O documento descreve a desordem e falta de estabilidade nos poderes públicos em Portugal, incluindo a Presidência da República, Parlamento, Ministérios e Administração Pública, levando a irregularidades, desorganização e despesismo. Isso agrava problemas financeiros e econômicos, criando um ciclo vicioso que conduz à corrupção generalizada na sociedade.
2. “ O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
3. Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito , os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
5. O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.
6. Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.
7. A Administração pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o pessimismo .
8. Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou…”
9. Meus amigos: O que acabaram de ler não é cópia de nenhum artigo do “Público”, “Diário de Notícias” ou de qualquer revista. Nem sequer é da minha autoria. Contudo, é actual. Trata-se de parte do primeiro capítulo de um livro agora posto à venda em Portugal e, que data de 1936! Li-o, gostei e aconselho-o! Vejam então qual é o livro: