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Relatório
   Missão Técnica ao Pampa
Produção e comercialização na ovinocultura




                              Helbert Danilo Freitas de Sá
                              MSc Agronegócio
                              Coordenador Nacional da Carteira de
                              Projetos da Caprinovinocultura




                                              20 de setembro de 2011
                                                          Brasília-DF
Descrição bibliográfica
Texto e Diagramação:
Helbert Danilo Freitas de Sá.
Fotos:
Domingos Leão do Amaral Jr, Rodrigo Dantas Azevedo, Mauro Borralho de Andrade e Marcos Gentil
C. Carvalho
Tipo: Relatório
Título: Missão Técnica ao Pampa: Produção e comercialização na ovinocultura
Palavras-chave: ovinocultura, lã, Pampa, Missão técnica, Rio grande do Sul
Versão: 1.2, de 20 de setembro de 2011.




                                                                                                ii
Agradecimentos



                 Agradeço aos empresários que nos receberam,

                   abrindo as portas de seus empreendimentos

                                    e à equipe do Sebrae-RS.




                                                          iii
Sumário

Agradecimentos ................................................................................................. iii

Índice de Tabelas ................................................................................................ v

Índice de Figuras ................................................................................................. v

Objetivo da missão .............................................................................................. 6

Participantes........................................................................................................ 7

Roteiro ................................................................................................................ 9

Perfil Socioeconômico dos municípios ............................................................... 10

      Bagé-RS ...................................................................................................... 10

      Pedras Altas - RS......................................................................................... 11

      Jaguarão - RS .............................................................................................. 12

      Perfil Produtivo - Estado e microrregiões .................................................... 12

Visitas Técnicas ................................................................................................. 16

      Indústria lã - Paramount Têxteis ................................................................. 16

      Estância São Francisco................................................................................. 18

         Herval Premium ....................................................................................... 20

         Tosquia Tally-Hi ...................................................................................... 22

         Gene Booroola (Burula)............................................................................. 23

      Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA............................... 23

      Cooperativa de lãs Mauá ............................................................................. 24

Conclusão e Recomendações ............................................................................. 26

Bibliografia ........................................................................................................ 28

Anexos .............................................................................................................. 29




                                                                                                                        iv
Índice de Tabelas



Tabela 1 - Efetivo do rebanho ovino entre os anos 1999 e 2009 (cab) ............... 13
Tabela 2 - Produção e valor da produção de lã entre os anos 1999 e 2009 ....... 15
Tabela 3 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por
grupos de área total no Rio Grande do Sul ......................................................... 29
Tabela 4 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por
grupos de área total na Campanha Meridional-RS ............................................. 30
Tabela 5 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por
grupos de área total em Serras de Sudeste-RS ................................................... 31
Tabela 6 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por
grupos de área total em Jaguarão-RS ................................................................ 32



Índice de Figuras



Figura 1 - Rota da missão técnica ....................................................................... 9
Figura 2 - Território Zona Sul do Estado MDA/SDT ............................................ 10
Figura 3 - Bagé ................................................................................................. 10
Figura 4 - Pedras Altas ...................................................................................... 11
Figura 5 - Jaguarão ........................................................................................... 12
Figura 6 - Valor médio do quilograma da lã no Rio Grande do Sul ..................... 16
Figura 7 - Processamento da lã ......................................................................... 18
Figura 8 - Indicação de procedência .................................................................. 19
Figura 9 - Selo INPI nº 822884666 .................................................................... 21




                                                                                                                   v
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Objetivo da missão


      Conhecer a cadeia da ovinocultura existente no Estado do Rio Grande do

Sul, observando aspectos produtivos, de comercialização e em especial as

estruturas de governança locais desenvolvidas em função da grave crise

econômica que afetou o setor nos anos 90.

      O período da missão técnica estendeu-se entre os dias 05 e 08 de

setembro de 2011.




                                                                           6
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Participantes


      A missão contou com em sua maioria com representantes do SEBRAE, mas

a presença de técnicos vinculados à CNA e ao SENAR-AC permitiu ampliar a rede

de relacionamento e a troca de experiências durante a missão.

      Em função do PPA diversos Estados solicitaram o regresso de seus

técnicos após a reunião de gestores que ocorreu no dia 01/09/2011, reduzindo

o quantitativo de participantes na missão, regressaram aos Estados os técnicos

dos Sebrae: PE, PI, RN e SP.

      Dentre os participantes estavam os gestores e coordenadores de projetos,

bem como os gerentes da Unidade de Agronegócio do Sebrae-BA e Sebrae-RS.

Destacamos a presença do Superintendente do SENAR-AC e membro do

Conselho Deliberativo do Sebrae do Estado do Acre.

      O quadro a seguir apresenta os dados detalhados de cada participante da

missão técnica pelo Pampa.




                                                                        7
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Nº                Nome            Instituição/UF                  Contato
      Adriano Matos
1                                SEBRAE-ES         adriano.rodrigues@es.sebrae.com.br
      Rodrigues
      Angelo Antonio Q.
2                                SEBRAE-RS         angeloa@sebrae-rs.com.br
      Aguinaga
      Antônio Cardoso de
3                                SEBRAE-SE         antonio.cardoso@se.sebrae.com.br
      Lisboa
      Carlos Henrique de A.
4                                SEBRAE-AL         henrique@al.sebrae.com.br
      Soares
5     Celia Marcia Fernandes     SEBRAE-BA         celia.fernandes@ba.sebrae.com.br
      Domingos Leão do
6                                SEBRAE-AC         Domingos@ac.sebrae.com.br
      Amaral Jr
7     Felipe Guedes Alvarenga    CNA               felipe.alvarenga@cna.org.br
8     Helbert Danilo F. de Sá    SEBRAE-NA         helbert.sa@sebrae.com.br
      Jefferson Lunardelli
9                                SENAR-AC          68 3224 1797
      Cogo
10    João Paulo M. C. Kessler   SEBRAE-RS         joaok@sebrae-rs.com.br
      José Daniel T. Rodrigues
11                               SEBRAE-TO         jdaniel.tavares@to.sebrae.com.br
      *
      Marcos Gentil C.
12                               SEBRAE-RJ         MGCArvalho@rj.sebrae.com.br
      Carvalho
      Mauro Borralho de
13                               SEBRAE-MA         mauro@ma.sebrae.com.br
      Andrade
14    Rafael H. S. de Souza      SEBRAE-NA         hermogenes@sebrae.com.br
      Reginaldo de Souza G.
15                               Consultor-AL      reginaldo.de@zipmail.com.br
      Filho
16    Rodrigo Dantas Azevedo     SEBRAE-PB         rodrigodantas@pb.sebrae.com.br
Nota: * Somente até Bagé




          Sob o aspecto do investimento realizado na missão técnica, a despesa

com a locação do ônibus consumiu R$ 4 mil para os 4 dias, representando um

gasto de R$ 266,67 para cada um dos 15 técnicos que participaram de toda a

missão. As despesas totais para a missão, ônibus mais diárias, perfizeram

aproximadamente R$ 25 mil, representando um investimento de R$ 416,67 por

técnico ao dia.




                                                                                 8
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura




Roteiro


                                                         A rota da missão técnica

                                                  percorreu trecho total de 1.300

                                                  km (ida e volta), visitando 4

                                                  municípios           e          5

                                                  empreendimentos comerciais.

                                                          A equipe da missão

                                                  técnica partiu de Porto Alegre-
 Figura 1 - Rota da missão técnica
                                                RS no dia 05/09/2011 em direção

ao município de Bagé-RS, com visitação ao parque industrial da Paramount

Têxteis e visita a produtor tradicional de cordeiros da Estância São Francisco.

       A missão seguiu no dia 06/09/2011 para o município de Pedras Altas-RS,

percorrendo longo trecho em estradas sem pavimentação, em direção à

propriedade do Sr. Carlos Santos Silveira de Ávila, com vistas a conhecer: i)

Cordeiro Herval Premium, ii) Tosquia Tally-Hi e iii) Pesquisa com o gene

Booroola.

       No dia 07/09/2011 a comitiva deslocou-se em direção ao município

Treinta y três no Uruguai no intuito de visitar o Instituto Nacional de

Investigación Agropecuaria – INIA.

       No dia 08/09/2011 foi visitada a Cooperativa de lãs Mauá, localizada no

município de Jaguarão-RS, com o objetivo de conhecer as formas de negociação

e sistema de gestão da cooperativa.




                                                                            9
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura




Perfil Socioeconômico dos municípios



       A fim de compreender melhor a importância da ovinocultura na região

visitada, será apresentado o perfil socioeconômico dos municípios.

                                                         O roteiro da missão técnica

                                                   pelo pampa apresentou confluência

                                                   com o território 104 - Zona Sul do

                                                   Estado       da    Secretaria     do

                                                   Desenvolvimento     Territorial   do

                                                   Ministério    do   Desenvolvimento

                                                   Agrário – SDT/MDA, que abrange


Figura 2 - Território Zona Sul do Estado MDA/SDT   25 municípios, com uma área de

39.960 km2 e população de 870 mil habitantes, sendo 123 mil habitantes da

zona rural, congregando 33 mil famílias de agricultores familiares. O IDH do

território é de 0.7905, sendo considerado de médio desenvolvimento e estando

acima do IDH nacional, mas abaixo do IDH do Estado, segundo o Atlas do IDH do

PNUD 2000.

Bagé-RS
                                      Fundada em 1811, sua economia é baseada na

                              agricultura, pecuária e no comércio local. Possui uma

                              universidade particular, uma universidade federal -

                              Unipampa e a Universidade Estadual do Rio Grande do

                              Sul - UERGS.


Figura 3 - Bagé                       Bagé é conhecida pela Festa Internacional do

                              Churrasco, a maior festa deste tipo no Brasil, por



                                                                                10
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


onde circulam cerca de 60 mil pessoas em quatro dias de duração.

Paralelamente, acontece a festa campeira.

      Bagé é conhecida pela Semana Crioula Internacional, que ocorre sempre

no mês de abril, com grande competição de gineteadas. Possui a exposição-feira

rural mais antiga do país, a Expo-feira de Bagé, que no ano de 2010 realizou a

sua 98º edição.

      Pertence à microrregião Campanha Meridional, juntamente com os

municípios de Aceguá, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul. O município

responde por 56% do PIB da microrregião.

      O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 12.000, sendo o PIB per

capta anual do município de R$ 10.015, onde 8% dos R$ 1,16 bilhão do PIB

municipal têm origem na agropecuária (IBGE, 2008).



Pedras Altas - RS


                                Fundada em 1996, possui área de 1.376 km²,

                          com população de 2.218 habitantes, perfazendo uma

                          densidade de 1,61 hab./km²

                                Pertence à microrregião de Serras de Sudeste,

                          juntamente com os municípios de Amaral Ferrador,

Figura 4 - Pedras Altas   Caçapava do Sul, Candiota, Encruzilhada do Sul,

Pinheiro Machado, Piratini e Santana da Boa Vista. O município responde por

apenas 3% do PIB da microrregião.

      O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 11.386, sendo o PIB per

capita anual do município de R$ 16.812, onde 61% dos R$ 44,23 milhões do PIB

municipal têm por origem a agropecuária (IBGE, 2008).




                                                                      11
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Jaguarão - RS


                                    Fundada em 1855, faz fronteira com o

                             Uruguai, possui área de 2.054 km², com população

                             de 27.942 habitantes, perfazendo uma densidade

                             de 13,6 hab./km²

                                    Pertence à microrregião de mesmo nome do

Figura 5 - Jaguarão         município, juntamente com 2 municípios:      Arroio

                            Grande e Herval. O município responde por 50% do

PIB da microrregião.

      O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 12.044, sendo o PIB per

capita anual do município de R$11.455, onde 25% dos R$ 325,78 milhões do PIB

municipal têm por origem a agropecuária (IBGE, 2008).



Perfil Produtivo - Estado e microrregiões


      Segundo os dados do censo agropecuário de 2006, o Estado do Rio

Grande do Sul possui 43 mil propriedades produtoras de ovinos, para um

rebanho de 3,5 milhões de animais, perfazendo um rebanho médio de 83

animais por produtor – vide Tabela 3.

      Cerca de 2 milhões dos animais do Estado, estão nas propriedades de até

500 ha, desta forma tem-se que as 38,5 mil propriedades com até 500 ha detém

55% do rebanho do Estado, gerando um rebanho médio de 49 animais por

propriedade, ou seja, 90% das propriedades do Estado possuem rebanho abaixo

da média Estadual.

      Assim sendo, a ovinocultura no Estado é atividade desempenhada por

produtores rurais de pequenas e médias áreas, mas a atividade é atrativa para os




                                                                        12
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


produtores detentores de grandes áreas. Demais regiões visitadas têm seus

dados no anexo deste relatório.

       Em uma análise sobre o efetivo do rebanho de ovinos ao longo dos anos,

tem-se que o rebanho nacional apresentou crescimento de 17% entre 1999 e

2009, último ano disponível no IBGE/PPM, contudo, o Rio Grande do Sul

apresentou retração de 15% no mesmo período, demonstrando que o Estado

ainda sente os efeitos da crise da lã dos anos 90 e que o rebanho está migrando

para outras regiões do país.

       As microrregiões visitadas pela missão técnica apresentam o mesmo

comportamento, variando, contudo, a intensidade da retração no efetivo do

rebanho. Única exceção é a microrregião de Serras de Sudeste, que registrou

incremento de 13% ao longo dos anos avaliados.

       Importante destacar que a microrregião de Serras de Sudeste, representou

em 2009, 4% do rebanho nacional, 13% do rebanho da região Sul e 16% do

Estado do rio Grande do Sul. A tabela 1, a seguir apresenta os dados para todas

as regiões visitadas pela missão técnica, bem como para o país, região Sul e

Estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 1 - Efetivo do rebanho ovino entre os anos 1999 e 2009 (cab)

                                                                    Participação relativa em
                                      Ano
                                                                              2009
 Regiões Geográficas                                     Evolução                       Rio
                                                                            Região
                              1999            2009                  Brasil            Grande
                                                                              Sul
                                                                                      do Sul
Brasil                      14.399.960      16.811.721        17%    100%
Sul                          5.648.906       4.807.596       -15%     29% 100%
Rio Grande do Sul            4.870.244       3.946.349       -19%     23%      82%      100%
Campanha Meridional            536.301         480.893       -10%      3%      10%        12%
Serras de Sudeste              545.201         616.912        13%      4%      13%        16%
Jaguarão                       318.737         226.842       -29%      1%       5%         6%
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal




                                                                                         13
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         A produção de lã é tradicional no Estado do Rio Grande do Sul e sofreu

com a retração dos preços nos anos 90. O setor passa por redirecionamento e

qualificação, a fim de ampliar a renda dos produtores que ainda investem na

atividade.

         O setor da lã, como é sabido, apresentou retração de preços e produção

ao longo dos anos. A retração na produção registrada no Estado do Rio Grande

do Sul é a mesma registrada para o efetivo de rebanho conforme a tabela 1

acima.

         Novamente a exceção ao comportamento de retração na produção foi a

microrregião de Serras de Sudeste e na mesma proporção de crescimento do

efetivo de rebanho. Desta forma, tem-se que a atividade da lã ainda é

estratégica para os produtores, que investem no rebanho de dupla aptidão

(carne e lã).

         Ponto relevante a ser destacado, refere-se ao preço da lã ao produtor que

nos últimos quatro anos vêm registrados incrementos animando o setor.

         De forma geral, a retração na produção nacional não foi suficiente para

recompor o preço real registrado em 1999. As exceções ficam a cargo das

microrregiões de Serras de Sudeste e Jaguarão que registraram incremento real

de 18% e 11% respectivamente. A tabela 2, a seguir apresenta os dados

completos para a quantidade produzida, valor real da produção e média por

quilograma.




                                                                          14
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Tabela 2 - Produção e valor da produção de lã entre os anos 1999 e 2009

                                                                Valor real
                               Produção de lã (kg)                               Valor médio real
 Regiões Geográficas                                           (Mil Reais)
                                2009     Evolução           2009     Evolução 1999 2009 Evolução
Brasil                        11.394.678     -15%           41.731         -23% 3,78 3,66       -3%
Sul                           11.222.517     -15%           41.276         -23% 3,78 3,68       -3%
Rio Grande do Sul             10.441.636     -16%           39.582         -22% 3,81 3,79       -1%
Campanha Meridional            1.439.323     -12%            5.501         -24% 4,13 3,82       -8%
Serras de Sudeste              1.550.048      13%            6.137          25% 3,35 3,96       18%
Jaguarão                         543.097     -37%            1.901         -34% 3,16 3,50       11%
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal
Notas:
A) Média dos preços unitários vigentes durante o ano ao produtor. (Nota metodológica pg 55 a 57)
B) Valor da produção corrigido pelo IGP-M de 12/2009 – Mês de elevados estoques e baixos preços.



        Os sinais de recuperação dos preços reais são nítidos, em especial para as

microrregiões Serras de Sudeste e Jaguarão, mas ainda é necessário intervenção

para que este fenômeno seja multiplicado para todo o Estado do Rio Grande do

Sul.

        A figura 6, a seguir apresenta a curva de preços médios nominais e reais

por quilo, corrigido pela IGP-M, no Rio Grande do Sul entre os anos de 1999 e

2009, onde verifica-se que após pico de preços em 2002 e 2004, os preços de

2008 e 2009 apresentam tendência de recuperação real para o valor da lã,

retomando os níveis de 1999 e 2001.




                                                                                                   15
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                              11,26
                                   10,23

                                                                   Valor Real
                                             8,31
                             7,27   7,40                           Valor Nominal

                                           6,75
                                                     4,64           4,09
               4,09                                         4,34
      3,81                                                                 3,6
                                                                                   3,79
             3,68                                   3,84 3,72      3,72 3,67

                      2,18
   1,65      1,77


  1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009


Figura 6 - Valor médio do quilograma da lã no Rio Grande do Sul




Visitas Técnicas


Indústria lã - Paramount Têxteis

                                                  O Grupo Paramount Têxteis completa

                                       118 anos em 2011. A divisão de tecidos

fabrica o Super 100’s, Super 120’s, Super 130’s e misturas de lã com cashemere,

seda, viscose, algodão e lycra. Em 2003, se consolidou como a única empresa

das Américas a fabricar o exclusivo Super 150's.

       Cerca de 90% da produção é exportada. Os demais 10% são destinados à

produção dos fios Pingouin para tapetes, às lãs para tecidos mais grosso da

unidade tecelagem e às misturas de lãs com acrílico para suéteres.

       A empresa também se destaca na produção de fios industriais, para

malharias, tricot, crochê e tapeçaria. A divisão de fios é formada pelas marcas

Lansul e Pingouin, que abastecem parte do mercado brasileiro e produzem




                                                                                          16
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juntas, nas fábricas de Santa Isabel-SP e Sapucaia do Sul-RS, 16 mil toneladas de

fios por ano.

   Paramount em números

      Aproximadamente 3.000 colaboradores diretos;

      Projeção de faturamento para 2007 - aproximadamente R$ 350 milhões;

      Investimento em melhorias tecnológicas – US$ 65 milhões nos

       últimos anos;

      Produção de 15 mil ton/ano de fios para malharia, tricot e crochê;

      800 toneladas/ano de fios penteados de pura lã e/ou poliéster lã para

       produção do Collezione Paramount;

      2,2 milhões de metros lineares/ano de tecidos de pura lã.

      Aproximadamente 2,4 mil ton/ano de Tops de lã penteada;

      Aproximadamente 800 mil peças/ano de vestuário feminino e masculino;

   Abaixo as logo marcas das empresas dos grupos Paramount Têxteis.




Dados da Fábrica visitada em Bagé:

                entre 1,7 e 2,2 mil ton/ano de tops de lã penteada




       do terreno: 1.010.702 m², sendo útil construída de 140.610 m²




                                                                            17
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


        Na visita foi informado que a unidade processa 200 t/mês, que gera uma

  produção de 2,4 mil ton/ano, entretanto a empresa recebe e recebe 3,5 mil

  t/ano, o que gera uma quebra de aproximadamente 30% no processamento da

  lã.

        Considerando-se o preço médio de R$ 3,00/kg de lã adquirida do

  produtor, a empresa necessita incorporar R$ 10,5 milhões/ano no custo de

  produção dos fios efetivamente comercializados. A quebra no peso ocorre em

  função de diversos motivos, dentre eles sujeira e lã de baixa qualidade são os

  principais.

        No auge da fase do “ouro branco” o Estado dispunha de 22 cooperativas

  com produção de 5 mil t/ano, estando hoje limitado à 2 cooperativas com

  produção na mesma faixa de 5 mil t/ano. Desta forma, houve uma quebra de

  90% na oferta de matéria prima.

                                           Como forma de fortalecer o setor a

                                    indústria distribui há 7 anos reprodutores de

                                    elevado padrão genético com o intuito de

                                    reduzir a qualidade do fio de lã, objetivando

                                    levar o padrão atual de 30 micras para a faixa

                                    entre 20 e 17 micras, permitindo produzir os
Figura 7 - Processamento da lã
                                    tecidos Super 100 e 120s, com maior valor

  agregado em relação às tradicionais linhas de tricô e crochê. Esta iniciativa já

  resultou na distribuição de 19 animais que geraram 300 cordeiros repassados

  para os produtores das cooperativas de produção.

  Estância São Francisco

        Tradição e empreendedorismo são marcas fortes da Estância São

  Francisco. Tendo à frente da estância o representante da 5ª geração o Srº



                                                                          18
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Manoel Luís Benevenga Sarmento, a família produz gado da raça Hereford,

cavalos da raça crioulo, cordeiros além dos arrozais de arrendatários. Desde

1930 lavram e cultivam o solo da campanha Meridional nos 5 mil hectares de

pastos de ondulado suave, sendo que das cerca de 10 mil cordeiros existentes

nos anos 60, remanescem somente 2 mil, impactos da crise da lã dos anos 90.

      A raça Romney que produz 60% carne e 40% de lã é um dos produtos da

Cabanha já campeã de longos anos nos diversos torneios.

      Dentre os principais problemas vinculados à ovinocultura estão a falta de

mão de obra qualificada, a morte dos animais por cães e o roubo, sendo a

carcaça retalhada na própria propriedade evidenciando a comercialização ilegal

de carne e problemas sócio-econômico.

      Segundo o proprietário o setor apresenta sinais de recuperação, visto que

em 2009 e 2010 o preço pago ao produtor era de R$2,4/kg de peso vivo,

estando hoje na casa dos R$4,5/kg de peso vivo. Entretanto somente o preço

não é fator suficiente para ampliar a atratividade aos empresários, visto que o

Sistema Agroindustrial da carne de cordeiro no Rio Grande do Sul é

extremamente novo, uma vez que sua construção deu-se após a crise da lã em

meados dos anos 90, gerando um setor de aproximadamente 15 anos.

      O empreendedorismo da Estância São Francisco,

também pode ser visto nas ações de valorização do

produtor regional. A propriedade faz parte do grupo

de produtores que trabalham a carne com indicação

de procedência “Carne do Pampa”, trabalhando os

animais da raça Hereford.
                                                       Figura 8 - Indicação
                                                       de procedência




                                                                        19
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Estância São Carlos



                              A propriedade visitada fez parte do projeto juntos

                        para competir do Sebrae-RS, fortalecendo as vantagens

                        competitivas e a organização dos produtores, em uma

                        parceria SEBRAE/SENAR. Apesar dos dois anos de

inatividade, o projeto ainda demonstra sua força mobilizadora, estando presente

na visita à propriedade, além dos técnicos da missão, diversos produtores e

produtoras.

      A propriedade possui mil ha, estando 500 ha ocupados com ovinos, 400

ha com bovinos de corte e 100 ha com cavalos da raça crioula. Os cavalos da

propriedade são campeões de 6 Freios de Ouro pelas mãos dos filhos do Srº

Carlos Santos, gerando boa fonte de renda com a de venda dos animais

campeões, bem como no treinamento dos animais de outras propriedades.


Herval Premium

      Ao que se refere aos ovinos, a propriedade é integrante do programa

Herval Premium, modelo associativo que atribui padrão de qualidade aos

animais, conferindo selo que em função de parceria com o frigorifico Marfrig

resulta em remuneração acima do modal praticado pelo mercado.


      Segundo o site “são parte importante do programa os técnicos de campo,

que fazem o contato direto com o produtor os técnicos de abate, responsáveis

pelo recebimento dos animais e avaliação das carcaças na planta frigorífica.”

      O Srº Carlos Hofmeister Neto, Médico Veterinário e presidente da Diretoria

do Conselho Regulador do Cordeiro Herval Premium apresentou o programa aos

técnicos na missão pelo Pampa.


                                                                          20
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       O Conselho surgiu em 1999, a partir da união de três produtores, cuja

base foi os conselhos reguladores europeus.

                           Os cordeiros, independente de raça, devem estar com

                    dente de leite, ter de 12 a 18 quilos de carcaça e acabamento

                    de gordura entre 3 e 3,5 numa escala entre 1 e 5 onde 1 é



  Figura 9 - Selo   excessivamente magra e 5 excessivamente gorda. Este padrão
  INPI nº
  822884666         foi criado para atender o mercado Rio Grandense, sendo hoje

demandado pelo frigorífico os animais mais pesados que são destinados ao

mercado Paulistano.

       Além do padrão da caraça, controle do bem estar animal e abate

inspecionado, com monitoria de técnicos de campo e no frigorífico, o Conselho

zela pela renda do produtor atuando em duas frentes: i) negociação com o

frigorífico para pagamento de prêmios de qualidade e ii) redução dos custos de

produção, em especial logística.

       Os produtores são organizados a fim de obter cronograma de entrega de

lotes mínimos de 300 animais, viabilizando rotas que gerem a quantidade

mínima determinada. Há produtores que mesmo em grupos não atingem, na

rota estabelecida, o quantitativo mencionado. Nestes casos os animais são

levados para outras propriedades a fim de aguardar a formação de lotes que

seguirão ao frigorífico.

       O trabalho ao longo destes 12 anos gerou capacidade técnica elevada

permitindo um aproveitamento de 95% a 98% do rebanho com o padrão Herval

Premium, sendo os custos administrativos lastreados pela venda da pele dos

animais comercializados.




                                                                          21
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


       Um efeito negativo da ampliação de mercado em Porto Alegre foi a

retração da participação nos mercados regionais, como o mercado de Pelotas-

RS. Outro ponto de alerta para o modelo é a atribuição do padrão Herval

Premium aos animais não pertencentes ao grupo, transferindo o Know-how para

fora do grupo. Soma-se a este fato a implantação de confinamento com

capacidade para 20 mil animais operando com média de 8 mil animais pelo

frigorífico Marfrig.


Tosquia Tally-Hi

       Outro ponto da visita foi conhecer a tosquia Tally-Hi, que já é usada nos

principais países produtores de lã, dentre eles Austrália, Nova Zelândia e

Uruguai, sendo que no país vizinho cerca de 90% da produção adota esta

metodologia.


       Dentre as principais vantagens estão i) a tosquia pré-parto e ii) a retirada

do velo Inteiro.


       No primeiro item, além de permitir a antecipação da safra da lã gerando

melhores preços ao produtor, a fibra é no geral mais resistente, por evitar-se o

estresse do parto. Outro ponto relevante é a elevação do peso ao nascer em

função da ampliação do consumo alimentar devido ao frio e outros motivos que

demandam mais estudos. A tosquia pré-parto só é possível em função do baixo

estresse existente no processo que não demanda a amarração do animal.


       Para o segundo ponto, há uma elevação no rendimento da lã, visto que se

evita o retalho do velo e a conseqüente redução na qualidade da lã. O velo

inteiro facilita o manejo e acondicionamento do mesmo, ampliando o

rendimento em termo de qualidade, já que além do velo inteiro, há a retirada

dos fios de menor qualidade existentes nas patas e cabeça dos animais.



                                                                           22
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Gene Booroola (Burula)

      Trabalho da Embrapa Pecuária Sul, que realiza pesquisas com ovinos na

região dos Pampas (Bagé), tem por objetivo elevar o número de animais por

parto, introduzindo o gene que permite partos gemelares nas raças comerciais

ovinas Corriedale e Texel.


      O gene tem por origem, animais Merino Australiano, e após cinco

gerações de introdução assistida do gene nas raças comerciais, já está

disponível animais aptos a parições gemelares comprovada.


      Detalhe relevante está no controle dos cruzamentos, visto que a utilização

de machos e fêmeas com gene Booroola leva a partos com até três animais,

sendo estes de baixo peso propiciando elevada mortalidade no manejo à pasto.


Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA


      Criado em 1998, como resultado do trabalho e recomendações sugeridas

pelo Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Bacia da Laguna Merín

(Proyecto tripartito: Uruguay, Brasil, PNUD/FAO) e da evolução de um processo

iniciado em 1970.


      O INIA Treinta y Tres têm projetos e ações de apoio em áreas

correspondentes a cinco programas de pesquisa nacionais: carne e lã, produção

e sustentabilidade ambiental, culturas de sequeiro, horticultura e produção

familiar. Por sua vez, é sede do Programa Nacional do arroz, Pastagens e

Forragens.


      Ao que tange a ovinocultura o INIA busca a resposta de três grandes

questões: ampliação da renda em função da crise da lã, produção com mínimo

prejuízo das verminoses e soluções possíveis para as doenças de casco.


                                                                         23
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


      Por trabalhar com a agricultura familiar, as pesquisas relacionadas à

pastagem visam ampliar a capacidade forrageira dos pastos nativos com a

introdução de leguminosas em específico a Lotus Maku originária da Nova

Zelândia e que se propaga por rizoma e oferta 22% de proteína. Os

experimentos com 14 cordeiros/ha de junho a outubro (110 dias) engordaram

15 kg (de 26,5kg para 41,5 kg) permitindo um ganho de 136 g/dia, atingindo

condição corporal de 4,6 em 5,0.


      O INIA também busca ampliar o numero de cordeiros por parto, mas para

tanto, recorre à alimentação e suas alterações fisiológicas, diferindo-se da

Embrapa que vem pesquisando o gene Booroola.


      Ponto relevante a ser destacado deve-se ao orçamento do INIA que tem

origem mista, sendo 50% do governo e os demais 50% dos produtores rurais.


      Com este fato as linhas de pesquisas são direcionadas pelo grupo mais

organizado, no caso os produtores de arroz e em contrapartida os resultados

são transferidos rapidamente ao campo. Mesmo com toda esta diferenciação

organizacional e foco nas pesquisas para agricultores familiares, somente 10%

dos pastos são melhorados com leguminosas, sendo que os produtores estão

preferindo pastagens artificiais, mas já há percepção de que os custos são

extremamente elevados para esta estratégia alimentar em função da renovação

anual destas pastagens.


Cooperativa de lãs Mauá


      Fundada em 1952 é uma das 2 cooperativas de produção de lã

remanescentes, apresentando quadro de 833 cooperados, sendo 712 ativos e

destes 350 são produtores de lã.




                                                                      24
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


      Para manter-se ativa, a cooperativa optou por ampliar o leque dos

cooperados, passando a representar não somente os produtores de lã, mas

todos os produtores rurais da região.


      A cooperativa é beneficiária da parceria da Paramount e teve melhora na

qualidade dos fios de lã ao longo dos anos em função da doação dos

reprodutores pela indústria.


      Com um quadro de onze funcionários, chegando a vinte na safra, vem

atuando fortemente na venda de insumos, mas não há mão de obra qualificada

para a tosquia que está sendo antecipada para julho no sistema Tally-Hi pré-

parto obtendo melhores preços que os praticados na safra que ocorre entre

outubro e novembro.


      Dentre os principais problemas estão a venda de insumos a baixos preços

originários do Uruguai, cuja entrada é ilegal no país e a compra da lã por

tendeiros (atravessadores) que barganham a lã em condições ligeiramente mais

atraentes ao produtor e acabam por corroer a estrutura produtiva da

cooperativa.




                                                                      25
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Conclusão e Recomendações


       O preço da lã apresenta recuperação puxado pelas microrregiões de

Serras de Sudeste e Jaguarão, onde há trabalho de agregação de valor à lã in

natura via introdução de progênie com fios de lã com espessura entre 17 e 20

micras, sendo estas melhor remunerada pelo mercado, indicando que o caminho

não é a ampliação do volume e sim a qualificação do produto.

       Os investimentos em melhoramento genético, com o intuito de reduzir a

espessura dos fios de lã, precisam ser intensificados visto que somente a

indústria Paramount, de forma isolada sem suporte de associações ou governo,

promove ação neste sentido.

       A capacidade de lotação dos pastos pode ser elevada para a faixa entre 15

e 20 animais/ha se melhorados com leguminosas, esta estratégia permite um

bom ganho de peso diário com baixo custo de produção, demandando doses

variáveis de suplementação concentrada segundo as necessidades nutricionais

ao longo do ano, apresentando-se com taxa positiva de retorno frente sua boa

relação rendimento e custo de produção.

       A tosquia pré-parto baseada na técnica Tally-Hi vem apresentando

vantagens não só pela elevação da qualidade do velo, mas também por antecipar

a safra permitindo a venda do produto com preços mais remuneradores e gerar

cordeiros de maior peso ao nascer.

       Conclui-se que o Sistema Agroindustrial da ovinocultura do Sul do país,

apesar de sua tradição que remonta à Revolução Farroupilha em 1845,

apresenta-se como um novo SAG tanto ao que se refere à carne quanto ao que

se refere à lã.

       No caso da lã – mais tradicional, a redução drástica do rebanho e preços,

sem identificação de retomada de crescimento do volume produzido, vem


                                                                        26
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


encontrando sustentação na elevação da qualidade do velo, buscando-se

agregar valor com a redução da espessura dos fios e Boas Práticas de Manejo da

lã. O segmento da carne, antes subproduto da lã, vem apresentando frutos do

trabalho iniciado a mais de uma década em Herval-RS, onde o espírito

cooperativo e a seriedade na geração de produto de qualidade consolidam-se

como novo caminho para o setor da ovinocultura nos Pampas Gaúchos.




                                                                      27
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Bibliografia

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hoy una firme realidad. Revista de Plan Agropecuário , 46 a 50.

Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (2009). Censo
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Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (s.d.). SIDRA. Acesso
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www.sidra.ibge.gov.br

Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (s.d.). SIDRA. Acesso
em 12 de 09 de 2011, disponível em Pesquisa Pecuária Municipal - PPM:
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Estância São Francisco. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em
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Herval Premium. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em
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Paramount Têxteis. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em
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PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. (s.d.). Atlas do
Desenvolvimento Humano do Brasil - IDH. Acesso em 12 de 09 de 2011,
disponível em www.pnud.org.br/atlas/

Uruguay, Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria - INIA. (s.d.). Acesso
em 12 de 09 de 2011, disponível em Publicaciones INIA: www.inia.org.uy




                                                                              28
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Anexos

Tabela 3 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos
de área total no Rio Grande do Sul

                                Nº de estabelecimentos       Nº de cabeças
                                                                                 Rebanho
     Grupos de área total                   Participação            Participação
                               Quantidade                Quantidade               médio
                                              Relativa                Relativa
Total                                43.018              3.477.062                      81
Mais de 0 a menos de 0,1 ha              33        0%          478          0%          14
De 0,1 a menos de 0,2 ha                 28        0%        1.110          0%          40
De 0,2 a menos de 0,5 ha                 75        0%        3.523          0%          47
De 0,5 a menos de 1 ha                  148        0%        3.985          0%          27
De 1 a menos de 2 ha                    590        1%       11.774          0%          20
De 2 a menos de 3 ha                    851        2%       12.530          0%          15
De 3 a menos de 4 ha                    836        2%       12.195          0%          15
De 4 a menos de 5 ha                    665        2%        8.590          0%          13
De 5 a menos de 10 ha                 3.513        8%       59.025          2%          17
De 10 a menos de 20 ha                6.358       15%      134.440          4%          21
De 20 a menos de 50 ha               10.385       24%      327.646          9%          32
De 50 a menos de 100 ha               6.073       14%      323.577          9%          53
De 100 a menos de 200 ha              4.392       10%      366.344         11%          83
De 200 a menos de 500 ha              4.586       11%      634.506         18%         138
De 500 a menos de 1000 ha             2.469        6%      580.447         17%         235
De 1000 a menos de 2500 ha            1.437        3%      697.203         20%         485
De 2500 ha e mais                       313        1%      294.428          8%         941
Produtor sem área                       266        1%        5.261          0%          20
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário




                                                                             29
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Tabela 4 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos
de área total na Campanha Meridional-RS

                               Nº de estabelecimentos       Nº de cabeças
                                                                                Rebanho
     Grupos de área total                  Participação            Participação
                              Quantidade                Quantidade               médio
                                             Relativa                Relativa
Total                              2.153                   315.181                     146
Mais de 0 a menos de 0,1 ha            -             -           -            -          -
De 0,1 a menos de 0,2 ha               3           0%           68          0%          23
De 0,2 a menos de 0,5 ha               2           0%            X            -          -
De 0,5 a menos de 1 ha                 8           0%          560          0%          70
De 1 a menos de 2 ha                  30           1%        1.617          1%          54
De 2 a menos de 3 ha                  39           2%          752          0%          19
De 3 a menos de 4 ha                  36           2%        1.643          1%          46
De 4 a menos de 5 ha                  20           1%          398          0%          20
De 5 a menos de 10 ha                110           5%        3.562          1%          32
De 10 a menos de 20 ha               207          10%        8.473          3%          41
De 20 a menos de 50 ha               398          18%       18.274          6%          46
De 50 a menos de 100 ha              272          13%       21.271          7%          78
De 100 a menos de 200 ha             241          11%       22.970          7%          95
De 200 a menos de 500 ha             319          15%       55.950         18%         175
De 500 a menos de 1000 ha            255          12%       71.383         23%         280
De 1000 a menos de 2500 ha           162           8%       85.391         27%         527
De 2500 ha e mais                     38           2%       22.611          7%         595
Produtor sem área                     13           1%          219          0%          17
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário




                                                                             30
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Tabela 5 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos
de área total em Serras de Sudeste-RS

                               Nº de estabelecimentos       Nº de cabeças
                                                                                Rebanho
     Grupos de área total                  Participação            Participação
                              Quantidade                Quantidade               médio
                                             Relativa                Relativa
Total                               5.331                  474.465                      89
Mais de 0 a menos de 0,1 ha             3          0%          124         0%           41
De 0,1 a menos de 0,2 ha                1          0%            X           -           -
De 0,2 a menos de 0,5 ha                5          0%          427         0%           85
De 0,5 a menos de 1 ha                  7          0%          279         0%           40
De 1 a menos de 2 ha                   31          1%          663         0%           21
De 2 a menos de 3 ha                   53          1%          744         0%           14
De 3 a menos de 4 ha                   77          1%        1.122         0%           15
De 4 a menos de 5 ha                   64          1%        1.062         0%           17
De 5 a menos de 10 ha                 308          6%        7.665         2%           25
De 10 a menos de 20 ha                650         12%       20.657         4%           32
De 20 a menos de 50 ha              1.425         27%       66.774        14%           47
De 50 a menos de 100 ha               978         18%       69.002        15%           71
De 100 a menos de 200 ha              725         14%       80.708        17%          111
De 200 a menos de 500 ha              604         11%      100.267        21%          166
De 500 a menos de 1000 ha             245          5%       68.790        14%          281
De 1000 a menos de 2500 ha             93          2%       44.709         9%          481
De 2500 ha e mais                      12          0%       10.419         2%          868
Produtor sem área                      50          1%        1.052         0%           21
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário




                                                                             31
Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura


Tabela 6 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área
total em Jaguarão-RS

                                  Nº de estabelecimentos       Nº de cabeças
                                                                                   Rebanho
      Grupos de área total                    Participação            Participação
                                 Quantidade                Quantidade               médio
                                                Relativa                Relativa
Total                                   1.320                     214.821                      163
Mais de 0 a menos de 0,1 ha                 2            0%             X             -          -
De 0,1 a menos de 0,2 ha                    -              -            -             -          -
De 0,2 a menos de 0,5 ha                    1            0%             X             -          -
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De 1000 a menos de 2500 ha                 49            4%        28.433          13%         580
De 2500 ha e mais                           7            1%         6.773           3%         968
Produtor sem área                           9            1%           574           0%          64
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário




                                                                                      32

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  • 1. Relatório Missão Técnica ao Pampa Produção e comercialização na ovinocultura Helbert Danilo Freitas de Sá MSc Agronegócio Coordenador Nacional da Carteira de Projetos da Caprinovinocultura 20 de setembro de 2011 Brasília-DF
  • 2. Descrição bibliográfica Texto e Diagramação: Helbert Danilo Freitas de Sá. Fotos: Domingos Leão do Amaral Jr, Rodrigo Dantas Azevedo, Mauro Borralho de Andrade e Marcos Gentil C. Carvalho Tipo: Relatório Título: Missão Técnica ao Pampa: Produção e comercialização na ovinocultura Palavras-chave: ovinocultura, lã, Pampa, Missão técnica, Rio grande do Sul Versão: 1.2, de 20 de setembro de 2011. ii
  • 3. Agradecimentos Agradeço aos empresários que nos receberam, abrindo as portas de seus empreendimentos e à equipe do Sebrae-RS. iii
  • 4. Sumário Agradecimentos ................................................................................................. iii Índice de Tabelas ................................................................................................ v Índice de Figuras ................................................................................................. v Objetivo da missão .............................................................................................. 6 Participantes........................................................................................................ 7 Roteiro ................................................................................................................ 9 Perfil Socioeconômico dos municípios ............................................................... 10 Bagé-RS ...................................................................................................... 10 Pedras Altas - RS......................................................................................... 11 Jaguarão - RS .............................................................................................. 12 Perfil Produtivo - Estado e microrregiões .................................................... 12 Visitas Técnicas ................................................................................................. 16 Indústria lã - Paramount Têxteis ................................................................. 16 Estância São Francisco................................................................................. 18 Herval Premium ....................................................................................... 20 Tosquia Tally-Hi ...................................................................................... 22 Gene Booroola (Burula)............................................................................. 23 Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA............................... 23 Cooperativa de lãs Mauá ............................................................................. 24 Conclusão e Recomendações ............................................................................. 26 Bibliografia ........................................................................................................ 28 Anexos .............................................................................................................. 29 iv
  • 5. Índice de Tabelas Tabela 1 - Efetivo do rebanho ovino entre os anos 1999 e 2009 (cab) ............... 13 Tabela 2 - Produção e valor da produção de lã entre os anos 1999 e 2009 ....... 15 Tabela 3 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total no Rio Grande do Sul ......................................................... 29 Tabela 4 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total na Campanha Meridional-RS ............................................. 30 Tabela 5 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total em Serras de Sudeste-RS ................................................... 31 Tabela 6 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total em Jaguarão-RS ................................................................ 32 Índice de Figuras Figura 1 - Rota da missão técnica ....................................................................... 9 Figura 2 - Território Zona Sul do Estado MDA/SDT ............................................ 10 Figura 3 - Bagé ................................................................................................. 10 Figura 4 - Pedras Altas ...................................................................................... 11 Figura 5 - Jaguarão ........................................................................................... 12 Figura 6 - Valor médio do quilograma da lã no Rio Grande do Sul ..................... 16 Figura 7 - Processamento da lã ......................................................................... 18 Figura 8 - Indicação de procedência .................................................................. 19 Figura 9 - Selo INPI nº 822884666 .................................................................... 21 v
  • 6. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Objetivo da missão Conhecer a cadeia da ovinocultura existente no Estado do Rio Grande do Sul, observando aspectos produtivos, de comercialização e em especial as estruturas de governança locais desenvolvidas em função da grave crise econômica que afetou o setor nos anos 90. O período da missão técnica estendeu-se entre os dias 05 e 08 de setembro de 2011. 6
  • 7. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Participantes A missão contou com em sua maioria com representantes do SEBRAE, mas a presença de técnicos vinculados à CNA e ao SENAR-AC permitiu ampliar a rede de relacionamento e a troca de experiências durante a missão. Em função do PPA diversos Estados solicitaram o regresso de seus técnicos após a reunião de gestores que ocorreu no dia 01/09/2011, reduzindo o quantitativo de participantes na missão, regressaram aos Estados os técnicos dos Sebrae: PE, PI, RN e SP. Dentre os participantes estavam os gestores e coordenadores de projetos, bem como os gerentes da Unidade de Agronegócio do Sebrae-BA e Sebrae-RS. Destacamos a presença do Superintendente do SENAR-AC e membro do Conselho Deliberativo do Sebrae do Estado do Acre. O quadro a seguir apresenta os dados detalhados de cada participante da missão técnica pelo Pampa. 7
  • 8. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Nº Nome Instituição/UF Contato Adriano Matos 1 SEBRAE-ES adriano.rodrigues@es.sebrae.com.br Rodrigues Angelo Antonio Q. 2 SEBRAE-RS angeloa@sebrae-rs.com.br Aguinaga Antônio Cardoso de 3 SEBRAE-SE antonio.cardoso@se.sebrae.com.br Lisboa Carlos Henrique de A. 4 SEBRAE-AL henrique@al.sebrae.com.br Soares 5 Celia Marcia Fernandes SEBRAE-BA celia.fernandes@ba.sebrae.com.br Domingos Leão do 6 SEBRAE-AC Domingos@ac.sebrae.com.br Amaral Jr 7 Felipe Guedes Alvarenga CNA felipe.alvarenga@cna.org.br 8 Helbert Danilo F. de Sá SEBRAE-NA helbert.sa@sebrae.com.br Jefferson Lunardelli 9 SENAR-AC 68 3224 1797 Cogo 10 João Paulo M. C. Kessler SEBRAE-RS joaok@sebrae-rs.com.br José Daniel T. Rodrigues 11 SEBRAE-TO jdaniel.tavares@to.sebrae.com.br * Marcos Gentil C. 12 SEBRAE-RJ MGCArvalho@rj.sebrae.com.br Carvalho Mauro Borralho de 13 SEBRAE-MA mauro@ma.sebrae.com.br Andrade 14 Rafael H. S. de Souza SEBRAE-NA hermogenes@sebrae.com.br Reginaldo de Souza G. 15 Consultor-AL reginaldo.de@zipmail.com.br Filho 16 Rodrigo Dantas Azevedo SEBRAE-PB rodrigodantas@pb.sebrae.com.br Nota: * Somente até Bagé Sob o aspecto do investimento realizado na missão técnica, a despesa com a locação do ônibus consumiu R$ 4 mil para os 4 dias, representando um gasto de R$ 266,67 para cada um dos 15 técnicos que participaram de toda a missão. As despesas totais para a missão, ônibus mais diárias, perfizeram aproximadamente R$ 25 mil, representando um investimento de R$ 416,67 por técnico ao dia. 8
  • 9. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Roteiro A rota da missão técnica percorreu trecho total de 1.300 km (ida e volta), visitando 4 municípios e 5 empreendimentos comerciais. A equipe da missão técnica partiu de Porto Alegre- Figura 1 - Rota da missão técnica RS no dia 05/09/2011 em direção ao município de Bagé-RS, com visitação ao parque industrial da Paramount Têxteis e visita a produtor tradicional de cordeiros da Estância São Francisco. A missão seguiu no dia 06/09/2011 para o município de Pedras Altas-RS, percorrendo longo trecho em estradas sem pavimentação, em direção à propriedade do Sr. Carlos Santos Silveira de Ávila, com vistas a conhecer: i) Cordeiro Herval Premium, ii) Tosquia Tally-Hi e iii) Pesquisa com o gene Booroola. No dia 07/09/2011 a comitiva deslocou-se em direção ao município Treinta y três no Uruguai no intuito de visitar o Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA. No dia 08/09/2011 foi visitada a Cooperativa de lãs Mauá, localizada no município de Jaguarão-RS, com o objetivo de conhecer as formas de negociação e sistema de gestão da cooperativa. 9
  • 10. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Perfil Socioeconômico dos municípios A fim de compreender melhor a importância da ovinocultura na região visitada, será apresentado o perfil socioeconômico dos municípios. O roteiro da missão técnica pelo pampa apresentou confluência com o território 104 - Zona Sul do Estado da Secretaria do Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário – SDT/MDA, que abrange Figura 2 - Território Zona Sul do Estado MDA/SDT 25 municípios, com uma área de 39.960 km2 e população de 870 mil habitantes, sendo 123 mil habitantes da zona rural, congregando 33 mil famílias de agricultores familiares. O IDH do território é de 0.7905, sendo considerado de médio desenvolvimento e estando acima do IDH nacional, mas abaixo do IDH do Estado, segundo o Atlas do IDH do PNUD 2000. Bagé-RS Fundada em 1811, sua economia é baseada na agricultura, pecuária e no comércio local. Possui uma universidade particular, uma universidade federal - Unipampa e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS. Figura 3 - Bagé Bagé é conhecida pela Festa Internacional do Churrasco, a maior festa deste tipo no Brasil, por 10
  • 11. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura onde circulam cerca de 60 mil pessoas em quatro dias de duração. Paralelamente, acontece a festa campeira. Bagé é conhecida pela Semana Crioula Internacional, que ocorre sempre no mês de abril, com grande competição de gineteadas. Possui a exposição-feira rural mais antiga do país, a Expo-feira de Bagé, que no ano de 2010 realizou a sua 98º edição. Pertence à microrregião Campanha Meridional, juntamente com os municípios de Aceguá, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul. O município responde por 56% do PIB da microrregião. O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 12.000, sendo o PIB per capta anual do município de R$ 10.015, onde 8% dos R$ 1,16 bilhão do PIB municipal têm origem na agropecuária (IBGE, 2008). Pedras Altas - RS Fundada em 1996, possui área de 1.376 km², com população de 2.218 habitantes, perfazendo uma densidade de 1,61 hab./km² Pertence à microrregião de Serras de Sudeste, juntamente com os municípios de Amaral Ferrador, Figura 4 - Pedras Altas Caçapava do Sul, Candiota, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Piratini e Santana da Boa Vista. O município responde por apenas 3% do PIB da microrregião. O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 11.386, sendo o PIB per capita anual do município de R$ 16.812, onde 61% dos R$ 44,23 milhões do PIB municipal têm por origem a agropecuária (IBGE, 2008). 11
  • 12. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Jaguarão - RS Fundada em 1855, faz fronteira com o Uruguai, possui área de 2.054 km², com população de 27.942 habitantes, perfazendo uma densidade de 13,6 hab./km² Pertence à microrregião de mesmo nome do Figura 5 - Jaguarão município, juntamente com 2 municípios: Arroio Grande e Herval. O município responde por 50% do PIB da microrregião. O PIB per capita anual da microrregião é de R$ 12.044, sendo o PIB per capita anual do município de R$11.455, onde 25% dos R$ 325,78 milhões do PIB municipal têm por origem a agropecuária (IBGE, 2008). Perfil Produtivo - Estado e microrregiões Segundo os dados do censo agropecuário de 2006, o Estado do Rio Grande do Sul possui 43 mil propriedades produtoras de ovinos, para um rebanho de 3,5 milhões de animais, perfazendo um rebanho médio de 83 animais por produtor – vide Tabela 3. Cerca de 2 milhões dos animais do Estado, estão nas propriedades de até 500 ha, desta forma tem-se que as 38,5 mil propriedades com até 500 ha detém 55% do rebanho do Estado, gerando um rebanho médio de 49 animais por propriedade, ou seja, 90% das propriedades do Estado possuem rebanho abaixo da média Estadual. Assim sendo, a ovinocultura no Estado é atividade desempenhada por produtores rurais de pequenas e médias áreas, mas a atividade é atrativa para os 12
  • 13. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura produtores detentores de grandes áreas. Demais regiões visitadas têm seus dados no anexo deste relatório. Em uma análise sobre o efetivo do rebanho de ovinos ao longo dos anos, tem-se que o rebanho nacional apresentou crescimento de 17% entre 1999 e 2009, último ano disponível no IBGE/PPM, contudo, o Rio Grande do Sul apresentou retração de 15% no mesmo período, demonstrando que o Estado ainda sente os efeitos da crise da lã dos anos 90 e que o rebanho está migrando para outras regiões do país. As microrregiões visitadas pela missão técnica apresentam o mesmo comportamento, variando, contudo, a intensidade da retração no efetivo do rebanho. Única exceção é a microrregião de Serras de Sudeste, que registrou incremento de 13% ao longo dos anos avaliados. Importante destacar que a microrregião de Serras de Sudeste, representou em 2009, 4% do rebanho nacional, 13% do rebanho da região Sul e 16% do Estado do rio Grande do Sul. A tabela 1, a seguir apresenta os dados para todas as regiões visitadas pela missão técnica, bem como para o país, região Sul e Estado do Rio Grande do Sul. Tabela 1 - Efetivo do rebanho ovino entre os anos 1999 e 2009 (cab) Participação relativa em Ano 2009 Regiões Geográficas Evolução Rio Região 1999 2009 Brasil Grande Sul do Sul Brasil 14.399.960 16.811.721 17% 100% Sul 5.648.906 4.807.596 -15% 29% 100% Rio Grande do Sul 4.870.244 3.946.349 -19% 23% 82% 100% Campanha Meridional 536.301 480.893 -10% 3% 10% 12% Serras de Sudeste 545.201 616.912 13% 4% 13% 16% Jaguarão 318.737 226.842 -29% 1% 5% 6% Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal 13
  • 14. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura A produção de lã é tradicional no Estado do Rio Grande do Sul e sofreu com a retração dos preços nos anos 90. O setor passa por redirecionamento e qualificação, a fim de ampliar a renda dos produtores que ainda investem na atividade. O setor da lã, como é sabido, apresentou retração de preços e produção ao longo dos anos. A retração na produção registrada no Estado do Rio Grande do Sul é a mesma registrada para o efetivo de rebanho conforme a tabela 1 acima. Novamente a exceção ao comportamento de retração na produção foi a microrregião de Serras de Sudeste e na mesma proporção de crescimento do efetivo de rebanho. Desta forma, tem-se que a atividade da lã ainda é estratégica para os produtores, que investem no rebanho de dupla aptidão (carne e lã). Ponto relevante a ser destacado, refere-se ao preço da lã ao produtor que nos últimos quatro anos vêm registrados incrementos animando o setor. De forma geral, a retração na produção nacional não foi suficiente para recompor o preço real registrado em 1999. As exceções ficam a cargo das microrregiões de Serras de Sudeste e Jaguarão que registraram incremento real de 18% e 11% respectivamente. A tabela 2, a seguir apresenta os dados completos para a quantidade produzida, valor real da produção e média por quilograma. 14
  • 15. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Tabela 2 - Produção e valor da produção de lã entre os anos 1999 e 2009 Valor real Produção de lã (kg) Valor médio real Regiões Geográficas (Mil Reais) 2009 Evolução 2009 Evolução 1999 2009 Evolução Brasil 11.394.678 -15% 41.731 -23% 3,78 3,66 -3% Sul 11.222.517 -15% 41.276 -23% 3,78 3,68 -3% Rio Grande do Sul 10.441.636 -16% 39.582 -22% 3,81 3,79 -1% Campanha Meridional 1.439.323 -12% 5.501 -24% 4,13 3,82 -8% Serras de Sudeste 1.550.048 13% 6.137 25% 3,35 3,96 18% Jaguarão 543.097 -37% 1.901 -34% 3,16 3,50 11% Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal Notas: A) Média dos preços unitários vigentes durante o ano ao produtor. (Nota metodológica pg 55 a 57) B) Valor da produção corrigido pelo IGP-M de 12/2009 – Mês de elevados estoques e baixos preços. Os sinais de recuperação dos preços reais são nítidos, em especial para as microrregiões Serras de Sudeste e Jaguarão, mas ainda é necessário intervenção para que este fenômeno seja multiplicado para todo o Estado do Rio Grande do Sul. A figura 6, a seguir apresenta a curva de preços médios nominais e reais por quilo, corrigido pela IGP-M, no Rio Grande do Sul entre os anos de 1999 e 2009, onde verifica-se que após pico de preços em 2002 e 2004, os preços de 2008 e 2009 apresentam tendência de recuperação real para o valor da lã, retomando os níveis de 1999 e 2001. 15
  • 16. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura 11,26 10,23 Valor Real 8,31 7,27 7,40 Valor Nominal 6,75 4,64 4,09 4,09 4,34 3,81 3,6 3,79 3,68 3,84 3,72 3,72 3,67 2,18 1,65 1,77 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Figura 6 - Valor médio do quilograma da lã no Rio Grande do Sul Visitas Técnicas Indústria lã - Paramount Têxteis O Grupo Paramount Têxteis completa 118 anos em 2011. A divisão de tecidos fabrica o Super 100’s, Super 120’s, Super 130’s e misturas de lã com cashemere, seda, viscose, algodão e lycra. Em 2003, se consolidou como a única empresa das Américas a fabricar o exclusivo Super 150's. Cerca de 90% da produção é exportada. Os demais 10% são destinados à produção dos fios Pingouin para tapetes, às lãs para tecidos mais grosso da unidade tecelagem e às misturas de lãs com acrílico para suéteres. A empresa também se destaca na produção de fios industriais, para malharias, tricot, crochê e tapeçaria. A divisão de fios é formada pelas marcas Lansul e Pingouin, que abastecem parte do mercado brasileiro e produzem 16
  • 17. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura juntas, nas fábricas de Santa Isabel-SP e Sapucaia do Sul-RS, 16 mil toneladas de fios por ano. Paramount em números  Aproximadamente 3.000 colaboradores diretos;  Projeção de faturamento para 2007 - aproximadamente R$ 350 milhões;  Investimento em melhorias tecnológicas – US$ 65 milhões nos últimos anos;  Produção de 15 mil ton/ano de fios para malharia, tricot e crochê;  800 toneladas/ano de fios penteados de pura lã e/ou poliéster lã para produção do Collezione Paramount;  2,2 milhões de metros lineares/ano de tecidos de pura lã.  Aproximadamente 2,4 mil ton/ano de Tops de lã penteada;  Aproximadamente 800 mil peças/ano de vestuário feminino e masculino; Abaixo as logo marcas das empresas dos grupos Paramount Têxteis. Dados da Fábrica visitada em Bagé: entre 1,7 e 2,2 mil ton/ano de tops de lã penteada do terreno: 1.010.702 m², sendo útil construída de 140.610 m² 17
  • 18. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Na visita foi informado que a unidade processa 200 t/mês, que gera uma produção de 2,4 mil ton/ano, entretanto a empresa recebe e recebe 3,5 mil t/ano, o que gera uma quebra de aproximadamente 30% no processamento da lã. Considerando-se o preço médio de R$ 3,00/kg de lã adquirida do produtor, a empresa necessita incorporar R$ 10,5 milhões/ano no custo de produção dos fios efetivamente comercializados. A quebra no peso ocorre em função de diversos motivos, dentre eles sujeira e lã de baixa qualidade são os principais. No auge da fase do “ouro branco” o Estado dispunha de 22 cooperativas com produção de 5 mil t/ano, estando hoje limitado à 2 cooperativas com produção na mesma faixa de 5 mil t/ano. Desta forma, houve uma quebra de 90% na oferta de matéria prima. Como forma de fortalecer o setor a indústria distribui há 7 anos reprodutores de elevado padrão genético com o intuito de reduzir a qualidade do fio de lã, objetivando levar o padrão atual de 30 micras para a faixa entre 20 e 17 micras, permitindo produzir os Figura 7 - Processamento da lã tecidos Super 100 e 120s, com maior valor agregado em relação às tradicionais linhas de tricô e crochê. Esta iniciativa já resultou na distribuição de 19 animais que geraram 300 cordeiros repassados para os produtores das cooperativas de produção. Estância São Francisco Tradição e empreendedorismo são marcas fortes da Estância São Francisco. Tendo à frente da estância o representante da 5ª geração o Srº 18
  • 19. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Manoel Luís Benevenga Sarmento, a família produz gado da raça Hereford, cavalos da raça crioulo, cordeiros além dos arrozais de arrendatários. Desde 1930 lavram e cultivam o solo da campanha Meridional nos 5 mil hectares de pastos de ondulado suave, sendo que das cerca de 10 mil cordeiros existentes nos anos 60, remanescem somente 2 mil, impactos da crise da lã dos anos 90. A raça Romney que produz 60% carne e 40% de lã é um dos produtos da Cabanha já campeã de longos anos nos diversos torneios. Dentre os principais problemas vinculados à ovinocultura estão a falta de mão de obra qualificada, a morte dos animais por cães e o roubo, sendo a carcaça retalhada na própria propriedade evidenciando a comercialização ilegal de carne e problemas sócio-econômico. Segundo o proprietário o setor apresenta sinais de recuperação, visto que em 2009 e 2010 o preço pago ao produtor era de R$2,4/kg de peso vivo, estando hoje na casa dos R$4,5/kg de peso vivo. Entretanto somente o preço não é fator suficiente para ampliar a atratividade aos empresários, visto que o Sistema Agroindustrial da carne de cordeiro no Rio Grande do Sul é extremamente novo, uma vez que sua construção deu-se após a crise da lã em meados dos anos 90, gerando um setor de aproximadamente 15 anos. O empreendedorismo da Estância São Francisco, também pode ser visto nas ações de valorização do produtor regional. A propriedade faz parte do grupo de produtores que trabalham a carne com indicação de procedência “Carne do Pampa”, trabalhando os animais da raça Hereford. Figura 8 - Indicação de procedência 19
  • 20. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Estância São Carlos A propriedade visitada fez parte do projeto juntos para competir do Sebrae-RS, fortalecendo as vantagens competitivas e a organização dos produtores, em uma parceria SEBRAE/SENAR. Apesar dos dois anos de inatividade, o projeto ainda demonstra sua força mobilizadora, estando presente na visita à propriedade, além dos técnicos da missão, diversos produtores e produtoras. A propriedade possui mil ha, estando 500 ha ocupados com ovinos, 400 ha com bovinos de corte e 100 ha com cavalos da raça crioula. Os cavalos da propriedade são campeões de 6 Freios de Ouro pelas mãos dos filhos do Srº Carlos Santos, gerando boa fonte de renda com a de venda dos animais campeões, bem como no treinamento dos animais de outras propriedades. Herval Premium Ao que se refere aos ovinos, a propriedade é integrante do programa Herval Premium, modelo associativo que atribui padrão de qualidade aos animais, conferindo selo que em função de parceria com o frigorifico Marfrig resulta em remuneração acima do modal praticado pelo mercado. Segundo o site “são parte importante do programa os técnicos de campo, que fazem o contato direto com o produtor os técnicos de abate, responsáveis pelo recebimento dos animais e avaliação das carcaças na planta frigorífica.” O Srº Carlos Hofmeister Neto, Médico Veterinário e presidente da Diretoria do Conselho Regulador do Cordeiro Herval Premium apresentou o programa aos técnicos na missão pelo Pampa. 20
  • 21. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura O Conselho surgiu em 1999, a partir da união de três produtores, cuja base foi os conselhos reguladores europeus. Os cordeiros, independente de raça, devem estar com dente de leite, ter de 12 a 18 quilos de carcaça e acabamento de gordura entre 3 e 3,5 numa escala entre 1 e 5 onde 1 é Figura 9 - Selo excessivamente magra e 5 excessivamente gorda. Este padrão INPI nº 822884666 foi criado para atender o mercado Rio Grandense, sendo hoje demandado pelo frigorífico os animais mais pesados que são destinados ao mercado Paulistano. Além do padrão da caraça, controle do bem estar animal e abate inspecionado, com monitoria de técnicos de campo e no frigorífico, o Conselho zela pela renda do produtor atuando em duas frentes: i) negociação com o frigorífico para pagamento de prêmios de qualidade e ii) redução dos custos de produção, em especial logística. Os produtores são organizados a fim de obter cronograma de entrega de lotes mínimos de 300 animais, viabilizando rotas que gerem a quantidade mínima determinada. Há produtores que mesmo em grupos não atingem, na rota estabelecida, o quantitativo mencionado. Nestes casos os animais são levados para outras propriedades a fim de aguardar a formação de lotes que seguirão ao frigorífico. O trabalho ao longo destes 12 anos gerou capacidade técnica elevada permitindo um aproveitamento de 95% a 98% do rebanho com o padrão Herval Premium, sendo os custos administrativos lastreados pela venda da pele dos animais comercializados. 21
  • 22. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Um efeito negativo da ampliação de mercado em Porto Alegre foi a retração da participação nos mercados regionais, como o mercado de Pelotas- RS. Outro ponto de alerta para o modelo é a atribuição do padrão Herval Premium aos animais não pertencentes ao grupo, transferindo o Know-how para fora do grupo. Soma-se a este fato a implantação de confinamento com capacidade para 20 mil animais operando com média de 8 mil animais pelo frigorífico Marfrig. Tosquia Tally-Hi Outro ponto da visita foi conhecer a tosquia Tally-Hi, que já é usada nos principais países produtores de lã, dentre eles Austrália, Nova Zelândia e Uruguai, sendo que no país vizinho cerca de 90% da produção adota esta metodologia. Dentre as principais vantagens estão i) a tosquia pré-parto e ii) a retirada do velo Inteiro. No primeiro item, além de permitir a antecipação da safra da lã gerando melhores preços ao produtor, a fibra é no geral mais resistente, por evitar-se o estresse do parto. Outro ponto relevante é a elevação do peso ao nascer em função da ampliação do consumo alimentar devido ao frio e outros motivos que demandam mais estudos. A tosquia pré-parto só é possível em função do baixo estresse existente no processo que não demanda a amarração do animal. Para o segundo ponto, há uma elevação no rendimento da lã, visto que se evita o retalho do velo e a conseqüente redução na qualidade da lã. O velo inteiro facilita o manejo e acondicionamento do mesmo, ampliando o rendimento em termo de qualidade, já que além do velo inteiro, há a retirada dos fios de menor qualidade existentes nas patas e cabeça dos animais. 22
  • 23. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Gene Booroola (Burula) Trabalho da Embrapa Pecuária Sul, que realiza pesquisas com ovinos na região dos Pampas (Bagé), tem por objetivo elevar o número de animais por parto, introduzindo o gene que permite partos gemelares nas raças comerciais ovinas Corriedale e Texel. O gene tem por origem, animais Merino Australiano, e após cinco gerações de introdução assistida do gene nas raças comerciais, já está disponível animais aptos a parições gemelares comprovada. Detalhe relevante está no controle dos cruzamentos, visto que a utilização de machos e fêmeas com gene Booroola leva a partos com até três animais, sendo estes de baixo peso propiciando elevada mortalidade no manejo à pasto. Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria – INIA Criado em 1998, como resultado do trabalho e recomendações sugeridas pelo Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Bacia da Laguna Merín (Proyecto tripartito: Uruguay, Brasil, PNUD/FAO) e da evolução de um processo iniciado em 1970. O INIA Treinta y Tres têm projetos e ações de apoio em áreas correspondentes a cinco programas de pesquisa nacionais: carne e lã, produção e sustentabilidade ambiental, culturas de sequeiro, horticultura e produção familiar. Por sua vez, é sede do Programa Nacional do arroz, Pastagens e Forragens. Ao que tange a ovinocultura o INIA busca a resposta de três grandes questões: ampliação da renda em função da crise da lã, produção com mínimo prejuízo das verminoses e soluções possíveis para as doenças de casco. 23
  • 24. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Por trabalhar com a agricultura familiar, as pesquisas relacionadas à pastagem visam ampliar a capacidade forrageira dos pastos nativos com a introdução de leguminosas em específico a Lotus Maku originária da Nova Zelândia e que se propaga por rizoma e oferta 22% de proteína. Os experimentos com 14 cordeiros/ha de junho a outubro (110 dias) engordaram 15 kg (de 26,5kg para 41,5 kg) permitindo um ganho de 136 g/dia, atingindo condição corporal de 4,6 em 5,0. O INIA também busca ampliar o numero de cordeiros por parto, mas para tanto, recorre à alimentação e suas alterações fisiológicas, diferindo-se da Embrapa que vem pesquisando o gene Booroola. Ponto relevante a ser destacado deve-se ao orçamento do INIA que tem origem mista, sendo 50% do governo e os demais 50% dos produtores rurais. Com este fato as linhas de pesquisas são direcionadas pelo grupo mais organizado, no caso os produtores de arroz e em contrapartida os resultados são transferidos rapidamente ao campo. Mesmo com toda esta diferenciação organizacional e foco nas pesquisas para agricultores familiares, somente 10% dos pastos são melhorados com leguminosas, sendo que os produtores estão preferindo pastagens artificiais, mas já há percepção de que os custos são extremamente elevados para esta estratégia alimentar em função da renovação anual destas pastagens. Cooperativa de lãs Mauá Fundada em 1952 é uma das 2 cooperativas de produção de lã remanescentes, apresentando quadro de 833 cooperados, sendo 712 ativos e destes 350 são produtores de lã. 24
  • 25. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Para manter-se ativa, a cooperativa optou por ampliar o leque dos cooperados, passando a representar não somente os produtores de lã, mas todos os produtores rurais da região. A cooperativa é beneficiária da parceria da Paramount e teve melhora na qualidade dos fios de lã ao longo dos anos em função da doação dos reprodutores pela indústria. Com um quadro de onze funcionários, chegando a vinte na safra, vem atuando fortemente na venda de insumos, mas não há mão de obra qualificada para a tosquia que está sendo antecipada para julho no sistema Tally-Hi pré- parto obtendo melhores preços que os praticados na safra que ocorre entre outubro e novembro. Dentre os principais problemas estão a venda de insumos a baixos preços originários do Uruguai, cuja entrada é ilegal no país e a compra da lã por tendeiros (atravessadores) que barganham a lã em condições ligeiramente mais atraentes ao produtor e acabam por corroer a estrutura produtiva da cooperativa. 25
  • 26. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Conclusão e Recomendações O preço da lã apresenta recuperação puxado pelas microrregiões de Serras de Sudeste e Jaguarão, onde há trabalho de agregação de valor à lã in natura via introdução de progênie com fios de lã com espessura entre 17 e 20 micras, sendo estas melhor remunerada pelo mercado, indicando que o caminho não é a ampliação do volume e sim a qualificação do produto. Os investimentos em melhoramento genético, com o intuito de reduzir a espessura dos fios de lã, precisam ser intensificados visto que somente a indústria Paramount, de forma isolada sem suporte de associações ou governo, promove ação neste sentido. A capacidade de lotação dos pastos pode ser elevada para a faixa entre 15 e 20 animais/ha se melhorados com leguminosas, esta estratégia permite um bom ganho de peso diário com baixo custo de produção, demandando doses variáveis de suplementação concentrada segundo as necessidades nutricionais ao longo do ano, apresentando-se com taxa positiva de retorno frente sua boa relação rendimento e custo de produção. A tosquia pré-parto baseada na técnica Tally-Hi vem apresentando vantagens não só pela elevação da qualidade do velo, mas também por antecipar a safra permitindo a venda do produto com preços mais remuneradores e gerar cordeiros de maior peso ao nascer. Conclui-se que o Sistema Agroindustrial da ovinocultura do Sul do país, apesar de sua tradição que remonta à Revolução Farroupilha em 1845, apresenta-se como um novo SAG tanto ao que se refere à carne quanto ao que se refere à lã. No caso da lã – mais tradicional, a redução drástica do rebanho e preços, sem identificação de retomada de crescimento do volume produzido, vem 26
  • 27. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura encontrando sustentação na elevação da qualidade do velo, buscando-se agregar valor com a redução da espessura dos fios e Boas Práticas de Manejo da lã. O segmento da carne, antes subproduto da lã, vem apresentando frutos do trabalho iniciado a mais de uma década em Herval-RS, onde o espírito cooperativo e a seriedade na geração de produto de qualidade consolidam-se como novo caminho para o setor da ovinocultura nos Pampas Gaúchos. 27
  • 28. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Bibliografia Ayala W., Bermúdez R. e Ferrés S. (2003). Lotus Maku: En los 90 una promesa, hoy una firme realidad. Revista de Plan Agropecuário , 46 a 50. Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (2009). Censo Agropecuário 2006 - Agricultura familiar Primeiros resultados. Rio de Janeiro, RJ. Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (s.d.). SIDRA. Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em Produção Agrícola Municipal - PAM: www.sidra.ibge.gov.br Brasil, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE. (s.d.). SIDRA. Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em Pesquisa Pecuária Municipal - PPM: www.sidra.ibge.gov.br Estância São Francisco. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em http://www.saofranciscobage.com.br/ Herval Premium. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em www.hervalpremium.com.br Paramount Têxteis. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em www.paramount.com.br PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. (s.d.). Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil - IDH. Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em www.pnud.org.br/atlas/ Uruguay, Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria - INIA. (s.d.). Acesso em 12 de 09 de 2011, disponível em Publicaciones INIA: www.inia.org.uy 28
  • 29. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Anexos Tabela 3 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total no Rio Grande do Sul Nº de estabelecimentos Nº de cabeças Rebanho Grupos de área total Participação Participação Quantidade Quantidade médio Relativa Relativa Total 43.018 3.477.062 81 Mais de 0 a menos de 0,1 ha 33 0% 478 0% 14 De 0,1 a menos de 0,2 ha 28 0% 1.110 0% 40 De 0,2 a menos de 0,5 ha 75 0% 3.523 0% 47 De 0,5 a menos de 1 ha 148 0% 3.985 0% 27 De 1 a menos de 2 ha 590 1% 11.774 0% 20 De 2 a menos de 3 ha 851 2% 12.530 0% 15 De 3 a menos de 4 ha 836 2% 12.195 0% 15 De 4 a menos de 5 ha 665 2% 8.590 0% 13 De 5 a menos de 10 ha 3.513 8% 59.025 2% 17 De 10 a menos de 20 ha 6.358 15% 134.440 4% 21 De 20 a menos de 50 ha 10.385 24% 327.646 9% 32 De 50 a menos de 100 ha 6.073 14% 323.577 9% 53 De 100 a menos de 200 ha 4.392 10% 366.344 11% 83 De 200 a menos de 500 ha 4.586 11% 634.506 18% 138 De 500 a menos de 1000 ha 2.469 6% 580.447 17% 235 De 1000 a menos de 2500 ha 1.437 3% 697.203 20% 485 De 2500 ha e mais 313 1% 294.428 8% 941 Produtor sem área 266 1% 5.261 0% 20 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 29
  • 30. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Tabela 4 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total na Campanha Meridional-RS Nº de estabelecimentos Nº de cabeças Rebanho Grupos de área total Participação Participação Quantidade Quantidade médio Relativa Relativa Total 2.153 315.181 146 Mais de 0 a menos de 0,1 ha - - - - - De 0,1 a menos de 0,2 ha 3 0% 68 0% 23 De 0,2 a menos de 0,5 ha 2 0% X - - De 0,5 a menos de 1 ha 8 0% 560 0% 70 De 1 a menos de 2 ha 30 1% 1.617 1% 54 De 2 a menos de 3 ha 39 2% 752 0% 19 De 3 a menos de 4 ha 36 2% 1.643 1% 46 De 4 a menos de 5 ha 20 1% 398 0% 20 De 5 a menos de 10 ha 110 5% 3.562 1% 32 De 10 a menos de 20 ha 207 10% 8.473 3% 41 De 20 a menos de 50 ha 398 18% 18.274 6% 46 De 50 a menos de 100 ha 272 13% 21.271 7% 78 De 100 a menos de 200 ha 241 11% 22.970 7% 95 De 200 a menos de 500 ha 319 15% 55.950 18% 175 De 500 a menos de 1000 ha 255 12% 71.383 23% 280 De 1000 a menos de 2500 ha 162 8% 85.391 27% 527 De 2500 ha e mais 38 2% 22.611 7% 595 Produtor sem área 13 1% 219 0% 17 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 30
  • 31. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Tabela 5 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total em Serras de Sudeste-RS Nº de estabelecimentos Nº de cabeças Rebanho Grupos de área total Participação Participação Quantidade Quantidade médio Relativa Relativa Total 5.331 474.465 89 Mais de 0 a menos de 0,1 ha 3 0% 124 0% 41 De 0,1 a menos de 0,2 ha 1 0% X - - De 0,2 a menos de 0,5 ha 5 0% 427 0% 85 De 0,5 a menos de 1 ha 7 0% 279 0% 40 De 1 a menos de 2 ha 31 1% 663 0% 21 De 2 a menos de 3 ha 53 1% 744 0% 14 De 3 a menos de 4 ha 77 1% 1.122 0% 15 De 4 a menos de 5 ha 64 1% 1.062 0% 17 De 5 a menos de 10 ha 308 6% 7.665 2% 25 De 10 a menos de 20 ha 650 12% 20.657 4% 32 De 20 a menos de 50 ha 1.425 27% 66.774 14% 47 De 50 a menos de 100 ha 978 18% 69.002 15% 71 De 100 a menos de 200 ha 725 14% 80.708 17% 111 De 200 a menos de 500 ha 604 11% 100.267 21% 166 De 500 a menos de 1000 ha 245 5% 68.790 14% 281 De 1000 a menos de 2500 ha 93 2% 44.709 9% 481 De 2500 ha e mais 12 0% 10.419 2% 868 Produtor sem área 50 1% 1.052 0% 21 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 31
  • 32. Missão Técnica ao Pampa – Setor: Ovinocultura Tabela 6 - Efetivo de ovinos nos estabelecimentos agropecuários em 31/12, por grupos de área total em Jaguarão-RS Nº de estabelecimentos Nº de cabeças Rebanho Grupos de área total Participação Participação Quantidade Quantidade médio Relativa Relativa Total 1.320 214.821 163 Mais de 0 a menos de 0,1 ha 2 0% X - - De 0,1 a menos de 0,2 ha - - - - - De 0,2 a menos de 0,5 ha 1 0% X - - De 0,5 a menos de 1 ha - - - - - De 1 a menos de 2 ha 11 1% 74 0% 7 De 2 a menos de 3 ha 7 1% 72 0% 10 De 3 a menos de 4 ha 14 1% 380 0% 27 De 4 a menos de 5 ha 8 1% 255 0% 32 De 5 a menos de 10 ha 55 4% 1.697 1% 31 De 10 a menos de 20 ha 133 10% 6.297 3% 47 De 20 a menos de 50 ha 372 28% 23.767 11% 64 De 50 a menos de 100 ha 220 17% 24.712 12% 112 De 100 a menos de 200 ha 155 12% 24.721 12% 159 De 200 a menos de 500 ha 189 14% 54.618 25% 289 De 500 a menos de 1000 ha 88 7% 42.394 20% 482 De 1000 a menos de 2500 ha 49 4% 28.433 13% 580 De 2500 ha e mais 7 1% 6.773 3% 968 Produtor sem área 9 1% 574 0% 64 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 32