O documento resume a experiência de uma estudante portuguesa vivendo em Londres, descrevendo suas impressões da cidade e como se sente livre para viver sem amarras. Ela também discute a complexidade da vida humana e como cada pessoa busca sentido.
1. AKADEMIAMAGAZINE02 Associação Académica da Universidade da Beira Interior
Dezembro | Janeiro 08/09 Covilhã
Distribução Gratuíta
MISS E MISTER
Caloiros 2008/2009
A CAMINHO DE MILÃO
Mónica Pinto
2. OPENDAY
DIA 19 DEZEMBRO (SEXTA) *
VEM EXPERIMENTAR!
PISCINA FITNESS
09:40 Natação Adultos 10:00 BodyPump
10:30 Hidroginástica 11:00 BodyCombat
11:20 Hidroginástica 17:00 HipHop
17:00 Hidroginástica 18:00 BodyPump
17:50 Hidroginástica 19:00 BodyCombat
18:40 Natação Infantil II 20:00 Kickboxing
19:30 Natação Infantil I 20:00 AeroDance
Visite-nos no Hotel Tryp Dona Maria
Alameda Pero da Covilhã, 6200-507 Covilhã
Tel. (+351) 275 310 000
*50% de Desconto na primeira mensalidade + 20% nas restantes para sócios AAUBI
3. Director: Guilherme Aragonez Orgãos Sociais da AAUBI
Grafismo: Paulo Passos, Carla Pinto Presidente: Luís Fernandes - Economia
Revisão de Texto: Prof. José Carvalheiro, Clara Mendes Vice-Presidente: João Pedro Jesus - Marketing
Denise Nunes Tesoureiro: Jorge Gama - Marketing
Marketing e Publicidade: Sofia Carapito Secretário: Filipe Martins - Arquitectura
Fotografia: Guilherme Aragonez, Nuno Barata, João Antão, Secção Cultural: Rui Travassos – Eng. Informática
André Batista, Pedro Pereira Secção Pedagógica: Márcia Sequeira - Medicina
Texto: Álvaro Rodrigues, Ana Gomes, Ana Reis, Andrea Secção Desportiva: Ricardo Ferreira - Desporto
Rocha, Antonieta Pereira, Bruna Oroña, Bruno Sousa, Carlos Apoio aos Núcleos: Sara Diogo - Bioquímica
Rodrigues, Cátia Carvalho, Dário Lima, Denise Nunes, Diogo Relações Publicas e Imagem: Bruno Sousa - Comunicação
Cardoso, Edgar Nave, Flávia Paravidino, Guilherme Aragonez, Pedro Venâncio – Eng. Informática
Henrique Teixeira, Joana Saraiva, João Antão, João Martins, Vogal: Vítor Lemos – Eng. Electromecânica
Josefa Reis, Luís Fernandes, Manuel Valente, Márcia Sequeira, Vogal: João Caetano – Gestão
Nuno Barata, Pedro Leitão, Ricardo Ferreira, Sara Ferrão, Sara
Ferreira, Sofia Creoulo, Teresa Silva Conselho Fiscal
+akademiamagazine@gmail.com+ Presidente: Pedro Fonseca – Economia
Secretário: Henrique Teixeira - Eng. Electromecânica
Vogal: Juliana Santos – Gestão
Vogal: José Azevedo – Química Industrial
Vogal: Edgar Nave – Marketing
Vogal: Sandrina Santos – Psicologia
Vogal: Frederico Gil – Marketing
Capa
Fotógrafo: Guilherme Aragonez Mesa da A.G.A.
Make Up: Carmen Cabeleireiros Presidente: Fábio Azevedo – Economia
Asst. Fotógrafo: Sofia Carapito 1º Secretário: Ruben Carvalho - Medicina
Edição: Paulo Passos 2º Secretário: Luís Cabral – Economia
Modelo: Mónica Pinto Colaboradores: Márcia – Eng. Papel, Pedro Cabral e Mark
de Eng. Eletromecânica, Angela Félix, Miguel Azevedo, Gon-
Gráfica: Graficamares, Lda. (Redondelo - Besteiros - çalo Reis e Cláudia Dias de Marketing, Denise e Vanessa de
BESTEIROS Redondelo, BESTEIROS AMR, BRAGA 4720-138 CPRI,Lino Mateus, Rita Adão e Tiago de Economia, Jaime, Ri-
Tel: 253995297 cardo, Pedro e Diogo de Ciências do Desporto Quim Zé de
Tiragem:1.000 exemplares Bioquímica, Tiago de Cinema, Joana Gomes e Sofia Vale de
Distribuição Gratuita Medicina, Michelle de Gestão
4.
5. <Londres 08> <Prova dos Nove 10>
<Imagine Cup 1 <História da Aspirina
1>
12> <A Crise Financeira 13> <De Eras-
mus em Santiago de Compostela 15>
<Chega o Inverno 17> <Marketing de
Lugares 18> <Covilhã 20> <A História
do Tápáruére 22> <Mónica Pinto 24>
<Ivo Carvalho 25> <Nova Academia
Fitness 32> <Recepção ao Caloiro 34>
<Espaço Covilhã 38> <Ora Viva 39>
<Natureza da Arquitectura 41> <Infor-
mania 43> <Conheça o Mundo 44>
<Sobrevivente 47 <Fremantle: Local
Identity Code 48> <Longa Metragem
50> <Resumindo 51> <Prendas de Natal
53> <Consultório Sentimental 54> <CPRI
e a Política em Portugal 57> <Mensa-
gem do Presidente 58> <Pedagogia
60> <Como “Caçar” um Emprego em
Tempos de Crise 6 <Como Arrefe-
1>
cer uma Cerveja em dois Minutos
62> <Artista do Mês 64> <A Tradição
já não é o que era 65> <Jogos 66>
<Desporto 69> <Culinária 70>
6.
7. Estamos em Junho, quase no final do ano lectivo. Depois de frequências e trabalhos, está na hora de relaxar e desfrutar de um
bom momento entre amigos. É precisamente aqui, que nasce a ideia da Akademia Magazine, numa troca de palavras entre mim
e o Pedro. No final do mês de Agosto, deslocamo-nos para a Covilhã à procura de uma oportunidade para a tornar realidade.
Conversámos, debatemos ideias e apresentamos a nossa proposta a Luís Fernandes, presidente da AAUBI, que desde logo se
mostrou interessado e facultou todas as condições que necessitávamos. Nenhum de nós tivera qualquer tipo de experiência
nesta área, por isso, esquematizamos minuciosamente todos os passos a dar. Um dos primeiros, foi criar uma redacção o mais
profissional possível, numa das salas da sede da AAUBI. Nesta altura foi emitido um recrutamento, através do site da Universi-
dade da Beira Interior, para que alunos de várias áreas tivessem a oportunidade de participar. Foi sem dúvida uma surpresa,
refiro-me ao número de currículos recebidos. Após uma selecção de curriculos, integramos na equipa a Joana Barata, a Sofia
Creoulo, a Flávia Paravidino, a Bruna Oroña, a Denise Nunes, a Mariana Justo e o João Martins, que foram os responsáveis
por criar e corrigir os artigos da revista, onde eu e o Pedro Venâncio também participamos. Alguns membros da AAUBI estiveram
presentes com alguns artigos. A Márcia Sequeira falou sobre pedagogia, o Luís Fernandes escreveu a mensagem do presidente
e literatura, o Pedro Manquinho, Imperatorum e funcionário da AAUBI, participou com um artigo sobre o código de praxe e o
Ricardo Ferreira, com o artigo sobre desporto. Paulo Passos, o grande responsável pela imagem da magazine, e Carla Pinto,
juntaram-se a nós e foram as peças fundamentais para que a este projecto tivesse uma qualidade gráfica e originalidade tão
elevada. Resta-me agradecer à Sofia Carapito, a beldade da nossa primeira edição, pela disponibilidade que apresentou
paraa sessão fotográfica e para o resto. Obrigado a todos. Com a vossa ajuda, conseguimos criar este projecto pioneiro na
Universidade da Beira Interior.
<Guilherme Aragonez, Director>
8. Londres!
Portugal - Porto:
Pega-se num punhado de juventude, uma pitada de curiosidade, uma ou duas gotas de
loucurae parte-se. Parte-se, quebra-se, estilhaça-se o desespero de não saber para onde
vai este rio quase parado, cheio de escolhos, e atravessa-se, navega-se, procura-se
o desconhecido em busca de se sentir algo: perturbante, vibrante, vivido... que te diz: “estás
finalmente a renascer!” Porque o hábito é irmão do consenso e vizinho da mediocridade.
É assim que se pega no nosso corpo e nas nossas tralhas e se mete tudo num avião, aban-
donando o conhecido, pacífico e reconfortante país que não te quis ver nascer...
UK - Londres:
Fuga para a frente... e se aterra do outro lado onde se fala Outra língua e muito mais que
uma Outra linguagem, uma Outra forma de estar.
Não encontro nada, porque não vim à procura. Limito-me a sentir, a viver simplesmente
como quem tem fome, avidez da diferença, do outro.
As pessoas são pessoas em todo o lado e estão por toda a parte. Trazem consigo os seus
países, mas acima de tudo a certeza que na comunhão e partilha é que reside Aquilo que
todos vamos encontrando. Aquilo não tem um nome, nem tão pouco há um conceito ou
ideia que, realmente, o defina, é mais uma energia, que flui e toca os que não a renegam...
AKADEMIAMAGAZINE208
E então, sentes que o ar é mais doce e que realmente te satisfaz as entranhas: leve e uno...
uma sinfonia (des)concertante. Não vou defini-lo para não o constranger, encarcerar em si,
Antonieta Alves e Pereira enquadrar numas letras, rotular e arrumar na prateleira da estupidez.
(licenciada em Ciências da Co-
municação - Relações Públicas e Os sítios... são o passado, o futuro... e o presente que vivemos a cada estalar de dedos e
Publicidade pela UBI), actual estu- bater... tum, tum... do coração... tum, tum... Magníficas reproduções de vontades!
dante da Vida em Londres.
9. Viver!
Comédia irónica, talvez sádica duma capital cosmopolita, alimentada da essência capitalis-
ta, que camufla o vazio que também aqui se sente. Que se sente em qualquer país, cidade,
vila ou lugar... condição máxima de todos os que de carne são compostos... mais, mais, mais,
mais... tum, tum... mais, mais... tum, tum...
Tratar de esvaziar, esfregar e limpar caixotes do lixo, completamente dentro das pequenas
paredes simétricas e repletas de recantos com partículas de lixo nauseabundo... faz mais
sentido aqui do que em Portugal!? Mais perto de qualquer coisa... de merecer tudo o que
vem a seguir completa e inteiramente. É isso mesmo?! No fundo de cada um deles dorme
uma verdade: a viagem vale cada segundo e merece cada frustração, expiação, curiosi-
dade... mais e mais respostas àquelas perguntas que ocorrem a cada rebentar de ossos, que
crescem para uma essência evoluída que viaja no sentido de si mesma e já acordada.
É como se a vida ganhasse mais textura, ou por outra, ganhasse finalmente textura. Cada
traço fora do plano, é a vida a acontecer por si mesma, é ela a gritar-me que ainda não a
tenho merecido e que às vezes brincamos às escondidas... where are you? where are you?
i’m going to catch you... i think i’m seeing you!!
Desvanece e aparece, cintila e torna-se opaca, num vai e vem, sem ordem aparente, cheia
de gavetas entre-abertas com sombras de pequenos cadáveres de memórias vividas e por
viver. A fusão entre os sentidos baralhados sem norte nem sentido, na loucura da liberdade
total, sem amarras nem mais entraves tontos... lúcida e translúcida de mentira e enganos e
verdades meias, com salpicos de carne e sangue, de respirar entrecortado e arrebatado
coração.
Ahhh... tum, tum, tum , tum...
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E tudo parece tão simples no início... é tão fácil sonhar, não há constrangimentos de qualquer
tipo, não há limites, nem arestas, apenas figuras etéreas daquilo que pode vir a ser, que
quase se sente o gosto suave no palato da alma e se cheira com as narinas trementes o
doce aroma da baunilha esvoaçante, entre esfumaçantes sorrisos de conquistas e encontros
de traços de alma que se sonham.
A cruel pureza da ingenuidade.
10. Matemática
Todos sabemos que a Matemática é uma das áreas que
não agrada a muita gente, daí ser reconhecida, na maio-
ria das vezes como o “bichinho de sete cabeças” que todos
atormenta. Contudo, ela é invocada a cada minuto que passa
no dia-a-dia. Nas mais variadas circunstâncias do quotidiano a
matemática está presente, sendo a situação mais vulgar aquela em
que temos de fazer algumas contas para que possamos efectuar o
pagamento de algo que adquirimos.
Muitas vezes parece demasiado difícil efectuar algumas operações, mas
a Akademia dá alguns truques para que possas fazê-las rapidamente e sem
precisar de máquina de calcular.
Calcular o quadrado de Tabuada dos 9: Multiplicar por 11:
números terminados em 5: A tabuada dos nove é a mais complexa Com o número 34 adicione um espaço
Imagine o número 25. Para saber qual para si?! E se usar os dedos das mãos?! entre os dois algarismos (3 4 ). No espa-
o resultado da operação 25X25 basta Para saber qual o resultado de 8x9 abra ço em branco coloque os mesmos dígi-
efectuar o seguinte cálculo: ao primeiro as duas mãos com os dedos esticados e tos, somando-os (3 (3+4) 4). O resultado
número (2) adicione-lhe um (2+1) multi- dobre o dedo que equivale ao primeiro desta operação (37 é o resultado da
4)
plicando o resultado pelo número dois dígito e veja quantos dedos sobram an- multiplicação 34x1
1.
(3x2). Ao resultado desta operação (6) tes dele (7). Conte agora os dedos que
adicione o número 25. O resultado é sobram depois dele (2). Assim, 8x9 é 72.
então 625.
Calcular Percentagens: Multiplicar números por 5:
Se para si falar em calcular percentagens sem uma máquina de calcular é um pe- Apesar de esta não ser uma operação
sadelo, então aprenda que não é assim tão complicado como parece à primeira muito fácil existe um truque que a torna
vista. menos complexa.
Em primeiro lugar, há que compreender que já por si a palavra percentagem pres- Se quisermos saber qual o resultado de
supõe a existência de “para cada cem”, como por exemplo: 5% é apenas 5 em cada 4652x5 com facilidade basta dividir o
100 e 20% é 20 em cada 100. primeiro número por dois (4652/2=2326).
Se tiver de calcular 12% de 200, lembre-se que os 12% são 12 em cada 100, por Se o resultado for exacto adicione um 0
isso em 200 será 12+12=24. Se fosse 12% em 300 bastaria adicionar mais 12 aos e terá o resultado de 4652x5= 23260.
24, sendo assim 36. Se o resultado da divisão não for um
Se tiver de calcular 69% de 500 bastará somar cinco vezes o número 69 número exacto, em vez de colocar o
(69+69+69+69+69=345) ou multiplicar o 69 por cinco (69x5=345). 0 no final, coloque o número 5. Então
Para conseguir o resultado de 20% de 150, basta pensar que se é 20 em 100, como 6527/2=3263,5, logo o resultado de
se trata de 150 é mais metade, logo é 30 o resultado. 6527x5 será 32635.
Como truque final, no que toca a cálculos de percentagens, podem ser sempre in-
vertidos os números, como 36% de 21 é o mesmo de 21% de 36.
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<Sofia Creoulo>
11. Imagine Cup, é a maior competição internacional de tecnologia
para estudantes de todo o mundo e representa a próxima gera-
ção de líderes de negócio e de tecnologia.
O Imagine Cup é uma competição inter- nos Millennium Goals (os mais difíceis volvimento Integrado, Desenvolvimento
nacional, que visa estimular e premiar desafios do mundo de hoje para as Na- de Jogos, Robótica e Algoritmos, De-
a criatividade e inovação tecnológicas ções Unidas) “imagina um mundo onde safio de TI, MashUp, Fotografia, Curtas
de jovens universitários espalhados pelo a tecnologia permite resolver os pro- Metragens e Design.O Imagine Cup,
mundo, com propósitos sociais e humani- blemas mais complicados que afectam é a maior competição internacional de
tários. Na sua sétima edição mundial, a humanidade”- os estudantes serão tecnologia para estudantes de todo
sexta edição em Portugal, a Imagine Cup convidados a aceitar o desafio de usa- o mundo e representa a próxima ge-
continua a desafiar estudantes universi- ração de líderes de negócio e de tec-
“I wish there had been an Imagine
tários e do ensino secundário a imagi- nologia. A criatividade, a inovação e a
Cup when I was growing up. It gets
nar um mundo melhor, fortalecido pela paixão dos estudantes pela tecnologia
people involved in seeing that soft-
tecnologia e criado pelo seu talento e é enorme e pode fazer toda a diferença
ware is changing the world.”
inovação. É a maior competição inter- na vida diária das pessoas, na forma
<Bill Gates, Chairman, Microsoft
nacional de tecnologia, onde, no ano como pensamos, como trabalhamos
Corp.”>
passado, participaram mais de 130 mil e como comunicamos. O Imagine Cup
estudantes de todo o mundo. Este ano rem tecnologia para melhorar o mundo, Portugal terá a sua final nacional num
estima-se a participação de mais de 250 fazendo a diferença na vida de outras dia inteiro destinado a inovação e em-
mil estudantes. Depois do sucesso regis- pessoas, enquanto lhes é dada a opor- preendedorismo, que será realizado no
tado em 2008 em Paris, França, onde tunidade de concorrer a valiosos prémi- dia 21 de Maio de 2009, em Lisboa. A
Portugal ficou classificado em 4ª lugar e os em dinheiro ou bolsas de estudo. Os final mundial será no Cairo, Egipto.
onde mais de 100 equipas, num total de projectos do Imagine Cup 2009 devem
mais de 800 participantes, desafiaram a incidir de forma lata sobre este tema, <www.microsoft.com/portugal>
sua imaginação em prol do tema Ambi- tentando integrar uma das seguintes <http://imaginecup.com/>
ente sustentável. Com um tema inspirado categorias: Design de Software, Desen- <João Antão>
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1
12. Um remédio
maravilhoso!
A história da Aspirina
Em 1999 a aspirina completou 100 anos Felix Hoffman pesquisava um medi- a síntese de prostaglandinas, evitando
de sucesso absoluto. Registada sob a camento para ajudar o seu pai, que a formação de plaquetas que depois se
patente nº. 36433 de Berlim, em 1899, sofria de artrite. transformavam em coágulos de sangue
a aspirina superou gerações e continua “Uma mistura preparada com 50 partes no corpo humano. Esses coágulos eram
a ser o medicamento mais utilizado no de ácido salicílico e 75 partes de anid- responsáveis pelo bloqueio do fluxo de
combate à dor. E a cada ano sur- rido acético é aquecida por cerca de 2 sangue para o coração, resultando no
gem mais indicações para este fár- horas a cerca de 500 0C num balão de ataque cardíaco.
maco, estando estimado que se vendem refluxo. Um líquido claro é obtido do qual, Assim, a aspirina evita a formação
cerca de 50 mil tabletes de aspirina por quando resfriado, é extraído uma massa de coágulos e pode então impedir o en-
ano, a nível mundial. cristalina, que é o ácido acetilsalicílico. O farte do miocárdio, também nos alivia de
Está na Bíblia, em Levíticus: as folhas e excesso de anidrido acético é extraído dores cabeça, dores musculares, dores
galhos do salgueiro que nascem nos ria- por pressão e o ácido acetilsalicílico é menstruais e febres.
chos são medicinais, sendo que o princí- recristalizado em clorofórmio seco.” Eram Foi a primeira criação da indústria
pio activo da casca, o ácido salicílico, foi estas as anotações do químico da Bayer, farmacêutica e também o primeiro fár-
isolado na sua forma cristalina em 1828 que, em 1897, tinha como objetivo encon- maco vendido em tabletes.
pelo farmacêutico francês Henri Leroux, e trar uma droga para substituir o salicilato
por Raffaele Piria, químico italiano. Mas, de sódio, medicamento usado naquela
há 2400 anos, Hipócrates, um médico época, mas que exigia grandes doses
grego e pai da medicina científica, já as diárias e provocava irritação e fortes
recomendava para doenças e trabalhos dores estomacais nos pacientes.
de parto. Pelo ano de 1970, o cientista britânico
A história da aspirina começa há cerca John Vane e alguns colaboradores
de um século, quando o químico alemão descobriram que a aspirina bloqueava
AKADEMIAMAGAZINE212
13. A crise Financeira
Ao longo destes últimos anos temos as- cilitar o acesso ao crédito à habitação esta é uma ideia defendida por Stiglitz,
sistido a um mercado bancário líquido e para famílias mais desfavorecidas. Pois é, Nobel da Economia em 2001 quando
bastante feroz devido à crescente con- as taxas de juro subiram, e essas famílias se refere ao mercado financeiro norte-
corrência. Portugal não é diferente e deixaram de poder pagar o serviço da americano no efeito especulativo nos
até aqui tem-se assistido a vitrinas com dívida. A Fannie May e Freddie Mac mercados. No fim, quando a actividade
publicidade agressiva: são as taxas de faliram recentemente, via crise no mer- das empresas não é direccionada em
juro para depósitos a 8% e os spreads cado hipotecário, com todo um arrastar prol da sua saúde financeira e quando
ZERO para os créditos, é um “vale tudo” de prejuízos dos fundos de investimento os gerentes têm interesses fora do âm-
para ganhar e fidelizar um cliente, vale que financiavam esses empréstimos. Afi- bito dos interesses dos investidores, ou
pagar muito mais por um depósito, e nal Investimentos de Alto Risco. quando os interesses, são fraudulentos…
vale receber apenas a Euribor de refer- A assimetria de informação e conflito de os investidores é que assumiram o risco,
ência pelos empréstimos concedidos, interesses que levou ao comportamento e são esses que têm menos valias, têm
independentemente do risco do cliente. especulativo exuberantemente optimista, perdas nas suas poupanças…
A dada altura questionamos se o fa- em relação aos investimentos com risco. Nota, as crises financeiras encontram lu-
cilitismo do crédito compensa! E se um Os produtos estruturados com rendimen- gar no ciclo económico por defeito, sur-
cliente com maior risco, ou com menos tos indexados às taxas de juro, taxas de gem sempre quando o mercado tende
capacidade de cumprimento do serviço câmbio, a cabazes diversificados de em- para o desequilíbrio, ou então quando
da dívida poderá ter o mesmo benefício presas no âmbito internacional, fundos o passo é maior do que a perna. Uma
de taxa de um cliente cumpridor deten- de investimentos, obrigações, acções, recuperação passa obrigatoriamente
tor de maior estabilidade financeira? futuros, …. São alguns dos produtos que por uma boa gestão de riscos, quer na
Para o caso do crédito à Habitação a a maioria das famílias com algumas banca quer em todos os sectores de ac-
hipoteca do imóvel serve de garantia. poupanças não conhecem, nem têm per- tividade. O risco operacional tem de ser
Isto até ao momento em que este sec- cepção do nível de risco nem o tipo de bastante ponderado, e o esforço por
tor de actividade abranda e o preço aplicação que lhe está a ser apresenta- melhores avaliações num contexto de
dos imóveis desce! Por conseguinte, as do. Mas o que condiciona a apresenta- informação assimétrica, a transparência
garantias valem menos, e no caso de ção de produtos complexos a investidores tem de ser valorizada a todos os níveis.
incumprimento, o banco executa a hipo- com menos conhecimento? Serão os ob- Só assim é possível uma economia as-
teca, e o valor da hipoteca não paga jectivos da própria actividade laboral, sente em bases sólidas, e não em bolhas
o valor em divida… este é o retrato do serão as informações privilegiadas ente especulativas.
subprime (Agosto 2007, EUA), por via dirigentes que canalizam as actividades
do crédito de alto risco. O governo de comerciais? Serão interesses sociais, <Sara Ferreira>
J.W.Busch criou duas empresas para fa- particulares, comuns? Seja como for,
AKADEMIAMAGAZINE213
15. De ERASMUS em Santiago de Compostela
Li há algum tempo uma reportagem onde se afirmava que, “a Europa está criada, agora só falta criar os eu-
ropeus” [de Marianne Thyssen] e talvez isso, dependa de nós.
Certamente que já aconteceu estarem antes das aulas começarem olha-se ao deu para rir e conhecer Santiago de
na UBI (Universidade da Beira Interior) e redor e pensa-se: “vai ser canja”. Os pa- uma ponta à outra. Nestes dias, desde
se aperceberem de alunos a falar outras péis com as frases “se alquila habitación” que saímos do autocarro o nosso mel-
línguas - espanhol, inglês, francês entre nem deixam ver a cor acinzentada dos hor amigo é exactamente, o mapa. O
tantas outras. “Devem ser de erasmus” postes de electricidade e as paredes falar português era algo a esquecer,
dizem uns, “deve ser uma experiência também estão camufladas. Com isto sa- descobríamos rapidamente que outras
engraçada” afirmam outros. bemos que os senhorios estão apodera- pessoas de erasmus estavam na mesma
Entrar numa “aventura” como esta é dos de todos os locais vazios nas pare- situação que nós. Começa-se a pedir
ter que preencher uma data de pa- des em busca de alguém para viver em contactos de colegas ou então surge um
pelada, falar com o coordenador de suas casas. “adiciona-me no facebook”. Descobri-
curso, desembolsar uma quantia extra Logo se entende que não é assim tão mos que grande parte das pessoas que
de dinheiro, saber que as saudades vão fácil. Não é por termos quinhentos núme- vieram de erasmus se conheceu nesta
aparecer, falar com o coordenador do ros de telefone que as coisas se facilitam, página WEB. Sendo aqui que se saúda
país para onde se vai, aguardar respos- pois nestes a resposta foi “yá esta alquila- a globalização e juntos continuamos a
ta e se esta for positiva - respirar fundo da, perdón”, ou então, as casas não têm aventura de procurar casa, que mais
- e entrar no mais barato meio de trans- condições. É então que se vai à oficina tarde se encontra.
porte para o destino. Se vale a pena de erasmus e se fala com – a indicada Portugueses, italianos, franceses, rom-
todo este trabalho? A esta pergunta re- - D.ª Maria. Uma simpática senhora que enos, checos, brasileiros, ingleses, todos
spondo, sem qualquer dúvida que sim. nos ajuda a encontrar casa. D.ª Maria se juntam e todos vivem juntos em suas
As coisas a levar devem ser: “quanto me- liga para um dos números do jornal, casas. A língua falada entre todos é o
nos, melhor”. Nas três horas de viagem aponta o endereço e refere a hora para Espanhol. A mistura de culturas começa
já se conheceu uma pessoa com tantos vermos a casa relembrando no final, que na cozinha, e acaba quando todos jun-
nervos quanto eu que é do Brasil e vem se não encontrarmos para irmos ao “mu- tos falam dos seus costumes e tradições
AKADEMIAMAGAZINE215
estudar medicina. Chegando ao destino, ral” da USC (Universidade Santiago de descobrindo, no final, que há motivo
neste caso a Santiago de Compostela Compostela) e procurar na página WEB. para sermos chamados, europeus.
e sem saber onde dormir, é opção por A casa indicada pela simpática senhora
muitos alunos de erasmus ficar-se por um está em obras, só estará pronta na outra <Andrea Rocha>
Hotel, e nós não somos excepção. semana e com o Hotel a pagar, “next” é
Com uma semana para procurar casa, o pensamento. Uma procura engraçada,
16.
17. Chega o Inverno e com ele…
Chegou o Inverno! Casacos fora do cabeça) que nos impedem de estudar, assadas, chocolate quente e namorar
armário, cachecóis ao pescoço, luvas arrepios e calafrios que nos remetem junto à lareira) um verdadeiro desastre.
nas mãos e pesados cobertores na para a cama, onde experimentamos Todos estes sintomas, como decerto os
cama. Já tínhamos todos saudades do outro belo fenómeno – a febre. Não leitores já deduziram, são característicos
harmonioso assobio do vento, das tem- conseguimos praticar desporto devido de algo bastante redutor para o nosso
peraturas baixas, de ter e de ver me- a mialgias (dores musculares) e fraqueza bem-estar – a gripe. Será este o tema
nos pele à mostra, da musicalidade dos generalizada, discutir com os pais sobre a deste artigo, visando não só a rápida
dentes a tiritar ou da sensualidade de mesada é impossível graças à garganta identificação de sintomas, como tam-
um nariz entupido e a pingar, enquanto inflamada e à tosse seca. Enfim, toda uma bém os meios de transmissão e ainda a
nos assoamos ruidosamente a um lenço panóplia de factores desagradáveis que prevenção contra tão nefasto vírus, por
de papel. Inconveniente, habitualmente, caso não nos precavemos, poderão tor- parte dos leitores.
acompanhado por cefaleias (dores de nar o Inverno (tão propício a castanhas
O que é a gripe? com pessoas infectadas. Quando não há em aglomerados muito grandes de pes-
A gripe consiste numa doença conta- complicações, a crise pode resolver-se soas. No caso do seu companheiro de
giosa aguda do tracto respiratório, re- entre 1 e 2 semanas, porém os sintomas casa estar engripado, deve garantir que
sultante de infecção pelo vírus Influenza, de fadiga podem persistir. haja renovação do ar, abrindo a janela
com carácter epidémico e alta morbili- de 2 em 2 horas.
dade. Pode ter uma incubação de 1 a Qual o melhor tratamento?
4 dias, pelo que os sintomas podem não Habitualmente a gripe é tratada com Serei um perigo para os outros?
surgir logo após o contacto. Pode ainda medicamentos para o alívio dos sintomas Caso não tenha lido este artigo a tempo,
ocorrer esporadicamente durante todo (analgésicos, antipiréticos, descongestio- e já se encontre enredado nas teias do
o ano, sendo, contudo, mais frequente nantes nasais, etc.). Contudo, na maioria Influenza, evite contaminar os outros: não
nos meses de Inverno, com um pico entre dos casos, é suficiente a aplicação de espirre para cima de outras pessoas,
Dezembro e Março. medidas simples, tais como evitar varia- prefira lenços de papel descartáveis,
ções de temperatura, ingestão de líqui- lave as mãos frequentemente, substitua
Como se transmite? dos, de frutas e repouso, de preferência o habitual gesto de “pôr a mão à frente
O vírus Influenza transmite-se facilmente bem acompanhado … do seu saco de da boca” pelo antebraço, uma vez que
de pessoa para pessoa, por gotículas água quente (para evitar possíveis con- é uma zona que não está tão facilmente
emitidas com a tosse, espirros ou mes- tágios!). em contacto com uma maçaneta de por-
mo durante a fala. Uma vez dentro do ta ou um teclado de computador, com
corpo, o vírus vai destruir a mucosa do Posso fazer algo para prevenir? os quais outras pessoas contactam fre-
tracto respiratório, infectando as células. Como diz a velha máxima, mais vale quentemente.
É possível que ocorram complicações, prevenir que remediar. A maneira mais Em suma, se não puder ficar em casa
uma vez que nas células da mucosa, eficaz de se prevenir é mesmo a vacina- a namorar junto à lareira e tiver de ir
danificadas pelo vírus, é mais susceptível ção, tendo em conta que o vírus da gripe para a rua, enfrentando a chuva e tem-
a proliferação de bactérias e infecções é muito propenso a mutações e que ex- peraturas gélidas, agasalhe-se e use um
secundárias, como pneumonia, sinusite, ige que a vacina seja actualizada todos guarda-chuva!
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faringite, otite ou bronquite. Estas compli- os anos. São também eficazes medidas P.S. em caso de dúvida, consulte o seu
cações surgem mais frequentemente nos simples, como reforçar as nossas defesas médico ou farmacêutico.
denominados grupos de risco; idosos, com uma alimentação diversificada e rica
crianças, doentes crónicos, pessoas imu- em vitaminas, evitando mudanças brus- <Diogo Cardoso>
nologicamente debilitadas e profissionais cas de temperatura, bem como estar em <Álvaro Rodrigues>
de saúde que contactam diariamente ambientes com ventilação deficiente e
18. Marketing de Lugares
O ambiente de globalização está a o desenvolvimento económico, social, alvos, procurando um conjunto de atribu-
contribuir em grande escala para a con- político e sustentável dos países, regiões tos que fazem com que um lugar se torne
corrência entre os países, que tentam ou cidades, para que esses lugares pos- atraente, no qual se tem condições para
conquistar a atenção, o respeito e a con- sam ser comercializados de forma tão viver, trabalhar, investir, fazer negó-
fiança dos investidores, turistas, consu- eficiente como as empresas que comer- cios ou uma visita turística. O marketing
midores, doadores, imigrantes, meios de cializam produtos e serviços. A cidade o desse local é bem sucedido, caso os
comunicação e governos estrangeiros. local estão assim expostos diariamente contribuintes obtenham a satisfação da
a uma série de pretendentes aos quais comunidade e atinjam as suas expecta-
Quando se decide optar por umas férias deve tentar agradar, marcando-os por tivas.
em França, comprar um carro alemão, uma experiência positiva e devendo ser
assistir a uma ópera italiana; quando se vistos como produtos capazes de satis- Torna-se assim essencial realizar inten-
confia instintivamente em políticas gover- fazer as necessidades dos indivíduos. sivas campanhas de divulgação (ex:
namentais suecas, se comenta a ambição Assim sendo, é interessante estabelecer place branding) procurando sustentar
japonesa, a personalidade dos america- um paralelismo entre uma empresa e a imagem do lugar, aliando a história,
nos, a cortesia dos ingleses; quando se uma cidade: aqui a direcção pertence identidade e características a pode-
evita investir na Rússia, se dá primazia à ao presidente da Câmara e restante eq- rosas campanhas de marketing locais.
entrada da Turquia na União Europeia, se uipa de autarcas; a propriedade é dos A venda da cidade/país passa a inte-
admira o legado e o património chinês e cidadãos (em detrimento dos accionistas, grar o planeamento do local, devendo
indiano, está-se a responder a imagens no caso das empresas); os produtos ofer- apresentar uma imagem verdadeira, de
de marca, que são emitidas por lugares. ecidos são todas as atracções, recursos modo a conquistar os seus públicos-alvo.
Exactamente da mesma forma que um e serviços disponibilizados pela cidade; É deste modo que se pode afirmar que
consumidor faz quando entra numa loja os clientes são os residentes, estudantes, Paris é romance, Milão é estilo, Washing-
AKADEMIAMAGAZINE218
para adquirir qualquer tipo de produto empresas e investidores, turistas e visi- ton é poder, Nova Iorque energia, Lon-
Com a grande diferença de ser a uma tantes; e por fim os concorrentes, que se dres vanguarda, Barcelona é cultura e
escala consideravelmente maior, que diz consideram todas as outras cidades em Tóquio modernidade.
respeito a um lugar. grande escala.
<Edgar Nave>
O Marketing de Lugares deve ser utiliza- O objectivo é conceber um local para
do como ferramenta fundamental para satisfazer as necessidades dos públicos-
19. A SUA FRUTARIA NO CENTRO DA CIDADE
NÃO TE ESQUEÇAS
DO TEU SUMO NATURAL!
Avenida da Anil
Loja 1 - Lote N.º 17 Telef: 275 098 109
6200-502 COVILHÃ miminhosdanatureza@gmail.com
20. Covilhã
40º 17’ 29’’N; 1º 36’ 30’’ O
Bem-vindos à cidade da Covilhã, local de início de uma viagem que pretende ir à
descoberta dos sentidos e impressões da região da Beira Interior. Para alguns, a
cidade dispensa qualquer tipo de apresentação mas, para outros, quase tudo é
novidade.
Bem-vindos à cidade da Covilhã, local e também um coreto. Em frente ao ac- destaque, para observar durante o dia,
de início de uma viagem que pretende ir tual edifício da Câmara Municipal, de a Cisterna medieval (que possui um arco
à descoberta dos sentidos e impressões arquitectura do estado novo, observe-se de volta perfeita que dá acesso ao túnel
da região da Beira Interior. Para alguns, a estátua de Pêro da Covilhã, uma das interior); a Casa dos Magistrados ou
a cidade dispensa qualquer tipo de personalidades que se notabilizou pela dos Ministros; e a Igreja de Santa Maria
apresentação mas, para outros, quase descoberta do caminho terrestre para a Maior (reedificação da primitiva Igreja
tudo é novidade. Índia, durante o reinado de D. João II, de N. Sr.ª do Castelo), datada do século
A cidade da Covilhã é um dos principias tendo sido ainda o primeiro português XIX, que apresenta a fachada barroca,
centros urbanos da Beira Interior, local- a pisar solo moçambicano. À entrada revestida a azulejo. O interior do templo
izada na vertente Sudeste da Serra da da Câmara, no pavimento, encontra-se é, igualmente, admirável. Mais à frente,
Estrela e rodeada por duas importantes um conjunto escultório que apresenta o já na Rua Alexandre Herculano, com os
ribeiras, a Goldra a Sul, e a Carpinteira percurso da viagem de Pêro da Covilhã. números de polícia 48 – 50, fica a Casa
a Norte. O enquadramento da urbe é Aproveite-se para tomar um café num das Morgadas, edifício dos finais do séc.
singular, constituindo um magnífico anfite- dos mais tradicionais ou emblemáticos XVIII/ inícios séc. XIX. No interior, o tecto
atro de montanha. espaços comerciais da cidade, como do Salão Nobre ou “salão dos continen-
Quantos de nós já se perderam pelas o Montiel, o Café Montalto ou o Ver- tes” esconde uma fantástica pintura dos
ruas apertadas e tortuosas do centro dinho. 4 continentes, representados com figuras
histórico da Covilhã, pararam para ob- À entrada da Rua Rui Faleiro, cosmógrafo femininas.
servar alguns dos seus robustos edifícios covilhanense que estabeleceu as regras Toda esta área fazia parte da vila medi-
ou as suas igrejas? Quem já parou para de navegação marítima, a partir do cál- eval intra-muros. Percorram-se as ruelas
contemplar a paisagem a partir dos culo exacto da latitude e longitude no estreitas e labirínticas para descobrir al-
miradouros e jardins-varanda que tem a mar, ergue-se o Teatro-Cine da Covilhã, gumas marcas desse tempo, nomeada-
Covilhã? Venha daí! inaugurado em 1924, que escondeu um mente os retalhos das muralhas que ac-
Encontramo-nos na Praça do Município pano de muralha e uma janela manu- tualmente, se integram em construções
que é o centro cívico da cidade e que, elina. Nesta que é a principal sala de civis da Rua do Castelo, da Rua dos
ao longo do tempo, foi sofrendo diversas cultura da cidade, Amália Rodrigues Bombeiros Voluntários, junto à Travessa
transformações. Da antiga praça, pouco celebrizou, na década de 70, a canção do Postiguinho ou da Rua das Portas do
resta, para além da Igreja da Misericór- “Covilhã, Cidade Neve”. Sol, a Sudeste. Nesta última, desça-se a
AKADEMIAMAGAZINE220
dia (finais do século XVI), onde existia um Subindo as escadas do lado direito da escadaria que dá acesso à Rua António
conjunto filipino que integrava a Casa da Câmara, temos acesso à Rua 1º de Augusto Aguiar. Daí, observa-se um
Câmara, a Cadeia e a Torre do Relógio Dezembro que, pela animação noc- importante e conservado troço de mu-
(1614). Esta área é ainda vulgarmente turna que possui, é apelidada de Bairro ralha. Durante o período instável da
designada por Pelourinho, porque de Alto da Covilhã. Para além da visita que Reconquista, a Covilhã foi conquistada e
facto aí existiu, até 1863, um pelourinho certamente ganhará à noite, merece reconquistada por variadas vezes e os
21. mouros destruíram-na quase por com- lo XVIII e XIX, em que eram as manufac- as escadas exteriores da Universidade
pleto. Em 1 186, a Carta de Foral conce- turas e depois as fábricas a determinar o acedendo à Calçada do Biribau (onde
dida à Covilhã, por D. Sancho I, permitiu ritmo da cidade. Em 1764, no âmbito da se localiza o Núcleo da Real Fabrica Vei-
reedificar a povoação e erguer as mu- política económica desenvolvida pelo ga do Museu de Lanifícios) para entrar
ralhas daquele que terá sido o primitivo Marquês de Pombal, D. José I ordenou no Parque da Goldra, onde terminamos
castelo. a construção do edifício da Real Fábrica o percurso e podemos desfrutar das
Do lado direito do edifício onde esteve dos Panos, na proximidade da ribeira da valências deste novo espaço de lazer.
instalada a P.S.P., actualmente sede da Goldra, onde já existiam tecelagens e Observada cá de baixo, a cidade
APPACDM, aproveite-se essa espécie pisões, naquele que é hoje o Museu de parece já um emaranhado de casas e
de varanda natural para observar a Lanifícios da Universidade da Beira Inte- telhados que sobe encosta acima agar-
Cova da Beira e o edifício pertencente rior. O grandioso edifício ostenta ainda rada ao granito como se fosse musgo
ao Convento de Santo António, fundado o brasão do reinado de D. José I. Para dum presépio que, à noite, são apenas
no século XVI, que hoje ocupa a Reitoria conhecer melhor a Covilhã é (quase) luzes a igualar as estrelas.
da Universidade. Continue-se a descida obrigatória uma visita ao museu. Aqui, Esta viagem pela Covilhã recorda-nos os
pela Rua Conselheiro António Pedroso tomar-se-á contacto com os processos vários atributos que, ao longo dos tem-
dos Santos e depois pela Calçada de técnicos de trabalho da lã, onde estão pos, tem personificado. Ela é a “cidade
S. Martinho, para chegar à Avenida patentes, in situ, estruturas arqueológi- dos lanifícios”, a “cidade da lã”, a “ci-
Marquês d’Ávila e Bolama. Do lado cas da primitiva fábrica. Refira-se que as dade da neve” e mais recentemente, a
direito da Biblioteca da UBI localiza-se pedras caídas da muralha medieval, na “cidade universitária” que, todos os anos,
a Capela de S. Martinho, aquela que se sequência do terramoto de 1755, foram adopta novos estudantes para lhes
conhece como a mais antiga da cidade. aproveitadas, por decisão régia, para a proporcionar alguns dos melhores anos
Depois de passar o arco da Universi- construção da referida fábrica. das suas vidas. Seguiremos viagem…
dade, que nos remete para o antigo A actividade de trabalhar a lã, que aqui
quartel militar, entramos na área do Pólo se desenvolve há praticamente 800
I da UBI, onde se respira uma atmosfera anos, transformou a Covilhã no maior
preenchida pela Universidade. No entan- centro da indústria de lanifícios do país. <Pedro Leitão Pais>
to, faça um esforço e imagine-se no sécu- Hoje, os tempos são outros. Desçam-se <Foto: Nuno Barata>
22. “A história incrível da Tápáruére”
Domingo à noite. Todo o prezado estu- mos o que vai sair. quem mais as compra são os alemães.
dante chega à Covilhã depois de um fim- Mas de onde vêm essas caixinhas que Portanto, prezado estudante, aquele
de-semana com a família e amigos. Na tanto jeito nos dão? Em 1946, um sen- objecto com que tens contacto no dia-a-
mão, uma mala com rodas ajuda a subir hor chamado Earl Tupper inventou uns dia, aquele que tens há um mês no frig-
nas ruas mais íngremes. No pensamento, objectos de plástico para proteger a co- orífico e o seu interior já é bolor, aquela
o desejo de chegar a casa depois de mida da exposição ao ar e atribuiu-lhes coisa que às vezes custa a fechar como
tanto subir. Ao abrir a mala, para além o nome Tupperware. o caraças, merece mais respeitinho da
de roupa, é um acto experimentado por Segundo reza a história, este senhor co- tua parte!
todos o de retirar as famosas Tupper- locou à venda as famosas caixinhas de É nestas pequenas grandes invenções
wares com ”papinha” feita pela mamã plástico, mas sem sucesso. Um dia, uma que o Design Industrial dá o seu con-
ou avó para toda uma semana. dona de casa e vendedora passou na tributo, tantas vezes desconhecido, mas
Enchem-se os congeladores (sem ser com loja e viu nas caixinhas uma potenciali- imprescindível.
massa com atum e ovos mexidos com sal- dade estrondosa. Chamava-se Brownie
sichas) e, quando a larica aperta, é só Wise e para além de ser a grande re- <Joana Saraiva>
destapar e colocar no microondas. sponsável por lançar a marca Tupper- <Josefa Reis>
Muitas vezes olhamos, destapamos, ro- ware, também foi pioneira no lançamento <Teresa Silva>
AKADEMIAMAGAZINE222
damos, cheiramos e tentamos adivinhar da estratégia de marketing directo com
a refeição dentro da Tupperware. E, por as suas “Festas da Tupperware”. Brownie
vezes, o que parecia um belo bacalhau convidava vizinhos e amigos para “uma
com natas, ao sair do microndas, é um festa” em sua casa, onde esta mostrava
bife de vitela estufada com arroz. Com- e vendia o produto.
er uma refeição, na maioria das vezes, é A Tupperware chegou à Europa em
como jogar na roleta russa. Nunca sabe- 1960 e ao mundo todo em 2003 e
23. SERRA SHOPPING
Edificio Serra Shopping - Alameda Europa - Covilhã
CIDADE CENTRO
Rua Comendador Campos Melo nº 60 (Rua direita - entre a praça do municipio e jardim municipal) - Covilhã
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24. MÓNICA PINTO
Nome: Mónica Castro Pinto
Idade: 18 anos
Localidade: Ovar
Altura: 1,68 m
Medidas: 91 – 69 – 92
Olhos: Verde
Cabelos: castanhos
No iPod: Drive, Incubus
No corpo: Jeans
No prato: Arroz
Interesses: Cinema, desporto,
moda, música, viajar, sair com amigos,...
Hobbies: Taekwondo
Vibra com: Férias
Clube: F.C.Porto
Estudante de: Ciências Farmacêuticas
25. IVO CARVALHO
Nome: Ivo Carvalho
Idade: 20 anos
Localidade: Vidago
Altura: 186
Olhos: Castanhos
Cabelos: Castanhos
No iPod: Um pouco de tudo, não
tenho um estilo em concreto
No corpo: Depende da ocasião...
No prato: Arroz e batatas assadas
Interesses: Primeiro que tudo acabar o
curso, depois logo se verá. Não gosto
muito de fazer previsães para o futuro
Hobbies: Jogar futebol, ir ao cinema,
passear e sair com os meus amigos
Vibra com: A vida, cheia de imprevis-
tos...
Clube: Benfica
Estudante de: Ciências do Desporto
26. Porquê Ciências do Desporto?
R: Adoro desporto e penso que fazer qualquer
tipo de desporto é muito importante no quatidiano
das pessoas a nível de se sentirem bem física e
psicologicamente.
Já alguma rapariga veio ter contigo por
seres o Mister caloiro?
R: Sim
Ficaste contente com o prémio?
R: Não estava nada a espera, mas fiquei muito
feliz... Foi uma experiência única na minha vida
27. Foste eleita a caloira mais bela da UBI
assim que chegaste à Universidade.
Qual foi a sensação?
R: Não me considero a mais bela, mas não
posso negar que, a sensação de ter sido
eleita foi muito gratificante!
Quando pisaste o palco, deixaste toda
a gente em euforia. A entrada foi pla-
neada?
R: Nem por isso... Estava bastante nervosa
mas como me queria divertir, limitei-me a
aproveitar o momento! Pude contar com o
apoio do meu curso e isso foi determinante!
28. Uma viajem a Milão como pré-
mio. Nada mau...
R: Nada mau, mesmo! Estou ansiosa. Itália é
um dos meus países de eleição... Venha ela!!
Vives em Ovar, terra do carnaval. O
que signifca essa época para ti?
R: A vida são dois dias, o Carnaval são três.
Como quase todos os Ovarenses, desfilo to-
dos os anos
Desfilar? Ui... Este ano também?
R: Sempre... Não posso falhar!
Qual a tua bebida favorita?
R: Essa é fácil... Redbull.
29. Vais partilhar a viagem a Milão com
a Mónica. Estás preparado?
R:Agora sim. Primeiro estava com “receio”
porque não a conhecia e não é facil ir um
fim-de-semana com uma pessoa desconhe-
cida. Felizmente já tive a oportunidade de
conversar com a Mónica algumas vezes.
Existe alguma maneira de te fazer de-
sistir da viagem e eu ir em teu lugar?
R: (Risos)
30. O que aprecias mais numa mulher?
R: Simpatia e muito extroverção
Alguma mensagem para as rapari-
gas da UBI?
R: Não só para as meninas, mas para toda
a gente: Acrescenta vida aos dias e não
dias a tua vida!!!
31. Posso pagar-te uma agora?
R: (risos) Não bebo em trabalho
Tens noção que, a partir deste mo-
mento, vais ser uma das mulheres
mais desejadas da UBI?
R: Não, claro que não! Tenciono passar
despercebida...
Qual o tipo de homens que gostas?
R: Com atitude!
Como é possível uma rapariga com
tanta beleza e um ar tão inocente, ser
instrutora de taekwondo?
R: Cada um com as suas paixões... uma das
minhas é o Taekwondo!
32. Nova Academia Fitness & SPA
Fomos conhecer as instalações do giná- Instalações modernas, bem equipa- esta actividade e duas salas para aulas
sio Nova Academia - Fitness e Spa, das e limpas marcam qualquer pessoa de grupo, onde são realizadas aulas de
AKADEMIAMAGAZINE232
situado edifício do Hotel Tryp D. Maria. pela positiva. São diversos os serviços Taekwondo, Yoga, Abdominais, Alonga-
Assim que chegámos, fomos recebidos que podemos encontrar neste espaço, mentos, Bodycombat, Bodypump, Body-
com dois grandes sorrisos por parte de desde cuidados físicos a cuidados de re- jam, Jumpfit, Aeróbica e Step. Todas as
duas recepcionistas que fizeram questão laxamento nas mais diversas vertentes. aulas são acompanhadas por profes-
de nos oferecer um café, enquanto fala- Fazem parte deste agradável espaço, sores experientes que mostram uma con-
vam um pouco sobre as actividades ali uma sala de musculação, com diversos stante preocupação na satisfação plena
praticadas. equipamentos modernos associados a do cliente.
33. Existe também um espaço para serviços que a viagem pelo mundo da sereni- tem 50% de desconto e as restantes
de estética e relaxamento, onde os cli- dade já estava a acabar, levaram-nos 20%. Uma boa oportunidade para quem
entes podem desfrutar de vários tipos para outro compartimento onde se situa- quiser ficar em forma ou simplesmente
de tratamentos, manicure, pedicure, mas- va a piscina com respectivo jacuzzi. Aqui relaxar um pouco do stresse dos estu-
sagens e sessões de adelgaço entre pode realizar-se natação em regime livre dos.
outros tratamentos. ou aulas mas sempre com acompanha- No próximo dia 19 de Dezembro, Nova
Tivemos ainda a oportunidade de ex- mento do professor. Existem níveis varia- Academia - Fitness e Spa abrirá as suas
perimentar um relaxante banho turco, dos, como por exemplo, para adultos e portas a todos os interessados em ex-
com todas as suas benesses terapeuticas para crianças. Também existe a modali- perimentar as suas actividades gratuita-
e a excelente sauna, que se situa mesmo dade de hidroginástica. mente e com a hipótese de comprovar
ao lado. Este ginásio possui descontos para estu- a excelência da cultura desportiva que
Após tanto luxo e quando pensávamos dantes, onde a primeira mensalidade distingue esta academia do desporto.
34. Recepção ao Caloiro
Flash Interview
X-Wife
X-Wife
Akademia: Novo álbum, significa nova reacção do público. Como tem reagido o publico ao vosso novo dis-
co?
João Vieira – A nível de imprensa a critica tem sido boa, quanto a crítica do público, temos recebido sobretudo através do MyS-
pace, os comentários têm sido óptimos. Há quem diga que é o nosso melhor disco, coisa com a qual eu também concordo.
A – E a ““tour”” que estão ainda a fazer, como tem corrido?
João Vieira – Tem corrido muito bem, temos apresentado o novo disco, mas também alguns temas antigos. Estamos ainda a
adaptar-nos às músicas novas e até ao nosso novo baterista, que só está connosco desde o verão.
A – O que é que achaste do publico da Covilhã?
João Vieira – Sinceramente e sem querer dar graxa, acho que é dos melhores sítios, então a nível de Recepção ao Caloiro é a
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melhor sem duvida. É daqueles sítios onde uma pessoa vem sempre com entusiasmo tocar.
<Fotos: João Antão>
<http://www.myspace.com/xwiferocks>
35. Slimmy
Slimmy
Akademia – Como tem reagido o público ao vosso som e ao look extravagante que vocês utilizam?
Slimmy – Desde Fevereiro que não paramos de tocar e, apesar do choque inicial, as pessoas tem reagido muito bem.
Quando escrevo música estou a espéra de todos os tipos de reacção por parte do público. Por causa do look e da nossa per-
formance, percebo que as pessoas demorem um pouco mais a aceitar, mas não é isso que nos tira a pica que temos e o prazer
de estar em palco.
Onde tocamos ganhamos sempre fãs, amigos e povo que entra nesta nossa festa.
<Fotos: João Antão>
<http://www.myspace.com/slimmyuk>
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36. Mesa
Akademia – 5 anos de carreira, mais um disco editado e mais uma “tour” a decorrer, podem fazer-nos um
apanhado de como estão a decorrer as coisas.
Mónica – A digressão está a correr muito bem, o público está a gostar imenso do nosso novo disco.
João – Estes anos de carreira tem sido sempre a crescer, disco a disco. Isto é algo que nós já prevíamos e que acontece exacta-
mente como gostamos, um passo de cada vez.
Akademia – Estiveram em 2003 e agora em 2008 estão de volta à Covilhã…
João – Esse foi um dos nossos primeiros concertos e ainda me lembro muito bem. É engraçado voltar aqui passados estes anos
e ver que realmente o nosso trabalho deu frutos, as pessoas reconhecem e cantam as nossas músicas.
<Fotos: João Antão>
<http://www.myspace.com/mesapt>
Mesa
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37. Terrakota
Terrakota
Akademia – A vossa musica de onde provem, quais são as vossas origens?
Romi Anauel – Consideramos a nossa musica World Music, a mestiçagem dos sons no fundo. É também resultado da época
em que vivemos.
Akademia – A tradicional pergunta… Projectos para o futuro?
Junior – Por enquanto o único projecto que temos é viver, conseguir canalizar a nossa arte para os tempos árduos que se aproxi-
mam. Como artistas temos essa responsabilidade, mas sobretudo sentir amor no que fazemos.
Akademia – Acham que conseguiram fazer chegar a vossa mensagem ao público?
Junior – O pessoal académico da Covilhã e mesmo o pessoal que aqui vem e não anda na Universidade, estiveram bem e penso
que conseguiram absorver a mensagem que tentamos passar.
Romi Anauel – É bom nas Recepções ao Caloiro apostarem em bandas como nós, outra linguagem para abrir um pouco os
horizontes culturais. Não deixar as pessoas fechadas apenas no que já conhecem.
<Fotos: João Antão>
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<http://www.myspace.com/terrakota>
A Akademia Magazine agradece ao Bruno Sousa, Manuel Valente e ao Carlos Rodrigues a cedência do áudio das entrevistas
as bandas.
38. A Akademia Magazine foi dar uma
espreitadela nas Eleições de Miss e Mis-
ter Caloiros de vários cursos no Espaço
Covilhã. Festas feitas em especial para
caloiros, onde sem dúvida eles quiseram
mostrar a sua alegria durante toda
a noite.
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39. ORA VIVA
Discoteca Ora Viva foi o local escolhido para a grande Eleição
do Mister e Miss caloiros 2008/2009. Ambas as eleições
tiveram a presença em massa de todos os cursos. Uma mul-
tidão eufórica durante toda a noite pudemos ouvir gritos
em massa de cada curso. Vários prémios foram sorteados para
as claques e os grandes vencedores da Eleição, ganharam um
fim de semana juntos em Milão
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40.
41. Natureza da Arquitectura
Numa época em que palavras como dade. da natureza. E se nas demais questões a
ecologia ou sustentabilidade são repeti- Durante um longo período de tempo, a ética assume um enorme peso, porquê
das vezes sem conta e relacionadas com arquitectura, em grande parte, vendeu esquecer por vezes esse peso na Arqui-
uma infinidade de temas, a Arquitectura objectos que anunciavam progresso, tectura?
não é excepção, muito pelo contrário. quer pelas formas quer pelas inovações Pelo preço de muitos anos passados
Pensado em sustentabilidade, em Arqui- tecnológicas que vêm enchendo os olhos e de um grande desgaste ambiental,
tectura sustentável, surge uma associa- a várias gerações, esquecendo-se que a hoje desperta-se para a importância
ção a tecnologias altamente sofisticadas sua principal função é a habitabilidade. da Arquitectura tradicional e a sua har-
e complexas, que no nosso imaginário Essas arquitecturas tentam impor-se moniosa relação com a Natureza, não
são as únicas capazes de solucionar os à natureza em vez de tentarem com- se desmerecendo com isto o progresso
graves problemas ambientais. preendê-la e integrá-la. Surgem como tecnológico, mas alertando-se para a
No entanto, quando na ausência de construções anexas a algo maior e mais vantajosa aliança entre tradição e in-
tecnologias altamente sofisticadas se perfeito, que acaba sempre por revelar ovação.
praticava Arquitectura unicamente com a sua supremacia.
o muito que a natureza disponibilizava, É saudável encarar a Arquitectura com
não existiam problemas ecológicos nem uma intervenção numa pré-existência que <Cátia Carvalho>
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os desperdícios energéticos da actuali- não pode ser ignorada, como é o caso
43. Informania
através de uma conta única, o que fa- de armazenamento, como em termos de
cilita a tarefa de organização. Falo de publicação online das nossas galerias.
uma conta de email, um calendário per- Google sites, permite-nos criar um site
sonalizado, um organizador de docu- através de poucos cliques, onde podem-
mentos, um organizador de fotografias, os publicar todo o tipo de conteúdos de
uma plataforma de criação de sites em maneira fácil e intuitiva. Para gerirmos um
poucos cliques, criação de grupos entre grupo de pessoas com ideias em comum,
outras ferramentas. nada melhor que o Google Groups. Po-
Especificando algumas características, demos adicionar utilizadores para par-
o email do Google é um dos mais po- ticiparem num forúm publico ou privado,
derosos e leves, a carregar, que ex- dependedo do tema e da vontade de
iste neste momento. O filtro de Spam, quem o administra.
Na sociedade em que vivemos, o tempo apresenta uma eficiência a que poucos Todas estas ferramentas têm a mais valia
parece cada vez mais escasso para as se comparam e a opção de adicionar do termo colaboração, onde vários uti-
tarefas a desempenhar. É importante mini-aplicações, tornando-se uma mais lizadores podem trabalhar num projecto
reflectir sobre os nossos hábitos. Refiro- valia na personalização e eficiência da comum, desde documentos de texto a
me, sobretudo, a hábitos no computador, nossa página de email. O calendário, folhas de cálculo e calendário.
onde cada vez os estudantes passam permite-nos gerir todas as nossas tarefas Existem várias ferramentas disponíveis
mais tempo. Quando nos sentamos para de maneira fácil e intuitiva, onde o uti- na Internet que permitem organizar-nos
trabalhar, pequenos detalhes são impor- lizador pode definir alertas, tanto por de maneira simples e eficaz, quer a nível
tantes para pessoas que se distraem email, como através do envio de sms. pessoal como colaborativo. Está na hora
facilmente. Não ligar o Msn Messenger Através do Google Docs, podemos or- de nos organizarmos.
, não abrir o email e não ter jogos in- ganizar e criar documentos, passando
stalados, são o exemplo de alguns. Este por folhas de texto, a slides de apresen- <Guilherme Aragonez>
é o principio básico de efectividade nas tação e folhas de cálculo. Temos ainda a
tarefas que desempenhamos no com- opção de exportar os mesmos em for-
putador, mas também é importante pen- matos compatíveis com Microsoft Office,
sarmos o como as podemos aplicar em Open Office e PDF. O organizador de
situações do dia-a-dia. fotografias, dá ao utilizador vantagens
Quem tem uma conta Google, tem imediatas, tanto em termos de espaço
acesso a um conjunto de ferramentas
RescueTime – O que fazemos quando estamos no computador?
AKADEMIAMAGAZINE243
É só instalar e usar o computador normalmente. Ao clicarmos duas vezes no ícone do
programa ( ao lado do relógio do Windows) , uma página Web com informações em
forma de gráficos e texto aparecerá, onde podemos ver o tempo despendido em
cada aplicação que usamos. O tempo gasto no Msn Messenger, na Internet etc..
http://ideiasmaradas.blogspot.com/2007/1
1/rescuetime-vamos-descobrir-onde.html
44. Conheça o mundo!
Não estamos vendendo pacote turís- O que é e como fazer Erasmus?
tico, apesar do título. Existe uma forma O nome do programa vem do filósofo ho- Além da Europa...
mais interessante de conhecer diferentes landês, Erasmo de Roterdão, que deixou Se tens interesse em conhecer uma cultu-
culturas do que simplesmente passar al- sua fortuna à Universidade da Basiléia. ra fora da Europa a UBI oferece também
guns dias em um país estrangeiro. Que Consiste em um estudo de aprendiza- outros destinos por meio de acordos e
tal viver seis meses ou um ano na França gem ao longo da vida que oferece ao programas.
ou Espanha? Talvez Polônia? Aprender estudante a oportunidade de fazer uni- Se queres ir para o Brasil terás 16 uni-
uma língua diferente, fazer novos amigos, versidade ou estágio em outra unidade versidades a escolher ao participar do
conhecer lugares diversificados, dentre acadêmica. Quem financia esta ideia é Programa de Bolsas Luso-Brasileiras San-
várias outras alternativas que morar no a Comissão Européia e o Ministério da tander Universidades. De acordo com o
exterior possibilita. Se és estudante de Ciência do Ensino Superior. Segundo coordenador do programa, Dr. Pedro
Licenciatura, Mestrado ou Doutorado a técnica superior do gabinete do pro- Esteves, este encontra-se em funciona-
da UBI, podes fazer isso através do pro- grama de relações internacionais, Sofia mento desde o ano lectivo 2007/2008.
grama Erasmus. Lemos, o programa tem como objetivo Desde então o gabinete recebeu cerca
É o caso de Clément Renssard, da Fran- promover a dimensão européia e mel- de 50 candidaturas de estudantes da
ça, que veio da Université de Bretagne horar a qualidade da educação através UBI interessados em participar. Podem
Occidentale para estudar Sociologia do fomento da cooperação entre os se candidatar alunos do 1º e 2º ciclo
por um ano na UBI. A motivação veio países participantes. por meio de um formulário disponível no
da vontade de aprender outra língua, Você que ficou interessado no programa, portal da UBI. Os selecionados recebem
além de ter tido referência de amigos deverá fazer a inscrição no site da UBI, uma bolsa, suportada pelo Santander,
que viveram em Portugal. em fevereiro. Logo depois, o coordena- cujo valor é fixado em cada ano lectivo.
Clément é uma das 92 pessoas es- dor departamental do Erasmus irá selec-
trangeiras que participam do programa cionar os alunos. Mestrandos e douto- Além de manter programas específicos
Erasmus na UBI neste primeiro semestre. randos também podem participar desde de intercâmbio com os países da Europa
Além da França, a universidade recebe que haja um protocolo estabelecido com e com o Brasil, a UBI mantém também
estudantes dos seguintes países: Ale- o país de destino. acordos bilaterais e programas de es-
manha, Finlândia, Reino Unido, Suécia, O tempo de estadia em outro país pode tágio com 84 universidades de todo o
Suiça, Turquia, Itália, Romênia, Noruega, variar de três meses a um ano e um mes- mundo e mesmo que já tenhas participa-
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Espanha, Eslovênia, Holanda, Polônia, mo aluno só pode participar do progra- do do Erasmus poderás se candidatar.
Bulgária , Letônia, Bélgica e República ma uma única vez. Pode se candidatar Estes estágios destinam-se apenas aos
Tcheca. Neste momento, também 123 ao programa qualquer aluno que tenha estudantes de Engenharia e Ciências
alunos da UBI fazem intercâmbio nesses pelo menos um ano acadêmico concluí- Exatas. Para participar os alunos têm
mesmos países. do, e tenha também, nacionalidade de de preencher uma ficha de inscrição
país membro da União Européia. on line que é disponibilizada na página
45. Arantxa Bardoll Chiva Cátia Soraia do Vale Mendes
da UBI durante o mês de Novembro. O maioria deles nos ajuda muito nas aulas Pra onde vai: Madrid – Espanha
estudante obtém informações também explicando em espanhol. Universidade de destino: Universidad Rei
deste programa através do Gabinete O que estas achando do seu curso? Juan Carlos
de Programas e Relações Internacionais, O curso não é o que eu esperava, pois Quanto tempo: 6 meses
página da UBI (www.ubi.pt , http://webx. faço Publicidade na Espanha e aqui só O que a levou a escolher a Espanha?
ubi.pt/~gpri/ )e cartazes afixados pelos tenho uma cadeira relacionada à Publi- Em primeiro lugar porque o intercâmbio
vários departamentos. cidade, as outras são bem diferentes do de Comunicação aqui na UBI só temos a
Diante de tantas opções não podes que eu imaginava. possibilidade de fazer na Romênia e na
perder tempo. Fique atento às datas de Achas válida esta experiência dos eras- Espanha; optei por Madri por ser uma
inscrição e candidatura aos programas mus? cidade que proporciona grandes opor-
Esta é a oportunidade para ter o mundo Sim, a experiência de fazer Erasmus é tunidades na minha área.
em suas mãos.. muito válida. Recomendo a todos que tiv- Teve facilidade em obter informações so-
erem oportunidade. bre o programa na UBI?
Quem veio... Deixe uma mensagem para quem dese- Sim, através so site do setor de Relações
Nome: Arantxa Bardoll Chiva ja fazer o Erasmus: Internacionais e por meio da Dra. Sofia,
Idade: 20 anos Fazer o Erasmus é a melhor coisa do gabinete, que esta sempre à dis-
Cidade: Castellon - Espanha que se pode passar, pois apren- posição para dar informações.
Universidade de origem: Universidade demos muito, com outras pessoas O que esperas deste intercâmbio?
João I com uma outra cultura. Espero ter mais experiência em minha
Curso na universidade de origem: Pub- Viestes com algum apoio financeiro/ área e ter oportunidade de trabalhar lá
licidade bolsa? (em Madri) como jornalista, uma vez que
Curso na UBI: Ciências da Comunicação Sim, tive auxílio financeiro com uma bolsa é difícil conseguir emprego. Além de ter
– terceiro ano da Universidade de três mil euros e mais oportunidade de conhecer outra língua
um apoio do Ministério da Educação de e outra cultura que é muito importante
Porque escolhestes Portugal? dois mil euros para os nove meses que para quem faz Ciências da Comunica-
Escolhi Portugal pois é o país mais próx- irei ficar aqui. ção.
imo da Espanha, a proximidade foi sem Porque escolhestes a UBI?
dúvida um fator importante na escolha. Na realidade eu escolhi Portugal, mas <Bruna Oroña>
O que mais tens gostado? E o que me- não sabia que vinha para a UBI. A minha <Flávia Paravidino>
nos tem gostado? Universidade em Espanha falou para eu
Estou gostando muito da cidade, mas o vir para cá, logo procurei na Internet por
que eu mais tenho gostado é das pes- “Covilhã” e descobri onde irei passar os
soas, tanto da cidade quanto da Univer- nove meses do programa Erasmus, pois
sidade. até então não conhecia a Covilhã (risos).
Achas que a UBI tem uma boa infra- Quem vai...
estrutura? Nome: Cátia Soraia do Vale Mendes
Creio que sim, mas prefiro a estrutura Idade: 20 anos
da minha Universidade, é mais moderna. Curso: Ciências da Comunicação
Mas os professores aqui são óptimos, a Universidade de origem: UBI
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47. Sobrevivente
Chuck Palahniuk, é considerado o mestre da literatura corrosiva. Uma das suas grandes obras foi adaptada para o cinema.
Refiro-me a Fight Club, adaptado pelo director David Fincher e no ecrã interpretado pelos actores Brad Pitt e Eduard Norton.
Esta obra teve de tal modo impacto, que foram criados clubes de combate nos quatro cantos do mundo.
Depois do sucesso de Fight Club, Chuck escreveu a obra Survivor. O livro mostra-se logo, desde a primeira página, bastante
interessante, pois tanto a história como a paginação, é feita do fim para o principio. A história é contada através de um con-
junto de flashbacks, onde Chuck critica o sistema de educação americano referindo que é um sistema que serve unicamente
para criar funcionários perfeitos.
Através de uma narrativa ágil, feita na primeira pessoa, através de uma mistura de humor com suspense e ideias que não
lembram nem ao Menino Jesus, acabamos por devorar este livro e suplicar por mais.
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48. Autor Luís Vale + Luís Rodrigues
Escola Universidade da Beira Interior
Programa Projecto IV
Docentes Doutor Jacek Dominiczak
Arq. Jorge Palma
Arq. Maria João
FREMANTLE: LOCAL IDENTITY CODE
Consistiu numa participação real num projecto de pesquisa
organizado pela cidade de Fremantle para o seu centro
histórico, o nome do projecto é “Fremantle: Local Identity
Code” (Fremantle: Código de Identidade Local). O principal
objectivo do projecto LIC é o de desenvolver um sistema de
informação que permita a arquitectos de todo o mundo
intervir no seu centro histórico. Estes projectos deverão de
revelar uma grande sensibilidade no que diz respeito à
identidade local, e assim responder à questão “Como é que
a arquitectura contemporânea pode proteger a identidade
de Fremantle – a sua atmosfera urbana e arquitectónica?
Foi nos estipulada apenas uma regra, a de utilizar toda a
informação da LIC, não podendo seleccionar apenas a
informação que nos interessava, ou seja, tivemos que ter
em conta todos os dados que nos foram fornecidos.
Os principais objectivos que a cidade nos impôs foram: o de
agir como catalisador para próximos re desenvolvimentos e
regeneração desta área; atrair mais pessoas para o local À esquerda temos um
corte que passa entre a
(visitantes, moradores, trabalhadores) de modo a atribuir parede urbana e o edifício,
vida e segurança aos espaços públicos, garantir ainda um À direita temos um corte aqui é possível visualizar a
apoio ao comércio existente; desenvolver um projecto geral transversal, onde é “pele” em madeira que
padrão, associado a um “projecto ecológico”, que seja um possível visualizar os reveste o exterior do
exemplo, e que será proposto como referencia para este diferentes pisos, a edifício.
zona da cidade; por último, garantir retornos financeiros volumetria do edifício, e o
para a cidade de Fremantle. modo como este se
relaciona com a parede
urbana.
Foi nos pedido que nos preocupássemos com certas
situações, como é o caso de:
Acomodar um misto de diversas funções
À esquerda temos um
compatíveis, tanto verticalmente (como é o caso de lojas e esquema representativo
escritórios por cima de lojas) como horizontalmente (onde de uma unidade tipo T1,
diferentes funções se encontram lado a lado; similar à anterior, tendo
Implementar um certo dinamismo que apenas um elemento um
prolongue o tempo de actividade do edifício, jogando com “U”, que se assume como
sendo o quarto. No caso de
funções associadas à educação, à comunidade, ao
conversão para escritório
entretenimento/lazer, escritórios, comercio e habitação; este elemento pode ser
Desenvolver apartamentos do tipo T0 e T1, com diferentes utilizado como arquivo,
dimensões e diferentes acabamentos a preços acessíveis; À direita um esquiço um espaço de trabalho
representativo de uma diferenciado, ou então
No que respeita ás utilizações por piso, foi unidade tipo T0, onde temos pode ser facilmente
um núcleo central de removido.
nos pedido que: no rés do chão se encontrassem apenas
suporte ás funções básicas
pequenas lojas, pequenos escritórios, e outras funções de (casa de banho, cozinha, e
cariz público; o piso 1 estaria destinado a espaços de alta uma cama rebatível), este
qualidade para escritórios, tendo como objectivo usos núcleo possui ainda algum
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comerciais e educacionais; os restantes pisos seriam espaço de arrumação
destinados a habitação com a possibilidade de conversão periférico. Entendendo se
em escritórios; o último andar iria conter habitação mas ainda a ligação com a
parede urbana. Para o caso
também seria possível introduzir nestes espaços públicos; de utilização deste espaço
foi nos ainda pedido um acesso para a cobertura, a qual como escritório esta
teria que ser ajardinada; por fim, em termos de conversão é facilmente
estacionamento, este seria unicamente subterrâneo. conseguida.
49. Uma vez que não nos era possível ir ao local, pois este
situa se na Austrália, foi nos fornecido um documento
onde nos falavam do centro histórico em causa e onde
eram ainda sugeridos diversos elementos, entre eles as
alturas para a parede urbana, os possíveis
comprimentos da mesma, um possível local de acesso
para o estacionamento. Foi nos ainda sugerido que
criássemos entradas de todas as ruas adjacentes ao
local, menos do parque que se encontrava a norte, e
ainda quem estivesse no parque não poderia ver o
nosso edifício, quero com isto dizer que a parede
urbana nesta zona teria que tapar todo o edifício,
sendo apenas possível criar alguns nichos ou alçapões
para a entrada de alguma luz. Intersecção da Point Street com a Adelaide Street
A ideia que desenvolvemos para o centro histórico da
cidade de Fremantle utiliza materiais reciclados, como
é o caso de portas, janelas e painéis de madeira
provenientes de outros edifícios. O edifício possui uma
cobertura ajardinada de acesso público. O conceito do
projecto é muito simples, a parede urbana é como se
fosse um cenário teatral que nos dá a sensação de
estarmos a olhar para outras construções tradicionais,
Agradecimento: ao amigo e colega Paulo Alexandre C. Coelho, pela ajuda prestada na preparação das imagens 3D.
mas um olha mais atento poderá identificar detalhes
que convidam a conhecer mais sobre o edifício. A
parede urbana é composta por diferentes métricas que
nós determinamos após uma exaustiva análise através
de fotografias de outras fachadas do centro histórico
de Fremantle. Nesta análise procuramos também
Adelaide Street e Princess May Park
proporções de fachadas, materiais e elementos
decorativos predominantes, os quais optamos por
estilizar chegando a formas modernistas. Na
concepção da parede urbana procuramos que esta
transmitisse uma essência tradicional, mas de forma a
contrastar, optamos por introduzir um novo elemento,
desconhecido no centro histórico. Este elemento
assume se como um corpo que une o edifício à parede
urbana, permitindo este “espreitar” para a envolvente
histórica. Com este novo elemento a parede urbana
adquire um visual mais contemporâneo e dinâmico,
mas não destrói a arquitectura tradicional, uma vez
que coexiste com a mesma permitindo esta renascer.
Quando atravessamos a parede Intersecção da Cantonment Street com a Point Street
urbana entramos num espaço de grande tensão criado
por uma “pele”, formada por elementos de madeira
reciclados, que reveste o exterior do edifício. Aqui é
como se o visitante se encontrasse num palco, devido
à tensão e ao drama que lhe está embutido.
Seguidamente o visitante entra no edifício,
estabelecendo uma analogia com o teatro, este
corresponderia aos camarins. Todo o edifício está
virado para um pátio interior que se encontra acima do Vista geral do pátio a partir da cobertura
rés do chão, este espaço reflecte um certo
racionalismo associado a uma vertente minimalista.
Com vista a combater a monotonia que este espaço
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poderia vir a transmitir, optamos por criar uma
elevação num dos vértices do pátio (que corresponde à
sala de cinema no piso inferior) no intuito de atribuir
dinamismo a este espaço. Esta elevação pode ser
utilizada para as pessoas se sentarem ou deitarem, e
observarem as actividades que poderão ocorrer neste Luís Rodrigues Luís do Vale
espaço. luigirodrigues@gmail.com luis-vale@hotmail.com