habitantes, cria gado e
exporta sangue de drago; quanto à ilha
principal, ela produziria então trigo (…),
carnes, tábuas de cedro e de teixo
(exportadas para Portugal inteiro e outros
países), vinhos bons, mesmo muitíssimo
bons (…).
Dicionário de História de Portugal,
Direção de Joel Serrão, Vol. IV,
Livraria Figueirinhas, 1981, Porto.
13. O arquipélago da Madeira, devido à sua situação
geográfica, no Atlântico, próximo da costa africana,
passou a ter um importante papel no reabastecimento
das naus em água e mantimentos.
14. O arquipélago da Madeira fica a cerca de 1000 km de
Portugal continental, no oceano Atlântico, junto à costa
ocidental africana.
15. Ilha da Madeira, ilha de Porto Santo, Desertas e Selvagens
16. As ilhas do arquipélago são de origem vulcânica; por
essa razão, o relevo é muito montanhoso, com vales
profundos. O ponto mais alto é o Pico Ruivo. Os cursos
de água são curtos, por isso lhes chamam ribeiras.
17. As temperaturas da Madeira são amenas, influenciadas pelo
oceano Atlântico e pela proximidade do continente africano. No
entanto, a cordilheira central da ilha constitui uma barreira natural
aos ventos húmidos do Norte. Por essa razão, podemos distinguir
duas regiões climáticas:
a vertente Norte, com
chuvas frequentes e
temperaturas mais
baixas;
a vertente Sul, com
chuvas pouco
frequentes e
temperaturas mais
elevadas.