O projeto "Caminhos da Cana" entra em sua terceira fase em 2016 para divulgar as externalidades da cadeia sucroenergética em mais cidades. A terceira fase visitará 13 cidades-sede de macrorregiões em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. A ORPLANA está no segundo ano de um novo projeto estratégico baseado nos resultados iniciais do "Caminhos da Cana".
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
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1. Revista Canavieiros - Junho de 2016
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Caminhos da Cana segue para terceira etapa
O
projeto “Caminhos da Cana”
entra em sua terceira fase, em
2016, visando a alcançar mais
público, ampliando, assim, o conheci-
mento sobre o mercado e a cadeia sucro-
energética, além de colher dados regio-
nais sobre o segmento. Iniciativa criada
para servir de plataforma para a troca de
experiências entre entidades e pequenos
produtores de cana-de--açúcar serviu
como base para a modernização da OR-
PLANA (Organização de Plantadores de
Cana da Região Centro-Sul do Brasil).
Com patrocínio da Bayer e apoio da
FEARP/USP, Fundace, Fapesp, OR-
PLANA, Canaoeste, PECEGE, DA-
TAGRO, CEISE Br e UNICA, o “Ca-
minhos da Cana” vem sendo realizado
pelo Markestrat (Centro de Pesquisas e
Projetos em Marketing e Estratégia da
USP) e comandado pelo professor da
FEA-RP/USP Marcos Fava Neves.
A primeira fase do projeto, executada
em 2014, percorreu cerca de 10 mil qui-
lômetros, com a realização de eventos
em 25 cidades do interior de São Paulo,
e também ultrapassou fronteiras, com a
participação em congressos e seminários
em outros estados. Já na segunda, foram
alcançados quase 11 mil quilômetros em
24 cidades de seis estados:Alagoas, Goi-
ás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraíba e São Paulo, rodando 10.931
km, sendo 5.649 km com um carro com
Projeto criado inicialmente para direcionar melhorias na ORPLANA continua
divulgando as externalidades do setor sucroenergético
Andréia Vital
Destaque V
motor turbo e movido a biocombustí-
vel, e foram gastos 570 litros de etanol.
A temporada atingiu cerca de duas mil
pessoas e 800 produtores foram ouvi-
dos. No inal de cada encontro, os par-
ticipantes receberam o livro “Caminhos
da Cana”, de autoria de Fava Neves, que
contém coletânea de artigos publicados
nos últimos três anos.
“Desta vez, além de manter a mes-
ma linha de atuação das outras fases,
ou seja, de valorização da cadeia pro-
dutiva da cana-de-açúcar, a ideia é criar
uma sinergia com os parceiros do pro-
jeto para explanar outros temas, como
custo de produção agrícola, industrial,
sistemas mecanizados, gestão da pro-
priedade rural, atualização em CONSE-
CANA, entre outros, atingindo, assim,
um público maior”, explica o professor.
Ele adianta, também, que a programa-
ção continuará sendo dividida em dois
períodos, sendo um para reuniões com
líderes regionais e representantes de di-
versos elos da cadeia e outro para apli-
cação de uma pesquisa realizada pela
Universidade de São Paulo, apoiada
pela FAPESP (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo), com
os produtores de cana-de-açúcar para a
identiicação de demandas e possíveis
ações para melhoria do setor.
SEGUNDO ANO DE
UMA NOVA ORPLANA
De acordo com Celso Albano, Ges-
tor Executivo da ORPLANA, a terceira
fase do programa contará com muitas
diferenças, previstas no Projeto Estra-
tégico da entidade elaborado a partir
do resultado inicial do “Caminhos da
Cana”. “A ORPLANA está no segun-
do ano de implantação do projeto, que
contempla uma Visão 2015 - 2025, com
19 ações alicerçadas em seis premissas
principais: aprimorar a governança e
estrutura da entidade; ampliar a comu-
nicação interna e externa; prover edu-
cação técnica e gerencial; agregação de
serviços de valor e geração de informa-
ções de valor; e estabelecimento de um
relacionamento e negociação equilibra-
dos em toda a cadeia”, ressaltou.
Segundo ele, para uma melhor atua-
ção da organização dentro de sua área de
abrangência, foram deinidas macrorre-
giões, buscando otimizar processos, bara-
tear logística, discutir problemas e solu-
ções regionais, além de estimular a inte-
ração entre as lideranças. “O “Caminhos
da Cana” irá passar por todas as cidades-
-sede destas macrorregiões e agora será
mais encorpado, pois, ao mesmo tempo
em que ocorrerão as palestras especíi-
cas do programa, teremos a participação
de novas parcerias irmadas ao longo de
Celso Albano, gestor executivo da ORPLANAMarcos Fava Neves, professor da FEA-RP/USP
2. Revista Canavieiros - Junho de 2016
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Cidades que receberão inicialmente a
terceira fase do projeto Caminhos da
Cana e municípios atingidos:
1. Assis (Chavantes, Ourinhos, Jacarezinho, Quatá, Paraguaçu Paulista);
2. Bariri (Jaú, Barra Bonita, Bocaina, Iacanga, Dois Córregos);
3. Lins (Araçatuba, Penápolis, Valparaíso, General Salgado, Monte Aprazível,
Andradina);
4. Piracicaba (Capivari, Santa Bárbara D´Oeste, Porto Feliz, Leme, Araras);
5. Lençóis Paulista (Jaú, Bariri, Avaré, São Manoel, Bauru, Pederneiras);
6. Jaboticabal (Araraquara, Guariba, Barrinha, Pradópolis, Matão, Pitangueiras);
7. Catanduva (São José do Rio Preto, Novo Horizonte);
8. Iturama (Campo Florido, Frutal, Conceição das Alagoas, Orindiúva, Limei-
ra D´Oeste, Carneirinho);
9. Rio Verde (Jataí, Cachoeira Dourada, Mineiros, Quirinópolis, Santa Helena,
Goiatuba, Acreúna, Porteirão);
10. Campo Grande (MS);
11. Ribeirão Preto (Serrana, Barretos, Sertãozinho, Bebedouro, Jardinópolis,
Batatais, Mococa, Cajuru);
12. Maringá (Londrina, Alto Alegre);
13. Nova Olímpia (MT).
2015 e início de 2016, tais como PECE-
GE, DATAGRO, CEPEA, IAC, CTC e
as próprias associações-membro da OR-
PLANA”, explicou Albano.
“O kickoff (começo) dos eventos da
organização será durante a Fenasucro
& Agrocana 2016, com um seminá-
rio de Análise do Negócio Biomassa e
Workshop de Custos da DATAGRO”,
adiantou o executivo, contando que
atividades internas voltadas para as
associações-membro já estão sendo de-
senvolvidas, tais como painéis de Cus-
tos Agrícolas PECEGE/ORPLANA,
buscando uma padronização de me-
todologia de custos em toda a Região
Centro-Sul; oicina de Custos Agrícolas
e Industriais, gestão de Sistemas Me-
canizados da Cana-de-Açúcar e Dia do
Mercado da Cana.
“Hoje todos os proissionais da área
técnico-agronômica das associações-
-membro participam de dois programas
de capacitação proissional: Programa
Integrado de Capacitação CTC / OR-
PLANA e o Protocolo de Intenções ce-
lebrado durante a Agrishow 2016, que
visa à conjugação de esforços entre os
Encontro realizado em 2015 na cidade de Cravinhos Encontro realizado em Sertãozinho
participantes para o desenvolvimento
de ações conjuntas em suas respectivas
áreas de atuação, objetivando a difusão
das tecnologias IAC, entre produtores/
fornecedores de cana-de-açúcar das
33 associações ligadas à ORPLANA,
através de cursos e treinamentos, bem
como a qualiicação dos produtores
com os Programas Procana, Ambicana,
Prevcana e MPB”, elucida Albano.
CARRO MOVIDO A ETANOL
Depois de uma camionete Ranger e
do Citroën C3, acompanha Fava Neves
nesta terceira etapa do “Caminhos da
Cana”, um Audi A3, equipado com o
motor 1.4 turbo lex e também estiliza-
do com a logo do projeto. Produzido no
Brasil desde setembro passado, o carro
consegue gerar até 150 cavalos de po-
tência e foi o primeiro da marca alemã
a ter motorização bicombustível. “Mos-
trar que o setor automobilístico está
cada vez mais usando essa energia re-
novável e limpa também faz parte deste
projeto. O setor tem várias externalida-
des e a população precisa saber disso”,
concluiu o comandante da expedição.
RC